Palestras, exercícios, visitas a campo, conversas informais nos intervalos, na van, no hotel. Os canais de comunicação entre pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos) e técnicos do programa Bifequali TT ganharam novas nuances entre os dias 8 e 10 de agosto, no primeiro encontro técnico do projeto realizado fora das instalações do centro de pesquisa. O evento aconteceu no hotel Água Viva, em Fernandópolis (SP).
Fomentar esse relacionamento era justamente um dos objetivos perseguidos pelo líder do Bifequali TT, Adilson Malagutti, da Embrapa. Já na viagem de ida, ele falava para a equipe que apostava nesse encontro presencial para estimular o diálogo entre a pesquisa e os técnicos que transferem tecnologias e captam demandas do campo.
O Bifequali TT é um programa de transferência de tecnologia para a pecuária de corte criado pela Embrapa há quatro anos. Os técnicos são treinados de forma continuada pela equipe do centro de pesquisa de São Carlos e se tornam aptos a implementar as tecnologias nas propriedades. A Embrapa acompanha a atuação desses técnicos por meio da coleta de dados e da avaliação do impacto das tecnologias adotadas.
Dois chefes adjuntos da Unidade participaram: o de Pesquisa e Desenvolvimento, Alexandre Berndt, e o de Transferência de Tecnologia, André Novo. Além deles, outros sete pesquisadores e um analista estiveram presentes. Doze técnicos que atuam como consultores e dois representantes de parceiros também acompanharam a programação.
O grupo visitou o sítio Raios de Sol, em Fernandópolis, do produtor Waldomiro Fava; a fazenda Santa Terezinha, em Riolândia, de Washington Pedro Soares (conhecido como Izidoro); e a Unidade Demonstrativa do programa em Votuporanga – a fazenda Marinheiro, de Carlos Ito e Mirtes. Todos almoçaram na Agropecuária ValFran, onde puderam ver uma estrutura de confinamento para 800 animais.
Nas visitas, os técnicos e pesquisadores puderam ver experiências bem-sucedidas e problemas relacionados à sobressemeadura de Mombaça a lanço, uso do feijão guandu consorciado com pastagens e à gestão de uma propriedade que está há três anos no programa. Nesta última, a fazenda Marinheiro, todos os participantes ouviram a história do casal Carlos e Mirtes e foram convidados a opinar sobre possibilidades de melhorias para a produção, em uma dinâmica sugerida por Malagutti.
AVALIAÇÃO
O supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, José Alberto Portugal, disse que o encontro foi também uma oportunidade de fazer uma avaliação do projeto. “O resultado mais importante foi a percepção de que o projeto está caminhando no rumo certo, fazendo esses encontros para alguns ajustes, com o apoio da gestão da Embrapa para a continuidade do programa e a satisfação dos técnicos de que isso pode fazer diferença na pecuária de corte nacional”, afirmou.
O encontro foi tão proveitoso que a equipe pretende promover reuniões presenciais regionais com mais frequência e um encontro anual com o grupo todo, no modelo do que aconteceu em Fernandópolis.
Para Adilson Malagutti, o novo formato foi bastante produtivo. Ele se refere aos pesquisadores se deslocarem até a região dos técnicos. “Além do conteúdo passado em auditório, a gente teve oportunidade de visitar propriedades e interagir durante momentos dos intervalos, do almoço, do jantar, à noite… Isso tudo favoreceu a troca de ideias de modo mais informal, mais livre e mais tranquilo”, avaliou.
APRENDIZADO MÚTUO
A técnica Luciana de Lima Rodrigues, que atua no Mato Grosso do Sul, concorda. “Para mim foi bom pela troca de experiências e principalmente por ter conversado bastante com os pesquisadores. Esses dias, no café, na van, deu para tirar dúvidas.” Como exemplo, ela citou o consórcio da pastagem com o feijão guandu. Nas conversas, ela pode esclarecer qual a melhor época para implantar, os cuidados que devem ser tomados com formigas, o melhor momento para entrar com o gado e para tirar.
O técnico Gustavo Ferraz de Arruda Vieira, técnico da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) em Piracicaba (SP), disse que o encontro foi importante para nivelar o conhecimento de quem trabalha na cadeia da carne e melhorar a qualidade da consultoria prestada aos pecuaristas assistidos. “Foi possível não só tirar dúvidas, mas também levar algumas questões que apareceram em nosso atendimento para a pesquisa desenvolver o trabalho e depois trazer respostas pra gente.”
O pesquisador Marcos Gusmão, da Embrapa Pecuária Sudeste, afirmou que o evento foi muito rico. “Considero que eu aprendi mais do que pude contribuir através do meu conhecimento”, avaliou. Ele teve essa percepção em função da formatação do encontro, que mostrou o local de trabalho dos consultores do Bifequali TT.
“Isso nos fez vivenciar os problemas onde eles estão inseridos no dia a dia, de forma que nós tivemos a oportunidade de ver o resultado do trabalho deles. E ali, naturalmente, por mais que nós tenhamos embasamento teórico, nós estávamos vendo a realidade prática de cada um”, concluiu.
As fotos do evento podem ser vistas neste álbum.
A realização foi da Embrapa, com apoio da rede ILPF, ValFran, Xingu Sementes e Nutrição Animal, Frigorífico Cofercarnes, Tracer e Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral).
Palestras, exercícios, visitas a campo, conversas informais nos intervalos, na van, no hotel. Os canais de comunicação entre pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos) e técnicos do programa Bifequali TT ganharam novas nuances entre os dias 8 e 10 de agosto, no primeiro encontro técnico do projeto realizado fora das instalações do centro de pesquisa. O evento aconteceu no hotel Água Viva, em Fernandópolis (SP).
Fomentar esse relacionamento era justamente um dos objetivos perseguidos pelo líder do Bifequali TT, Adilson Malagutti, da Embrapa. Já na viagem de ida, ele falava para a equipe que apostava nesse encontro presencial para estimular o diálogo entre a pesquisa e os técnicos que transferem tecnologias e captam demandas do campo.
O Bifequali TT é um programa de transferência de tecnologia para a pecuária de corte criado pela Embrapa há quatro anos. Os técnicos são treinados de forma continuada pela equipe do centro de pesquisa de São Carlos e se tornam aptos a implementar as tecnologias nas propriedades. A Embrapa acompanha a atuação desses técnicos por meio da coleta de dados e da avaliação do impacto das tecnologias adotadas.
Dois chefes adjuntos da Unidade participaram: o de Pesquisa e Desenvolvimento, Alexandre Berndt, e o de Transferência de Tecnologia, André Novo. Além deles, outros sete pesquisadores e um analista estiveram presentes. Doze técnicos que atuam como consultores e dois representantes de parceiros também acompanharam a programação.
O grupo visitou o sítio Raios de Sol, em Fernandópolis, do produtor Waldomiro Fava; a fazenda Santa Terezinha, em Riolândia, de Washington Pedro Soares (conhecido como Izidoro); e a Unidade Demonstrativa do programa em Votuporanga – a fazenda Marinheiro, de Carlos Ito e Mirtes. Todos almoçaram na Agropecuária ValFran, onde puderam ver uma estrutura de confinamento para 800 animais.
Nas visitas, os técnicos e pesquisadores puderam ver experiências bem-sucedidas e problemas relacionados à sobressemeadura de Mombaça a lanço, uso do feijão guandu consorciado com pastagens e à gestão de uma propriedade que está há três anos no programa. Nesta última, a fazenda Marinheiro, todos os participantes ouviram a história do casal Carlos e Mirtes e foram convidados a opinar sobre possibilidades de melhorias para a produção, em uma dinâmica sugerida por Malagutti.
AVALIAÇÃO
O supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, José Alberto Portugal, disse que o encontro foi também uma oportunidade de fazer uma avaliação do projeto. “O resultado mais importante foi a percepção de que o projeto está caminhando no rumo certo, fazendo esses encontros para alguns ajustes, com o apoio da gestão da Embrapa para a continuidade do programa e a satisfação dos técnicos de que isso pode fazer diferença na pecuária de corte nacional”, afirmou.
O encontro foi tão proveitoso que a equipe pretende promover reuniões presenciais regionais com mais frequência e um encontro anual com o grupo todo, no modelo do que aconteceu em Fernandópolis.
Para Adilson Malagutti, o novo formato foi bastante produtivo. Ele se refere aos pesquisadores se deslocarem até a região dos técnicos. “Além do conteúdo passado em auditório, a gente teve oportunidade de visitar propriedades e interagir durante momentos dos intervalos, do almoço, do jantar, à noite… Isso tudo favoreceu a troca de ideias de modo mais informal, mais livre e mais tranquilo”, avaliou.
APRENDIZADO MÚTUO
A técnica Luciana de Lima Rodrigues, que atua no Mato Grosso do Sul, concorda. “Para mim foi bom pela troca de experiências e principalmente por ter conversado bastante com os pesquisadores. Esses dias, no café, na van, deu para tirar dúvidas.” Como exemplo, ela citou o consórcio da pastagem com o feijão guandu. Nas conversas, ela pode esclarecer qual a melhor época para implantar, os cuidados que devem ser tomados com formigas, o melhor momento para entrar com o gado e para tirar.
O técnico Gustavo Ferraz de Arruda Vieira, técnico da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) em Piracicaba (SP), disse que o encontro foi importante para nivelar o conhecimento de quem trabalha na cadeia da carne e melhorar a qualidade da consultoria prestada aos pecuaristas assistidos. “Foi possível não só tirar dúvidas, mas também levar algumas questões que apareceram em nosso atendimento para a pesquisa desenvolver o trabalho e depois trazer respostas pra gente.”
O pesquisador Marcos Gusmão, da Embrapa Pecuária Sudeste, afirmou que o evento foi muito rico. “Considero que eu aprendi mais do que pude contribuir através do meu conhecimento”, avaliou. Ele teve essa percepção em função da formatação do encontro, que mostrou o local de trabalho dos consultores do Bifequali TT.
“Isso nos fez vivenciar os problemas onde eles estão inseridos no dia a dia, de forma que nós tivemos a oportunidade de ver o resultado do trabalho deles. E ali, naturalmente, por mais que nós tenhamos embasamento teórico, nós estávamos vendo a realidade prática de cada um”, concluiu.
As fotos do evento podem ser vistas neste álbum.
A realização foi da Embrapa, com apoio da rede ILPF, ValFran, Xingu Sementes e Nutrição Animal, Frigorífico Cofercarnes, Tracer e Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral).