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Museu do Amanhã leva conscientização sobre desperdício de alimentos à região portuária do Rio

O Museu do Amanhã, com o apoio do Science Museum de Londres, trabalhou ao longo de 2017 com o tema do desperdício de alimentos, num projeto financiado pelo Newton Fund, do British Council, que envolveu restaurantes e líderes comunitários da região portuária do Rio de Janeiro (RJ) em oficinas de conscientização e uso integral de alimentos. O trabalho teve seus resultados apresentados no último dia 27, em cerimônia no Observatório do Amanhã, e deixa como legado um conjunto importante de conteúdos e abordagens sócio-educacionais para a organização futura de uma exposição itinerante sobre alimentação e agricultura, além do livro Receitas do Amanhã, nas versões em português e inglês, e de um hotsite que será lançado em breve.

O projeto contou com a parceria da Embrapa, que organizou uma visita à Fazendinha Agroecológica para mostrar pesquisas em plantio orgânico e sistemas de produção sustentáveis, do Sebrae/RJ, que desenvolve o projeto Sebrae no Porto para dar suporte ao empreendedorismo local, e do Refettorio Gastromotiva, que lidera um trabalho de gastronomia social. Sete restaurantes da região portuária aderiram ao projeto e participaram ativamente das reuniões e oficinas, abrindo a oportunidade para que gerentes e cozinheiros pudessem aprender mais sobre o uso de técnicas sustentáveis no dia-a-dia, a fim de reduzir o desperdício de alimentos.

Cada um dos restaurantes desenvolveu uma receita especial durante as oficinas, incorporando-as ao menu da casa e disponibilizando-as ao público geral no livro Receitas do Amanhã, que está sendo distribuído gratuitamente na região portuária. Uma oficina prática na Fazenda Culinária, restaurante também parceiro do projeto, fechou o ciclo de oficinas com a troca de experiência entre os participantes. A partir dessa interação, os sete restaurantes criaram uma rede por meio de um grupo no WhatsApp, pelo qual enviam dicas úteis e organizam entre si a troca de alimentos que sobram nos estabelecimentos. Dessa maneira, o que seria descartado acaba virando prato em um outro restaurante, o que acaba facilitando também a reposição de ingredientes.

“A iniciativa vem ao encontro do compromisso do projeto Sebrae no Porto, de estar presente na transformação da região com estratégias e ações de capacitação para dar suporte aos empresários, para que possam aproveitar plenamente as oportunidades surgidas com a modernização da área, que tem como ícone o Museu do Amanhã”, afirmou o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez.

O sucesso do projeto foi comemorado pelo diretor presidente do Museu do Amanhã, Ricardo Piquet. Segundo ele, os resultados obtidos com as oficinas junto à comunidade e aos comerciantes da região portuária, cujo alcance será amplificado com ações de comunicação como a exposição itinerante, mostram que o Museu do Amanhã está conseguindo cumprir o seu papel. “Aqui é um espaço aberto, neutro, uma vitrine para quem tem ideias para uma vida melhor, para o amanhã que nós desejamos. Queremos deixar o legado de que esse espaço é da sociedade, é da comunidade do Rio de Janeiro.”

O presidente do British Council no Brasil, Martin Doile, ressaltou a importância da parceria no projeto. “Existe um ditado inglês que diz que cozinheiros demais estragam a sopa. Mas esse projeto prova o contrário. Houve muitos chefes com a mão na massa e que conseguiram alcançar um resultado fabuloso. Sem a participação do Science Museum Group, do Museu do Amanhã, do Sabores do Porto, da Embrapa, do Sebrae, esse angu não sairia.”

O projeto estreitou a relação do Museu da Amanhã com o Science Museum, e novas atividades sobre a temática desperdício de alimentos devem ser trabalhadas no futuro entre as duas instituições. Em 2017, foram realizadas diversas oficinas de intercâmbio entre as equipes, em Londres e no Rio de Janeiro, para troca de conhecimento e informações. Numa das atividades, a equipe de conteúdo do Science Museum visitou a Fazendinha Agroecológica da Embrapa, em Seropédica (RJ), permitindo diálogo entre entre pesquisadores da empresa brasileira e produtores de exposição britânicos.

Uma preocupação global

No mundo inteiro, desperdiça-se ou perde-se quase um terço dos alimentos produzidos. Toda essa perda, além de colocar em risco a segurança alimentar, tem um impacto bastante significativo sobre o meio ambiente, em decorrência da emissão de gases e consumo de água e outros recursos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), se fosse um país, o desperdício de alimentos seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos.

O desperdício de alimento vai além daquilo que se costuma entender como a parte aproveitável de um produto. Talos de plantas que normalmente não são utilizados na culinária ou cascas que frequentemente são jogadas no lixo poderiam, segundo especialistas da FAO, ser uma fonte rica em nutrientes e vitaminas – além de reduzir sensivelmente a quantidade de comida que se joga fora todos os dias.

O chefe-geral da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, ressaltou que os cálculos mostram que, para alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050, será necessário triplicar a produção mundial. Mas que, nesse cômputo, são levados em consideração os 30% de toda a produção que é desperdiçada. Daí a importância da pesquisa agropecuária e das ações contra o desperdício.

Polidoro lembrou da situação de insegurança alimentar que o Brasil enfrentava nos anos 1970, quando era um grande importador de alimentos e sua cesta básica custava dez vezes mais do que hoje. Com a ajuda fundamental da pesquisa agropecuária, porém, o País deixou de ser dependente da importação para não somente conseguir alimentar toda sua população, de 207 milhões de habitantes, mas também para fornecer alimento para mais um bilhão de pessoas ao redor do mundo. “Não é mais desafio para nós produzir grandes quantidades de alimentos. Isso nós já alcançamos. O desafio hoje é praticar agricultura com economia de recursos naturais, como solos e água, com maior produtividade.”

Martin Doile afirmou que não somente as instituições devem enfrentar o grave problema do desperdício, mas que todo cidadão deve se engajar. O que reforça a importância de oficinas de conscientização junto a comunidades, como as realizadas pelo projeto do Museu do Amanhã. “É uma questão educacional, científica e de moral; todos devemos nos envolver e nos tornar um embaixador dessa luta”.

O Museu do Amanhã, com o apoio do Science Museum de Londres, trabalhou ao longo de 2017 com o tema do desperdício de alimentos, num projeto financiado pelo Newton Fund, do British Council, que envolveu restaurantes e líderes comunitários da região portuária do Rio de Janeiro (RJ) em oficinas de conscientização e uso integral de alimentos. O trabalho teve seus resultados apresentados no último dia 27, em cerimônia no Observatório do Amanhã, e deixa como legado um conjunto importante de conteúdos e abordagens sócio-educacionais para a organização futura de uma exposição itinerante sobre alimentação e agricultura, além do livro Receitas do Amanhã, nas versões em português e inglês, e de um hotsite que será lançado em breve.

O projeto contou com a parceria da Embrapa, que organizou uma visita à Fazendinha Agroecológica para mostrar pesquisas em plantio orgânico e sistemas de produção sustentáveis, do Sebrae/RJ, que desenvolve o projeto Sebrae no Porto para dar suporte ao empreendedorismo local, e do Refettorio Gastromotiva, que lidera um trabalho de gastronomia social. Sete restaurantes da região portuária aderiram ao projeto e participaram ativamente das reuniões e oficinas, abrindo a oportunidade para que gerentes e cozinheiros pudessem aprender mais sobre o uso de técnicas sustentáveis no dia-a-dia, a fim de reduzir o desperdício de alimentos.

Cada um dos restaurantes desenvolveu uma receita especial durante as oficinas, incorporando-as ao menu da casa e disponibilizando-as ao público geral no livro Receitas do Amanhã, que está sendo distribuído gratuitamente na região portuária. Uma oficina prática na Fazenda Culinária, restaurante também parceiro do projeto, fechou o ciclo de oficinas com a troca de experiência entre os participantes. A partir dessa interação, os sete restaurantes criaram uma rede por meio de um grupo no WhatsApp, pelo qual enviam dicas úteis e organizam entre si a troca de alimentos que sobram nos estabelecimentos. Dessa maneira, o que seria descartado acaba virando prato em um outro restaurante, o que acaba facilitando também a reposição de ingredientes.

“A iniciativa vem ao encontro do compromisso do projeto Sebrae no Porto, de estar presente na transformação da região com estratégias e ações de capacitação para dar suporte aos empresários, para que possam aproveitar plenamente as oportunidades surgidas com a modernização da área, que tem como ícone o Museu do Amanhã”, afirmou o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez.

O sucesso do projeto foi comemorado pelo diretor presidente do Museu do Amanhã, Ricardo Piquet. Segundo ele, os resultados obtidos com as oficinas junto à comunidade e aos comerciantes da região portuária, cujo alcance será amplificado com ações de comunicação como a exposição itinerante, mostram que o Museu do Amanhã está conseguindo cumprir o seu papel. “Aqui é um espaço aberto, neutro, uma vitrine para quem tem ideias para uma vida melhor, para o amanhã que nós desejamos. Queremos deixar o legado de que esse espaço é da sociedade, é da comunidade do Rio de Janeiro.”

O presidente do British Council no Brasil, Martin Doile, ressaltou a importância da parceria no projeto. “Existe um ditado inglês que diz que cozinheiros demais estragam a sopa. Mas esse projeto prova o contrário. Houve muitos chefes com a mão na massa e que conseguiram alcançar um resultado fabuloso. Sem a participação do Science Museum Group, do Museu do Amanhã, do Sabores do Porto, da Embrapa, do Sebrae, esse angu não sairia.”

O projeto estreitou a relação do Museu da Amanhã com o Science Museum, e novas atividades sobre a temática desperdício de alimentos devem ser trabalhadas no futuro entre as duas instituições. Em 2017, foram realizadas diversas oficinas de intercâmbio entre as equipes, em Londres e no Rio de Janeiro, para troca de conhecimento e informações. Numa das atividades, a equipe de conteúdo do Science Museum visitou a Fazendinha Agroecológica da Embrapa, em Seropédica (RJ), permitindo diálogo entre entre pesquisadores da empresa brasileira e produtores de exposição britânicos.

Uma preocupação global

No mundo inteiro, desperdiça-se ou perde-se quase um terço dos alimentos produzidos. Toda essa perda, além de colocar em risco a segurança alimentar, tem um impacto bastante significativo sobre o meio ambiente, em decorrência da emissão de gases e consumo de água e outros recursos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), se fosse um país, o desperdício de alimentos seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos.

O desperdício de alimento vai além daquilo que se costuma entender como a parte aproveitável de um produto. Talos de plantas que normalmente não são utilizados na culinária ou cascas que frequentemente são jogadas no lixo poderiam, segundo especialistas da FAO, ser uma fonte rica em nutrientes e vitaminas – além de reduzir sensivelmente a quantidade de comida que se joga fora todos os dias.

O chefe-geral da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, ressaltou que os cálculos mostram que, para alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050, será necessário triplicar a produção mundial. Mas que, nesse cômputo, são levados em consideração os 30% de toda a produção que é desperdiçada. Daí a importância da pesquisa agropecuária e das ações contra o desperdício.

Polidoro lembrou da situação de insegurança alimentar que o Brasil enfrentava nos anos 1970, quando era um grande importador de alimentos e sua cesta básica custava dez vezes mais do que hoje. Com a ajuda fundamental da pesquisa agropecuária, porém, o País deixou de ser dependente da importação para não somente conseguir alimentar toda sua população, de 207 milhões de habitantes, mas também para fornecer alimento para mais um bilhão de pessoas ao redor do mundo. “Não é mais desafio para nós produzir grandes quantidades de alimentos. Isso nós já alcançamos. O desafio hoje é praticar agricultura com economia de recursos naturais, como solos e água, com maior produtividade.”

Martin Doile afirmou que não somente as instituições devem enfrentar o grave problema do desperdício, mas que todo cidadão deve se engajar. O que reforça a importância de oficinas de conscientização junto a comunidades, como as realizadas pelo projeto do Museu do Amanhã. “É uma questão educacional, científica e de moral; todos devemos nos envolver e nos tornar um embaixador dessa luta”.

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