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Batatas-doce ‘gigantes’ no Estado podem ser resultado de mudas e cultivares de qualidade

    Como podem crescer batatas-doce com tamanho apresentado pela mídia nesta semana? Esta deve ter sido uma, entre tantas outras perguntas, que o consumidor se fez. Vamos relembrar que um exemplar da raiz, de cerca de 8kg, foi cultivada em Erechim, e outra, no município de Fagundes Varela, alcançando 11kg.  A Embrapa Clima Temperado  (Pelotas,RS) atua na linha de pesquisas com batata-doce e explica as possibilidades de ocorrência deste fenômeno.

    A unidade de pesquisas, que possui um banco germoplasma com mais de 400 exemplares, e nos últimos quinze anos lançou cinco cultivares, tem estudos que auxiliam os agricultores com recomendações técnicas à cultura que tem conquistado uma valorização, especialmente, pelos agricultores familiares ao buscar a diversificação de culturas em suas propriedades, e pelos consumidores pela presença de compostos nutricionais presente no alimento.

    O pesquisador Luis Antonio Suíta de Castro, responsável pela condução de projetos com a cultura da batata-doce, conta que, tomando como exemplo essas ocorrências em municípios gaúchos, nos campos experimentais da Embrapa também foram encontradas exemplares com mais de 6kg. Segundo ele estes resultados, ocorridos nesta semana, podem ser explicados ao se considerar alguns elementos importantes envolvidos no processo de cultivo, considerando-se também a dedicação do produtor no manejo de sua lavoura.

    O pesquisador destacou a escolha das cultivares de batata-doce utilizadas na lavoura uma das principais razões pela apresentação dos exemplares muito grandes. “Tem cultivares que produzem raízes de tamanhos expressivos como as variedades da BRS Rubissol, BRS Cuia e BRS Gaita“, lembra Suita. Todas elas oriundas do programa de melhoramento genético da empresa de pesquisa.

    Outro item a considerar é o uso de plantas com ausência de doenças, principalmente, não apresentando viroses. “Os exemplares com doenças consomem muita energia da planta; quando estão sadias, podem expressar totalmente seu potencial genético, crescendo bem mais”, explica Suita.

    A condução agronômica adequada é outro fator importante. Então, a planta cultivada em solo, umidade, temperatura e nutrição recomendadas tecnicamente terá melhores condições de desenvolvimento.

    E por fim, ele destacou a possibilidade deste material, apresentado em Erechim e em Fagundes Varela, ter realizado um longo período de cultivo, ou seja, enquanto a cultura da batata-doce leva 140 dias para estar pronta para ser colhida e consumida, ela pode ter permanecido na terra de uma safra para outra. “É preciso, obviamente, conversar com o agricultor que poderia nos dizer as condições que ele cultivou o material, mas é possível supor como a safra 2017/18 apresentou problemas climáticos – não fazendo frio mais intenso, o que é ideal para a cultura – ele pode ter optado em deixar a lavoura por mais um ciclo, e ela, foi mantida na terra e acabou se desenvolvendo mais e mais”, comentou o pesquisador.

Sobre as cultivares

    A Embrapa possui no seu portfólio de cultivares opções de batata-doce com características de tamanho superior às variedades mais populares como a cultivar BRS Cuia, que apresenta plantas vigorosas, casca e polpa creme, mas em tonalidades diferentes. Muito produtiva, supera em muito as médias de produção nacional e a do Rio Grande do Sul. Em ensaios experimentais, produziu em média 40 t/ha, podendo chegar a 60 t/ha. É excelente para consumo doméstico, mas devido ao tamanho relativamente grande das batatas, mostra boa adequação ao processo industrial.

    Já a cultivar BRS Rubissol possui forma redondo-elíptica com boa uniformidade. Suas dimensões são de aproximadamente 10 cm por 18 cm. A casca é de cor púrpura intensa (vermelho-rubi) com leve aspereza ao tato. Já a polpa é de cor creme tendendo ao amarelo. Produz em média 40 toneladas por hectare. Possui excelentes características para consumo de mesa e também pode ser utilizada no processamento industrial. É muito doce e com textura farinhenta após cozida ou assada.
 

    A batata-doce BRS Gaita, recentemente lançada, é de pele cor creme, assim como, sua polpa. Pode desenvolver cinco batatas por planta. Devido ao tamanho de suas raízes, considerado grande, normalmente pode não se encaixar nos padrões de consumo exigidos pela dona de casa. Entretanto, esse problema pode ser resolvido, antecipando a colheita. Por apresentar uma ótima produção de biomassa para obtenção de álcool combustível, associada à rusticidade do plantio, também é indicada para a produção de biocombustíveis.

Sobre uso de mudas

    Um dos diferenciais para que as raízes cheguem ao um tamanho superior está na condição da qualidade da muda utilizada pelo agricultor, observou o pesquisador Suita. A Embrapa possui uma técnica única – a de enraizamento de folhas – para multiplicação de mudas, permitindo que uma planta origine até 200 novas mudas. A produção de mudas e seu fornecimento são exclusividade da instituição de pesquisa e também de empresas privadas da região. Conforme o pesquisador, a técnica é muito simples e fácil de ser realizada, de forma a contribuir para o resultado de lavouras com plantas sadias e produtos mais viçocos. “A indicação é que o agricultor adquira a muda matriz, oriunda da Embrapa e de empresa licenciada, e a partir da produção desta matriz, possa no ciclo seguinte da cultura, fazer sua própria multiplicação de mudas, assim, irá garantir a sanidade desejada nas plantas a serem utilizadas na lavoura”, destaca Suita.

    O vídeo Passo a Passo: multiplicação de mudas de batata-doce, com acesso gratuito em  https://bit.ly/2GE3pCH dá todas as dicas para quem se interessa em investir na cultura e utilizar uma prática que garanta qualidade a sua produção. O vídeo produzido pela Embrapa, atualmente conta 118 mil visualizações nas redes sociais.

    A procura por mudas sadias de cultivares recomendadas pela pesquisa é bastante expressiva. O laboratório de Imunologia da Embrapa, onde é avaliada a sanidade de cada muda para instalação de unidades demonstrativas em produtores,  possui uma quantificação de pedidos de mudas de batata-doce atingindo cerca de 5 mil mudas na safra 2016/17 e quase 8 mil mudas na safra 2017/18. “Inclusive, nesta safra, houve solicitações do município de Erechim, coincidentemente, onde ocorreu o desenvolvimento de uma raiz com mais de 8Kg. No município de Fagundes Varela uma batata-doce da cultivar BRS Rubissol com 11kg e 50cm de comprimento também foi colhida nessa safra pelo agricultor Alberto Serafin”, observou Suita.

Neste dois anos, mais de 20 municípios gaúchos se interessaram pela aquisição de mudas de batata-doce das cultivares disponibilizadas pela Embrapa Clima Temperado.

    Como podem crescer batatas-doce com tamanho apresentado pela mídia nesta semana? Esta deve ter sido uma, entre tantas outras perguntas, que o consumidor se fez. Vamos relembrar que um exemplar da raiz, de cerca de 8kg, foi cultivada em Erechim, e outra, no município de Fagundes Varela, alcançando 11kg.  A Embrapa Clima Temperado  (Pelotas,RS) atua na linha de pesquisas com batata-doce e explica as possibilidades de ocorrência deste fenômeno.

    A unidade de pesquisas, que possui um banco germoplasma com mais de 400 exemplares, e nos últimos quinze anos lançou cinco cultivares, tem estudos que auxiliam os agricultores com recomendações técnicas à cultura que tem conquistado uma valorização, especialmente, pelos agricultores familiares ao buscar a diversificação de culturas em suas propriedades, e pelos consumidores pela presença de compostos nutricionais presente no alimento.

    O pesquisador Luis Antonio Suíta de Castro, responsável pela condução de projetos com a cultura da batata-doce, conta que, tomando como exemplo essas ocorrências em municípios gaúchos, nos campos experimentais da Embrapa também foram encontradas exemplares com mais de 6kg. Segundo ele estes resultados, ocorridos nesta semana, podem ser explicados ao se considerar alguns elementos importantes envolvidos no processo de cultivo, considerando-se também a dedicação do produtor no manejo de sua lavoura.

    O pesquisador destacou a escolha das cultivares de batata-doce utilizadas na lavoura uma das principais razões pela apresentação dos exemplares muito grandes. “Tem cultivares que produzem raízes de tamanhos expressivos como as variedades da BRS Rubissol, BRS Cuia e BRS Gaita“, lembra Suita. Todas elas oriundas do programa de melhoramento genético da empresa de pesquisa.

    Outro item a considerar é o uso de plantas com ausência de doenças, principalmente, não apresentando viroses. “Os exemplares com doenças consomem muita energia da planta; quando estão sadias, podem expressar totalmente seu potencial genético, crescendo bem mais”, explica Suita.

    A condução agronômica adequada é outro fator importante. Então, a planta cultivada em solo, umidade, temperatura e nutrição recomendadas tecnicamente terá melhores condições de desenvolvimento.

    E por fim, ele destacou a possibilidade deste material, apresentado em Erechim e em Fagundes Varela, ter realizado um longo período de cultivo, ou seja, enquanto a cultura da batata-doce leva 140 dias para estar pronta para ser colhida e consumida, ela pode ter permanecido na terra de uma safra para outra. “É preciso, obviamente, conversar com o agricultor que poderia nos dizer as condições que ele cultivou o material, mas é possível supor como a safra 2017/18 apresentou problemas climáticos – não fazendo frio mais intenso, o que é ideal para a cultura – ele pode ter optado em deixar a lavoura por mais um ciclo, e ela, foi mantida na terra e acabou se desenvolvendo mais e mais”, comentou o pesquisador.

Sobre as cultivares

    A Embrapa possui no seu portfólio de cultivares opções de batata-doce com características de tamanho superior às variedades mais populares como a cultivar BRS Cuia, que apresenta plantas vigorosas, casca e polpa creme, mas em tonalidades diferentes. Muito produtiva, supera em muito as médias de produção nacional e a do Rio Grande do Sul. Em ensaios experimentais, produziu em média 40 t/ha, podendo chegar a 60 t/ha. É excelente para consumo doméstico, mas devido ao tamanho relativamente grande das batatas, mostra boa adequação ao processo industrial.

    Já a cultivar BRS Rubissol possui forma redondo-elíptica com boa uniformidade. Suas dimensões são de aproximadamente 10 cm por 18 cm. A casca é de cor púrpura intensa (vermelho-rubi) com leve aspereza ao tato. Já a polpa é de cor creme tendendo ao amarelo. Produz em média 40 toneladas por hectare. Possui excelentes características para consumo de mesa e também pode ser utilizada no processamento industrial. É muito doce e com textura farinhenta após cozida ou assada.
 

    A batata-doce BRS Gaita, recentemente lançada, é de pele cor creme, assim como, sua polpa. Pode desenvolver cinco batatas por planta. Devido ao tamanho de suas raízes, considerado grande, normalmente pode não se encaixar nos padrões de consumo exigidos pela dona de casa. Entretanto, esse problema pode ser resolvido, antecipando a colheita. Por apresentar uma ótima produção de biomassa para obtenção de álcool combustível, associada à rusticidade do plantio, também é indicada para a produção de biocombustíveis.

Sobre uso de mudas

    Um dos diferenciais para que as raízes cheguem ao um tamanho superior está na condição da qualidade da muda utilizada pelo agricultor, observou o pesquisador Suita. A Embrapa possui uma técnica única – a de enraizamento de folhas – para multiplicação de mudas, permitindo que uma planta origine até 200 novas mudas. A produção de mudas e seu fornecimento são exclusividade da instituição de pesquisa e também de empresas privadas da região. Conforme o pesquisador, a técnica é muito simples e fácil de ser realizada, de forma a contribuir para o resultado de lavouras com plantas sadias e produtos mais viçocos. “A indicação é que o agricultor adquira a muda matriz, oriunda da Embrapa e de empresa licenciada, e a partir da produção desta matriz, possa no ciclo seguinte da cultura, fazer sua própria multiplicação de mudas, assim, irá garantir a sanidade desejada nas plantas a serem utilizadas na lavoura”, destaca Suita.

    O vídeo Passo a Passo: multiplicação de mudas de batata-doce, com acesso gratuito em  https://bit.ly/2GE3pCH dá todas as dicas para quem se interessa em investir na cultura e utilizar uma prática que garanta qualidade a sua produção. O vídeo produzido pela Embrapa, atualmente conta 118 mil visualizações nas redes sociais.

    A procura por mudas sadias de cultivares recomendadas pela pesquisa é bastante expressiva. O laboratório de Imunologia da Embrapa, onde é avaliada a sanidade de cada muda para instalação de unidades demonstrativas em produtores,  possui uma quantificação de pedidos de mudas de batata-doce atingindo cerca de 5 mil mudas na safra 2016/17 e quase 8 mil mudas na safra 2017/18. “Inclusive, nesta safra, houve solicitações do município de Erechim, coincidentemente, onde ocorreu o desenvolvimento de uma raiz com mais de 8Kg. No município de Fagundes Varela uma batata-doce da cultivar BRS Rubissol com 11kg e 50cm de comprimento também foi colhida nessa safra pelo agricultor Alberto Serafin”, observou Suita.

Neste dois anos, mais de 20 municípios gaúchos se interessaram pela aquisição de mudas de batata-doce das cultivares disponibilizadas pela Embrapa Clima Temperado.

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