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Embrapa é uma das 20 empresas inovadoras mais admiradas do Brasil

A Embrapa está na lista das 20 empresas mais admiradas do Brasil quando o assunto é inovação. O resultado faz parte de consulta feita a gestores de 216 grandes empresas nacionais, ouvidos pelo Valor Econômico na pesquisa Valor Inovação Brasil.

Cada participante indicou cinco empresas que considerava mais inovadoras e elas podiam ser do seu setor ou de outro segmento. A única restrição é que não podiam votar nelas mesmas. A Embrapa, Nubank, Magazine Luiza, Porto Seguro e Google estão entre as empresas mais lembradas pelos representantes das empresas, com o detalhe que a Embrapa foi a única empresa pública citada.

Justamente por ser uma empresa pública, a Embrapa não integra a pesquisa Valor Inovação Brasil. Para fazer parte da pesquisa, o Valor utiliza como critérios ter no mínimo 5% de capital privado e receita líquida acima de R$ 500 milhões.

Veja abaixo a íntegra de matéria publicada hoje, dia 6 de junho, na revista Valor Setorial:

Líderes na Opinião do Mercado

Margarida O.Pfeifer

A Embraer assume o topo das mais lembradas. Cielo. Magazine Luiza e Nubank fazem sua estreia no ranking deste ano, que exibe maior equilíbrio entre os setores.

Pela primeira vez, desde 2015, ocorre uma mudança no primeiro lugar da lista das mais admiradas do anuário Valor Inovação Brasil: a Embraer, com 47% das citações, ganhou a posição da Natu-ra, que ficou em segundo, com 31%. Sete integrantes do ranking de 2017 permanecem, enquanto três – Petrobras, Netshoes e Banco Original – saíram, cedendo espaço para a estreia de Nubank, Cielo e Magazine Luiza.

Eduardo Fusaro, diretor da Strategy&, vê o ranking das mais admiradas deste ano mais equilibrado em termos de setores. “Antes, havia uma concentração maior de empresas de bens de consumo e bens de capital. Esses dois setores continuam bem representados, mas também aumentou a representatividade do setor financeiro, além da entrada de uma empresa de varejo”, observa. “Vejo isso como positivo. É um movimento bem-vindo, um reconhecimento do mercado de que a inovação pode ter muitas facetas, de que diversos tipos de empresas podem inovar”.

A formação do ranking envolve tanto aspectos objetivos das empresas, de reconhecimento dos seus feitos pelos players do mercado, quanto subjetivos, como, por exemplo, o quanto essas companhias aparecem na mídia e seus nomes fixam na cabeça das pessoas. “A exposição conta bastante no top of mind”, afirma Fusaro. No caso da Embraer, por ter tido mais visibilidade na mídia pela oferta de compra da Boeing, além da boa colocação nos anos anteriores, o que faz as pessoas lembrarem dela. A exposição também favorece os bancos. “É uma indústria em constante evolução, e os mais novos, como o Nubank, trazem um ar de novidade, que vem junto com a inovação”, diz.

A lista das mais admiradas é formada em votação livre por todas as companhias participantes da pesquisa, que nesta edição ouviu 216 empresas. Porém, diferentemente dos requisitos impostos para a escolha das 150 empresas mais inovadoras do país que compõem o ranking geral, as mais lembradas não precisam ter no mínimo 5% de capital privado e receita líquida acima de R$ 500 milhões.

Cada participante indica cinco empresas que considera mais inovadoras e elas podem ser do seu setor ou de outro segmento. A única restrição é que não podem votar nelas mesmas. Na votação, podem surgir, inclusive, nomes de companhias que não constam da lista final das 150 mais inovadoras do Brasil, que compõem o ranking geral. Nesta edição, por exemplo, entre as 20 mais admiradas aparecem Nubank, Magazine Luiza, Porto Seguro, Embrapa e Google, que não integram a pesquisa Valor Inovação Brasil.

Mesmo tendo uma votação livre, não surpreende o fato de que sete das dez primeiras colocadas no top of mind ocupem a primeira (Embraer, 3M, Whirlpool e Cielo) e a segunda (Natura, Itaú Unibanco e WEG) posição em seus respectivos setores como a empresa mais inovadora.

Os investimentos em P&D, segundo a pesquisa, estão associados ao nível de desenvolvimento em inovação e é mais alto entre as empresas top 20. Nesse grupo, 40% delas investem em inovação mais de 5% da receita líquida, acima da média mundial de 4,5%. Outros 10% injetam entre 4% e 5%, o que os coloca praticamente dentro da média mundial.

Quatro das dez mais admiradas – Whirlpool, Natura, Embraer e WEG – também aparecem entre as oito companhias que mais publicaram patentes em 2017. Por outro lado, a Petrobras, primeira colocada em publicação de patentes, ficou fora do top of mind este ano. “Isso acontece porque o ranking das mais admiradas envolve percepções, enquanto o ranking geral das 150 traz uma avaliação mais objetiva das empresas”, explica Fusaro. Ele acredita que o ranking geral possa ajudar a formar as percepções do ranking das mais admiradas. “Num horizonte de tempo maior, é possível que a lista das mais lembradas espelhe o ranking geral. Isso seria bom, porque muitas vezes as percepções estão distantes da realidade”.

Na avaliação do professor titular do Departamento de Sociologia da USP e coordenador do Observatório da Inovação, Glauco Arbix, as mais admiradas são as empresas mais dinâmicas. “Ninguém duvida da alta qualidade dos aviões da Embraer, nem dos produtos da Natura e de O Boticário, com padrão semelhante aos de Lancôme e L’Oréal, assim como a WEG, que possui uma engenharia muito forte. E poderíamos incluir outras empresas nesse rol, como a Marcopolo, por exemplo”, realça Arbix. “Mesmo assim, o Brasil não consegue imprimir um dinamismo como o das economias mais inovadoras. Temos um bloco mais dinâmico de 2 mil empresas e 30% delas possuem de 30 a 40 funcionários que inovam de alguma forma”, afirma.

Segundo Arbix, o Brasil tem um ambiente hostil à inovação. “Além das dificuldades em logística, sistema tributário e burocracia, temos o investimento público e um sistema bancário que raramente trabalham com inovação, com exceção do BNDES. Ao contrário do que ocorre em países como EUA e França. Aqui, o sistema financeiro passa ao largo disso”, avalia Arbix. “A crise econômica, além de reduzir a capacidade do governo de investir, tirou a confiança das empresas, que também retraíram”.]

Diagnóstico semelhante é feito pela diretora de inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio. Ela lembra que a inovação é o caminho mais curto para o desenvolvimento do país e precisa de recursos e de uma política nacional de fomento à atividade da inovação, como ocorre em outros países. “No ano passado, os Estados Unidos investiram US$ 532 bilhões em inovação, a China vai investir este ano US$ 279 bilhões, o Japão US$ 206 bilhões e a Alemanha US$ 105 bilhões.

Para Sagazio, as empresas que aparecem no ranking das mais admiradas têm grandes investimentos em pesquisa e têm a inovação como estratégia corporativa. Mas destaca que o cenário de baixo crescimento e produtividade muito distante dos países desenvolvidos tem impacto na inovação e na competitividade do Brasil. “O fomento de ciência, tecnologia e inovação vem sofrendo muito nos últimos anos. Verificamos cortes nos orçamentos. Em função da crise, ocorreram contin-genciamentos que tiveram impacto na inovação”.

De fato, o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) havia encolhido 44% até o ano passado. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) tem apresentado um contin-genciamento grande, segundo Ronaldo Camargo, diretor financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), braço executivo do FNDCT.

Repetindo o que diz o presidente da entidade, Marcos Cintra, Camargo lembra que a instituição abriga dentro de si duas Fineps: a Finep ‘banco’, que enfrenta uma demanda retraída, e a que representa o braço executivo do FNDCT. Hoje, a Finep tem uma carteira total de R$ 20 bilhões emprestados, incluindo os contratos com reembolso e os sem reembolso, estes últimos do FNDCT. “Em 2017, os ativos de crédito eram de R$ 12,5 bilhões, o patrimônio líquido de R$ 2 bilhões e a receita bruta de R$2,1 bilhões. A meta para 2018 para contratação é de R$ 3,5 bilhões e para liberação, de R$ 3,85 bilhões”, diz.
Camargo adianta que a Finep está na etapa final de negociação de um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para liberação ainda este ano de US$ 600 milhões de uma linha de crédito total de US$ 1,6 bilhão, destinados a projetos de desenvolvimento industrial e inovação em empresas brasileiras.

Veja também:

https://www.embrapa.br/grandes-contribuicoes-para-a-agricultura-brasileira

https://www.embrapa.br/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods

https://www.embrapa.br/45-anos

https://www.embrapa.br/temas

https://www.embrapa.br/xxi-ciencia-para-a-vida/edicao-atual?chamada

https://www.embrapa.br/agencia-de-noticias-embrapa

A Embrapa está na lista das 20 empresas mais admiradas do Brasil quando o assunto é inovação. O resultado faz parte de consulta feita a gestores de 216 grandes empresas nacionais, ouvidos pelo Valor Econômico na pesquisa Valor Inovação Brasil.

Cada participante indicou cinco empresas que considerava mais inovadoras e elas podiam ser do seu setor ou de outro segmento. A única restrição é que não podiam votar nelas mesmas. A Embrapa, Nubank, Magazine Luiza, Porto Seguro e Google estão entre as empresas mais lembradas pelos representantes das empresas, com o detalhe que a Embrapa foi a única empresa pública citada.

Justamente por ser uma empresa pública, a Embrapa não integra a pesquisa Valor Inovação Brasil. Para fazer parte da pesquisa, o Valor utiliza como critérios ter no mínimo 5% de capital privado e receita líquida acima de R$ 500 milhões.

Veja abaixo a íntegra de matéria publicada hoje, dia 6 de junho, na revista Valor Setorial:

Líderes na Opinião do Mercado

Margarida O.Pfeifer

A Embraer assume o topo das mais lembradas. Cielo. Magazine Luiza e Nubank fazem sua estreia no ranking deste ano, que exibe maior equilíbrio entre os setores.

Pela primeira vez, desde 2015, ocorre uma mudança no primeiro lugar da lista das mais admiradas do anuário Valor Inovação Brasil: a Embraer, com 47% das citações, ganhou a posição da Natu-ra, que ficou em segundo, com 31%. Sete integrantes do ranking de 2017 permanecem, enquanto três – Petrobras, Netshoes e Banco Original – saíram, cedendo espaço para a estreia de Nubank, Cielo e Magazine Luiza.

Eduardo Fusaro, diretor da Strategy&, vê o ranking das mais admiradas deste ano mais equilibrado em termos de setores. “Antes, havia uma concentração maior de empresas de bens de consumo e bens de capital. Esses dois setores continuam bem representados, mas também aumentou a representatividade do setor financeiro, além da entrada de uma empresa de varejo”, observa. “Vejo isso como positivo. É um movimento bem-vindo, um reconhecimento do mercado de que a inovação pode ter muitas facetas, de que diversos tipos de empresas podem inovar”.

A formação do ranking envolve tanto aspectos objetivos das empresas, de reconhecimento dos seus feitos pelos players do mercado, quanto subjetivos, como, por exemplo, o quanto essas companhias aparecem na mídia e seus nomes fixam na cabeça das pessoas. “A exposição conta bastante no top of mind”, afirma Fusaro. No caso da Embraer, por ter tido mais visibilidade na mídia pela oferta de compra da Boeing, além da boa colocação nos anos anteriores, o que faz as pessoas lembrarem dela. A exposição também favorece os bancos. “É uma indústria em constante evolução, e os mais novos, como o Nubank, trazem um ar de novidade, que vem junto com a inovação”, diz.

A lista das mais admiradas é formada em votação livre por todas as companhias participantes da pesquisa, que nesta edição ouviu 216 empresas. Porém, diferentemente dos requisitos impostos para a escolha das 150 empresas mais inovadoras do país que compõem o ranking geral, as mais lembradas não precisam ter no mínimo 5% de capital privado e receita líquida acima de R$ 500 milhões.

Cada participante indica cinco empresas que considera mais inovadoras e elas podem ser do seu setor ou de outro segmento. A única restrição é que não podem votar nelas mesmas. Na votação, podem surgir, inclusive, nomes de companhias que não constam da lista final das 150 mais inovadoras do Brasil, que compõem o ranking geral. Nesta edição, por exemplo, entre as 20 mais admiradas aparecem Nubank, Magazine Luiza, Porto Seguro, Embrapa e Google, que não integram a pesquisa Valor Inovação Brasil.

Mesmo tendo uma votação livre, não surpreende o fato de que sete das dez primeiras colocadas no top of mind ocupem a primeira (Embraer, 3M, Whirlpool e Cielo) e a segunda (Natura, Itaú Unibanco e WEG) posição em seus respectivos setores como a empresa mais inovadora.

Os investimentos em P&D, segundo a pesquisa, estão associados ao nível de desenvolvimento em inovação e é mais alto entre as empresas top 20. Nesse grupo, 40% delas investem em inovação mais de 5% da receita líquida, acima da média mundial de 4,5%. Outros 10% injetam entre 4% e 5%, o que os coloca praticamente dentro da média mundial.

Quatro das dez mais admiradas – Whirlpool, Natura, Embraer e WEG – também aparecem entre as oito companhias que mais publicaram patentes em 2017. Por outro lado, a Petrobras, primeira colocada em publicação de patentes, ficou fora do top of mind este ano. “Isso acontece porque o ranking das mais admiradas envolve percepções, enquanto o ranking geral das 150 traz uma avaliação mais objetiva das empresas”, explica Fusaro. Ele acredita que o ranking geral possa ajudar a formar as percepções do ranking das mais admiradas. “Num horizonte de tempo maior, é possível que a lista das mais lembradas espelhe o ranking geral. Isso seria bom, porque muitas vezes as percepções estão distantes da realidade”.

Na avaliação do professor titular do Departamento de Sociologia da USP e coordenador do Observatório da Inovação, Glauco Arbix, as mais admiradas são as empresas mais dinâmicas. “Ninguém duvida da alta qualidade dos aviões da Embraer, nem dos produtos da Natura e de O Boticário, com padrão semelhante aos de Lancôme e L’Oréal, assim como a WEG, que possui uma engenharia muito forte. E poderíamos incluir outras empresas nesse rol, como a Marcopolo, por exemplo”, realça Arbix. “Mesmo assim, o Brasil não consegue imprimir um dinamismo como o das economias mais inovadoras. Temos um bloco mais dinâmico de 2 mil empresas e 30% delas possuem de 30 a 40 funcionários que inovam de alguma forma”, afirma.

Segundo Arbix, o Brasil tem um ambiente hostil à inovação. “Além das dificuldades em logística, sistema tributário e burocracia, temos o investimento público e um sistema bancário que raramente trabalham com inovação, com exceção do BNDES. Ao contrário do que ocorre em países como EUA e França. Aqui, o sistema financeiro passa ao largo disso”, avalia Arbix. “A crise econômica, além de reduzir a capacidade do governo de investir, tirou a confiança das empresas, que também retraíram”.]

Diagnóstico semelhante é feito pela diretora de inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio. Ela lembra que a inovação é o caminho mais curto para o desenvolvimento do país e precisa de recursos e de uma política nacional de fomento à atividade da inovação, como ocorre em outros países. “No ano passado, os Estados Unidos investiram US$ 532 bilhões em inovação, a China vai investir este ano US$ 279 bilhões, o Japão US$ 206 bilhões e a Alemanha US$ 105 bilhões.

Para Sagazio, as empresas que aparecem no ranking das mais admiradas têm grandes investimentos em pesquisa e têm a inovação como estratégia corporativa. Mas destaca que o cenário de baixo crescimento e produtividade muito distante dos países desenvolvidos tem impacto na inovação e na competitividade do Brasil. “O fomento de ciência, tecnologia e inovação vem sofrendo muito nos últimos anos. Verificamos cortes nos orçamentos. Em função da crise, ocorreram contin-genciamentos que tiveram impacto na inovação”.

De fato, o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) havia encolhido 44% até o ano passado. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) tem apresentado um contin-genciamento grande, segundo Ronaldo Camargo, diretor financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), braço executivo do FNDCT.

Repetindo o que diz o presidente da entidade, Marcos Cintra, Camargo lembra que a instituição abriga dentro de si duas Fineps: a Finep ‘banco’, que enfrenta uma demanda retraída, e a que representa o braço executivo do FNDCT. Hoje, a Finep tem uma carteira total de R$ 20 bilhões emprestados, incluindo os contratos com reembolso e os sem reembolso, estes últimos do FNDCT. “Em 2017, os ativos de crédito eram de R$ 12,5 bilhões, o patrimônio líquido de R$ 2 bilhões e a receita bruta de R$2,1 bilhões. A meta para 2018 para contratação é de R$ 3,5 bilhões e para liberação, de R$ 3,85 bilhões”, diz.
Camargo adianta que a Finep está na etapa final de negociação de um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para liberação ainda este ano de US$ 600 milhões de uma linha de crédito total de US$ 1,6 bilhão, destinados a projetos de desenvolvimento industrial e inovação em empresas brasileiras.

Veja também:

https://www.embrapa.br/grandes-contribuicoes-para-a-agricultura-brasileira

https://www.embrapa.br/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods

https://www.embrapa.br/45-anos

https://www.embrapa.br/temas

https://www.embrapa.br/xxi-ciencia-para-a-vida/edicao-atual?chamada

https://www.embrapa.br/agencia-de-noticias-embrapa

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