Pesquisadores, gestores e técnicos da Embrapa, do Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (Idaf) e da Superintendência Federal de Agricultura (SFA) se reuniram com o coordenador-geral de Proteção de Plantas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Paulo Parizzi, na quinta-feira (12), para debater estratégias para prevenir a entrada a monilíase do cacaueiro no País. O encontro com o gestor do órgão federal discutiu o alinhamento das ações preventivas e da atuação das instituições na execução de um projeto financiado com recursos do Mapa e coordenado pela Embrapa, com foco no fortalecimento das ações de contenção da doença já detectada na fronteira com Peru e Bolívia.
Em função da proximidade do Acre com áreas de ocorrência da doença, o Mapa tem buscado intensificar as medidas de prevenção no estado. Por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED) o órgão viabilizará recursos financeiros no valor de 300 mil reais para implementação de ações para minimizar a vulnerabilidade na fronteira.
Parizzi explica que cada instituição tem um papel bem definido no âmbito do plano de contingência da monilíase, entretanto, o sucesso desse mecanismo de defesa fitossanitária também depende da articulação entre as distintas esferas governamentais. “Essa parceria com a Embrapa visa apoiar a execução de ações de monitoramento e a adoção de barreiras de contenção da doença em regiões fronteiriças, uma das atribuições do Mapa, assumida por meio da Superintendência Federal de Agricultura. A meta é fortalecer as atividades preventivas para evitar a chegada da doença ao Acre e a sua disseminação para outras localidades do país”, afirma.
Embora não existam cultivos comerciais de cacau no estado, a proliferação de plantios de “fundo de quintal” e a diversidade de variedades nativas da fruta na floresta, além da cultura do cupuaçu, tradicional no Acre e em outros estados amazônicos, potencializam os riscos de entrada do problema no país. “A atuação integrada vai ampliar o trabalho do Mapa no Acre e contribuir para maior efetividade da defesa vegetal na fronteira, ao mesmo tempo em que auxilia a fiscalização intermunicipal, de responsabilidade do estado. Em termos institucionais, a parceria também valoriza e fortalece o trabalho da empresa na área de Fitopatologia”, destaca o chefe-geral da Embrapa, Eufran Amaral.
Frentes de trabalho
Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, a monilíase é a principal doença do cacaueiro e cupuaçuzeiro. Considerada uma praga quarentenária ausente do Brasil, ataca principalmente a parte comercial das plantas (frutos). Junto com fiscais da defesa fitossanitária (federal e estadual), os pesquisadores vão atuar em três frentes: monitoramento da doença na fronteira, diagnóstico laboratorial do problema e educação sanitária.
Segundo o pesquisador Amauri Siviero, coordenador das atividades, serão monitorados plantios em quintais urbanos e em propriedades rurais, com inspeções regulares para identificar materiais suspeitos da doença. “Já selecionamos algumas áreas e estamos adquirindo armadilhas e outros materiais necessários para instalação das unidades de monitoramento”, explica.
As campanhas de educação sanitária para sensibilizar a população sobre as formas de disseminação da doença e orientar sobre como reconhecer seus sintomas e o que fazer com materiais suspeitos, incluem, entre outras ações, a divulgação de informações na mídia e capacitação para produtores rurais, filhos de agricultores, estudantes e extensionistas que moram ou atuam em região de fronteira e no projeto Reca, comunidade produtora de cupuaçu localizada entre o Acre e Rondônia. O primeiro curso acontecerá no mês de junho, com a participação de técnicos da extensão rural dos municípios de Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia e Assis Brasil.
Para a gerente do Departamento de Defesa Vegetal do Idaf, Joelma Paes, o apoio de instituições de pesquisa, principalmente na parte laboratorial, proporciona conhecimentos necessários para consolidar o trabalho dos órgãos de defesa e controle de doenças e pragas no estado. Do mesmo modo, o aporte financeiro do governo federal é importante para viabilizar ações previstas e ainda não realizadas e a continuidade de atividades já em andamento. “O esforço coletivo em prol de objetivos comuns possibilita respostas mais rápidas para o segmento agropecuário”, diz.
Visita à Embrapa
Na tarde de quarta-feira (11), Parizzi foi recebido por pesquisadores da área de Fitopatologia, na sede da Embrapa. A visita à Unidade permitiu conhecer a estrutura laboratorial onde serão realizados os processos de triagem e análise microscópica de materiais suspeitos da monilíase, previstos no plano de trabalho do projeto, e proporcionou subsídios para as discussões durante a reunião.
Os procedimentos para diagnóstico da monilíase contarão com a parceria do Mapa. Uma vez identificada a presença do fungo, esse patógeno será isolado, com base em normas de segurança, e enviado ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Goiânia (GO), para as análises moleculares necessárias à confirmação oficial da doença”, diz Siviero.
Os Lanagros são órgãos oficiais do Mapa, presentes nas diversas regiões, especializados em química analítica e credenciados para realizar, entre outras atividades, a emissão de laudos oficiais de diagnose de pragas e doenças de plantas no País. A partir dessa confirmação oficial, os órgãos de defesa vegetal podem adotar medidas de erradicação e contenção do problema diagnosticado.
Pesquisadores, gestores e técnicos da Embrapa, do Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (Idaf) e da Superintendência Federal de Agricultura (SFA) se reuniram com o coordenador-geral de Proteção de Plantas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Paulo Parizzi, na quinta-feira (12), para debater estratégias para prevenir a entrada a monilíase do cacaueiro no País. O encontro com o gestor do órgão federal discutiu o alinhamento das ações preventivas e da atuação das instituições na execução de um projeto financiado com recursos do Mapa e coordenado pela Embrapa, com foco no fortalecimento das ações de contenção da doença já detectada na fronteira com Peru e Bolívia.
Em função da proximidade do Acre com áreas de ocorrência da doença, o Mapa tem buscado intensificar as medidas de prevenção no estado. Por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED) o órgão viabilizará recursos financeiros no valor de 300 mil reais para implementação de ações para minimizar a vulnerabilidade na fronteira.
Parizzi explica que cada instituição tem um papel bem definido no âmbito do plano de contingência da monilíase, entretanto, o sucesso desse mecanismo de defesa fitossanitária também depende da articulação entre as distintas esferas governamentais. “Essa parceria com a Embrapa visa apoiar a execução de ações de monitoramento e a adoção de barreiras de contenção da doença em regiões fronteiriças, uma das atribuições do Mapa, assumida por meio da Superintendência Federal de Agricultura. A meta é fortalecer as atividades preventivas para evitar a chegada da doença ao Acre e a sua disseminação para outras localidades do país”, afirma.
Embora não existam cultivos comerciais de cacau no estado, a proliferação de plantios de “fundo de quintal” e a diversidade de variedades nativas da fruta na floresta, além da cultura do cupuaçu, tradicional no Acre e em outros estados amazônicos, potencializam os riscos de entrada do problema no país. “A atuação integrada vai ampliar o trabalho do Mapa no Acre e contribuir para maior efetividade da defesa vegetal na fronteira, ao mesmo tempo em que auxilia a fiscalização intermunicipal, de responsabilidade do estado. Em termos institucionais, a parceria também valoriza e fortalece o trabalho da empresa na área de Fitopatologia”, destaca o chefe-geral da Embrapa, Eufran Amaral.
Frentes de trabalho
Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, a monilíase é a principal doença do cacaueiro e cupuaçuzeiro. Considerada uma praga quarentenária ausente do Brasil, ataca principalmente a parte comercial das plantas (frutos). Junto com fiscais da defesa fitossanitária (federal e estadual), os pesquisadores vão atuar em três frentes: monitoramento da doença na fronteira, diagnóstico laboratorial do problema e educação sanitária.
Segundo o pesquisador Amauri Siviero, coordenador das atividades, serão monitorados plantios em quintais urbanos e em propriedades rurais, com inspeções regulares para identificar materiais suspeitos da doença. “Já selecionamos algumas áreas e estamos adquirindo armadilhas e outros materiais necessários para instalação das unidades de monitoramento”, explica.
As campanhas de educação sanitária para sensibilizar a população sobre as formas de disseminação da doença e orientar sobre como reconhecer seus sintomas e o que fazer com materiais suspeitos, incluem, entre outras ações, a divulgação de informações na mídia e capacitação para produtores rurais, filhos de agricultores, estudantes e extensionistas que moram ou atuam em região de fronteira e no projeto Reca, comunidade produtora de cupuaçu localizada entre o Acre e Rondônia. O primeiro curso acontecerá no mês de junho, com a participação de técnicos da extensão rural dos municípios de Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia e Assis Brasil.
Para a gerente do Departamento de Defesa Vegetal do Idaf, Joelma Paes, o apoio de instituições de pesquisa, principalmente na parte laboratorial, proporciona conhecimentos necessários para consolidar o trabalho dos órgãos de defesa e controle de doenças e pragas no estado. Do mesmo modo, o aporte financeiro do governo federal é importante para viabilizar ações previstas e ainda não realizadas e a continuidade de atividades já em andamento. “O esforço coletivo em prol de objetivos comuns possibilita respostas mais rápidas para o segmento agropecuário”, diz.
Visita à Embrapa
Na tarde de quarta-feira (11), Parizzi foi recebido por pesquisadores da área de Fitopatologia, na sede da Embrapa. A visita à Unidade permitiu conhecer a estrutura laboratorial onde serão realizados os processos de triagem e análise microscópica de materiais suspeitos da monilíase, previstos no plano de trabalho do projeto, e proporcionou subsídios para as discussões durante a reunião.
Os procedimentos para diagnóstico da monilíase contarão com a parceria do Mapa. Uma vez identificada a presença do fungo, esse patógeno será isolado, com base em normas de segurança, e enviado ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Goiânia (GO), para as análises moleculares necessárias à confirmação oficial da doença”, diz Siviero.
Os Lanagros são órgãos oficiais do Mapa, presentes nas diversas regiões, especializados em química analítica e credenciados para realizar, entre outras atividades, a emissão de laudos oficiais de diagnose de pragas e doenças de plantas no País. A partir dessa confirmação oficial, os órgãos de defesa vegetal podem adotar medidas de erradicação e contenção do problema diagnosticado.