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Pesquisador da Embrapa recebe Prêmio Planet Earth 2025

Walfrido Tomas no Laboratório de Vertebrados

O pesquisador da Embrapa, Walfrido Moraes Tomas, recebeu o Prêmio Planet Earth 2025, concedida pela Aliança Mundial de Cientistas (Alliance of World Scientists – AWS). O Prêmio Planeta Terra reconhece indivíduos que defendem a vida na Terra, premiando aqueles que demonstram criatividade ou contribuições excepcionais em seu trabalho em ciência ou em advocacia baseada em ciência com o público, formuladores de políticas ou outros grupos que buscam soluções para desafios ambientais. A AWS, que reúne mais de 26 mil cientistas membros de 180 países, fornece a voz coletiva internacional de cientistas sobre a crise climática global e as tendências ambientais, com o objetivo de transformar o conhecimento científico em ação.

Atuação na conservação do Pantanal

Foto: Rosilene Gutierrez

Walfrido Tomas é médico veterinário, graduado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em 1983. Concluiu uma especialização em Biologia de Ambientes Inundáveis pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em 1986 e, em 1990, passou a integrar o quadro de pesquisadores da Embrapa Pantanal, na área de manejo e conservação de fauna.

Em 1996, obteve o título de mestre em Ciências de Vida Selvagem pela Universidade do Estado do Oregon, nos Estados Unidos, e, em 2017, concluiu o doutorado em Ecologia e Conservação pela UFMS.

Com mais de 30 anos de experiência, Tomas desenvolve pesquisas em ecologia, com ênfase em manejo e conservação de vida selvagem, gestão da biodiversidade, ecologia da paisagem e políticas públicas. Seu trabalho se concentra no Pantanal, abrangendo temas como conservação da fauna, incluindo o cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus), aves nativas e a análise da abundância dessas espécies. Seus principais projetos de pesquisa se concentraram em práticas sustentáveis ​​de pecuária e combate à caça ilegal de jacarés de pântano no Brasil. Além disso, desenvolve estudos sobre gestão da paisagem, corredores ecológicos, indicadores de sustentabilidade, modelagem e monitoramento de populações, bem como a avaliação dos impactos do desmatamento sobre a biodiversidade. Publicou mais de 250 trabalhos científicos, incluindo artigos, capítulos e livros. A sua atuação vai além da produção acadêmica, contribuindo diretamente para a formulação da legislação ambiental brasileira em âmbito federal e estadual. Também orienta dissertações de mestrado e teses de doutorado, com foco em pesquisas voltadas ao Pantanal.

Tem sido um dos responsáveis pelo desenvolvimento do sistema Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS), uma ferramenta baseada em software que avalia a sustentabilidade da pecuária na região pantaneira, considerando aspectos ambientais, sociais e econômicos. Entre 1990 e 1993, coordenou o Programa de Pesquisa do Pantanal. Integrou o comitê gestor do portfólio de Serviços Ambientais da Embrapa entre 2019 e 2021 e participou do Programa Biota-MS, do governo estadual. Também foi membro do Comitê Gestor do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, entre 2015 e 2020.

No cenário internacional, Tomás representa o Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde defende indicadores de biodiversidade para paisagens agrícolas, com o objetivo de integrar sustentabilidade ambiental e práticas agrícolas em escala internacional.

Walfrido Moraes Tomas compartilha o Prêmio Planet Earth 2025 com os cientistas internacionais Katherine Richardson (Dinamarca), Mike Berners-Lee (Reino Unido), Flora Vincent (Alemanha) e Michael E. Mann (Estados Unidos). Todos foram indicados por seus pares em reconhecimento às suas contribuições científicas.

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