A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, participou da delegação brasileira na 59ª reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), no dia 6, na cidade de Punta del Leste, no Uruguai. Liderada pelo ministro Carlos Fávaro, a comitiva esteve com ministros e secretários de Agricultura da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. O CAS é o fórum ministerial de consulta e coordenação de ações regionais, cujo objetivo é definir as prioridades da agenda agrícola e tomar posições sobre questões de interesse regional para articular o desenvolvimento das ações pactuadas. Silvia Massruhá também representou o Procisur, como presidente da entidade. Em sua fala, destacou a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) como a oportunidade para a Embrapa, o Brasil e toda a região. O evento está previsto para ocorrer entre 10 e 21 de novembro deste ano, em Belém (PA). A pesquisadora destacou a criação do AgriBr, localizado na Embrapa Amazônia Oriental, disponível para entidades agropecuárias. Será um local para realização de experiências imersivas, vitrines tecnológicas, diálogos e networking, além de espaço para parceiros e patrocinadores. Sobre o evento sediado no Brasil, o ministro disse que o objetivo será garantir que o tema da agropecuária esteja integrado à agenda da COP, e não como um espaço paralelo. “Vamos demonstrar nossos posicionamentos para o mundo e não apenas para a comunidade europeia em relação ao meio ambiente”, disse. A abertura da reunião do CAS foi feita pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina e presidente pro tempore da entidade, Sergio Iraeta, que participou por videoconferência, juntamente com os ministros da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, e da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Carlos Díaz. Além de Carlos Fávaro, estavam presentes os ministros de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, e de Desenvolvimento Rural e Terrestre da Bolívia, Juan Flores Lazo. O primeiro bloco foi marcado pelo debate sobre a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, além da reunião com o Conselho da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), onde foi apresentado o pleito de reconhecimento internacional do Brasil como livre de aftosa sem vacinação. Durante o segundo bloco, foram discutidas as estratégias para mitigar os impactos de iniciativas ambientais nas relações comerciais e o acordo provisório da União Europeia sobre o regulamento antidesmatamento. Também houve a apresentação dos avanços do Grupo de Trabalho em Gestão de Riscos e Seguro Agropecuário, no qual o Brasil é representado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa. CAS O Conselho Agropecuário do Sul foi criado em 2003, por meio de um convênio constitutivo assinado em Brasília. É um fórum ministerial composto pelos ministros de Agricultura de seis países da América do Sul e tem como objetivo a coordenação de ações e a definição das prioridades da agenda agropecuária regional. O CAS busca tomar posições comuns sobre questões de interesse agropecuário e trabalhar em conjunto para implementar políticas e ações acordadas entre os países-membros. Recursos da inteligência artificial são futuro do agro, defende Silvia Os desafios e oportunidades no cenário do agro 5.0, em que a principal demanda será a incorporação dos recursos da inteligência artificial e outras tecnologias de ponta foram os principais temas abordados pela presidente Silvia Massruhá durante a Agro en Punta Expo & Business, uma das maiores feiras do setor no Uruguai, realizada no centro de convenções de Punta del Leste. Representando a pesquisa agropecuária brasileira, ela falou no dia 7 para representantes do setor, investidores, gestores governamentais e tomadores de decisão. O evento é uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo uruguaio. Além da presidente, participou do evento o chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti. “As mudanças climáticas, o crescimento das populações e a preservação da sanidade do solo, o controle de pragas e doenças da produção, entre outros cenários em transformação, requerem o desenvolvimento de estratégias eficientes que garantam sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e aumento de produtividade”, destacou. Para o futuro, Silvia reforçou a importância de novas perspectivas para o setor, e citou como exemplos modelos de agricultura climaticamente inteligente, voltados à mitigação das emissões de gases de efeito estufa, e de base regenerativa, que contribuam com a preservação dos recursos naturais, fortalecendo a resiliência dos ecossistemas. “As agriculturas de baixo carbono e de base biológica estão entre as prioridades para que haja produtividade sustentável”, disse. A presidente falou sobre possibilidades e o potencial da inteligência artificial no agro, a partir da redefinição do conceito de produção, com o uso de tecnologias capazes de revolucionar a trajetória no campo. “Do início da agropecuária, reduzida ao trabalho intensivo e à baixa produtividade, estamos caminhando em direção a soluções holísticas e integradas, baseadas na natureza, em sistemas agroflorestais, práticas regenerativas, na engenharia genética, no hidrogênio verde e na bioeconomia”, afirmou, referindo-se à revolução que deve suceder a IA: robótica, biologia sintética e agricultura vertical. O cenário relacionado ao uso de tecnologias disruptivas também foi abordado por ela, com destaque para a edição gênica, a fenotipagem digital, a computação quântica e a inteligência artificial – que possibilita análise de dados para otimizar a produção, a detecção de enfermidades e pragas e o prognóstico de condições climáticas. “Na prática, muita coisa já está sendo feita com a utilização desses recursos tecnológicos”, disse. Localização e rastreamento de estruturas de interesse agronômico, mapeamento para análises de campo e navegação, identificação de plantas doentes a partir da simulação de processos cerebrais – tecnologia BrainTech -, foram exemplos citados. “Contamos ainda com o potencial de dados de teledetecção para enfermidades, modelagem, análise de dados genômicos para resistência a patógenos, sistemas de apoio à tomada de decisões baseadas em dados”, disse a presidente. Tiveram destaque ainda as estratégicas de inclusão e inovação socioprodutiva e digital, como o projeto Semear, de implantação de modelos de distritos agrodigitais para pequenos e médios produtores. Trajetória da evolução do agro brasileiro Durante o painel sobre segurança alimentar e sustentabilidade, Gustavo Spadotti apresentou um panorama da agricultura brasileira, desde os anos 1950, quando o país era um dos maiores importadores de alimentos. Ele destacou o papel fundamental da ciência para a mudança. Spadotti também abordou a evolução da legislação ambiental, desde o primeiro Código Florestal, em 1965, até a inclusão das questões ambientais na Constituição de 1988 e a consolidação do novo Código em 2012. “O Brasil conseguiu aliar o aumento da produção de alimentos com a preservação ambiental, criando uma das legislações mais restritivas e favoráveis ao meio ambiente”, disse. Ele destacou que o País é o segundo produtor de alimentos em valor e o maior exportador líquido do mundo, segundo dados da FAO. O chefe da Embrapa Territorial também falou sobre o futuro, citando a estimativa da FAO de que 40% do aumento necessário na produção global de alimentos até 2050 deve vir do Brasil. “Temos muito a evoluir, especialmente em tecnologias que garantam a sustentabilidade e a produtividade”, afirmou.
Foto: Arquivo pessoal
Ministro da Agricultura e presidente da Embrapa participam da agenda do CAS, com representantes de países do Cone Sul
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, participou da delegação brasileira na 59ª reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), no dia 6, na cidade de Punta del Leste, no Uruguai. Liderada pelo ministro Carlos Fávaro, a comitiva esteve com ministros e secretários de Agricultura da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. O CAS é o fórum ministerial de consulta e coordenação de ações regionais, cujo objetivo é definir as prioridades da agenda agrícola e tomar posições sobre questões de interesse regional para articular o desenvolvimento das ações pactuadas.
Silvia Massruhá também representou o Procisur, como presidente da entidade. Em sua fala, destacou a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) como a oportunidade para a Embrapa, o Brasil e toda a região. O evento está previsto para ocorrer entre 10 e 21 de novembro deste ano, em Belém (PA). A pesquisadora destacou a criação do AgriBr, localizado na Embrapa Amazônia Oriental, disponível para entidades agropecuárias. Será um local para realização de experiências imersivas, vitrines tecnológicas, diálogos e networking, além de espaço para parceiros e patrocinadores.
Sobre o evento sediado no Brasil, o ministro disse que o objetivo será garantir que o tema da agropecuária esteja integrado à agenda da COP, e não como um espaço paralelo. “Vamos demonstrar nossos posicionamentos para o mundo e não apenas para a comunidade europeia em relação ao meio ambiente”, disse.
A abertura da reunião do CAS foi feita pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina e presidente pro tempore da entidade, Sergio Iraeta, que participou por videoconferência, juntamente com os ministros da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, e da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Carlos Díaz. Além de Carlos Fávaro, estavam presentes os ministros de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, e de Desenvolvimento Rural e Terrestre da Bolívia, Juan Flores Lazo.
O primeiro bloco foi marcado pelo debate sobre a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, além da reunião com o Conselho da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), onde foi apresentado o pleito de reconhecimento internacional do Brasil como livre de aftosa sem vacinação.
Durante o segundo bloco, foram discutidas as estratégias para mitigar os impactos de iniciativas ambientais nas relações comerciais e o acordo provisório da União Europeia sobre o regulamento antidesmatamento. Também houve a apresentação dos avanços do Grupo de Trabalho em Gestão de Riscos e Seguro Agropecuário, no qual o Brasil é representado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.
CAS
O Conselho Agropecuário do Sul foi criado em 2003, por meio de um convênio constitutivo assinado em Brasília. É um fórum ministerial composto pelos ministros de Agricultura de seis países da América do Sul e tem como objetivo a coordenação de ações e a definição das prioridades da agenda agropecuária regional. O CAS busca tomar posições comuns sobre questões de interesse agropecuário e trabalhar em conjunto para implementar políticas e ações acordadas entre os países-membros.
Recursos da inteligência artificial são futuro do agro, defende SilviaOs desafios e oportunidades no cenário do agro 5.0, em que a principal demanda será a incorporação dos recursos da inteligência artificial e outras tecnologias de ponta foram os principais temas abordados pela presidente Silvia Massruhá durante a Agro en Punta Expo & Business, uma das maiores feiras do setor no Uruguai, realizada no centro de convenções de Punta del Leste. Representando a pesquisa agropecuária brasileira, ela falou no dia 7 para representantes do setor, investidores, gestores governamentais e tomadores de decisão. O evento é uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo uruguaio. Além da presidente, participou do evento o chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti. “As mudanças climáticas, o crescimento das populações e a preservação da sanidade do solo, o controle de pragas e doenças da produção, entre outros cenários em transformação, requerem o desenvolvimento de estratégias eficientes que garantam sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e aumento de produtividade”, destacou. Para o futuro, Silvia reforçou a importância de novas perspectivas para o setor, e citou como exemplos modelos de agricultura climaticamente inteligente, voltados à mitigação das emissões de gases de efeito estufa, e de base regenerativa, que contribuam com a preservação dos recursos naturais, fortalecendo a resiliência dos ecossistemas. “As agriculturas de baixo carbono e de base biológica estão entre as prioridades para que haja produtividade sustentável”, disse. A presidente falou sobre possibilidades e o potencial da inteligência artificial no agro, a partir da redefinição do conceito de produção, com o uso de tecnologias capazes de revolucionar a trajetória no campo. “Do início da agropecuária, reduzida ao trabalho intensivo e à baixa produtividade, estamos caminhando em direção a soluções holísticas e integradas, baseadas na natureza, em sistemas agroflorestais, práticas regenerativas, na engenharia genética, no hidrogênio verde e na bioeconomia”, afirmou, referindo-se à revolução que deve suceder a IA: robótica, biologia sintética e agricultura vertical. O cenário relacionado ao uso de tecnologias disruptivas também foi abordado por ela, com destaque para a edição gênica, a fenotipagem digital, a computação quântica e a inteligência artificial – que possibilita análise de dados para otimizar a produção, a detecção de enfermidades e pragas e o prognóstico de condições climáticas. “Na prática, muita coisa já está sendo feita com a utilização desses recursos tecnológicos”, disse. Localização e rastreamento de estruturas de interesse agronômico, mapeamento para análises de campo e navegação, identificação de plantas doentes a partir da simulação de processos cerebrais – tecnologia BrainTech -, foram exemplos citados. “Contamos ainda com o potencial de dados de teledetecção para enfermidades, modelagem, análise de dados genômicos para resistência a patógenos, sistemas de apoio à tomada de decisões baseadas em dados”, disse a presidente. Tiveram destaque ainda as estratégicas de inclusão e inovação socioprodutiva e digital, como o projeto Semear, de implantação de modelos de distritos agrodigitais para pequenos e médios produtores. Trajetória da evolução do agro brasileiroDurante o painel sobre segurança alimentar e sustentabilidade, Gustavo Spadotti apresentou um panorama da agricultura brasileira, desde os anos 1950, quando o país era um dos maiores importadores de alimentos. Ele destacou o papel fundamental da ciência para a mudança. Spadotti também abordou a evolução da legislação ambiental, desde o primeiro Código Florestal, em 1965, até a inclusão das questões ambientais na Constituição de 1988 e a consolidação do novo Código em 2012. “O Brasil conseguiu aliar o aumento da produção de alimentos com a preservação ambiental, criando uma das legislações mais restritivas e favoráveis ao meio ambiente”, disse. Ele destacou que o País é o segundo produtor de alimentos em valor e o maior exportador líquido do mundo, segundo dados da FAO. O chefe da Embrapa Territorial também falou sobre o futuro, citando a estimativa da FAO de que 40% do aumento necessário na produção global de alimentos até 2050 deve vir do Brasil. “Temos muito a evoluir, especialmente em tecnologias que garantam a sustentabilidade e a produtividade”, afirmou. |
Kátia Marsicano (MTb DF 3645)
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