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Zarc avança e ajuda produtores de soja no enfrentamento às mudanças climáticas

Projeto-piloto de níveis de manejo alcança bons resultados no Paraná e pode ser estendido às demais regiões brasileiras O Brasil é o maior produtor de soja do mundo e deve colher mais de 166 milhões de toneladas do grão na safra 2024/25, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entretanto, as últimas colheitas têm registrado perdas de produtividade, em todo o território nacional, decorrentes de secas, regimes de chuvas mal distribuídos e altas temperaturas, que são alguns dos efeitos causados pelas mudanças climáticas. O Zoneamento Agrícola de Risco climático (Zarc), ferramenta de política pública, é apontado pela ciência brasileira como o principal aliado dos produtores para o enfrentamento dos riscos climáticos que interferem no desenvolvimento dessa commodity. Segundo José Renato Farias, pesquisador da Embrapa Soja (PR), o Zarc está hoje em um nível bem avançado e conta com uma base de dados bastante consistente. “Isso garante ao produtor segurança para diminuir e amenizar os impactos decorrentes de adversidades climáticas”, explica. Além disso, é uma ferramenta em constante evolução para atender às necessidades do setor produtivo. Um dos avanços mais recentes, com potencial imediato de contribuição na adaptação dos plantios de soja aos riscos climáticos é o Zarc Níveis de Manejo (Zarc NM). Uma proposta-piloto com esse novo “braço” do Zarc está em fase de experimentação em lavouras de soja no Paraná, com resultados bastante positivos, como explica o pesquisador. O Zarc NM prioriza as práticas de manejo do solo como fundamentais no momento do plantio, uma vez que melhoram o armazenamento, recarga e distribuição da água no solo, além de proporcionarem maior profundidade das raízes, o que incrementa o volume de água disponível às plantas. “Isso pode ser fundamental em momentos de deficiência de chuvas”, destaca Farias. A expectativa é que, além de expandir o Zarc NM para as demais regiões brasileiras, a ferramenta possa beneficiar também outras culturas de importância socioeconômica, como o milho e o trigo, por exemplo. Vantagens do novo avanço do Zarc Praticamente 95% da produção de soja no Brasil é conduzida em áreas de sequeiro, ou seja, não irrigadas. Culturas não irrigadas possuem como fontes hídricas ao seu desenvolvimento a água proveniente da precipitação pluviométrica (chuva) e àquela disponibilizada pelo solo. Práticas de manejo do solo podem otimizar o armazenamento hídrico, incrementando o volume de água disponível para as plantas. A melhoria do manejo impacta diretamente nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, no teor de matéria orgânica, na redistribuição de água, no crescimento do sistema radicular e na produtividade. “Além de reduzir o risco hídrico da cultura, a adoção de melhores níveis de manejo do solo resulta em outros benefícios potenciais, como conservação do solo e da água e aumento do carbono orgânico no solo”, complementa Farias. Segundo ele, os indicadores considerados para avaliação do nível de manejo do solo nos sistemas produtivos foram definidos com base em trabalhos de pesquisa e fundamentados por publicações técnicas e científicas, a partir de uma extensiva e detalhada revisão bibliográfica. Eles estão diretamente associados à qualidade do manejo e à fertilidade do solo, para o enquadramento das lavouras em diferentes níveis de manejo do solo (NM). Confira no quadro abaixo: Outras práticas recomendadas Além do manejo do solo, o pesquisador destaca ainda outras práticas que podem contribuir para mitigar os efeitos dos riscos climáticos, como: utilizar cultivares tolerantes à seca, usar sementes de qualidade, não semear toda a área em uma mesma época e utilizar cultivares com ciclos diferentes. Soja em podcast A importância do Zarc como aliado dos produtores de soja para enfrentar as mudanças climáticas foi tema de episódio do programa Soja Talks, produzido e divulgado pela Embrapa Soja no Youtube e Spotify, no dia 13 de janeiro deste ano. Além de Farias, participou também o pesquisador José Salvador Foloni.

Foto: Alexandre Nepomuceno

Alexandre Nepomuceno -

Projeto-piloto de níveis de manejo alcança bons resultados no Paraná e pode ser estendido às demais regiões brasileiras

O Brasil é o maior produtor de soja do mundo e deve colher mais de 166 milhões de toneladas do grão na safra 2024/25, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entretanto, as últimas colheitas têm registrado perdas de produtividade, em todo o território nacional, decorrentes de secas, regimes de chuvas mal distribuídos e altas temperaturas, que são alguns dos efeitos causados pelas mudanças climáticas. O Zoneamento Agrícola de Risco climático (Zarc), ferramenta de política pública, é apontado pela ciência brasileira como o principal aliado dos produtores para o enfrentamento dos riscos climáticos que interferem no desenvolvimento dessa commodity.

Segundo José Renato Farias, pesquisador da Embrapa Soja (PR), o Zarc está hoje em um nível bem avançado e conta com uma base de dados bastante consistente. “Isso garante ao produtor segurança para diminuir e amenizar os impactos decorrentes de adversidades climáticas”, explica. Além disso, é uma ferramenta em constante evolução para atender às necessidades do setor produtivo. Um dos avanços mais recentes, com potencial imediato de contribuição na adaptação dos plantios de soja aos riscos climáticos é o Zarc Níveis de Manejo (Zarc NM).

Uma proposta-piloto com esse novo “braço” do Zarc está em fase de experimentação em lavouras de soja no Paraná, com resultados bastante positivos, como explica o pesquisador. O Zarc NM prioriza as práticas de manejo do solo como fundamentais no momento do plantio, uma vez que melhoram o armazenamento, recarga e distribuição da água no solo, além de proporcionarem maior profundidade das raízes, o que incrementa o volume de água disponível às plantas. “Isso pode ser fundamental em momentos de deficiência de chuvas”, destaca Farias.

A expectativa é que, além de expandir o Zarc NM para as demais regiões brasileiras, a ferramenta possa beneficiar também outras culturas de importância socioeconômica, como o milho e o trigo, por exemplo.

Vantagens do novo avanço do Zarc

Praticamente 95% da produção de soja no Brasil é conduzida em áreas de sequeiro, ou seja, não irrigadas. Culturas não irrigadas possuem como fontes hídricas ao seu desenvolvimento a água proveniente da precipitação pluviométrica (chuva) e àquela disponibilizada pelo solo. Práticas de manejo do solo podem otimizar o armazenamento hídrico, incrementando o volume de água disponível para as plantas.

A melhoria do manejo impacta diretamente nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, no teor de matéria orgânica, na redistribuição de água, no crescimento do sistema radicular e na produtividade. “Além de reduzir o risco hídrico da cultura, a adoção de melhores níveis de manejo do solo resulta em outros benefícios potenciais, como conservação do solo e da água e aumento do carbono orgânico no solo”, complementa Farias.

Segundo ele, os indicadores considerados para avaliação do nível de manejo do solo nos sistemas produtivos foram definidos com base em trabalhos de pesquisa e fundamentados por publicações técnicas e científicas, a partir de uma extensiva e detalhada revisão bibliográfica. Eles estão diretamente associados à qualidade do manejo e à fertilidade do solo, para o enquadramento das lavouras em diferentes níveis de manejo do solo (NM).

Confira no quadro abaixo:

 

Outras práticas recomendadas

Além do manejo do solo, o pesquisador destaca ainda outras práticas que podem contribuir para mitigar os efeitos dos riscos climáticos, como: utilizar cultivares tolerantes à seca, usar sementes de qualidade, não semear toda a área em uma mesma época e utilizar cultivares com ciclos diferentes.

Soja em podcast

A importância do Zarc como aliado dos produtores de soja para enfrentar as mudanças climáticas foi tema de episódio do programa Soja Talks, produzido e divulgado pela Embrapa Soja no Youtube e Spotify, no dia 13 de janeiro deste ano. Além de Farias, participou também o pesquisador José Salvador Foloni.

Fernanda Diniz (MtB 4685/DF)
Assessoria de Comunicação (Ascom)

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