O dia do Pantanal é celebrado em 12 de novembro. Em Poconé (MT), a data foi lembrada durante o 8º Simpósio de Geotecnologias do Pantanal (Geopantanal). As medidas necessárias para mitigar efeitos dos desafios aos quais o bioma está submetido foram abordados nas palestras e apresentações de trabalhos científicos. Dados apresentados mostraram alterações nos regimes de chuva na planície do Pantanal e a redução da área inundada. Na comparação entre 1985 e 2023, o bioma teve uma redução de 61% da área alagada, de acordo com o MapBiomas. Embora as cheias sejam cíclicas, os dados dos últimos anos apontam uma alteração no regime. A última grande cheia do Pantanal foi em 2018. Com as planícies mais secas, os incêndios são cada vez mais frequentes, causando danos à biodiversidade da vegetação e à fauna. A jornalista ambiental Cláudia Gaigher acompanha há mais de 20 anos as mudanças na paisagem do Pantanal e nas atividades econômicas desenvolvidas na região. Em sua palestra, ela falou sobre a importância de comunicar mais sobre os desafios enfrentados pelo bioma e convocou os cientistas presentes a serem agentes de divulgação. A professora da Unemat e representante do Instituto Gaia Solange Ikeda alertou sobre problemas com assoreamento de rios, desmatamento, substituição de pastagens nativas por pastagens exóticas, drenagem, queimadas e outros. Entre os primeiros efeitos já sentidos está a escassez hídrica que atinge comunidades pantaneiras e cidades, como Poconé. Como ação para mitigar os danos e adoção de estratégias para mudar o cenário, o Instituto Gaia vem trabalhando junto a outras instituições em um Pacto pela Restauração do Pantanal. A iniciativa surgiu com os incêndios de 2020 e vem ganhando corpo por meio de articulações com ministérios do governo federal. “Não adianta trabalhar restauração no Pantanal olhando só para a planície. É preciso também olhar para o planalto, onde nascem os rios que abastecem o Pantanal”, disse a professora. Outra iniciativa apresentada é o Plano de Ação para Preservação e Controle do Desmatamento e das Queimadas do Pantanal (PPPantanal), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O histórico da construção do plano foi apresentado pelo analista ambiental Diego Henrique Pereira. De acordo com ele, a expectativa é que o plano seja aprovado ainda em 2024. Geotecnologias a serviço da preservação Ao longo de três dias, o Simpósio Geopantanal vem apresentando diferentes usos de ferramentas de geoprocessamento tanto para pesquisas quanto para ações de monitoramento e fiscalização do bioma. Parte dessas ferramentas são disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). Um exemplo é o Brazil Data Cube, apresentado por Karina Reis Ferreira. Esta plataforma nacional não só oferece um grande volume de imagens e informações, como permite o processamento de dados em nuvem. A ferramenta já vem sendo usada pelo Ibama. Esse e outros usos de análises de dados geoespaciais feitos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais do Instituto foram apresentados por Daniel de Freitas. O monitoramento de ações de desmatamento e de focos de incêndio são alguns exemplos. Soluções tecnológicas brasileiras para monitoramento também foram apresentadas pela Visiona. A empresa pertencente à Embraer e Telebrás, por meio de satélite próprio e dados de outros satélites, oferece serviços para órgãos de governo e iniciativa privada. Geopantanal O 8º Simpósio Geopantanal é promovido pela Embrapa, por meio das Unidades Agricultura Digital e Pantanal, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelas universidades estaduais de Mato Grosso (Unemat) e de São Paulo (Unesp). O evento está sendo realizado no Sesc Pantanal, em Poconé (MT), e reúne pesquisadores, agentes públicos de órgãos de meio ambiente, profissionais de empresas privadas e estudantes. A programação de três dias termina nesta quarta-feira, com um total de 17 palestras, uma oficina e apresentação de 93 trabalhos técnico-científicos, seja em forma de pôster ou de apresentação oral.
O dia do Pantanal é celebrado em 12 de novembro. Em Poconé (MT), a data foi lembrada durante o 8º Simpósio de Geotecnologias do Pantanal (Geopantanal). As medidas necessárias para mitigar efeitos dos desafios aos quais o bioma está submetido foram abordados nas palestras e apresentações de trabalhos científicos.
Dados apresentados mostraram alterações nos regimes de chuva na planície do Pantanal e a redução da área inundada. Na comparação entre 1985 e 2023, o bioma teve uma redução de 61% da área alagada, de acordo com o MapBiomas. Embora as cheias sejam cíclicas, os dados dos últimos anos apontam uma alteração no regime. A última grande cheia do Pantanal foi em 2018. Com as planícies mais secas, os incêndios são cada vez mais frequentes, causando danos à biodiversidade da vegetação e à fauna.
A jornalista ambiental Cláudia Gaigher acompanha há mais de 20 anos as mudanças na paisagem do Pantanal e nas atividades econômicas desenvolvidas na região. Em sua palestra, ela falou sobre a importância de comunicar mais sobre os desafios enfrentados pelo bioma e convocou os cientistas presentes a serem agentes de divulgação.
A professora da Unemat e representante do Instituto Gaia Solange Ikeda alertou sobre problemas com assoreamento de rios, desmatamento, substituição de pastagens nativas por pastagens exóticas, drenagem, queimadas e outros. Entre os primeiros efeitos já sentidos está a escassez hídrica que atinge comunidades pantaneiras e cidades, como Poconé.
Como ação para mitigar os danos e adoção de estratégias para mudar o cenário, o Instituto Gaia vem trabalhando junto a outras instituições em um Pacto pela Restauração do Pantanal. A iniciativa surgiu com os incêndios de 2020 e vem ganhando corpo por meio de articulações com ministérios do governo federal.
“Não adianta trabalhar restauração no Pantanal olhando só para a planície. É preciso também olhar para o planalto, onde nascem os rios que abastecem o Pantanal”, disse a professora.
Outra iniciativa apresentada é o Plano de Ação para Preservação e Controle do Desmatamento e das Queimadas do Pantanal (PPPantanal), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O histórico da construção do plano foi apresentado pelo analista ambiental Diego Henrique Pereira. De acordo com ele, a expectativa é que o plano seja aprovado ainda em 2024.
Geotecnologias a serviço da preservação
Ao longo de três dias, o Simpósio Geopantanal vem apresentando diferentes usos de ferramentas de geoprocessamento tanto para pesquisas quanto para ações de monitoramento e fiscalização do bioma. Parte dessas ferramentas são disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). Um exemplo é o Brazil Data Cube, apresentado por Karina Reis Ferreira. Esta plataforma nacional não só oferece um grande volume de imagens e informações, como permite o processamento de dados em nuvem.
A ferramenta já vem sendo usada pelo Ibama. Esse e outros usos de análises de dados geoespaciais feitos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais do Instituto foram apresentados por Daniel de Freitas. O monitoramento de ações de desmatamento e de focos de incêndio são alguns exemplos.
Soluções tecnológicas brasileiras para monitoramento também foram apresentadas pela Visiona. A empresa pertencente à Embraer e Telebrás, por meio de satélite próprio e dados de outros satélites, oferece serviços para órgãos de governo e iniciativa privada.
Geopantanal
O 8º Simpósio Geopantanal é promovido pela Embrapa, por meio das Unidades Agricultura Digital e Pantanal, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelas universidades estaduais de Mato Grosso (Unemat) e de São Paulo (Unesp). O evento está sendo realizado no Sesc Pantanal, em Poconé (MT), e reúne pesquisadores, agentes públicos de órgãos de meio ambiente, profissionais de empresas privadas e estudantes. A programação de três dias termina nesta quarta-feira, com um total de 17 palestras, uma oficina e apresentação de 93 trabalhos técnico-científicos, seja em forma de pôster ou de apresentação oral.