Cafés produzidos em 24 municípios inseridos na mesorregião do Centro Sul baiano receberam o registro de Denominação de Origem “Cafés da Chapada Diamantina”, no último mês de outubro. Com essa, sobe para 17 o número de Indicações Geográficas de regiões brasileiras produtoras de café registradas pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), sendo 10 de Indicação de Procedência (IP) e sete de Denominação de Origem (DO), mantendo o café como o produto que lidera o ranking de IGs concedidas. Para o chefe-geral da Embrapa Café, Antonio Fernando Guerra, isso se deve ao fato da cadeia produtiva de café estar cada vez mais se organizando em associações e cooperativas que buscam o apoio de instituições públicas como a Embrapa, as Universidades, as Secretarias de Agricultura, as Organizações Estaduais de Pesquisa e de Extensão Rural e de entidades privadas como o Sebrae e Senar, dentre outras. “A conjugação de esforços e principalmente a organização dos produtores tem permitido que os Cafés do Brasil se destaquem não só pela produtividade, como também pela qualidade da produção e pelas características que os distinguem”, avalia. Para Sylvana Matsumoto, professora e pesquisadora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), que é uma das instituições participantes do Conselho Diretor do Consórcio Pesquisa Café, um dos pontos mais importantes no processo de obtenção da DO “Cafés da Chapada Diamantina” foi a participação dos cafeicultores, organizados junto às secretarias de agricultura dos governos municipais. Com participação de representantes de grande parte dos municípios envolvidos, foram realizados dois workshops: o primeiro sobre as demandas da cafeicultura da Chapada Diamantina e outro focalizando a questão da Indicação Geográfica, sobretudo a de Denominação de Origem, quando foi iniciado o delineamento das ações. Os pesquisadores da Embrapa Café Helena Alves e Williams Ferreira participaram desses eventos e da concepção intelectual do estudo sobre as relações do meio ambiente nos cafés da Chapada Diamantina. No primeiro ano, os representantes municipais receberam treinamento e participaram da concepção logística das ações de coleta e georreferenciamento das amostras. Foram 20 amostras por municípios e toda a logística foi discutida em grupo e em reuniões particulares. No segundo ano do processo, foi organizada uma forma de contribuição dos municípios para garantir o painel sensorial e a aquisição de material para as coletas, que ocorreram em dois ciclos de produção, conforme explicou Matsumoto. “O processo foi liderado pela Associação Aliança dos Cafeicultores da Chapada Diamantina (AACD). Desde o início do processo a Uesb apresentou à população envolvida as fontes de conhecimento mais atuais e fidedignas dentro do cenário das IGs dos cafés. A Universidade teve a função de organizar as ações referentes as reuniões, diálogos com entidades chave para disponibilizar recursos e esclarecimentos de dúvidas. Todo o processamento pós colheita até o envio para o painel sensorial, realizado pela Universidade Federal de Lavras, ficou sob cuidados da Uesb”, relatou. O Sebrae, além de consultoria técnica e da organização burocrática de documentos, auxiliou a organização de reuniões. Já o Senar contribuiu com a concessão de parte dos recursos necessários para o processamento das amostras. Sylvana avalia que a concessão do registro de DO, pelo INPI, e a possibilidade de a cafeicultura da Chapada compor a plataforma digital das IGs dos cafés, desenvolvida pelo instituto CNA, que permitirá a emissão do selo de rastreabilidade para a exportação, é uma grande oportunidade. “A valoração do produto e o estímulo à organização dos produtores são fatores que contribuem para a permanência dos descendentes da cafeicultura baiana na região. Outro aspecto importante é o de que estas ações também favorecem o avanço da fronteira tecnológica em uma direção que valoriza a relação do fator humano dentro da cadeia produtiva do café”, ressalta.
Cafés produzidos em 24 municípios inseridos na mesorregião do Centro Sul baiano receberam o registro de Denominação de Origem “Cafés da Chapada Diamantina”, no último mês de outubro. Com essa, sobe para 17 o número de Indicações Geográficas de regiões brasileiras produtoras de café registradas pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), sendo 10 de Indicação de Procedência (IP) e sete de Denominação de Origem (DO), mantendo o café como o produto que lidera o ranking de IGs concedidas.
Para o chefe-geral da Embrapa Café, Antonio Fernando Guerra, isso se deve ao fato da cadeia produtiva de café estar cada vez mais se organizando em associações e cooperativas que buscam o apoio de instituições públicas como a Embrapa, as Universidades, as Secretarias de Agricultura, as Organizações Estaduais de Pesquisa e de Extensão Rural e de entidades privadas como o Sebrae e Senar, dentre outras. “A conjugação de esforços e principalmente a organização dos produtores tem permitido que os Cafés do Brasil se destaquem não só pela produtividade, como também pela qualidade da produção e pelas características que os distinguem”, avalia.
Para Sylvana Matsumoto, professora e pesquisadora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), que é uma das instituições participantes do Conselho Diretor do Consórcio Pesquisa Café, um dos pontos mais importantes no processo de obtenção da DO “Cafés da Chapada Diamantina” foi a participação dos cafeicultores, organizados junto às secretarias de agricultura dos governos municipais.
Com participação de representantes de grande parte dos municípios envolvidos, foram realizados dois workshops: o primeiro sobre as demandas da cafeicultura da Chapada Diamantina e outro focalizando a questão da Indicação Geográfica, sobretudo a de Denominação de Origem, quando foi iniciado o delineamento das ações. Os pesquisadores da Embrapa Café Helena Alves e Williams Ferreira participaram desses eventos e da concepção intelectual do estudo sobre as relações do meio ambiente nos cafés da Chapada Diamantina.
No primeiro ano, os representantes municipais receberam treinamento e participaram da concepção logística das ações de coleta e georreferenciamento das amostras. Foram 20 amostras por municípios e toda a logística foi discutida em grupo e em reuniões particulares. No segundo ano do processo, foi organizada uma forma de contribuição dos municípios para garantir o painel sensorial e a aquisição de material para as coletas, que ocorreram em dois ciclos de produção, conforme explicou Matsumoto.
“O processo foi liderado pela Associação Aliança dos Cafeicultores da Chapada Diamantina (AACD). Desde o início do processo a Uesb apresentou à população envolvida as fontes de conhecimento mais atuais e fidedignas dentro do cenário das IGs dos cafés. A Universidade teve a função de organizar as ações referentes as reuniões, diálogos com entidades chave para disponibilizar recursos e esclarecimentos de dúvidas. Todo o processamento pós colheita até o envio para o painel sensorial, realizado pela Universidade Federal de Lavras, ficou sob cuidados da Uesb”, relatou.
O Sebrae, além de consultoria técnica e da organização burocrática de documentos, auxiliou a organização de reuniões. Já o Senar contribuiu com a concessão de parte dos recursos necessários para o processamento das amostras.
Sylvana avalia que a concessão do registro de DO, pelo INPI, e a possibilidade de a cafeicultura da Chapada compor a plataforma digital das IGs dos cafés, desenvolvida pelo instituto CNA, que permitirá a emissão do selo de rastreabilidade para a exportação, é uma grande oportunidade. “A valoração do produto e o estímulo à organização dos produtores são fatores que contribuem para a permanência dos descendentes da cafeicultura baiana na região. Outro aspecto importante é o de que estas ações também favorecem o avanço da fronteira tecnológica em uma direção que valoriza a relação do fator humano dentro da cadeia produtiva do café”, ressalta.