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Projeto une tecnologia e inovação para assegurar a origem e pureza de mel de abelhas sem ferrão

A Embrapa Meio Ambiente iniciou um projeto inovador com o objetivo de desenvolver um protocolo para identificar e autenticar méis produzidos por abelhas sem ferrão. A iniciativa busca valorizar a meliponicultura nacional, assegurando a qualidade e a identidade desses méis, reconhecidos por seus sabores únicos, propriedades distintas e importância para a conservação da biodiversidade brasileira. Combinando técnicas analíticas avançadas e o conhecimento de profissionais especializados, o projeto visa criar um protocolo robusto que certifique a pureza e a origem dos méis. “Enfrentamos desafios com os órgãos reguladores para garantir a rastreabilidade e a integridade dos produtos. Esse trabalho beneficiará tanto os criadores de abelhas quanto as empresas do setor”, explica Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente. O estudo se baseia em dois pilares principais. O primeiro utiliza análises sofisticadas, como técnicas de DNA e espectroscopia no infravermelho próximo, capazes de identificar com precisão a espécie de abelha produtora e garantir a rastreabilidade do mel. O segundo pilar envolve a análise sensorial, realizada por especialistas do Instituto 4e, consultoria que organiza concursos de méis no Brasil. Os sommeliers de méis, Felipe Meireles, Robson Gaia e Luciano Soares avaliarão mais de 350 amostras de mel de abelhas sem ferrão em uma maratona de testes às cegas, identificando características sensoriais específicas de diferentes espécies de abelhas nativas. Davi Pereira, bolsista de Desenvolvimento Tecnológico da Embrapa Meio Ambiente, esclarece que as amostras foram coletadas diretamente de produtores de mais de 23 cidades do Estado de São Paulo e de colmeias do Meliponário da Embrapa. Cristiano Menezes destaca que o objetivo é criar um protocolo semelhante ao que já existe para degustadores de café e azeite, levando em conta a diversidade dos méis e aproveitando a expertise sensorial desses especialistas. Entre as amostras analisadas, estão também méis adulterados propositalmente, produzidos quando as abelhas são alimentadas com água e açúcar, prática conhecida como “xarope” entre os criadores. As abelhas estocam esse alimento artificial como se fosse mel, gerando o chamado “mel de xarope”. Algumas dessas amostras permaneceram nas colmeias por meses, adquirindo padrões específicos de aroma e sabor, tornando o processo de identificação da fraude ainda mais desafiador. Os testes em desenvolvimento são essenciais para avaliar como a tecnologia e a expertise humana podem se complementar na detecção de fraudes e na certificação da autenticidade dos méis. Aline Biazoto, pesquisadora da Embrapa e líder do estudo, ressalta que um dos principais objetivos é avaliar a eficácia das análises humanas e tecnológicas na identificação das características dos méis nativos, diferenciando-os dos méis de abelhas africanizadas. “Queremos entender se o homem ou a máquina é mais eficiente, ou se há uma complementaridade entre ambos. Se conseguirmos combinar essas duas frentes, teremos um protocolo muito mais eficiente e confiável, beneficiando toda a cadeia produtiva do mel”, afirma Aline. Menezes concorda: “A sensibilidade humana e a precisão tecnológica são essenciais. O olfato e o paladar treinados dos especialistas captam nuances que as máquinas ainda não conseguem interpretar, enquanto as ferramentas tecnológicas garantem objetividade e consistência nos resultados”, pontua o pesquisador. Além disso, o projeto inclui uma análise molecular detalhada, como explica a pesquisadora Simone Prado da Embrapa. Segundo ela, essa investigação, inédita no Brasil, busca detectar fragmentos de DNA de abelhas nas amostras de mel, permitindo associar cada mel à espécie produtora com alta precisão. “Esperamos desvendar as associações entre espécies de abelhas e flores, ampliando nosso conhecimento sobre essas interações e os padrões de coleta dos insetos”, explica Simone. Projeto em parceria O estudo faz parte de um projeto de inovação aberta entre a Embrapa Meio Ambiente e o entreposto Vida Natural, localizado em Artur Nogueira (SP). O entreposto se destaca por oferecer um serviço pioneiro no Brasil, disponibilizando sua infraestrutura com o Serviço de Inspeção Federal (SIF) a um custo acessível, permitindo a regularização da comercialização de produtos das abelhas no mercado formal. Com essa iniciativa, a Vida Natural solucionou um dos principais entraves da cadeia produtiva, beneficiando especialmente pequenos e médios produtores que enfrentam dificuldades para investir em uma estrutura própria. Além de atender apicultores há bastante tempo, a empresa foi uma das primeiras a obter o SIF para produtos de abelhas sem ferrão, com apoio técnico-científico da Embrapa. “Hoje temos mais de 150 rótulos com SIF de produtos de abelhas sem ferrão, o que permite que pequenos e médios produtores agreguem valor aos seus produtos. A parceria com a Embrapa tem sido essencial para garantir um serviço de qualidade, trazendo credibilidade e segurança tanto para os consumidores quanto para os produtores”, destaca o empresário Edson Rezende. A Embrapa é amplamente reconhecida por sua produção de conhecimento científico no Brasil, especialmente no setor produtivo. Segundo Menezes, embora outras instituições também contribuam na área, a Embrapa se destaca como referência nacional e internacional no estudo das abelhas sem ferrão. Ele reforça que este projeto não apenas fortalece o setor apícola brasileiro, mas também consolida a posição da Empresa como líder na produção de conhecimento e na aplicação de pesquisas na meliponicultura.

A Embrapa Meio Ambiente iniciou um projeto inovador com o objetivo de desenvolver um protocolo para identificar e autenticar méis produzidos por abelhas sem ferrão. A iniciativa busca valorizar a meliponicultura nacional, assegurando a qualidade e a identidade desses méis, reconhecidos por seus sabores únicos, propriedades distintas e importância para a conservação da biodiversidade brasileira.

Combinando técnicas analíticas avançadas e o conhecimento de profissionais especializados, o projeto visa criar um protocolo robusto que certifique a pureza e a origem dos méis. “Enfrentamos desafios com os órgãos reguladores para garantir a rastreabilidade e a integridade dos produtos. Esse trabalho beneficiará tanto os criadores de abelhas quanto as empresas do setor”, explica Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente.

O estudo se baseia em dois pilares principais. O primeiro utiliza análises sofisticadas, como técnicas de DNA e espectroscopia no infravermelho próximo, capazes de identificar com precisão a espécie de abelha produtora e garantir a rastreabilidade do mel.

O segundo pilar envolve a análise sensorial, realizada por especialistas do Instituto 4e, consultoria que organiza concursos de méis no Brasil. Os sommeliers de méis, Felipe Meireles, Robson Gaia e Luciano Soares avaliarão mais de 350 amostras de mel de abelhas sem ferrão em uma maratona de testes às cegas, identificando características sensoriais específicas de diferentes espécies de abelhas nativas. Davi Pereira, bolsista de Desenvolvimento Tecnológico da Embrapa Meio Ambiente, esclarece que as amostras foram coletadas diretamente de produtores de mais de 23 cidades do Estado de São Paulo e de colmeias do Meliponário da Embrapa.

Cristiano Menezes destaca que o objetivo é criar um protocolo semelhante ao que já existe para degustadores de café e azeite, levando em conta a diversidade dos méis e aproveitando a expertise sensorial desses especialistas.

Entre as amostras analisadas, estão também méis adulterados propositalmente, produzidos quando as abelhas são alimentadas com água e açúcar, prática conhecida como “xarope” entre os criadores. As abelhas estocam esse alimento artificial como se fosse mel, gerando o chamado “mel de xarope”. Algumas dessas amostras permaneceram nas colmeias por meses, adquirindo padrões específicos de aroma e sabor, tornando o processo de identificação da fraude ainda mais desafiador. Os testes em desenvolvimento são essenciais para avaliar como a tecnologia e a expertise humana podem se complementar na detecção de fraudes e na certificação da autenticidade dos méis.

Aline Biazoto, pesquisadora da Embrapa e líder do estudo, ressalta que um dos principais objetivos é avaliar a eficácia das análises humanas e tecnológicas na identificação das características dos méis nativos, diferenciando-os dos méis de abelhas africanizadas. “Queremos entender se o homem ou a máquina é mais eficiente, ou se há uma complementaridade entre ambos. Se conseguirmos combinar essas duas frentes, teremos um protocolo muito mais eficiente e confiável, beneficiando toda a cadeia produtiva do mel”, afirma Aline.

 Menezes concorda: “A sensibilidade humana e a precisão tecnológica são essenciais. O olfato e o paladar treinados dos especialistas captam nuances que as máquinas ainda não conseguem interpretar, enquanto as ferramentas tecnológicas garantem objetividade e consistência nos resultados”, pontua o pesquisador.

Além disso, o projeto inclui uma análise molecular detalhada, como explica a pesquisadora Simone Prado da Embrapa. Segundo ela, essa investigação, inédita no Brasil, busca detectar fragmentos de DNA de abelhas nas amostras de mel, permitindo associar cada mel à espécie produtora com alta precisão. “Esperamos desvendar as associações entre espécies de abelhas e flores, ampliando nosso conhecimento sobre essas interações e os padrões de coleta dos insetos”, explica Simone.

Projeto em parceria

O estudo faz parte de um projeto de inovação aberta entre a Embrapa Meio Ambiente e o entreposto Vida Natural, localizado em Artur Nogueira (SP). O entreposto se destaca por oferecer um serviço pioneiro no Brasil, disponibilizando sua infraestrutura com o Serviço de Inspeção Federal (SIF) a um custo acessível, permitindo a regularização da comercialização de produtos das abelhas no mercado formal. Com essa iniciativa, a Vida Natural solucionou um dos principais entraves da cadeia produtiva, beneficiando especialmente pequenos e médios produtores que enfrentam dificuldades para investir em uma estrutura própria. Além de atender apicultores há bastante tempo, a empresa foi uma das primeiras a obter o SIF para produtos de abelhas sem ferrão, com apoio técnico-científico da Embrapa.

“Hoje temos mais de 150 rótulos com SIF de produtos de abelhas sem ferrão, o que permite que pequenos e médios produtores agreguem valor aos seus produtos. A parceria com a Embrapa tem sido essencial para garantir um serviço de qualidade, trazendo credibilidade e segurança tanto para os consumidores quanto para os produtores”, destaca o empresário Edson Rezende.

A Embrapa é amplamente reconhecida por sua produção de conhecimento científico no Brasil, especialmente no setor produtivo. Segundo Menezes, embora outras instituições também contribuam na área, a Embrapa se destaca como referência nacional e internacional no estudo das abelhas sem ferrão. Ele reforça que este projeto não apenas fortalece o setor apícola brasileiro, mas também consolida a posição da Empresa como líder na produção de conhecimento e na aplicação de pesquisas na meliponicultura.

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