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Pesquisadores conhecem fábrica de beneficiamento de sementes

A necessidade de conhecer todo o processo de beneficiamento de sementes de forrageiras estimulou o grupo de pesquisadores de produção vegetal (GPV), da Embrapa Gado de Corte, a realizar uma visita técnica às instalações da Sementes Ponto Alto, em Campo Grande (MS). Melhoristas, fitopatologistas, entomologistas, pedólogos, geneticistas e especialistas em manejo conheceram a unidade administrativa e a fábrica de sementes. 

Produção, colheita, beneficiamento e armazenagem são etapas que atribuem valor à semente. A Ponto Alto participa do Programa Semente Legal®, uma iniciativa que garante rastreabilidade, certificação de origem, verificação da qualidade e conformidade legal, ambiental e social ao processo produtivo. O comércio e plantio de sementes ilegais é um dos desafios da pesquisa e tema de muitos debates. 

“Com esse selo é possível identificar e conhecer todo o processo de produção, do beneficiamento da semente à chegada ao campo. É uma inovação e temos que entender, pois as empresas de sementes são peças importantes. Elas estão próximas do produtor rural, são responsáveis pela distribuição”, enfatiza Mateus Figueiredo, melhorista da Embrapa e um dos responsáveis pela organização da visita. Com dez anos de estatal, a falta de proximidade é uma lacuna percebida por ele. 

O fitopatologista, Marcio Sanches, igualmente desconhecia o processo de beneficiamento de sementes de forrageiras, e considera que para a sua área “é importante em termos de atualização sobre novos processos realizados na indústria, bem como as demandas do setor para a pesquisa”. Para o pesquisador foi possível ter uma noção das doenças que podem estudar, seja com diagnóstico, seja em tecnologias para tratamento dos materiais. 

“O lançamento de uma cultivar desde os primeiros testes, cruzamentos, híbridos, passando por todas as áreas – doenças, pragas, solos, manejo e sementes – e chegar ao beneficiamento e ser transformada em um produto para o consumidor é um desafio, e conhecer de perto é enriquecedor”, acrescenta a entomologista Fabrícia Torres, gestora do grupo de pesquisa.

Essa conexão das etapas de desenvolvimento também foi notada pela melhorista Luice Bueno. Outra observação foi a tendência de mercado, no seu caso, o tratamento de sementes que é uma demanda crescente. “Mas há o público que prefere uma semente nua, sem tratamento algum. Como isso funciona dentro da indústria? Como atender toda essa expectativa? É ter uma visão ampla de tantos cenários relacionados a um sistema de produção”. 

Na Ponto Alto, Cibelle Oliveira, gerente de P&D, e Afonso Jandre Neto, gerente de marketing, receberam o grupo e apresentaram a empresa que tem ao redor de mil funcionários diretos, com sede em Campo Grande, e mais de 27 mil hectares de campo de produção pelo País. A troca entre pesquisa e mercado é vista como um caminho para melhorar a distribuição das cultivares, entender a demanda do setor e avaliar os materiais BRS que já estão na prateleira

Membro da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), a sementeira é uma das 31 empresas de sementes de forrageiras que a Unipasto reúne, espalhadas pelos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Só em MS, há oito delas.

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