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Embrapa participa de sessão solene na CLDF em homenagem ao Dia do Cerrado

Celebrado no dia 11 de setembro, o Dia do Cerrado foi homenageado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em sessão solene realizada na manhã da última terça-feira (11). A Embrapa foi representada pelo pesquisador José Felipe Ribeiro, da Embrapa Cerrados (DF). O evento também homenageou os nove anos da publicação da Laudato Sí, encíclica do Papa Francisco que trata do cuidado com o meio ambiente e com as pessoas, além de abordar questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra. O deputado distrital João Cardoso (Avante) presidiu a sessão solene. Criado em Sobradinho (DF), ele lembrou a relação pessoal com o Cerrado desde a infância, passando pela carreira como bombeiro militar e, posteriormente, como auditor fiscal de controle ambiental. “Durante 32 anos, o Cerrado foi uma constante em minha vida, pois, em grande parte desse tempo, trabalhei em unidades de conservação no Distrito Federal. Essa experiência me proporcionou um profundo conhecimento sobre o bioma e sua importância crucial na regulação do clima, na manutenção da qualidade do solo e na preservação dos recursos hídricos. Preservar o Cerrado é uma responsabilidade coletiva”, afirmou, destacando a necessidade urgente de conscientização da população sobre os impactos das queimadas e a preservação da biodiversidade e dos recursos hídricos desse ecossistema vital. O pesquisador José Felipe Ribeiro falou sobre a experiência de 48 anos em pesquisas sobre a importância e a distribuição biogeográfica de espécies vegetais nativas do Cerrado. “Se temos que comemorar alguma coisa no dia do Cerrado, é que hoje temos o conhecimento para fazer com que ele seja bem utilizado. Só que ele está sendo mal utilizado. É isso que precisamos modificar”, apontou, destacando a necessidade de elaboração de um programa de convivência da população e dos agricultores com o bioma. Ribeiro defendeu o papel do cientista de mostrar à sociedade como conservar o Cerrado produzindo alimentos e conservando o ambiente. “Esse é o grande desafio que a espécie Homo sapiens tem, para que façamos programas com uma estratégia política educacional concreta da importância desse bioma. Quando falamos das águas, sabemos que 94% da água que circula pelo Rio São Francisco é da chuva que cai ou caía aqui no Cerrado”, exemplificou. Ele mostrou o livro “Guia de Plantas do Cerrado para Recomposição da Vegetação Nativa”, disponível para download gratuito. “São 350 espécies carro-chefe para a recomposição. A ciência está aí com as informações e isso é para comemorar. Mas como ter um programa de estratégia educacional para que possamos fazer o que diz a Constituição?”, indagou. Para o pesquisador, o conhecimento existente deve ser transmitido de maneira clara à sociedade, para que ela compreenda o papel socioambiental da propriedade rural, como está previsto na Constituição Federal. “Não podemos fazer o que queremos na propriedade. Há uma legislação que regula essa questão, incluindo a Reserva Legal e a Área de Preservação Permanente (APP). Como sociedade, precisamos entender quais formas de remuneração podemos oferecer ao produtor por meio do pagamento por serviços ambientais. Essas são políticas necessárias para inverter o rumo atual”, explicou. Segundo Ribeiro, cerca de 12 mil espécies de plantas do Cerrado já foram catalogadas na literatura científica, representando um quarto de todas as espécies vegetais conhecidas no Brasil. “Qual é o papel dessas espécies em nossas vidas e como podemos restaurá-las quando as perdemos acidentalmente? O que está acontecendo agora, porém, não é acidental; em alguns casos, é até criminoso. Como podemos, enquanto espécie inteligente, sair da nossa zona de conforto e adotar uma estratégia educacional e política para desempenhar o papel socioambiental que a Constituição nos atribui?”, questionou. O pesquisador lembrou que todo o conhecimento em espécies vegetais para recomposição ambiental para os seis biomas brasileiros está disponível na plataforma on-line gratuita WebAmbiente, ferramenta que também auxilia na elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para propriedades em todo o País. “Estamos todos no mesmo barco. Se há pensamentos divergentes, precisamos chegar a um ponto em comum, porque não temos outro planeta”, finalizou. Também participaram da sessão solene o secretário-executivo de campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre Jean Paul Hansen; o cientista social Ivo Poletto, membro do grupo executivo do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental; o biólogo e ilustrador Carlos Alvarez; o professor e fundador do projeto SOS Ribeirão Sobradinho, Raimundo Barbosa; a chefe da assessoria da presidência do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Danyella Shayene da Silva, representando o presidente Rôney Nemer; Glauco Amorim, responsável pela gestão de água e resíduos sólidos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do DF; além de professores e alunos da rede pública de ensino. Assista à gravação da sessão solene clicando aqui.

Celebrado no dia 11 de setembro, o Dia do Cerrado foi homenageado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em sessão solene realizada na manhã da última terça-feira (11). A Embrapa foi representada pelo pesquisador José Felipe Ribeiro, da Embrapa Cerrados (DF). O evento também homenageou os nove anos da publicação da Laudato Sí, encíclica do Papa Francisco que trata do cuidado com o meio ambiente e com as pessoas, além de abordar questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra. 

O deputado distrital João Cardoso (Avante) presidiu a sessão solene. Criado em Sobradinho (DF), ele lembrou a relação pessoal com o Cerrado desde a infância, passando pela carreira como bombeiro militar e, posteriormente, como auditor fiscal de controle ambiental. 

“Durante 32 anos, o Cerrado foi uma constante em minha vida, pois, em grande parte desse tempo, trabalhei em unidades de conservação no Distrito Federal. Essa experiência me proporcionou um profundo conhecimento sobre o bioma e sua importância crucial na regulação do clima, na manutenção da qualidade do solo e na preservação dos recursos hídricos. Preservar o Cerrado é uma responsabilidade coletiva”, afirmou, destacando a necessidade urgente de conscientização da população sobre os impactos das queimadas e a preservação da biodiversidade e dos recursos hídricos desse ecossistema vital.

O pesquisador José Felipe Ribeiro falou sobre a experiência de 48 anos em pesquisas sobre a importância e a distribuição biogeográfica de espécies vegetais nativas do Cerrado. “Se temos que comemorar alguma coisa no dia do Cerrado, é que hoje temos o conhecimento para fazer com que ele seja bem utilizado. Só que ele está sendo mal utilizado. É isso que precisamos modificar”, apontou, destacando a necessidade de elaboração de um programa de convivência da população e dos agricultores com o bioma.

Ribeiro defendeu o papel do cientista de mostrar à sociedade como conservar o Cerrado produzindo alimentos e conservando o ambiente. “Esse é o grande desafio que a espécie Homo sapiens tem, para que façamos programas com uma estratégia política educacional concreta da importância desse bioma. Quando falamos das águas, sabemos que 94% da água que circula pelo Rio São Francisco é da chuva que cai ou caía aqui no Cerrado”, exemplificou. 

Ele mostrou o livro “Guia de Plantas do Cerrado para Recomposição da Vegetação Nativa”, disponível para download gratuito. “São 350 espécies carro-chefe para a recomposição. A ciência está aí com as informações e isso é para comemorar. Mas como ter um programa de estratégia educacional para que possamos fazer o que diz a Constituição?”, indagou.

Para o pesquisador, o conhecimento existente deve ser transmitido de maneira clara à sociedade, para que ela compreenda o papel socioambiental da propriedade rural, como está previsto na Constituição Federal. “Não podemos fazer o que queremos na propriedade. Há uma legislação que regula essa questão, incluindo a Reserva Legal e a Área de Preservação Permanente (APP). Como sociedade, precisamos entender quais formas de remuneração podemos oferecer ao produtor por meio do pagamento por serviços ambientais. Essas são políticas necessárias para inverter o rumo atual”, explicou.

Segundo Ribeiro, cerca de 12 mil espécies de plantas do Cerrado já foram catalogadas na literatura científica, representando um quarto de todas as espécies vegetais conhecidas no Brasil. “Qual é o papel dessas espécies em nossas vidas e como podemos restaurá-las quando as perdemos acidentalmente? O que está acontecendo agora, porém, não é acidental; em alguns casos, é até criminoso. Como podemos, enquanto espécie inteligente, sair da nossa zona de conforto e adotar uma estratégia educacional e política para desempenhar o papel socioambiental que a Constituição nos atribui?”, questionou.

O pesquisador lembrou que todo o conhecimento em espécies vegetais para recomposição ambiental para os seis biomas brasileiros está disponível na plataforma on-line gratuita WebAmbiente, ferramenta que também auxilia na elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para propriedades em todo o País. “Estamos todos no mesmo barco. Se há pensamentos divergentes, precisamos chegar a um ponto em comum, porque não temos outro planeta”, finalizou.

Também participaram da sessão solene o secretário-executivo de campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre Jean Paul Hansen; o cientista social Ivo Poletto, membro do grupo executivo do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental; o biólogo e ilustrador Carlos Alvarez; o professor e fundador do projeto SOS Ribeirão Sobradinho, Raimundo Barbosa; a chefe da assessoria da presidência do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Danyella Shayene da Silva, representando o presidente Rôney Nemer; Glauco Amorim, responsável pela gestão de água e resíduos sólidos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do DF; além de professores e alunos da rede pública de ensino.

Assista à gravação da sessão solene clicando aqui.

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