A ocorrência da brusone numa lavoura comercial de trigo em Santa Rosa, RS, no começo do mês de setembro, acendeu o alerta para o manejo preventivo da doença. As orientações para o melhor controle da doença serão parte da programação da CerealTec 2024, no dia 25 de setembro, na Vitrine de Tecnologias da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS. Historicamente a principal doença da triticultura no Brasil Central, a brusone tem sido registrada com mais frequência nas lavouras da Região Sul nos últimos anos, especialmente no norte do Paraná onde as temperaturas mais altas favorecem a doença. No Rio Grande do Sul, os primeiros registros de brusone em trigo começaram a aparecer no final da década de 1980, mas sem danos significativos nas lavouras. De forma geral, desde 2019 que uma epidemia de brusone não acontece, efetivamente, no Brasil. Contudo, segundo o pesquisador José Maurício Fernandes, apesar do desenvolvimento do fungo causador da brusone encontrar ambiente perfeito em temperaturas próximas a 28ºC e períodos prolongados de orvalho (cerca de 10 horas ou mais), o que tem chamado a atenção é a ocorrência da doença também em regiões de clima subtropical, como é o caso do Rio Grande do Sul (veja como as mudanças climáticas estão favorecendo a ocorrência de brusone no trigo). Em 2023, as temperaturas mais elevadas no inverno gaúcho resultaram em surtos localizados de brusone em trigo, principalmente na região noroeste do estado, onde as temperaturas mínimas estiveram acima de 15ºC ao longo da safra. Neste ano, os períodos de frio foram alternados com temperaturas mais elevadas, o que pode ter favorecido a ocorrência de brusone em Santa Rosa, RS, na primeira semana do mês de setembro. “Nossos modelos de simulação para epidemias de brusone mostraram um pico de produção de esporos do fungo em 25 de agosto, suficiente para causar infecção nas cultivares mais suscetíveis”, explica o pesquisador. Veja o depoimento do pesquisador José Maurício Fernandes: No momento, as lavouras de trigo do Rio Grande do Sul estão entrando na fase de enchimento de grãos, momento sensível da planta para o ataque do fungo Magnaporthe oryzae, causador da brusone. O fungo pode infectar os diferentes órgãos da planta, mas a infecção da espiga é a forma mais destrutiva da doença, quando o fungo ataca a ráquis, impedindo o enchimento dos grãos e secando as espigas rapidamente. Conforme o pesquisador João Leodato Nunes Maciel, para minimizar os danos no trigo, o produtor deve fazer o manejo integrado de doenças desde o planejamento da lavoura, considerando fatores relacionados à época e densidade de semeadura, adubação equilibrada, tratamento de sementes com fungicidas e uso de cultivares com maior nível de resistência à brusone. No controle químico, o uso de fungicidas na parte aérea precisa considerar procedimentos diferenciados, caso o foco de ação seja a brusone da folha ou a brusone da espiga. Por outro lado, o controle preventivo da brusone na espiga é determinado, principalmente, com base em previsões ou modelos que indiquem a ocorrência de condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da doença. “Apesar do baixo risco, a previsão de chuva para os próximos dias no Rio Grande do Sul exige o monitoramento das lavouras para, caso necessário, fazer o controle preventivo da brusone antes do fungo se instalar na planta”, alerta José Maurício Fernandes. Para saber mais acesse a publicação “Resistência de cultivares de trigo à brusone da espiga: resultados dos ensaios cooperativos obtidos nas safras 2022 e 2023”. Serviço: Manejo de brusone em trigo CerealTec – dia 25 de setembro Vitrine de Tecnologias da Embrapa Trigo Informações e inscrições em https://www.embrapa.br/trigo/cerealtec
A ocorrência da brusone numa lavoura comercial de trigo em Santa Rosa, RS, no começo do mês de setembro, acendeu o alerta para o manejo preventivo da doença. As orientações para o melhor controle da doença serão parte da programação da CerealTec 2024, no dia 25 de setembro, na Vitrine de Tecnologias da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS.
Historicamente a principal doença da triticultura no Brasil Central, a brusone tem sido registrada com mais frequência nas lavouras da Região Sul nos últimos anos, especialmente no norte do Paraná onde as temperaturas mais altas favorecem a doença. No Rio Grande do Sul, os primeiros registros de brusone em trigo começaram a aparecer no final da década de 1980, mas sem danos significativos nas lavouras. De forma geral, desde 2019 que uma epidemia de brusone não acontece, efetivamente, no Brasil.
Contudo, segundo o pesquisador José Maurício Fernandes, apesar do desenvolvimento do fungo causador da brusone encontrar ambiente perfeito em temperaturas próximas a 28ºC e períodos prolongados de orvalho (cerca de 10 horas ou mais), o que tem chamado a atenção é a ocorrência da doença também em regiões de clima subtropical, como é o caso do Rio Grande do Sul (veja como as mudanças climáticas estão favorecendo a ocorrência de brusone no trigo). Em 2023, as temperaturas mais elevadas no inverno gaúcho resultaram em surtos localizados de brusone em trigo, principalmente na região noroeste do estado, onde as temperaturas mínimas estiveram acima de 15ºC ao longo da safra. Neste ano, os períodos de frio foram alternados com temperaturas mais elevadas, o que pode ter favorecido a ocorrência de brusone em Santa Rosa, RS, na primeira semana do mês de setembro. “Nossos modelos de simulação para epidemias de brusone mostraram um pico de produção de esporos do fungo em 25 de agosto, suficiente para causar infecção nas cultivares mais suscetíveis”, explica o pesquisador.
Veja o depoimento do pesquisador José Maurício Fernandes:
No momento, as lavouras de trigo do Rio Grande do Sul estão entrando na fase de enchimento de grãos, momento sensível da planta para o ataque do fungo Magnaporthe oryzae, causador da brusone. O fungo pode infectar os diferentes órgãos da planta, mas a infecção da espiga é a forma mais destrutiva da doença, quando o fungo ataca a ráquis, impedindo o enchimento dos grãos e secando as espigas rapidamente.
Conforme o pesquisador João Leodato Nunes Maciel, para minimizar os danos no trigo, o produtor deve fazer o manejo integrado de doenças desde o planejamento da lavoura, considerando fatores relacionados à época e densidade de semeadura, adubação equilibrada, tratamento de sementes com fungicidas e uso de cultivares com maior nível de resistência à brusone. No controle químico, o uso de fungicidas na parte aérea precisa considerar procedimentos diferenciados, caso o foco de ação seja a brusone da folha ou a brusone da espiga.
Por outro lado, o controle preventivo da brusone na espiga é determinado, principalmente, com base em previsões ou modelos que indiquem a ocorrência de condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da doença. “Apesar do baixo risco, a previsão de chuva para os próximos dias no Rio Grande do Sul exige o monitoramento das lavouras para, caso necessário, fazer o controle preventivo da brusone antes do fungo se instalar na planta”, alerta José Maurício Fernandes.
Para saber mais acesse a publicação “Resistência de cultivares de trigo à brusone da espiga: resultados dos ensaios cooperativos obtidos nas safras 2022 e 2023”.