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Desafio na cultura do algodão é conscientizar produtor para rotacionar culturas, dizem pesquisadores

Três pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste fizeram parte da programação no 14º Congresso Brasileiro do Algodão, realizado de 3 a 5 de setembro de 2024, em Fortaleza, CE. O pesquisador Fernando Mendes Lamas participa há muitos anos do evento, sendo um dos membros da Comissão Científica e, neste ano, também foi moderador de um Hub pra debates; Júlio Cesar Salton ministrou a palestra “Atributos físicos x crescimento e desenvolvimento das plantas”; e Guilherme Lafourcade Asmus fez palestra sobre o “Aumento da ocorrência e danos causados por Rotylenchulus reniformis e a evolução da Meloidoginose no algodoeiro”. Lamas falou que um dos desafios na cultura do algodão é o modelo de soja-algodão, por ser praticamente em monocultura. “O produtor rural precisa se conscientizar de que a rotação de culturas é extremamente importante, seja com milho ou com qualquer outra cultura, incluindo, no sistema, plantas de serviços, como braquiárias, crotalárias e outras”. Ele explica que a Comissão Científica organizou a programação do Congresso dando destaque à rotação de culturas, por ser uma técnica importante no controle de doenças, plantas daninhas, pragas e nematoides. “O tema ocupou um bom espaço de todas as nossas discussões”. A questão de fisiologia do algodoeiro, especialmente em função das mudanças climáticas, foi outro tema que a Comissão Científica valorizou na programação. “O algodoeiro é uma planta de baixa eficiência fotossintética, tem a produtividade física reduzida quando se tem estresse térmico ou estresse hídrico. Por isso, foram temas que também foram abordados durante o Congresso”, disse Lamas (veja a programação completa). Na palestra de Salton, ele mostrou como a capacidade do “sistema solo” proporciona condições para as plantas tolerarem adversidades climáticas como a ocorrência de veranicos quando há cobertura permanente da superfície do solo , solo com boa estrutura , agregados grandes e estáveis e porosidade contínua . “Os resultados são maior taxa de infiltração da água , menor perda por evaporação , maior armazenamento e fornecimento de água e menor temperatura e amplitude térmica”, falou . Em experimentos em solos de fazendas de Mato Grosso do Sul (municípios de Dourados, Naviraí, Ponta Porâ, Chapadão do Sul e Selvíria), com alta, média e baixa quantidade de argila no solo, independentemente do tipo de solo, todos convergiram para o mesmo resultado: “Para que o produtor rural tenha um solo de qualidade, considerando o aspecto físico, é preciso que ele tenha a entrada de material orgânico, que é o combustível para a atividade biológica e, com isso, a melhoria da qualidade física, qualidade da estrutura do solo. Isso então nós medimos em diversos ambientes”, disse Salton, que fez experimentos em Plantio Convencional (PC), Pasto Permanente (PP), Plantio Direto (PD), Integração Lavoura-Pecuária (ILP), tendo o pior resultado sempre em Plantio Convencional. Quanto à ocorrência de nematoides, o pesquisador Asmus disse que há uma série de opções de culturas para diversificar o sistema de produção que inclui o algodoeiro. existindo uma série de gramíneas, como forrageiras, milho e sorgo. “O mais importante é o produtor rural e o técnico saberem qual nematoide tem em sua propriedade para fazer a melhor escolha de culturas”, alertou o pesquisador. As características de áreas infestadas são solos de textura argilosa, boa fertilidade, áreas de monocultivo, reboleiras maiores que o usual e há problemas de fertilidade/compactação. Segundo Asmus, o produtor tem dificuldade, às vezes, de manejar o sistema, primeiro, porque realiza manejo por pouco tempo, por exemplo, fazendo rotação de culturas somente por um ano. “Em um período curto, pode não haver um resultado satisfatório, porque o nematoide, como o Rotylenchulus reniformis (Rr), por exemplo, tem alta persistência no solo, e são necessária ações de médio a longo prazo”, explicou. Outro ponto é quanto à extensão da área na qual o manejo deve ser realizado em áreas extensas e não localizadas, porque os nematoides se distribuem mais uniformemente pela área. Ele lembra que é necessário que todas as medidas precisam ser utilizadas para manejo de nematoides, ou seja, a rotação de culturas, o bom equilíbrio nutricional e, eventualmente, os tratamentos de semente de solo com produtos, sejam químicos ou biológicos.

Foto: Guilherme Lafourcade Asmus/Embrapa

Guilherme Lafourcade Asmus/Embrapa - Raiz de algodoeiro com nematoide

Raiz de algodoeiro com nematoide

Três pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste fizeram parte da programação no 14º Congresso Brasileiro do Algodão, realizado de 3 a 5 de setembro de 2024, em Fortaleza, CE. O pesquisador Fernando Mendes Lamas participa há muitos anos do evento, sendo um dos membros da Comissão Científica e, neste ano, também foi moderador de um Hub pra debates; Júlio Cesar Salton ministrou a palestra “Atributos físicos x crescimento e desenvolvimento das plantas”; e Guilherme Lafourcade Asmus fez palestra sobre oAumento da ocorrência e danos causados por Rotylenchulus reniformis e a evolução da Meloidoginose no algodoeiro”.

Lamas falou que um dos desafios na cultura do algodão é o modelo de soja-algodão, por ser praticamente em monocultura. “O produtor rural precisa se conscientizar de que a rotação de culturas é extremamente importante, seja com milho ou com qualquer outra cultura, incluindo, no sistema, plantas de serviços, como braquiárias, crotalárias e outras”.

Ele explica que a Comissão Científica organizou a programação do Congresso dando destaque à rotação de culturas, por ser uma técnica importante no controle de doenças, plantas daninhas, pragas e nematoides. “O tema ocupou um bom espaço de todas as nossas discussões”. A questão de fisiologia do algodoeiro, especialmente em função das mudanças climáticas, foi outro tema que a Comissão Científica valorizou na programação. “O algodoeiro é uma planta de baixa eficiência fotossintética, tem a produtividade física reduzida quando se tem estresse térmico ou estresse hídrico. Por isso, foram temas que também foram abordados durante o Congresso”, disse Lamas (veja a programação completa).

Na palestra de Salton, ele mostrou como a capacidade do “sistema solo” proporciona condições para as plantas tolerarem adversidades climáticas como a ocorrência de veranicos quando há cobertura permanente da superfície do solo​, solo com boa estrutura​, agregados grandes e estáveis​ e porosidade contínua​. “Os resultados são maior taxa de infiltração da água​, menor perda por evaporação​, maior armazenamento e fornecimento de água​ e menor temperatura e amplitude térmica”, falou​.

Em experimentos em solos de fazendas de Mato Grosso do Sul (municípios de Dourados, Naviraí, Ponta Porâ, Chapadão do Sul e Selvíria), com alta, média e baixa quantidade de argila no solo, independentemente do tipo de solo, todos convergiram para o mesmo resultado: “Para que o produtor rural tenha um solo de qualidade, considerando o aspecto físico, é preciso que ele tenha a entrada de material orgânico, que é o combustível para a atividade biológica e, com isso, a melhoria da qualidade física, qualidade da estrutura do solo. Isso então nós medimos em diversos ambientes”, disse Salton, que fez experimentos em Plantio Convencional (PC), Pasto Permanente (PP), Plantio Direto (PD), Integração Lavoura-Pecuária (ILP), tendo o pior resultado sempre em Plantio Convencional.

Quanto à ocorrência de nematoides, o pesquisador Asmus disse que há uma série de opções de culturas para diversificar o sistema de produção que inclui o algodoeiro. existindo uma série de gramíneas, como forrageiras, milho e sorgo. “O mais importante é o produtor rural e o técnico saberem qual nematoide tem em sua propriedade para fazer a melhor escolha de culturas”, alertou o pesquisador.

As características de áreas infestadas são solos de textura argilosa, boa fertilidade, áreas de monocultivo, reboleiras maiores que o usual e há problemas de fertilidade/compactação. Segundo Asmus, o produtor tem dificuldade, às vezes, de manejar o sistema, primeiro, porque realiza manejo por pouco tempo, por exemplo, fazendo rotação de culturas somente por um ano.

“Em um período curto, pode não haver um resultado satisfatório, porque o nematoide, como o Rotylenchulus reniformis (Rr), por exemplo, tem alta persistência no solo, e são necessária ações de médio a longo prazo”, explicou. Outro ponto é quanto à extensão da área na qual o manejo deve ser realizado em áreas extensas e não localizadas, porque os nematoides se distribuem mais uniformemente pela área.

Ele lembra que é necessário que todas as medidas precisam ser utilizadas para manejo de nematoides, ou seja, a rotação de culturas, o bom equilíbrio nutricional e, eventualmente, os tratamentos de semente de solo com produtos, sejam químicos ou biológicos.

Sílvia Zoche Borges (DRT-MG 08223)
Embrapa Agropecuária Oeste

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