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Pesquisadores ouvem comunidades sobre avanço da água salgada no São Francisco

Agentes da Embrapa promoveram, na quarta (19), em Brejo Grande, SE, uma reunião para ouvir as comunidades dos municípios sergipanos e alagoanos localizados na região da foz do Rio São Francisco sobre os principais problemas causados pelo avanço da água salgada do mar sobre o leito do rio por conta de sua perda de vazão – fenômeno conhecido como intrusão salina.

O encontro integra as ações do GeoBSF, um projeto de pesquisa em rede liderado pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), que busca levantar os principais indicadores ambientais, sociais e econômicos dos municípios sergipanos e alagoanos localizados na região da foz do Rio São Francisco.

Com apoio da Secretaria da Agricultura de Brejo Grade, o encontro reuniu pescadores, criadores de camarão e ostras, agricultores, agentes públicos, extrativistas, quilombolas pesquisadores baseados na região e outros membros das comunidades locais para uma troca de percepções sobre como o aumento da salinidade das águas do Velho Chico tem afetado as suas atividades econômicas e seu modo de vida, sua saúde e o meio ambiente em seus locais de morada e trabalho. 

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Reunião Técnica - Indicadores do Baixo São Francisco

Por meio de escuta ativa e documentando todas as respostas e intervenções, os membros do projeto pretendem agregar as informações que comporão o resultado final do projeto, que irá gerar uma base de dados digitais com um diagnóstico amplo e profundo dos aspectos socioeconômicos e ambientais da região.

Sob liderança do pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Marcus Cruz, a ação de pesquisa reúne especialistas de quatro Unidades da Embrapa, as universidades federais dos dois estados, órgãos estaduais de desenvolvimento, associações, ONGs e diversos outros parceiros. 

Com financiamento do CNPq, por meio da Chamada CNPq/MCTI/FNDCT/CT-Hidro Nº 63/2022 – Gestão Integrada de Recursos Hídricos e Zonas Costeiras no Contexto das Mudanças Climáticas, o projeto se estende até 2026, e busca avaliar e validar indicadores ambientais e socioeconômicos como subsídio para a gestão integrada dos recursos hídricos da região estuarina do Rio São Francisco e da zona costeira adjacente.

Como resultado das pesquisas, a ação pretende gerar indicadores, mapas, processos e softwares que permitam orientar de forma participativa a tomada de decisões para a formulação e execução de políticas públicas aplicadas ao desenvolvimento sustentável do

território.

Divididos em grupos de trabalho temáticos, os pesquisadores envolvidos já começaram a atuar na região desde 2023, tanto na coleta informações e dados mensuráveis nas dimensões geográficas, econômicas, físicas, químicas e biológicas – desde seleção de variáveis, análise espacial com geotecnologias, de amostras de água, solo e organismos aquáticos e outros subsídios para as pesquisas – quanto na interação com as comunidades para incorporar as percepções mais subjetivas ao diagnóstico.

Entre as entidades parceiras estão as Universidades Federais de Sergipe (UFS) e de Alagoas (UFAL – Campus Penedo), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro – RS), Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Organização Socioultural Amigos do Turismo e do Meio Ambiente (Oscatma – Barra dos Coqueiros, SE) e Associação Aroeira (Piaçabuçu, AL). 

Além da Embrapa Tabuleiros Costeiros, participam do projeto Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) e Embrapa Hortaliças (Brasília, DF).

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