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Brasil precisa avançar na gestão de riscos climáticos na agricultura

Começou nesta terça-feira na Embrapa Sede, em Brasília, a 8ª Reunião da Rede Zarc de Pesquisa. O evento reúne, além dos pesquisadores, gestores públicos e privados com importante papel no processo de gestão de risco climático na agricultura brasileira. As falas iniciais demonstraram a necessidade de o Brasil melhorar seus mecanismos visando minimizar as perdas causadas por eventos climáticos adversos. A presidente da Embrapa Silvia Massruhá abriu o evento mencionando a maior frequência da ocorrência de eventos extremos, como secas prolongadas e excesso de chuvas. Esse cenário demanda um refino de banco de dados e das análises feitas na definição do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). “O Zarc tem uma grande importância nas políticas públicas de gestão de risco. Logo que foi implantado no Proagro ele ajudou a reduzir 70% das perdas. Agora precisamos trabalhar melhor a série climática, aperfeiçoar nossos modelos e trabalhar a gestão de riscos”, disse a presidente da Embrapa. Silvia ainda destacou o papel da rede Zarc de pesquisa, que envolve profissionais de mais de 30 centros de pesquisa da Embrapa, possibilitando a validação do zoneamento junto ao setor produtivo em todo o país. “A forma de atuação integrada desta rede de pesquisadores tem servido de exemplo para outras áreas de trabalho na Embrapa”, afirmou Massruhá. O Zarc foi elogiado por Carlos Augustin, assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa. “Esse é um exemplo muito forte de como a tecnologia da Embrapa pode virar um instrumento público que serve ao governo, às seguradoras, ao setor produtivo. É um belo exemplo de como investir o recurso público”, destacou. Augustín ainda falou sobre a expectativa com o zoneamento níveis de manejo, que vai ampliar as informações, permitindo uma gestão ainda melhor dos riscos. Esta melhoria que vem sendo trabalhada pelos pesquisadores da Embrapa também é esperada pelo Banco Central, assim como a revisão das séries climatológicas, mencionada por Gilson Bitencourt, Secretário de Política Agrícola e Negócios Ambientais do Ministério da Fazenda. Ele lembrou que as mudanças climáticas fazem com que o estudo de anos recentes seja tão relevante como o das séries históricas. A obrigatoriedade do uso do Zarc no crédito rural também foi mencionada como uma forma de valorização da ferramenta e até mesmo de obter mais recursos para melhoria do instrumento. Redução de riscos Além dos avanços no Zarc, outras melhorias na gestão de riscos foram apresentadas por Cláudio Filgueiras, chefe do departamento de regulação, supervisão e controle de crédito rural do Banco Central. Ele apresentou novidades que serão adotadas no Proagro visando melhorar o perfil de risco e reduzir incoerências. Um exemplo é a diferenciação na cobertura, conforme o risco contratado. Outra frente de melhorias busca garantir a sustentabilidade do Proagro, adequando valores da renda mínima conforme a área contratada. Em sua apresentação, Filgueiras ainda falou sobre a necessidade de se criar um fundo garantidor da agricultura, como mais uma ferramenta de gestão de riscos no país. A iniciativa teve endosso de Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional de Seguradoras (CNSeg). Para ele é preciso que haja mais mecanismos que possibilitem a mitigação de riscos. Dyogo mostrou que apenas 7% das lavouras cultivadas na última safra no Brasil estavam seguradas. De acordo com ele, agricultores de regiões de maior risco climático, como os estados do Sul, são os que mais contratam seguro. Isso faz com que o custo seja mais elevado. De acordo com a CNSeg entre 2013 e 2023, desastres naturais causaram R$ 639,4 bilhões de prejuízos em todo o Brasil, sendo 56% dos prejuízos no setor agropecuário. “O percentual de perdas cobertas por seguro no Brasil é muito baixo. Enquanto no mundo é de 31%, no Brasil é de apenas 4,5%”, afirma Dyogo Oliveira. A 8ª Reunião da Rede Zarc Embrapa segue até quinta-feira. Os dois primeiros dias estão sendo transmitidos ao vivo no Canal da Embrapa no Youtube. Confira aqui a programação completa. O último dia terá discussões focadas no trabalho de pesquisa da rede. O evento é realizado pela Embrapa, com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária e do Banco Central.

Começou nesta terça-feira na Embrapa Sede, em Brasília, a 8ª Reunião da Rede Zarc de Pesquisa. O evento reúne, além dos pesquisadores, gestores públicos e privados com importante papel no processo de gestão de risco climático na agricultura brasileira. As falas iniciais demonstraram a necessidade de o Brasil melhorar seus mecanismos visando minimizar as perdas causadas por eventos climáticos adversos.

A presidente da Embrapa Silvia Massruhá abriu o evento mencionando a maior frequência da ocorrência de eventos extremos, como secas prolongadas e excesso de chuvas. Esse cenário demanda um refino de banco de dados e das análises feitas na definição do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

“O Zarc tem uma grande importância nas políticas públicas de gestão de risco. Logo que foi implantado no Proagro ele ajudou a reduzir 70% das perdas. Agora precisamos trabalhar melhor a série climática, aperfeiçoar nossos modelos e trabalhar a gestão de riscos”, disse a presidente da Embrapa.

Silvia ainda destacou o papel da rede Zarc de pesquisa, que envolve profissionais de mais de 30 centros de pesquisa da Embrapa, possibilitando a validação do zoneamento junto ao setor produtivo em todo o país.

“A forma de atuação integrada desta rede de pesquisadores tem servido de exemplo para outras áreas de trabalho na Embrapa”, afirmou Massruhá.

O Zarc foi elogiado por Carlos Augustin, assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa.

“Esse é um exemplo muito forte de como a tecnologia da Embrapa pode virar um instrumento público que serve ao governo, às seguradoras, ao setor produtivo. É um belo exemplo de como investir o recurso público”, destacou.

Augustín ainda falou sobre a expectativa com o zoneamento níveis de manejo, que vai ampliar as informações, permitindo uma gestão ainda melhor dos riscos.

Esta melhoria que vem sendo trabalhada pelos pesquisadores da Embrapa também é esperada pelo Banco Central, assim como a revisão das séries climatológicas, mencionada por Gilson Bitencourt, Secretário de Política Agrícola e Negócios Ambientais do Ministério da Fazenda. Ele lembrou que as mudanças climáticas fazem com que o estudo de anos recentes seja tão relevante como o das séries históricas.

A obrigatoriedade do uso do Zarc no crédito rural também foi mencionada como uma forma de valorização da ferramenta e até mesmo de obter mais recursos para melhoria do instrumento.

Redução de riscos

Além dos avanços no Zarc, outras melhorias na gestão de riscos foram apresentadas por Cláudio Filgueiras, chefe do departamento de regulação, supervisão e controle de crédito rural do Banco Central. Ele apresentou novidades que serão adotadas no Proagro visando melhorar o perfil de risco e reduzir incoerências. Um exemplo é a diferenciação na cobertura, conforme o risco contratado. Outra frente de melhorias busca garantir a sustentabilidade do Proagro, adequando valores da renda mínima conforme a área contratada.

Em sua apresentação, Filgueiras ainda falou sobre a necessidade de se criar um fundo garantidor da agricultura, como mais uma ferramenta de gestão de riscos no país.

A iniciativa teve endosso de Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional de Seguradoras (CNSeg). Para ele é preciso que haja mais mecanismos que possibilitem a mitigação de riscos.

Dyogo mostrou que apenas 7% das lavouras cultivadas na última safra no Brasil estavam seguradas. De acordo com ele, agricultores de regiões de maior risco climático, como os estados do Sul, são os que mais contratam seguro. Isso faz com que o custo seja mais elevado.

De acordo com a CNSeg entre 2013 e 2023, desastres naturais causaram R$ 639,4 bilhões de prejuízos em todo o Brasil, sendo 56% dos prejuízos no setor agropecuário. “O percentual de perdas cobertas por seguro no Brasil é muito baixo. Enquanto no mundo é de 31%, no Brasil é de apenas 4,5%”, afirma Dyogo Oliveira.

A 8ª Reunião da Rede Zarc Embrapa segue até quinta-feira. Os dois primeiros dias estão sendo transmitidos ao vivo no Canal da Embrapa no Youtube. Confira aqui a programação completa. O último dia terá discussões focadas no trabalho de pesquisa da rede.

O evento é realizado pela Embrapa, com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária e do Banco Central.

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