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Embrapa promove debate sobre melhorias para sistemas de produção integrados para o Semiárido

A Embrapa Caprinos e Ovinos promoveu, na última quinta-feira (16 de maio), o Dia de Campo “Sistemas Integrados para o Semiárido Brasileiro” para técnicos de assistência técnica e extensão rural. A programação constou de visita à área experimental do Setor de Seleção e Produção de Ovinos de Corte (Sepoc), onde a equipe da Embrapa apresentou as contribuições do ILPF Caatinga para recuperação de áreas degradadas, além de informações sobre a implantação das áreas de plantio e o manejo animal para este sistema de produção. A atividade a campo foi seguida de um debate sobre diferentes experiências com sistemas integrados nessa região do país. O debate, que teve o objetivo de identificar pontos que demandam ajustes nesses modelos, teve início com a apresentação do ILPF Mata Branca, composto por palma forrageira, capim massai e gliricídia. O zootecnista e produtor rural Raimundo Reis, que apresentou o sistema, enfatizou a importância de sistemas integrados serem produtivos e resilientes, além de ajudarem a recuperar áreas degradadas. O professor do Instituto Federal do Ceará (IFCE Campus Limoeiro do Norte), Rodrigo Gregório, expôs os resultados de um sistema iniciado em 2015 em Limoeiro do Norte e destacou que todos os componentes do ILPF têm uma razão de estar na propriedade. “Tudo deve ser analisado a partir da viabilidade econômica”, afirmou. Alguns aspectos do ILPF Caatinga, visitado no período da manhã, foram demonstrados pelo pesquisador Rafael Tonucci que também falou sobre a conscientização sobre o uso do fogo, além dos esforços para evitar a degradação e desertificação. As apresentações foram seguidas de um momento de perguntas e respostas sobre temas como políticas públicas para financiamento dos sistemas integrados, o desafio do uso de cerca elétrica para rebanho de ovinos, entre outros. Para Francisco Isaias Alves, técnico do Senac em Tamboril que já participou de outros dias de campo, afirmou que o evento foi fundamental para obter mais conhecimentos. “São informações importantes principalmente em relação à produção de forragem, o dia de campo trouxe conhecimentos que podem ser aplicados nas propriedades”. O produtor Raimundo Reis acredita que os sistemas integrados têm potencial para mudar completamente o panorama para o produtor rural. “Um dos maiores desafios que nós temos nessas atividades é exatamente achar um modelo de produção que seja viável economicamente que dê uma margem boa para o produtor, acredito que esse modelo está caminhando para isso. Então eu torço para que a gente conclua os trabalhos e consiga levar essa proposta para mais produtores”. Para a chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, Ana Clara Cavalcante, a avaliação do evento é positiva com a participação de representantes de instituições parceiras que puderam contribuir com sugestões e compartilhar experiências. Ela explica que esse foi o primeiro de três eventos que serão realizados para continuar o diálogo que foi iniciado. “Todos os participantes têm algum conhecimento, testaram, utilizaram ou estão desenvolvendo algum sistema e a ideia é realmente fortalecer, criar uma rede de cooperação e compartilhamento de experiências para construirmos juntos um modelo de produção sustentável para o ambiente semiárido”, concluiu. As estações do Dia de Campo Os participantes do evento circularam, no período da manhã, por estações onde assistiram apresentações da equipe da Embrapa Caprinos e Ovinos sobre o sistema ILPF Caatinga. “Sem integração, será difícil uma pecuária sustentável em sequeiro no Semiárido brasileiro”, ressaltou o pesquisador Rafael Tonucci, em sua apresentação. Segundo ele, a contribuição do ILPF para restaurar ambientes degradados é um caminho viável pelo fato do sistema permitir um manejo sustentável, com intensificação de uso da terra para melhor produção de alimento volumoso ao mesmo tempo em que apresenta baixas emissões de carbono. O pesquisador acredita que essas características configuram o ILPF como boa resposta a desafios da Caatinga, como o superpastejo (quantidade de animais pastejando acima do que a área é capaz de suportar), que provoca degradação. O analista José Wilson Tavares mostrou áreas experimentos de plantio consorciado de gramíneas (capins Tamani e Massi) com culturas anuais (sorgo e milheto) que permitem produção de forragem e formação de pasto. Segundo ele, os consórcios no ILPF Caatinga permitem ao produtor alternativas como antecipar a colheita de lavoura, em anos de chuvas favoráveis, para favorecer o desenvolvimento das gramíneas. “Nas próximas semanas, já vamos colher o milheto e o sorgo, para permitir que o capim Massai receba luz e chuva”, exemplificou ele. Na estação sobre manejo do rebanho, o pesquisador Fernando Henrique Albuquerque destacou que a estimativa de produção de alimento do sistema na área do Sepoc para 2024 é de 87,2 toneladas de matéria seca, que será utilizada para o rebanho de ovinos Santa Inês. Ele destacou que, nas pesquisas, há uma atenção especial para as ovelhas. “Muitas vezes o criador investe somente na engorda dos cordeiros e esquece as matrizes, quando a solução para a produção de carne ovina passa pelo ajuste da alimentação e manejo do pasto para a matriz”, justifica ele, reforçando que a boa nutrição das fêmeas facilita o nascimento de crias com bom potencial produtivo. A estação também mostrou dados sobre as rotinas de manejo sanitário, nutricional e reprodutivo, que podem se integrar para uma perspectiva em que, por exemplo, uma melhor nutrição facilite a prolificidade do rebanho. “Nossa realidade hoje é de um parto por ano, mas, com o suporte forrageiro necessário, podemos chegar a um indicador de três partos a cada dois anos”, afirmou o analista Alexandre Monteiro.

A Embrapa Caprinos e Ovinos promoveu, na última quinta-feira (16 de maio), o Dia de Campo “Sistemas Integrados para o Semiárido Brasileiro” para técnicos de assistência técnica e extensão rural. A programação constou de visita à área experimental do Setor de Seleção e Produção de Ovinos de Corte (Sepoc), onde a equipe da Embrapa apresentou as contribuições do ILPF Caatinga para recuperação de áreas degradadas, além de informações sobre a implantação das áreas de plantio e o manejo animal para este sistema de produção. A atividade a campo foi seguida de um debate sobre diferentes experiências com sistemas integrados nessa região do país.

O debate, que teve o objetivo de identificar pontos que demandam ajustes nesses modelos, teve início com a apresentação do ILPF Mata Branca, composto por palma forrageira, capim massai e gliricídia. O zootecnista e produtor rural Raimundo Reis, que apresentou o sistema, enfatizou a importância de sistemas integrados serem produtivos e resilientes, além de ajudarem a recuperar áreas degradadas. O professor do Instituto Federal do Ceará (IFCE Campus Limoeiro do Norte), Rodrigo Gregório, expôs os resultados de um sistema iniciado em 2015 em Limoeiro do Norte e destacou que todos os componentes do ILPF têm uma razão de estar na propriedade. “Tudo deve ser analisado a partir da viabilidade econômica”, afirmou. 

Alguns aspectos do ILPF Caatinga, visitado no período da manhã, foram demonstrados pelo pesquisador Rafael Tonucci que também falou sobre a conscientização sobre o uso do fogo, além dos esforços para evitar a degradação e desertificação.  As apresentações foram seguidas de um momento de perguntas e respostas sobre temas como políticas públicas para financiamento dos sistemas integrados, o desafio do uso de cerca elétrica para rebanho de ovinos, entre outros. Para Francisco Isaias Alves, técnico do Senac em Tamboril que já participou de outros dias de campo, afirmou que o evento foi fundamental para obter mais conhecimentos. “São informações importantes principalmente em relação à produção de forragem, o dia de campo trouxe conhecimentos que podem ser aplicados nas propriedades”.

O produtor Raimundo Reis acredita que os sistemas integrados têm potencial para mudar completamente o panorama para o produtor rural. “Um dos maiores desafios que nós temos nessas atividades é exatamente achar um modelo de produção que seja viável economicamente que dê uma margem boa para o produtor, acredito que esse modelo está caminhando para isso. Então eu torço para que a gente conclua os trabalhos e consiga levar essa proposta para mais produtores”.  

Para a chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, Ana Clara Cavalcante, a avaliação do evento é positiva com a participação de representantes de instituições parceiras que puderam contribuir com sugestões e compartilhar experiências. Ela explica que esse foi o primeiro de três eventos que serão realizados para continuar o diálogo que foi iniciado.  “Todos os participantes têm algum conhecimento, testaram, utilizaram ou estão desenvolvendo algum sistema e a ideia é realmente fortalecer, criar uma rede de cooperação e compartilhamento de experiências para construirmos juntos um modelo de produção sustentável para o ambiente semiárido”, concluiu.

As estações do Dia de Campo

Os participantes do evento circularam, no período da manhã, por estações onde assistiram apresentações da equipe da Embrapa Caprinos e Ovinos sobre o sistema ILPF Caatinga.

 “Sem integração, será difícil uma pecuária sustentável em sequeiro no Semiárido brasileiro”, ressaltou o pesquisador Rafael Tonucci, em sua apresentação. Segundo ele, a contribuição do ILPF para restaurar ambientes degradados é um caminho viável pelo fato do sistema permitir um manejo sustentável, com intensificação de uso da terra para melhor produção de alimento volumoso ao mesmo tempo em que apresenta baixas emissões de carbono. O pesquisador acredita que essas características configuram o ILPF como boa resposta a desafios da Caatinga, como o superpastejo (quantidade de animais pastejando acima do que a área é capaz de suportar), que provoca degradação.

O analista José Wilson Tavares mostrou áreas experimentos de plantio consorciado de gramíneas (capins Tamani e Massi) com culturas anuais (sorgo e milheto) que permitem produção de forragem e formação de pasto. Segundo ele, os consórcios no ILPF Caatinga permitem ao produtor alternativas como antecipar a colheita de lavoura, em anos de chuvas favoráveis, para favorecer o desenvolvimento das gramíneas. “Nas próximas semanas, já vamos colher o milheto e o sorgo, para permitir que o capim Massai receba luz e chuva”, exemplificou ele.

Na estação sobre manejo do rebanho, o pesquisador Fernando Henrique Albuquerque destacou que a estimativa de produção de alimento do sistema na área do Sepoc para 2024 é de 87,2 toneladas de matéria seca, que será utilizada para o rebanho de ovinos Santa Inês. Ele destacou que, nas pesquisas, há uma atenção especial para as ovelhas. “Muitas vezes o criador investe somente na engorda dos cordeiros e esquece as matrizes, quando a solução para a produção de carne ovina passa pelo ajuste da alimentação e manejo do pasto para a matriz”, justifica ele, reforçando que a boa nutrição das fêmeas facilita o nascimento de crias com bom potencial produtivo.

A estação também mostrou dados sobre as rotinas de manejo sanitário, nutricional e reprodutivo, que podem se integrar para uma perspectiva em que, por exemplo, uma melhor nutrição facilite a prolificidade do rebanho. “Nossa realidade hoje é de um parto por ano, mas, com o suporte forrageiro necessário, podemos chegar a um indicador de três partos a cada dois anos”, afirmou o analista Alexandre Monteiro.

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