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Especialistas defendem no G20 medidas de adaptação para mudanças do clima

É inegável que o Brasil fez progressos para enfrentar os desafios da agricultura para adaptação e mitigação às mudanças climáticas, como a transformação do ZARC em política pública do governo federal. Ferramentas que permitem a visualização de dados e sistemas de apoio à decisão desempenham cada vez mais papeis cruciais na tomada de decisão. Porém, o grande desafio é aumentar o envolvimento das comunidades e ofertar iniciativas de capacitação para melhorar a compreensão dos impactos das alterações climáticas e das estratégias de adaptação entre os produtores rurais e os tomadores de decisão. A afirmação é do pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, Aryeverton Fortes, que participa do Encontro Mundial dos Líderes de Pesquisa Agrícola no âmbito do G20 (MACS, G20), de 15 a 17 de maio, em Brasília. Ele foi um dos painelistas da Sessão Food Security and Agrifood Systems, realizada nesta quarta-feira, junto com a pesquisadora Deissy Martínez Barón, do CGIAR – Consultative Group on International Agricultural Research (em português Grupo Consultivo em Pesquisa Agrícola). “A palavra chave é a adaptação. Sempre se falou muito em mitigação, mas hoje estamos vendo uma mudança forte neste discurso, a importância que tem que se dar à adaptação, pois os exemplos extremos já estão dados, como o atual cenário de aumento de 1,4 graus de aumento na temperatura. O Brasil historicamente tem defendido no âmbito internacional a ênfase de direcionar a pesquisa para a adaptação. A Embrapa se posiciona junto com o Ministério da Agricultura e o Ministério de Relações Exteriores nesta defesa”, afirmou o chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Marcelo Morandi. Em sua apresentação, Aryeverton destacou a importância do Zoneamento de Risco Climático – ZARC, um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. Atualmente, 44 culturas estão inseridas no ZARC, entre elas milho, palma forrageira, macaúba, entre outras. “A essência dessa abordagem é a oferta de avaliações de risco que considerem diferentes condições da cultura, se é de sequeiro ou irrigada, qual o nível de retenção dos solos, etc”, explicou. E anunciou o ZARC para níveis diferentes de manejo, iniciativa que visa aumentar a proteção do solo e gerar impactos como a retenção do carbono. “Se eu degrado mais o meu solo, vou ter uma classificação de risco pior, por exemplo,”, afirmou. “Portanto, cuidar do solo passa a ser um incentivo direto para os contratos de seguro”, acrescentou. Sistemas alimentares enfrentam grandes desafios com a mudança do clima A afirmação é da pesquisadora, Deissy Barón, que compartilhou a sessão com o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital. São 735 milhões de pessoas com fome no mundo, o que corresponde a 9,2% da população mundial. E os sistemas agroalimentares são responsáveis por 30% das emissões globais, sendo que apenas 0,8% do financiamento climático global destina-se aos pequenos produtores. E justamente são cerca de 500 milhões de pequenos produtores que produzem um terço dos alimentos consumidos no mundo. “As mudanças do clima reduziram a renda percapita do continente afriano em 14%”, afirmou a pesquisadora do CGIAR. Para ela é preciso concentrar esforços globais em dar ganho de escala às soluções para adaptação, segurança alimentar e nutricional, emprego e manejo da água. Também é preciso ampliar e melhorar a qualidade do financiamento climático. “Acesso a financiamento, conhecimento e capacitação, são políticas importantes para subidiarem o diálogo com a sociedade”, afirmou. Deissy cita o chamado pacote de inovações (figura acima) para se alcançar o impacto de escala: instituições, políticas, financiamento, tecnologia, parceria, capacitação e parcerias. “Abordagens isoladas não são suficientes”, disse. Para a pesquisadora, investimentos em serviços digitais de assistência climática apresentam um eleavado retorno para os produtores rurais, aumentando a produtividade em 30%, em média. A CGIAR defende o uso consultorias agrícolas, ferramentas digitais, agricultura inteligente em termos climáticos e capacitação para dar escala na resiliência da agricultura. “Transformação requer políticas favoráveis para o financiamento do clima”, finalizou.

Foto: Tiago Sousa

Tiago Sousa - Debates sobre adaptação marcam o primeiro dia do MACS G20

Debates sobre adaptação marcam o primeiro dia do MACS G20

É inegável que o Brasil fez progressos para enfrentar os desafios da agricultura para adaptação e mitigação às mudanças climáticas, como a transformação do ZARC em política pública do governo federal.  Ferramentas que permitem a visualização de dados e sistemas de apoio à decisão desempenham  cada vez mais papeis cruciais na tomada de decisão. Porém, o grande desafio é aumentar o envolvimento das comunidades e ofertar iniciativas de capacitação para melhorar a compreensão dos impactos das alterações climáticas e das estratégias de adaptação entre os produtores rurais e os tomadores de decisão.

A afirmação é  do pesquisador  da Embrapa Agricultura Digital, Aryeverton Fortes, que participa do Encontro Mundial dos Líderes de Pesquisa Agrícola no âmbito do G20 (MACS, G20), de 15 a 17 de maio, em Brasília. Ele foi um dos painelistas da Sessão Food Security and Agrifood Systems, realizada nesta quarta-feira, junto com a pesquisadora Deissy Martínez Barón, do CGIAR – Consultative Group on International Agricultural Research (em português Grupo Consultivo em Pesquisa Agrícola).

 “A palavra chave é a adaptação. Sempre se falou muito em mitigação, mas hoje estamos vendo uma mudança forte neste discurso, a importância que tem que se dar à adaptação, pois os exemplos extremos já estão dados, como o atual cenário de aumento de 1,4 graus de aumento na temperatura. O Brasil historicamente tem defendido no âmbito internacional a ênfase de direcionar a pesquisa para a adaptação. A Embrapa se posiciona junto com o Ministério da Agricultura e o Ministério de Relações Exteriores nesta defesa”, afirmou o chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Marcelo Morandi.

Em sua apresentação, Aryeverton destacou a importância do Zoneamento de Risco Climático – ZARC, um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. Atualmente, 44 culturas estão inseridas no ZARC,  entre elas milho, palma forrageira, macaúba, entre outras. “A essência dessa abordagem é a oferta de avaliações de risco que considerem diferentes condições da cultura, se é de sequeiro ou irrigada, qual o nível de retenção dos solos, etc”, explicou.

E anunciou o ZARC para níveis diferentes de manejo, iniciativa que visa aumentar a proteção do solo e gerar impactos como a retenção do carbono. “Se eu degrado mais o meu solo, vou ter uma classificação de risco pior, por exemplo,”, afirmou. “Portanto, cuidar do solo passa a ser um incentivo direto para os contratos de seguro”, acrescentou.

Sistemas alimentares enfrentam grandes desafios com a mudança do clima

A afirmação é da pesquisadora, Deissy Barón, que compartilhou  a sessão com o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital. São 735 milhões de pessoas com fome no mundo, o que corresponde a 9,2% da população mundial. E os sistemas agroalimentares são responsáveis por 30% das emissões globais, sendo que apenas 0,8% do financiamento climático global destina-se aos pequenos produtores. E justamente são cerca de 500 milhões de pequenos produtores que produzem um terço dos alimentos consumidos no mundo. “As mudanças do clima reduziram a renda percapita do continente afriano em 14%”, afirmou a pesquisadora do CGIAR.

Para ela é preciso concentrar esforços globais em dar ganho de escala às soluções para adaptação, segurança alimentar e nutricional, emprego e manejo da água. Também é preciso ampliar e melhorar a qualidade do financiamento climático. “Acesso a financiamento, conhecimento e capacitação, são políticas importantes para subidiarem o diálogo com a sociedade”, afirmou.

Deissy cita o chamado pacote de inovações (figura acima) para se alcançar o impacto de escala: instituições, políticas, financiamento, tecnologia, parceria, capacitação e parcerias. “Abordagens isoladas não são suficientes”, disse. Para a pesquisadora, investimentos em serviços digitais de assistência climática apresentam um eleavado retorno para os produtores rurais, aumentando a produtividade em 30%, em média. A CGIAR defende o uso consultorias agrícolas, ferramentas digitais, agricultura inteligente em termos climáticos e capacitação para dar escala na resiliência da agricultura. “Transformação requer políticas favoráveis para o financiamento do clima”, finalizou.

Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

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