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Brasil propõe grupo internacional sobre bioeconomia para o G20

Uma das propostas apresentadas pelo Brasil no Encontro dos Líderes de Pesquisa Agrícola do G20, (MACS-G20), é a criação de um grupo temático dedicado a debater e propor questões sobre bioeconomia. Chamada de GIB (Iniciativa G20 sobre Bioeconomia, na sigla em inglês), a proposta é defendida pela comitiva brasileira que ressalta a importância do tema. “O G20 deverá ser o primeiro fórum mundial a tratar o tema em um debate exclusivo e, aqui no Brasil, o esforço conta com a participação de 12 ministérios”, declarou Daniel Lodetti, da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Sustentável do Ministério das Relações Exteriores, instância responsável pela liderança nessa proposta. Lodetti anunciou que a iniciativa será estruturada em três eixos a serem debatidos separadamente: pesquisa, desenvolvimento e inovação para bioeconomia, debatido em maio, em Brasília; uso sustentável da biodiversidade para a bioeconomia, com debate previsto para junho, em Manaus (AM); e bioeconomia como geradora de desenvolvimento sustentável que será discutido em setembro, no Rio de Janeiro (RJ). O Brasil propõe que os países e as organizações internacionais compartilhem experiências exitosas em bioeconomia e definam esse campo, que ainda conta com muitas interpretações. “Ainda não há consenso mundial sobre a definição do termo. Por isso, o Brasil quer começar a padronizar o conceito e ter o G20 como o pioneiro nesse tema e, com isso, esperamos espalhar a iniciativa para outros fóruns globais”, explica o coordenador da edição deste ano do MACS-G20, Marcelo Morandi, chefe de Relações Internacionais da Embrapa. Voltada à produção sustentável baseada na biodiversidade e nos recursos naturais, a bioeconomia tem ganhado espaço no Brasil e no mundo, de acordo com Morandi. Uma das principais vertentes do tema, atualmente, é a substituição de matérias-primas fósseis ou químicos sintéticos por similares naturais. É o caso de fertilizantes, estimulantes de crescimento e pesticidas à base de microrganismos como fungos e bactérias. Inofensivos ao meio ambiente e à saúde humana, os bioinsumos a cada ano e já tem o Brasil como o seu maior usuário. Bioeconomia combate a pobreza e aumenta a sustentabilidade “A bioeconomia será capaz de garantir a segurança alimentar e promover resiliência às mudanças do clima”, defendeu a diretora de Negócios da Embrapa, Ana Euler, durante o evento. Segundo ela, a base biológica deverá substituir no longo prazo inúmeros produtos de origem fóssil, de combustíveis a fertilizantes. “Essa é a base do Programa Nacional de Biofertilizantes [do Brasil]”, ressaltou exemplificando com bioinsumos desenvolvidos pela Embrapa: um para combate de pragas e estimulante de crescimento de soja, outro que promove obtenção de fósforo já presente no solo pela planta e um terceiro que ajuda a planta a resistir à seca. Todos têm bactérias em sua composição. A diretora ainda apresentou o potencial brasileiro na chamada bioeconomia azul, que se refere à exploração de recursos aquáticos. “Atualmente, já temos pacotes voltados a duas espécies de peixes a tilápia (exótica) e o tambaqui, nativo do Brasil. Ambos contam com tecnologias de reprodução, alimentação e genética”, anunciou. Euler ainda defendeu a bioeconomia como mecanismo de desenvolvimento social. “Na Amazônia, somente em 2021, as tecnologias da Embrapa focadas na sócio-bioeconomia criaram 3 mil empregos diretos e um impacto de mais de US$ 30 milhões na região”, contou a diretora ao relatar que há mais de 100 tecnologias que atendem hoje a mais de 50 cadeias produtivas. Para o desenvolvimento da bioeconomia, Ana Euler acredita que muitos desafios devem ser por todos os países como o desenvolvimento de soluções científicas voltadas às necessidades e às capacidades locais, a promoção de meios sustentáveis de desenvolver a bioeconomia, a multiplicação do conhecimento, implantação de sistemas de agregação de valor e de inserção em cadeias produtivas, entre outros. “É fundamental que fortaleçamos as redes de cooperação, as parcerias e o financiamento de projetos voltados à bioeconomia,” ressaltou a gestora. “Esperamos entregar uma base de alto nível em bioeconomia que vai subsidiar a reunião de líderes de governo do G20 que se reunirão no Rio de Janeiro, este ano”, concluiu Lodetti.

Uma das propostas apresentadas pelo Brasil no Encontro dos Líderes de Pesquisa Agrícola do G20, (MACS-G20), é a criação de um grupo temático dedicado a debater e propor questões sobre bioeconomia. Chamada de GIB (Iniciativa G20 sobre Bioeconomia, na sigla em inglês), a proposta é defendida pela comitiva brasileira que ressalta a importância do tema. “O G20 deverá ser o primeiro fórum mundial a tratar o tema em um debate exclusivo e, aqui no Brasil, o esforço conta com a participação de 12 ministérios”, declarou Daniel Lodetti, da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Sustentável do Ministério das Relações Exteriores, instância responsável pela liderança nessa proposta. Lodetti anunciou que a iniciativa será estruturada em três eixos a serem debatidos separadamente: pesquisa, desenvolvimento e inovação para bioeconomia, debatido em maio, em Brasília; uso sustentável da biodiversidade para a bioeconomia, com debate previsto para junho, em Manaus (AM); e bioeconomia como geradora de desenvolvimento sustentável que será discutido em setembro, no Rio de Janeiro (RJ).

O Brasil propõe que os países e as organizações internacionais compartilhem experiências exitosas em bioeconomia e definam esse campo, que ainda conta com muitas interpretações. “Ainda não há consenso mundial sobre a definição do termo. Por isso, o Brasil quer começar a padronizar o conceito e ter o G20 como o pioneiro nesse tema e, com isso, esperamos espalhar a iniciativa para outros fóruns globais”, explica o coordenador da edição deste ano do MACS-G20, Marcelo Morandi, chefe de Relações Internacionais da Embrapa.

Voltada à produção sustentável baseada na biodiversidade e nos recursos naturais, a bioeconomia tem ganhado espaço no Brasil e no mundo, de acordo com Morandi. Uma das principais vertentes do tema, atualmente, é a substituição de matérias-primas fósseis ou químicos sintéticos por similares naturais. É o caso de fertilizantes, estimulantes de crescimento e pesticidas à base de microrganismos como fungos e bactérias. Inofensivos ao meio ambiente e à saúde humana, os bioinsumos a cada ano e já tem o Brasil como o seu maior usuário.

Bioeconomia combate a pobreza e aumenta a sustentabilidade

“A bioeconomia será capaz de garantir a segurança alimentar e promover resiliência às mudanças do clima”, defendeu a diretora de Negócios da Embrapa, Ana Euler, durante o evento. Segundo ela, a base biológica deverá substituir no longo prazo inúmeros produtos de origem fóssil, de combustíveis a fertilizantes. “Essa é a base do Programa Nacional de Biofertilizantes [do Brasil]”, ressaltou exemplificando com bioinsumos desenvolvidos pela Embrapa: um para combate de pragas e estimulante de crescimento de soja, outro que promove obtenção de fósforo já presente no solo pela planta e um terceiro que ajuda a planta a resistir à seca. Todos têm bactérias em sua composição.

A diretora ainda apresentou o potencial brasileiro na chamada bioeconomia azul, que se refere à exploração de recursos aquáticos. “Atualmente, já temos pacotes voltados a duas espécies de peixes a tilápia (exótica) e o tambaqui, nativo do Brasil. Ambos contam com tecnologias de reprodução, alimentação e genética”, anunciou.

Euler ainda defendeu a bioeconomia como mecanismo de desenvolvimento social. “Na Amazônia, somente em 2021, as tecnologias da Embrapa focadas na sócio-bioeconomia criaram 3 mil empregos diretos e um impacto de mais de US$ 30 milhões na região”, contou a diretora ao relatar que há mais de 100 tecnologias que atendem hoje a mais de 50 cadeias produtivas.

Para o desenvolvimento da bioeconomia, Ana Euler acredita que muitos desafios devem ser por todos os países como o desenvolvimento de soluções científicas voltadas às necessidades e às capacidades locais, a promoção de meios sustentáveis de desenvolver a bioeconomia, a multiplicação do conhecimento, implantação de sistemas de agregação de valor e de inserção em cadeias produtivas, entre outros. “É fundamental que fortaleçamos as redes de cooperação, as parcerias e o financiamento de projetos voltados à bioeconomia,” ressaltou a gestora.

“Esperamos entregar uma base de alto nível em bioeconomia que vai subsidiar a reunião de líderes de governo do G20 que se reunirão no Rio de Janeiro, este ano”, concluiu Lodetti.

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