Variedade de Terras Altas lançada pela Embrapa Arroz e Feijão em 2020, a BRS A502 vem transformando o mapa da produção de arroz no Cerrado no Brasil. Em Goiás, segundo números da Conab e levantamentos feitos pela Embrapa, a inserção da cultura sob pivô elevou de 3 mil, para 15 mil ha a área plantada, igualando ao arroz irrigado em espaço e produtividade. A BRS A502 já está presente em todas as regiões do Estado de Goiás, de Cristalina, Água Fria e Luziânia, no Leste, a Jussara e Montes Claros, no Oeste; de Itumbiara, Rio Verde e Morrinhos, no Sul/Sudoeste, a Nova Crixás e São Miguel do Araguaia, no Norte/Noroeste. A opção por inserir o arroz em sistemas sustentáveis sob pivô central já é uma realidade para os agricultores goianos, apresentando resultados que, até há bem pouco tempo, poderiam ser considerados surpreendentes. Na Fazenda Paineiras, por exemplo, no Município de Campo Alegre de Goiás, Sudeste do Estado, a colheita foi concluída em 15 de janeiro, atingindo 148,3 SC/ha, em média. “Isso é um feito histórico! Nós nunca havíamos percebido uma produtividade tão alta com arroz de sequeiro aqui em Goiás, sem que fosse necessária a fertilização com fósforo e potássio”, afirma Adriano Castro, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão. Para ele, esse sucesso deve-se a alguns fatores, entre eles: o cuidado com o manejo; o esquema correto de rotação de culturas, que propiciou ambiente ideal; e a escolha da melhor cultivar. “Essa soma permitiu que se chegasse a níveis tão bons, no que diz respeito ao potencial produtivo”, diz Adriano. O pesquisador lembra, ainda, a excelente qualidade dos grãos, que está abrindo as portas da Indústria para essa nova opção. A BRS A502 é um material que responde muito bem à alta fertilidade de solo e, quando manejada adequadamente, permite a obtenção de uma produtividade como essa, de quase 150 SC/ha, com destaque para o rendimento total, que chega a 80%, e a percentagem de inteiros de 76%, em média. “Uma lavoura conduzida com capricho, seguindo recomendações técnicas para rotação de culturas, com entrada do arroz nesse ambiente de pivô, produzirá muito bem, com uma rentabilidade de aproximadamente 100 sacos por hectares, já descontando o custo de produção”, afirma Adriano. Essa produtividade, tão alta, se deu em uma área com rotação e o arroz teve como cultura anterior a cebola, que deixou o ambiente muito propício, com alta fertilidade de solo, por isso não foi necessária a utilização de outros nutrientes, que já existiam como remanescente da lavoura antecessora. O analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, Rodrigo Sérgio e Silva, ressalta que os resultados estão consolidando o arroz como mais uma oportunidade direta, ótima opção rentável para o produtor. Ele lembra que esse novo momento do Sistema de Terras Altas tem revelado a cultura como ferramenta eficiente na revitalização de áreas de produção em pivô, causando efeito virtuoso e entregando aumento de produtividade nas lavouras que venham em sucessão. Contudo, é vantajoso e desejado também pela alta produtividade e o baixo custo dos investimentos, promovendo ganho financeiro maior ou igual aos vários outros cultivos disponíveis. “Tudo está posto e não há necessidade de grandes gastos por parte da cadeia produtiva. O que temos é um arroz como a BRS A502, da Embrapa, que se integra ao sistema de produção e traz sim lucratividade direta”, afirma Rodrigo Sérgio. Metade das áreas irrigadas por pivô central no Brasil estão localizadas em Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, sendo esse último o de maior concentração (550 mil ha). Um dado importante é que 50% desses pivôs no estado mineiro são terras com mais de 20 anos de uso, o que destaca a adoção do arroz como elemento perfeito para a regeneração dos solos. Entretanto, a oportunidade de rentabilidade direta com o arroz tem chamado também a atenção dos produtores desse estado, que estão em contato com a Embrapa, em busca de informações e conhecimento para incluir a cultura em suas áreas. Municípios como Paracatu e Unaí, que juntos representam 27% de toda a área irrigada por pivô em Minas Gerais, já estão adotando a inserção do arroz no sistema com a BRS A502, o que deve acontecer com as demais áreas do estado. Na safra passada, a produção de arroz de sequeiro em Minas não passou de 3 mil hectares, conforme o documento “Série Histórica das Safras/Arroz” da Conab – produção quase insignificante, frente à demanda local de quase 40 mil toneladas/mês. Segundo o presidente do Sindarroz-MG, Jorge Tadeu Meirelles, a indústria local está suprindo sua necessidade importando do Mercosul: do Paraguai e Uruguai. Com esse panorama, os produtores mineiros têm ótimas perspectivas de negócio para o futuro próximo, podendo, ainda, ofertar para os estados vizinhos, como Goiás e São Paulo. A Embrapa Arroz e Feijão tem percorrido os Estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, levando informações técnicas e de manejo aos produtores, sob demanda dos próprios atores da cadeia produtiva e pelos Governo dos Estados, por meio das Secretarias de Agricultura. Os resultados estão superando as expectativas e o futuro se mostra bastante promissor.
Foto: Sebastião Araújo
Lavouras de arroz com a cultivar de Terras Altas BRS A502 se espalham por todo o Estado de Goiás
Variedade de Terras Altas lançada pela Embrapa Arroz e Feijão em 2020, a BRS A502 vem transformando o mapa da produção de arroz no Cerrado no Brasil. Em Goiás, segundo números da Conab e levantamentos feitos pela Embrapa, a inserção da cultura sob pivô elevou de 3 mil, para 15 mil ha a área plantada, igualando ao arroz irrigado em espaço e produtividade.
A BRS A502 já está presente em todas as regiões do Estado de Goiás, de Cristalina, Água Fria e Luziânia, no Leste, a Jussara e Montes Claros, no Oeste; de Itumbiara, Rio Verde e Morrinhos, no Sul/Sudoeste, a Nova Crixás e São Miguel do Araguaia, no Norte/Noroeste. A opção por inserir o arroz em sistemas sustentáveis sob pivô central já é uma realidade para os agricultores goianos, apresentando resultados que, até há bem pouco tempo, poderiam ser considerados surpreendentes. Na Fazenda Paineiras, por exemplo, no Município de Campo Alegre de Goiás, Sudeste do Estado, a colheita foi concluída em 15 de janeiro, atingindo 148,3 SC/ha, em média. “Isso é um feito histórico! Nós nunca havíamos percebido uma produtividade tão alta com arroz de sequeiro aqui em Goiás, sem que fosse necessária a fertilização com fósforo e potássio”, afirma Adriano Castro, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão. Para ele, esse sucesso deve-se a alguns fatores, entre eles: o cuidado com o manejo; o esquema correto de rotação de culturas, que propiciou ambiente ideal; e a escolha da melhor cultivar. “Essa soma permitiu que se chegasse a níveis tão bons, no que diz respeito ao potencial produtivo”, diz Adriano.
O pesquisador lembra, ainda, a excelente qualidade dos grãos, que está abrindo as portas da Indústria para essa nova opção. A BRS A502 é um material que responde muito bem à alta fertilidade de solo e, quando manejada adequadamente, permite a obtenção de uma produtividade como essa, de quase 150 SC/ha, com destaque para o rendimento total, que chega a 80%, e a percentagem de inteiros de 76%, em média. “Uma lavoura conduzida com capricho, seguindo recomendações técnicas para rotação de culturas, com entrada do arroz nesse ambiente de pivô, produzirá muito bem, com uma rentabilidade de aproximadamente 100 sacos por hectares, já descontando o custo de produção”, afirma Adriano. Essa produtividade, tão alta, se deu em uma área com rotação e o arroz teve como cultura anterior a cebola, que deixou o ambiente muito propício, com alta fertilidade de solo, por isso não foi necessária a utilização de outros nutrientes, que já existiam como remanescente da lavoura antecessora.
O analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, Rodrigo Sérgio e Silva, ressalta que os resultados estão consolidando o arroz como mais uma oportunidade direta, ótima opção rentável para o produtor. Ele lembra que esse novo momento do Sistema de Terras Altas tem revelado a cultura como ferramenta eficiente na revitalização de áreas de produção em pivô, causando efeito virtuoso e entregando aumento de produtividade nas lavouras que venham em sucessão. Contudo, é vantajoso e desejado também pela alta produtividade e o baixo custo dos investimentos, promovendo ganho financeiro maior ou igual aos vários outros cultivos disponíveis. “Tudo está posto e não há necessidade de grandes gastos por parte da cadeia produtiva. O que temos é um arroz como a BRS A502, da Embrapa, que se integra ao sistema de produção e traz sim lucratividade direta”, afirma Rodrigo Sérgio.
Metade das áreas irrigadas por pivô central no Brasil estão localizadas em Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, sendo esse último o de maior concentração (550 mil ha). Um dado importante é que 50% desses pivôs no estado mineiro são terras com mais de 20 anos de uso, o que destaca a adoção do arroz como elemento perfeito para a regeneração dos solos. Entretanto, a oportunidade de rentabilidade direta com o arroz tem chamado também a atenção dos produtores desse estado, que estão em contato com a Embrapa, em busca de informações e conhecimento para incluir a cultura em suas áreas.
Municípios como Paracatu e Unaí, que juntos representam 27% de toda a área irrigada por pivô em Minas Gerais, já estão adotando a inserção do arroz no sistema com a BRS A502, o que deve acontecer com as demais áreas do estado. Na safra passada, a produção de arroz de sequeiro em Minas não passou de 3 mil hectares, conforme o documento “Série Histórica das Safras/Arroz” da Conab – produção quase insignificante, frente à demanda local de quase 40 mil toneladas/mês. Segundo o presidente do Sindarroz-MG, Jorge Tadeu Meirelles, a indústria local está suprindo sua necessidade importando do Mercosul: do Paraguai e Uruguai. Com esse panorama, os produtores mineiros têm ótimas perspectivas de negócio para o futuro próximo, podendo, ainda, ofertar para os estados vizinhos, como Goiás e São Paulo.
A Embrapa Arroz e Feijão tem percorrido os Estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, levando informações técnicas e de manejo aos produtores, sob demanda dos próprios atores da cadeia produtiva e pelos Governo dos Estados, por meio das Secretarias de Agricultura. Os resultados estão superando as expectativas e o futuro se mostra bastante promissor.
Henrique de Oliveira (MTb/GO 1.960)
Embrapa Arroz e Feijão
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