Produtores, comerciantes e consultores técnicos participam nos dias 27 e 28 de março, na Embrapa Algodão (Campina Grande – Paraíba), de um curso destinado à cadeia de produção do algodão orgânico cultivado no Semiárido brasileiro. A ideia dos organizadores é repassar conhecimento que favoreça uma oferta de fibras de boa qualidade para a indústria de fiações e tecelagens, no intuito de atender as crescentes exigências dos contratos comerciais para fornecimento de fios de algodões naturalmente coloridos e também das variedades brancas.
“O curso deve proporcionar condições para a adoção de boas práticas no sentido de que os fornecedores evitem contaminações e minimizar variação da produção de algodão. Entre outros conteúdos, serão demonstrados princípios da classificação manual para comprimento, resistência e tipo. Orientar como os produtores podem usar essa classificação para conseguir melhor comunicação com a indústria, melhorar a eficiência da cadeia, e negociar melhores preços”, diz o pesquisador Marenilson Batista, da equipe de organização do curso.
Os principais conteúdos do curso serão: colheita e descaroçamento, características tecnológicas da fibra do algodão (comprimento, finura, maturidade, resistência, brilho, amarelecimento), contaminação da fibra do algodão (folha, pegajosidade, fragmentos de semente, etc). No segundo dia, 28, os participantes receberão informações detalhadas sobre o processo de transformação de fibra a têxtil (fiação, malharia/tecelagem, tingimento), aspectos do comércio do algodão, classificação da qualidade do algodão e sua importância.
“As regras comuns do mercado de algodão também se aplicam ao mercado de algodão orgânico, tanto das cultivares coloridas, quanto das brancas. Uma fibra mais longa pode ser mais adequada à fiação anel, enquanto uma fibra mais resistente pode ser mais adequada à fiação rotor e todo tipo de algodão, com alta contaminação, receberá descontos. Embora esses conceitos sejam comuns para produtores do Cerrado, essa informação ainda é desconhecida por muitos produtores do Semiárido nordestino”, comenta o pesquisador em nanotecnologia e processamento, João Paulo Saraiva Morais, um dos facilitadores da equipe técnica da Embrapa Algodão.
O curso terá também como facilitador Rhudson Santo Assolari Martins, gerente do Laboratório de Classificação Visual e Tecnológica de Fibras da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (AGOPA). A iniciativa tem também o apoio institucional do Instituto Riachuelo que vem incentivando esse tipo de iniciativa apostando que a cadeia do algodão orgânico colorido e branco seja fortalecida e possa continuar se expandindo nos próximos anos.
Os especialistas dizem que o mercado de algodão orgânico colorido e branco é considerado economicamente promissor para os produtores porque, geralmente, se paga um ágio pelo produto comparado com um algodão branco não-orgânico com características similares de fibra.
A Embrapa vem focando sua transferência de tecnologia para que as propriedades pequenas, que não podem se beneficiar do aumento de escala para reduzir custos, possam alcançar mais viabilidade econômica com menores produções devido a esse ágio entre orgânico e não-orgânico.
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SERVIÇO
O QUÊ: Curso sobre Qualidade e Classificação de Fibras de Algodão Orgânico no Semiárido
Carga horária: 16 horas
Local: Auditório da Embrapa Algodão. Rua Osvaldo Cruz,1143. Bairro Centenário. Município de Campina Grande (PB).
Inscrições e informações: (83) 3182 4312 Carla Gameleira carla.gameleira@embrapa.br