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Levi de Moura Barros: uma longa jornada de contribuições à ciência brasileira

Cientista renomado e contador de causos de mão cheia, o pesquisador Levi de Moura Barros despediu-se esta semana dos colegas da Embrapa Agroindústria Tropical. Por 49 anos, “Doutor Levi”, como era conhecido, colaborou com a Embrapa para o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Sua história na empresa remonta a 1974 quando iniciou suas atividades profissionais na Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA). Naquele mesmo ano, transferiu-se para a Estação Experimental de Pacajus, pertencente à Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), em que atuou até fevereiro deste ano. Levi Moura Barros relembra de seu ingresso na Embrapa: “Recém formado, fui contratado pela Embrapa, aos 23 anos de idade. Comecei no Instituto de Pesquisa em Cruz das Almas, na Bahia, onde passei seis meses. Nesse período fiz um curso em Brasília, intitulado ‘Iniciação à Pesquisa’, que a Embrapa havia ofertado aos jovens do instituto. A formação tinha dois meses de duração e contava com pessoas de todo o país. Faltando 15 dias para finalizar o curso, descobrimos que haveria uma distribuição do pessoal para outros polos da Embrapa e fui designado para a Estação Experimental de Pacajus”. Na Embrapa Agroindústria Tropical, Levi de Moura Barros atuou no melhoramento genético, liderando equipes de pesquisadores que projetaram as primeiras versões do produto tecnológico com efeitos mais duradouros desenvolvidos pela Unidade: os clones. As variedades CCP 06 e CCP 76 foram os primeiros clones comerciais lançados, nomeados por ele como cajueiro anão-precoce. Neste ano, o CCP 76 comemora 40 anos de seu lançamento. Os clones transformaram a cadeia produtiva do caju. O pesquisador rememora como tudo teve início: “Certa vez, recebemos a visita de um diretor da Embrapa na Unidade. Quando estava aqui, ele me perguntou se havia algo de diferente para mostrá-lo. Eu respondi que sim e o levei no campo para mostrar os clones. Ele achou um espetáculo e assim os clones foram lançados”. O sucesso da tecnologia, contudo, veio de modo inesperado. Levi de Moura recorda do reconhecimento que a inovação tecnológica teve após sua veiculação no Globo Rural: “Recebemos a TV Manchete, a TV Globo, a TV Bandeirantes e várias outras interessadas em conhecer o produto. Na primeira semana de lançamento recebemos 10 mil cartas de pessoas interessadas em adquirir sementes e mudas”. Em quase cinco décadas de jornada profissional, o Doutor Levi tem a Embrapa como berço de realizações pessoais e profissionais. No âmbito de sua vida íntima, a empresa foi a fonte para o sustento de sua família. Profissionalmente, a Embrapa foi a escola em que aprendeu, desenvolveu e ensinou ciência. “A minha realização foi ver que aquilo que desenvolvi foi adotado. Sou realizado, também, pelas equipes com as quais trabalhei”, complementa. Reconhecimento Com brilhantismo, sua genialidade foi reconhecida diversas vezes em importantes premiações. Em 2000, teve seu trabalho com o desenvolvimento da cajucultura celebrado, por meio do prêmio “Mérito da Fruticultura Nacional” outorgado pela Sociedade Brasileira de Fruticultura. No ano seguinte, em 2001, recebeu o prêmio Frederico de Menezes Veiga, dedicado às personalidades com contribuição de destaque para o avanço da pesquisa agropecuária brasileira. Em 2011, ganhou o Caju de Ouro no Caju Nordeste, o maior evento da cajucultura brasileira. Além do reconhecimento profissional como pesquisador e cientista, Levi de Moura Barros é citado como uma pessoa especial. Ana Cristina Carvalho, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, comenta sua primeira experiência com o colega há mais de 20 anos: “Falar do Levi é fácil e difícil ao mesmo tempo, porque jamais vou conseguir descrever todas as características deles. Quando fui contratada, em 2002, fui recebida por ele. Levi foi um chefe que quase colocou um tapete vermelho para me receber. E, além de chefe, foi um amigo. Sempre que precisei me orientou nas pesquisas e projetos, pois ele é um excelente pesquisador, com uma experiência que não se tem ideia”. Não somente os colegas de longa data declaram a sua excepcionalidade. Ana Iraidy Brígida, também pesquisadora da Unidade, pontua a importância de Levi de Moura para a Embrapa e o desenvolvimento científico de forma geral: “Ele contribuiu como pesquisador na parte de melhoramento genético, na chefia. Então, hoje, meu abraço nele foi agradecendo por toda a contribuição, foram anos de dedicação”. Após 49 anos de esforços para transformar as cadeias produtivas, Levi de Moura Barros não considera o encerramento de sua jornada na Embrapa um final definitivo. “Uma vez Embrapiano, sempre Embrapiano. Sempre que precisarem de mim eu estarei aqui para ajudar”, finaliza.

Foto: Gean Rocha (estagiário)

Gean Rocha (estagiário) - Levi despede-se dos amigos em seu último dia de trabalho na Unidade

Levi despede-se dos amigos em seu último dia de trabalho na Unidade

Cientista renomado e contador de causos de mão cheia, o pesquisador Levi de Moura Barros despediu-se esta semana dos colegas da Embrapa Agroindústria Tropical. Por 49 anos, “Doutor Levi”, como era conhecido, colaborou com a Embrapa para o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Sua história na empresa remonta a 1974 quando iniciou suas atividades profissionais na Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA). Naquele mesmo ano, transferiu-se para a Estação Experimental de Pacajus, pertencente à Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), em que atuou até fevereiro deste ano.
Levi Moura Barros relembra de seu ingresso na Embrapa: “Recém formado, fui contratado pela Embrapa, aos 23 anos de idade. Comecei no Instituto de Pesquisa em Cruz das Almas, na Bahia, onde passei seis meses. Nesse período fiz um curso em Brasília, intitulado ‘Iniciação à Pesquisa’, que a Embrapa havia ofertado aos jovens do instituto. A formação tinha dois meses de duração e contava com  pessoas de todo o país. Faltando 15 dias para finalizar o curso, descobrimos que haveria uma distribuição do pessoal para outros polos da Embrapa e fui designado para a Estação Experimental de Pacajus”.
Na Embrapa Agroindústria Tropical, Levi de Moura Barros atuou no melhoramento genético, liderando equipes de pesquisadores que projetaram as primeiras versões do produto tecnológico com efeitos mais duradouros desenvolvidos pela Unidade: os clones. As variedades CCP 06 e CCP 76 foram os primeiros clones comerciais lançados, nomeados por ele como cajueiro anão-precoce. Neste ano, o CCP 76 comemora 40 anos de seu lançamento. 
Os clones transformaram a cadeia produtiva do caju. O pesquisador rememora como tudo teve início: “Certa vez, recebemos a visita de um diretor da Embrapa na Unidade. Quando estava aqui, ele me perguntou se havia algo de diferente para mostrá-lo. Eu respondi que sim e o levei no campo para mostrar os clones. Ele achou um espetáculo e assim os clones foram lançados”.
O sucesso da tecnologia, contudo, veio de modo inesperado. Levi de Moura recorda do reconhecimento que a inovação tecnológica teve após sua veiculação no Globo Rural: “Recebemos a TV Manchete, a TV Globo, a TV Bandeirantes e várias outras interessadas em conhecer o produto. Na primeira semana de lançamento recebemos 10 mil cartas de pessoas interessadas em adquirir sementes e mudas”.
Em quase cinco décadas de jornada profissional, o Doutor Levi tem a Embrapa como berço de realizações pessoais e profissionais. No âmbito de sua vida íntima, a empresa foi a fonte para o sustento de sua família. Profissionalmente, a Embrapa foi a escola em que aprendeu, desenvolveu e ensinou ciência. “A minha realização foi ver que aquilo que desenvolvi foi adotado. Sou realizado, também, pelas equipes com as quais trabalhei”, complementa.

Reconhecimento

Com brilhantismo, sua genialidade foi reconhecida diversas vezes em importantes premiações. Em 2000, teve seu trabalho com o desenvolvimento da cajucultura celebrado, por meio do prêmio “Mérito da Fruticultura Nacional” outorgado pela Sociedade Brasileira de Fruticultura. No ano seguinte, em 2001, recebeu o prêmio Frederico de Menezes Veiga, dedicado às personalidades com contribuição de destaque para o avanço da pesquisa agropecuária brasileira. Em 2011, ganhou o Caju de Ouro no Caju Nordeste, o maior evento da cajucultura brasileira. Além do reconhecimento profissional como pesquisador e cientista, Levi de Moura Barros é citado como uma pessoa especial.
Ana Cristina Carvalho, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, comenta sua primeira experiência com o colega há mais de 20 anos: “Falar do Levi é fácil e difícil ao mesmo tempo, porque jamais vou conseguir descrever todas as características deles. Quando fui contratada, em 2002, fui recebida por ele. Levi foi um chefe que quase colocou um tapete vermelho para me receber. E, além de chefe, foi um amigo. Sempre que precisei me orientou nas pesquisas e projetos, pois ele é um excelente pesquisador, com uma experiência que não se tem ideia”.
Não somente os colegas de longa data declaram a sua excepcionalidade. Ana Iraidy Brígida, também pesquisadora da Unidade, pontua a importância de Levi de Moura para a Embrapa e o desenvolvimento científico de forma geral: “Ele contribuiu como pesquisador na parte de melhoramento genético, na chefia. Então, hoje, meu abraço nele foi agradecendo por toda a contribuição, foram anos de dedicação”.
Após 49 anos de esforços para transformar as cadeias produtivas, Levi de Moura Barros não considera o encerramento de sua jornada na Embrapa um final definitivo. “Uma vez Embrapiano, sempre Embrapiano. Sempre que precisarem de mim eu estarei aqui para ajudar”, finaliza.

Ricardo Moura (DRT 1618 JPCE)
Embrapa Agroindústria Tropical

Contatos para a imprensa

Lindemberg Bernardo (estagiário de jornalismo)
Embrapa Agroindústria Tropical

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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