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Câmara Setorial debate produção integrada e melhoramento genético de arroz

Representantes da Câmara Setorial e Temática do Arroz se reuniram na tarde da quarta-feira, 25 de maio, de forma virtual, para debater sobre as demandas da orizicultura no cenário nacional e internacional. Foram apresentados temas sobre as oportunidades para o arroz brasileiro com a nova genética Embrapa; a avaliação de insumos biológicos para a lavoura arrozeira no RS e a visibilidade do arroz produzido para o mercado interno e externo quanto à sustentabilidade e segurança alimentar. O arroz é uma cultura essencialmente de verão devido a importância da luz durante seu período reprodutivo. Sua produção é realizada de duas maneiras: O arroz de terras baixas ou inundado – corresponde a 77% das terras produtoras de arroz, sendo produzido em ambientes de solo mais raso, propício ao alagamento. Prevalece a irrigação, principalmente por inundação. O arroz de terras altas ou sequeiro – está presente em torno de 22% das plantações, a inundação não é propícia devido às características do solo, sendo por isto, utilizado a irrigação por pivô central ou por chuvas naturais. Os tipos de arroz mais consumidos são o arroz agulhinha ou branco (68%) – na produção o grão é polido, retirando a casca e farelos. Com isso ele perde alguns nutrientes, mas aumenta o período de armazenamento. O arroz parboilizado (25%) – na finalização da colheita, passa por processo de polimento e pela parboilização, semelhante a um pré-cozimento, impedindo a perda de nutrientes; Arroz integral (6%) – para o consumo, apenas a casca é retirada, mantendo a camada de farelo. Assim, fica mais rico em fibras e proteínas. Melhoramento genético – O pesquisador e coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Arroz da Embrapa Arroz e Feijão (GO), José Colombari, destacou os esforços em pesquisa do melhoramento genético na cultura do arroz. Graças a este melhoramento genético realizado pela Embrapa e parceiros é que tem contribuído para que nos últimos 40 anos a produtividade do arroz aumentasse em 315%, garantindo a segurança alimentar no país, mesmo com a ocorrência de uma redução de 75% da área nacional cultivada com esse cereal no mesmo período. Segundo Colombari, o atual portfólio da Genética Embrapa desenvolvido para o arroz tem trazido oportunidades rentáveis à cadeia produtiva tanto em terras baixas quanto em terras altas. No mercado externo, os grãos especiais ganham atenção, incluindo aí o arroz preto, vermelho, cateto, aromático e cultivares voltadas a culinária japonesa e italiana. Estas opções possibilitam a abertura de novos nichos de mercado com produtos de maior valor agregado, atendendo consumidores que valorizam a regionalização da produção, além da sensorialidade e o prazer nas experiências gastronômicas dos diferentes sabores, aromas e cores presentes nesses grãos do arroz. Já para o ambiente de terras altas, as cultivares modernas com elevada tolerância ao acamamento e com excelente qualidade de grãos para a classe longo fino, com capacidade de produzir mais de 6 tonelas por hectare em áreas irrigadas por aspersão e de alta fertilidade. Nesse ambiente, o arroz se torna uma ótima alternativa, principalmente com o milho, em rotação de culturas sob pivô central, onde a inserção da cultura do arroz com maior intensidade pode trazer muitos benefícios aos sistemas de produção nessas áreas irrigadas. As cultivares de arroz de terras altas beneficiam, também, a soja, pois trazem tecnologias alternativas de resistência a herbicidas de ação total para o controle de plantas daninhas de difícil combate ou já resistentes no cultivo dessa oleaginosa. “Com estas tecnologias geradas pelo melhoramento genético tem possibilitado aos agricultores diminuírem de seis para apenas uma a aplicação dos agrotóxicos, o que reduz o custo da produção e amplia a eficiência”, destacou Colombari. Ele explica que por meio destas tecnologias os produtores conseguem reduzir os ciclos da cultura para mitigar os riscos de deficiência hídrica, o que impacta diretamente na qualidade final do arroz. Produção integrada e sustentabilidade – A Embrapa Clima Temperado (RS) trouxe sua contribuição através da pesquisadora Maria Laura Turino Mattos ao realizar duas abordagens. A primeira sobre a Avaliação de insumos biológicos para a lavoura arrozeira no RS, ao apresentar novos insumos aos produtores rurais, como alternativas de uso de produtos biológicos (os inoculantes). Entre essas possibilidades, ela apresentou a experiência com o microrganismo Azospirillum brasilense. Este produto tem apresentado ganhos de produtividade e contribuído para diminuição da liberação de gases de efeito estufa para o meio ambiente, além é claro, de engordar o bolso do produtor. Ela comentou que os fertilizantes biológicos são utilizados de forma mais comum em lavouras de soja, mas os experimentos demonstraram ganhos positivos em áreas de arroz ao incrementar a sua produtividade em cerca de 20%, e alcançando a média de 12 mil quilos/hectare ao utilizar cultivares de arroz irrigado da Embrapa. Também destacou a eficiência de tecnologias lançadas pela Embrapa para a cultura do arroz como as bactérias solubilizadoras de fosfato e futuras tecnologias com novos microrganismos para o arroz. O segundo tema abordado foi da Visibilidade do arroz produzido para o mercado interno e externo quanto à sustentabilidade e segurança do alimento. A pesquisadora trouxe a importância de se ter e de uso pelo segmento orizícola, e também de outras culturas agrícolas, das normas da Produção Integrada (PI). Conforme Mattos, ao adotar as exigências da PI Arroz, o país dará visibilidade ao mundo de como se pode produzir com sustentabilidade, e paralelamente, atender o mercado interno com a apresentação de um grão de qualidade. O foco também foi destacar que aquele produtor direcionado à exportação do arroz, se atender às exigências de critérios descritos pela PI, ele não precisará atender protocolos internacionais, visto que o Brasil possui um protocolo único, que atende a certificação, com respaldo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com certificação de terceira parte, ou seja, certificadoras acreditadas pelo INMETRO, que adiciona ao produto ou a carga do grão o selo ‘Brasil Certificado’. “A indústria do arroz já atende 98% das exigências descritas na PI Arroz, o que falta é apenas um passo a mais no atendimento aos critérios propostos e trabalhar por setores para qualificar equipes. Entendemos que é preciso capacitar na PI Arroz um amplo grupo de profissionais para atuar como responsáveis técnicos, que vão além dos engenheiros agrônomos, incluindo engenheiros agrícolas, engenheiros químicos, engenheiros de alimentos, engenheiros de produção, bem como, para o “marketing” da PI Arroz os adidos agrícolas, intermediários de negócios, entre outros”, disse. Desta forma, a PI Arroz visa manter a rentabilidade das explorações agrícolas e as exigências sociais de acordo com requisitos estabelecidos para o arroz em correspondente normalização de produção, visando a certificação, rastreabilidade e a concessão de um selo de conformidade. No encerramento da reunião da Câmara Setorial do Arroz, na parte de assuntos gerais, Márcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) fez uma explanação sobre a cadeia do algodão, dentro deste contexto da sustentabilidade. “Da forma como o algodão é produzido no país, ele é responsável, inclusivo e competitivo, pois quando alguém escolhe comprar uma peça feita de algodão, especialmente se produzida no Brasil, está consumindo um produto que tem uma história que pode ser rastreada; da lavoura até o beneficiamento ele é produzido com respeito ao meio ambiente e às pessoas, e quando o seu ciclo se cumprir, até o descarte ele voltará a natureza onde vai se degradar”.

Representantes da Câmara Setorial e Temática do Arroz se reuniram na tarde da quarta-feira, 25 de maio, de forma virtual, para debater sobre as demandas da orizicultura no cenário nacional e internacional.  

Foram apresentados temas sobre as oportunidades para o arroz brasileiro com a nova genética Embrapa; a avaliação de insumos biológicos para a lavoura arrozeira no RS e a visibilidade do arroz produzido para o mercado interno e externo quanto à sustentabilidade e segurança alimentar.

O arroz é uma cultura essencialmente de verão devido a importância da luz durante seu período reprodutivo. Sua produção é realizada de duas maneiras:

O arroz de terras baixas ou inundado – corresponde a 77% das terras produtoras de arroz, sendo produzido em ambientes de solo mais raso, propício ao alagamento. Prevalece a irrigação, principalmente por inundação.

O arroz de terras altas ou sequeiro – está presente em torno de 22% das plantações, a inundação não é propícia devido às características do solo, sendo por isto, utilizado a irrigação por pivô central ou por chuvas naturais.

Os tipos de arroz mais consumidos são o arroz agulhinha ou branco (68%) – na produção o grão é polido, retirando a casca e farelos. Com isso ele perde alguns nutrientes, mas aumenta o período de armazenamento.

O arroz parboilizado (25%) – na finalização da colheita, passa por processo de polimento e pela parboilização, semelhante a um pré-cozimento, impedindo a perda de nutrientes;

Arroz integral (6%) – para o consumo, apenas a casca é retirada, mantendo a camada de farelo. Assim, fica mais rico em fibras e proteínas.

Melhoramento genético – O pesquisador e coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Arroz da Embrapa Arroz e Feijão (GO), José Colombari, destacou os esforços em pesquisa do melhoramento genético na cultura do arroz.   

Graças a este melhoramento genético realizado pela Embrapa e parceiros é que tem contribuído para que nos últimos 40 anos a produtividade do arroz aumentasse em 315%, garantindo a segurança alimentar no país, mesmo com a ocorrência de uma redução de 75% da área nacional cultivada com esse cereal no mesmo período.

Segundo Colombari, o atual portfólio da Genética Embrapa desenvolvido para o arroz tem trazido oportunidades rentáveis à cadeia produtiva tanto em terras baixas quanto em terras altas.

No mercado externo, os grãos especiais ganham atenção, incluindo aí o arroz preto, vermelho, cateto, aromático e cultivares voltadas a culinária japonesa e italiana. Estas opções possibilitam a abertura de novos nichos de mercado com produtos de maior valor agregado, atendendo consumidores que valorizam a regionalização da produção, além da sensorialidade e o prazer nas experiências gastronômicas dos diferentes sabores, aromas e cores presentes nesses grãos do arroz.

Já para o ambiente de terras altas, as cultivares modernas com elevada tolerância ao acamamento e com excelente qualidade de grãos para a classe longo fino, com capacidade de produzir mais de 6 tonelas por hectare em áreas irrigadas por aspersão e de alta fertilidade.

Nesse ambiente, o arroz se torna uma ótima alternativa, principalmente com o milho, em rotação de culturas sob pivô central, onde a inserção da cultura do arroz com maior intensidade pode trazer muitos benefícios aos sistemas de produção nessas áreas irrigadas.

As cultivares de arroz de terras altas beneficiam, também, a soja, pois trazem tecnologias alternativas de resistência a herbicidas de ação total para o controle de plantas daninhas de difícil combate ou já resistentes no cultivo dessa oleaginosa.

“Com estas tecnologias geradas pelo melhoramento genético tem possibilitado aos agricultores diminuírem de seis para apenas uma a aplicação dos agrotóxicos, o que reduz o custo da produção e amplia a eficiência”, destacou Colombari.

Ele explica que por meio destas tecnologias os produtores conseguem reduzir os ciclos da cultura para mitigar os riscos de deficiência hídrica, o que impacta diretamente na qualidade final do arroz.

Produção integrada e sustentabilidade –  A Embrapa Clima Temperado (RS) trouxe sua contribuição através da pesquisadora Maria Laura Turino Mattos ao realizar duas abordagens. A primeira sobre a Avaliação de insumos biológicos para a lavoura arrozeira no RS, ao apresentar novos insumos aos produtores rurais, como alternativas de uso de produtos biológicos (os inoculantes). Entre essas possibilidades, ela apresentou a experiência com o microrganismo  Azospirillum brasilense.  Este produto tem apresentado ganhos de produtividade e contribuído para diminuição da liberação de gases de efeito estufa para o meio ambiente, além é claro, de engordar o bolso do produtor.

Ela comentou que os fertilizantes biológicos são utilizados de forma mais comum em lavouras de soja, mas os experimentos demonstraram ganhos positivos em áreas de arroz ao incrementar a sua produtividade em cerca de 20%, e alcançando a média de 12 mil quilos/hectare ao utilizar cultivares de arroz irrigado da Embrapa. Também destacou a eficiência de tecnologias lançadas pela Embrapa para a cultura do arroz como as bactérias solubilizadoras de fosfato e futuras tecnologias com novos microrganismos para o arroz.

O segundo tema abordado foi da Visibilidade do arroz produzido para o mercado interno e externo quanto à sustentabilidade e segurança do alimento. A pesquisadora trouxe a importância de se ter e de uso pelo segmento orizícola, e também de outras culturas agrícolas, das normas da Produção Integrada (PI). Conforme Mattos, ao adotar as exigências da PI Arroz, o país dará visibilidade ao mundo de como se pode produzir com sustentabilidade, e paralelamente, atender o mercado interno com a apresentação de um grão de qualidade.

O foco também foi destacar que aquele produtor direcionado à exportação do arroz, se atender às exigências de critérios descritos pela PI, ele não precisará atender protocolos internacionais, visto que o Brasil possui um protocolo único, que atende a certificação, com respaldo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com certificação de terceira parte, ou seja, certificadoras acreditadas pelo INMETRO, que adiciona ao produto ou a carga do grão o selo ‘Brasil Certificado’.

“A indústria do arroz já atende 98% das exigências descritas na PI Arroz, o que falta é apenas um passo a mais no atendimento aos critérios propostos e trabalhar por setores para qualificar equipes. Entendemos que é preciso capacitar na PI Arroz um amplo grupo de profissionais para atuar como responsáveis técnicos, que vão além dos engenheiros agrônomos, incluindo engenheiros agrícolas, engenheiros químicos, engenheiros de alimentos, engenheiros de produção, bem como, para o “marketing” da PI Arroz os adidos agrícolas, intermediários de negócios, entre outros”, disse.

Desta forma, a PI Arroz visa manter a rentabilidade das explorações agrícolas e as exigências sociais de acordo com requisitos estabelecidos para o arroz em correspondente normalização de produção, visando a certificação, rastreabilidade e a concessão de um selo de conformidade.

No encerramento da reunião da Câmara Setorial do Arroz, na parte de assuntos gerais, Márcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) fez uma explanação sobre a cadeia do algodão, dentro deste contexto da sustentabilidade.

“Da forma como o algodão é produzido no país, ele é responsável, inclusivo e competitivo, pois quando alguém escolhe comprar uma peça feita de algodão, especialmente se produzida no Brasil, está consumindo um produto que tem uma história que pode ser rastreada; da lavoura até o beneficiamento ele é produzido com respeito ao meio ambiente e às pessoas, e quando o seu ciclo se cumprir, até o descarte ele voltará a natureza onde vai se degradar”.

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