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FIP Paisagens Rurais: equipe avalia indicadores de recomposição de vegetação nativa do Cerrado

Conhecer de perto as estratégias de recomposição da vegetação nativa adotadas em diferentes Unidades de Referência Tecnológicas (URTs). Com esse objetivo, a equipe responsável por modelos de recomposição de vegetação nativa do projeto FIP Paisagens Rurais iniciou uma série de atividades. Os trabalhos em campo começaram no final de abril com uma visita às unidades de conservação: Estação Ecológica de Santa Bárbara, Floresta Estadual de Assis e Estação Ecológica de Assis, em São Paulo. Ao longo das próximas semanas, a agenda segue em outras URTs como a Fazenda Entre Rios (Guzerá da Capital), localizada na região do PAD-DF. O grupo é formado pelo pesquisador José Felipe Ribeiro, da Embrapa Cerrados, e pelos assessores técnicos da cooperação alemã GIZ no projeto FIP Paisagens Rurais: Tamilis Rocha, Maisa Rodrigues, Lara Ribeiro e Roberto Ogata. A pesquisadora Natalia Guerin, sócia da Biophilium Consultoria Ambiental, também acompanhou as atividades. O pesquisador Felipe Ribeiro ressalta que o objetivo das visitas em campo é conhecer e avaliar diversas experiências de recomposição do Cerrado, para registrar e identificar os principais desafios encontrados e as estratégias que foram bem-sucedidas. “É também um momento oportuno para testar o protocolo Diagnóstico-Planejamento-Implantação-e-Monitoramento do PRADA, visando utilizar esse aprendizado nas URTs e nas propriedades alvo do projeto, disponibilizar essas informações em publicações e ainda propor sugestões de Manejo Adaptativo na plataforma WebAmbiente, que é utilizada no projeto FIP Paisagens Rurais como parte do Módulo de Regularização Ambiental do SICAR”, explica o pesquisador. O WebAmbiente é um sistema de informação interativo, disponível na internet, que facilita a busca de informações sobre soluções tecnológicas para uso, recuperação e restauração de ambientes em ARL e APP nos seis biomas nacionais. A ferramenta, que está à disposição do produtor rural, contempla o maior banco de dados brasileiro sobre espécies vegetais nativas, além de estratégias para recomposição do ambiente, possibilitando simulações que auxiliam o produtor a tomar decisões no processo de adequação ambiental da paisagem rural. Uma das frentes de atuação do projeto FIP Paisagens Rurais é apoiar os beneficiários em planos e ações de recomposição de vegetação nativa em suas propriedades. “Para isso, é importante alinhar o objetivo da recomposição com os interesses do produtor rural, tanto no sentido de cumprir a legislação florestal, compreender as possibilidades de produção vegetal e animal na área, a importância dos serviços ambientais, além das possibilidades de retorno econômico. Desse modo, precisamos levantar informações como o histórico de ocupação do uso do solo, a vegetação original de referência da área, a proximidades com remanescentes de vegetação nativa, o histórico de fatores de degradação que impedem a área se regenerar naturalmente, ou seja, um diagnóstico ambiental para verificar a resiliência do potencial de regeneração natural na área a ser restaurada”, explica Lara Ribeiro. A pesquisadora destaca também os desafios para o alinhamento das responsabilidades com o produtor ao longo da implementação, manutenção e do monitoramento dos projetos de restauração da vegetação nativa. A necessidade da avaliação financeira de modelos de plantio e validação de um cronograma viável para a execução do PRADA também são pontos de discussão. Modelos de plantio – em relação aos modelos de plantio econômico para recomposição de áreas no Cerrado, Maisa Rodrigues explica que existem opções que atendem a biodiversidade e outras para utilização produtiva. “Os modelos que temos são divididos entre o plantio de árvores de interesse da biodiversidade, de árvores de interesse comercial, e ainda os sistemas integrados de produção. A escolha do modelo mais adequado é feita em função dos interesses do produtor e do atendimento à legislação. Os plantios para diversidade apresentam menor custo e o retorno consiste em serviços ecossistêmicos. Por outro lado, os plantios de árvores de interesse comercial necessitam de cuidados específicos, enquanto os sistemas integrados de produção, os sistemas agroflorestais, têm custos mais elevados e exigem manutenção maior ao longo do ciclo”, esclarece Maisa. A geração de água e de receitas desde o início das atividades, associadas com a escolha das espécies utilizadas, tanto no plantio de árvores de interesse comercial quanto nos sistemas agroflorestais é realizada de acordo com o mercado das proximidades. “É importante que seja usado na recomposição aquilo que poderia ser consumido naquela mesma região, em um raio econômico viável. A partir disto, é feita a indicação da estratégia de plantio mais adequada para o produtor”, indica Maisa. Monitoramento – a equipe trabalha também na identificação dos desafios de monitoramento dessas ações. Tamilis Rocha aponta que, para o manejo adaptativo e para o cumprimento dos parâmetros de quitação para a recomposição do Cerrado, a primeira dificuldade é definir exatamente qual tipo de ferramenta será utilizada no monitoramento. “No caso do projeto FIP Paisagens Rurais, vamos usar imagens georreferenciadas e azimutadas, de drones e imagens de satélite com técnicas de sensoriamento remoto para correlacionar as informações coletadas em campo com as estimativas encontradas nas análises das imagens”, declara. “Além disso, será necessário obter dados sobre o histórico e manejo da área, se o local era uma lavoura ou uma pastagem, ou por quanto tempo aquele solo foi utilizado daquela maneira, para compatibilizar as informações que são importantes para identificar o potencial de regeneração natural do Cerrado”. Outro ponto importante neste processo é estimar o número de regenerantes e sua riqueza. A professora Maria Cristina de Oliveira da Universidade de Brasília Campus Planaltina, que também participa destas ações, estimou estes valores em plantio recomposição com aroeira pimenta e chegou a valores de mais 7.000 indivíduos / ha, com mais de 30 espécies representadas. Uma dificuldade, no entanto, é a questão logística para obter os parâmetros de quitação dos parâmetros de cobertura, densidade e riqueza da vegetação nativa no local que se deseja restaurar. “Esses parâmetros precisam ser coletados com uma amostragem da vegetação ao nível do solo. Muitas vezes a tomada destes dados é difícil e demorada. Estamos tentando encontrar procedimentos mais efetivos e eficazes”, disse Tamilis. Viabilidade econômica – natalia Guerin, bióloga e sócia da Biophilium Consultoria Ambiental, acompanhou o grupo em São Paulo e em Brasília e explica que a empresa foi contratada pelo projeto GEF Terrestre MMA para realizar uma consultoria e contribuir para o aprimoramento das recomendações sobre técnicas de recuperação e monitoramento da recuperação nos biomas Pantanal e Cerrado, no âmbito das plataformas da Embrapa (Webambiente e Agrotag VEG), incluindo análise da viabilidade econômica dos modelos e das técnicas de recomposição recomendados. “Para isso, conhecer os resultados encontrados pelo Projeto Biomas e o projeto Paisagens Rurais é fundamental”, afirma. Sobre o projeto – o Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado (FIP Paisagens Rurais) é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial. A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa; com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Senar, da Embrapa e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Saiba mais no link Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado

Conhecer de perto as estratégias de recomposição da vegetação nativa adotadas em diferentes Unidades de Referência Tecnológicas (URTs). Com esse objetivo, a equipe responsável por modelos de recomposição de vegetação nativa do projeto FIP Paisagens Rurais iniciou uma série de atividades. Os trabalhos em campo começaram no final de abril com uma visita às unidades de conservação: Estação Ecológica de Santa Bárbara, Floresta Estadual de Assis e Estação Ecológica de Assis, em São Paulo. Ao longo das próximas semanas, a agenda segue em outras URTs como a Fazenda Entre Rios (Guzerá da Capital), localizada na região do PAD-DF.

O grupo é formado pelo pesquisador José Felipe Ribeiro, da Embrapa Cerrados, e pelos assessores técnicos da cooperação alemã GIZ no projeto FIP Paisagens Rurais: Tamilis Rocha, Maisa Rodrigues, Lara Ribeiro e Roberto Ogata. A pesquisadora Natalia Guerin, sócia da Biophilium Consultoria Ambiental, também acompanhou as atividades.

O pesquisador Felipe Ribeiro ressalta que o objetivo das visitas em campo é conhecer e avaliar diversas experiências de recomposição do Cerrado, para registrar e identificar os principais desafios encontrados e as estratégias que foram bem-sucedidas. “É também um momento oportuno para testar o protocolo Diagnóstico-Planejamento-Implantação-e-Monitoramento do PRADA, visando utilizar esse aprendizado nas URTs e nas propriedades alvo do projeto, disponibilizar essas informações em publicações e ainda propor sugestões de Manejo Adaptativo na plataforma WebAmbiente, que é utilizada no projeto FIP Paisagens Rurais como parte do Módulo de Regularização Ambiental do SICAR”, explica o pesquisador.

O WebAmbiente é um sistema de informação interativo, disponível na internet, que facilita a busca de informações sobre soluções tecnológicas para uso, recuperação e restauração de ambientes em ARL e APP nos seis biomas nacionais. A ferramenta, que está à disposição do produtor rural, contempla o maior banco de dados brasileiro sobre espécies vegetais nativas, além de estratégias para recomposição do ambiente, possibilitando simulações que auxiliam o produtor a tomar decisões no processo de adequação ambiental da paisagem rural.

Uma das frentes de atuação do projeto FIP Paisagens Rurais é apoiar os beneficiários em planos e ações de recomposição de vegetação nativa em suas propriedades. “Para isso, é importante alinhar o objetivo da recomposição com os interesses do produtor rural, tanto no sentido de cumprir a legislação florestal, compreender as possibilidades de produção vegetal e animal na área, a importância dos serviços ambientais, além das possibilidades de retorno econômico. Desse modo, precisamos levantar informações como o histórico de ocupação do uso do solo, a vegetação original de referência da área, a proximidades com remanescentes de vegetação nativa, o histórico de fatores de degradação que impedem a área se regenerar naturalmente, ou seja, um diagnóstico ambiental para verificar a resiliência do potencial de regeneração natural na área a ser restaurada”, explica Lara Ribeiro.

A pesquisadora destaca também os desafios para o alinhamento das responsabilidades com o produtor ao longo da implementação, manutenção e do monitoramento dos projetos de restauração da vegetação nativa. A necessidade da avaliação financeira de modelos de plantio e validação de um cronograma viável para a execução do PRADA também são pontos de discussão.

Modelos de plantio – em relação aos modelos de plantio econômico para recomposição de áreas no Cerrado, Maisa Rodrigues explica que existem opções que atendem a biodiversidade e outras para utilização produtiva. “Os modelos que temos são divididos entre o plantio de árvores de interesse da biodiversidade, de árvores de interesse comercial, e ainda os sistemas integrados de produção. A escolha do modelo mais adequado é feita em função dos interesses do produtor e do atendimento à legislação. Os plantios para diversidade apresentam menor custo e o retorno consiste em serviços ecossistêmicos. Por outro lado, os plantios de árvores de interesse comercial necessitam de cuidados específicos, enquanto os sistemas integrados de produção, os sistemas agroflorestais, têm custos mais elevados e exigem manutenção maior ao longo do ciclo”, esclarece Maisa.

A geração de água e de receitas desde o início das atividades, associadas com a escolha das espécies utilizadas, tanto no plantio de árvores de interesse comercial quanto nos sistemas agroflorestais é realizada de acordo com o mercado das proximidades. “É importante que seja usado na recomposição aquilo que poderia ser consumido naquela mesma região, em um raio econômico viável. A partir disto, é feita a indicação da estratégia de plantio mais adequada para o produtor”, indica Maisa.

Monitoramento – a equipe trabalha também na identificação dos desafios de monitoramento dessas ações. Tamilis Rocha aponta que, para o manejo adaptativo e para o cumprimento dos parâmetros de quitação para a recomposição do Cerrado, a primeira dificuldade é definir exatamente qual tipo de ferramenta será utilizada no monitoramento. “No caso do projeto FIP Paisagens Rurais, vamos usar imagens georreferenciadas e azimutadas, de drones e imagens de satélite com técnicas de sensoriamento remoto para correlacionar as informações coletadas em campo com as estimativas encontradas nas análises das imagens”, declara. “Além disso, será necessário obter dados sobre o histórico e manejo da área, se o local era uma lavoura ou uma pastagem, ou por quanto tempo aquele solo foi utilizado daquela maneira, para compatibilizar as informações que são importantes para identificar o potencial de regeneração natural do Cerrado”.

Outro ponto importante neste processo é estimar o número de regenerantes e sua riqueza. A professora Maria Cristina de Oliveira da Universidade de Brasília Campus Planaltina, que também participa destas ações, estimou estes valores em plantio recomposição com aroeira pimenta e chegou a valores de mais 7.000 indivíduos / ha, com mais de 30 espécies representadas.

Uma dificuldade, no entanto, é a questão logística para obter os parâmetros de quitação dos parâmetros de cobertura, densidade e riqueza da vegetação nativa no local que se deseja restaurar. “Esses parâmetros precisam ser coletados com uma amostragem da vegetação ao nível do solo. Muitas vezes a tomada destes dados é difícil e demorada. Estamos tentando encontrar procedimentos mais efetivos e eficazes”, disse Tamilis.

Viabilidade econômica – natalia Guerin, bióloga e sócia da Biophilium Consultoria Ambiental, acompanhou o grupo em São Paulo e em Brasília e explica que a empresa foi contratada pelo projeto GEF Terrestre MMA para realizar uma consultoria e contribuir para o aprimoramento das recomendações sobre técnicas de recuperação e monitoramento da recuperação nos biomas Pantanal e Cerrado, no âmbito das plataformas da Embrapa (Webambiente e Agrotag VEG), incluindo análise da viabilidade econômica dos modelos e das técnicas de recomposição recomendados. “Para isso, conhecer os resultados encontrados pelo Projeto Biomas e o projeto Paisagens Rurais é fundamental”, afirma.

Sobre o projeto – o Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado (FIP Paisagens Rurais) é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial. A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa; com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Senar, da Embrapa e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Saiba mais no link Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado

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