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Foco no futuro Embrapa capacita jovens para produção leiteira

“Queria me especializar mais no meu ganha pão, porém com a pandemia, isso ficou difícil. Aí surgiu a oportunidade do curso da Embrapa a distância e isso é uma maravilha. Quem trabalha em sítio, tira leite duas vezes por dia, não tem tempo para se capacitar. Esse esquema de aulas prontas, apostila e lives, é o ideal. Gostei muito”. A fala de Donizete Silvério, 24 anos, produtor de leite na cidade de Mirador, no Paraná, traduz com maestria o resultado do curso Jovens do Leite, promovido pela Embrapa Gado de Leite.

O programa contou com sete cursos EAD (a distância), 10 lives tira-dúvidas, onde os alunos puderam interagir com os técnicos da Embrapa, além de 12 palestras on-line com temas complementares ao curso. Entre elas: “Por que sua fazenda precisa produzir, considerando o conceito ESG. Mas, o que é isso?”, “Lançamento do livro BRS Capiaçu e BRS Kurumi: Cultivo e uso” e “ILPF: Produção de leite de qualidade no mundo do futuro”.

O encerramento oficial da ação aconteceu no final de maio, com a palestra “Sustentabilidade e sistemas ecoeficientes na produção de leite”. Foram 25 técnicos mobilizados nos cursos EAD, 15, nas lives tira-dúvidas e 20, nas palestras técnicas.

Donizete sabe muito bem das carências e desafios do setor. Sua história começou há cerca de sete anos, quando o irmão teve a iniciativa. Ele e o pai embarcaram juntos. Com a desistência do incentivador, no meio do caminho, Donizete e o pai seguiram em frente e investiram na pecuária leiteira. Eles possuem uma propriedade de 17 hectares com 15 vacas que produzem entre 160 e 180 litros de leite por dia.

            O produtor da pequena cidade de 2.500 habitantes conta que gostou de todo o conteúdo, contudo foi mais a fundo no que o interessava no momento, como o controle estratégico do carrapato, silagem e forrageiras. “O curso agregou muito, desde a prática simples, como testar os produtos que se usa no combate ao carrapato, até a possibilidade de um contato maior com especialistas. Isso me possibilitou fazer planejamento. Hoje, o custo do milho está muito alto. Na live das forrageiras, pude questionar sobre o grão reidratado, como opção. Ter esse contato com quem entende é excelente para as dúvidas do dia a dia. Agrega muito. Toda semana estavam lá para nos responder”, ressalta.

O produtor é um dos pioneiros no cultivo de Kurumi e Capiaçu na região. “Uso os dois. O Capiaçu verde pico para colocar no cocho. Temos a prática que mostra que ambos são ótimos. Quando se utiliza outro capim, a produção de leite cai bem”, enfatiza.

Já a estudante do último ano de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Lorena Guimarães, enxergou nas lives uma possiblidade até mais ampla que a capacitação técnica. “Comecei a acompanhar os trabalhos da Embrapa e quando assisti o lançamento do Jovens do Leite, percebi a oportunidade de me aprofundar em determinados assuntos que nem mesmo na graduação ou nos estágios eu vi. O contato direto com os pesquisadores faz toda diferença. Foi um privilégio muito grande tirar as dúvidas que já tinha com eles”, conta Lorena.

A estudante pontua que o controle de carrapatos é um problema real. “A abordagem sobre o tema foi ótima. A palestrante Márcia Prata deu um “beabá” do processo”. Sobre ILPF na produção de leite de qualidade, ministrada pela palestrante Roberta Carnevali, Lorena também salienta o que mais agregou: “sustentabilidade é nosso futuro e ela trouxe uma visão muito bacana dentro da cultura. É um tema que gosto muito e tenho estudado bastante nos últimos meses”.

E para finalizar suas “preferências”, a estudante de veterinária ressaltou a oportunidade de tirar dúvidas de algumas tecnologias com o pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Bruno Carvalho. “Ele falou sobre automação e monitoramento animal, gestão de saúde, cuidados pré e pós-parto e tecnologias. Algo que, com certeza, não veria nem na graduação nem fora dela. Não tinha ninguém para explicar no nível que o doutor Bruno explicou”, completa.

 

Curso “Jovens do Leite” impacta a produção e a formação dos produtores

Capacitação para aumentar a produtividade e impactar custos. Para o supervisor do setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologias (SIPT) da Embrapa Gado de Leite, William Bernardo, o curso Jovens do Leite chega para preparar os produtores mais novos no segmento lácteo.

“Esses jovens são os futuros produtores e/ou profissionais do setor, que estão se capacitando para desenvolver a pecuária leiteira nacional e isso é muito importante. Estamos ajudando-os com o objetivo de diminuir custos, produzir mais e ganhar mais dinheiro. E nós, Embrapa, ganhamos muito também, pois conseguimos aproximar esses futuros profissionais da gente, fazendo com que sejamos uma referência para eles. Por isso, além do curso EAD, tivemos a ideia das lives tira-dúvidas, um momento de os jovens terem contato com nossos especialistas.”, ressalta

No encerramento do programa, os participantes mostraram sua gratidão pelo curso. “Eles diziam que já estavam com saudades do Jovens do Leite. É gostoso ver que eles gostaram, a gente até se emociona. Foi muito bacana a participação de pessoas de várias partes do país. Essa é uma das vantagens do digital: conseguimos interagir, ajudar e contribuir com pessoas do Brasil todo”, finaliza William.

O programa Jovens do Leite, que contou com a parceria da Abraleite e Faemg, foi financiado por emenda parlamentar do deputado federal Charlles Evangelista. 

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