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Neutralidade no outono pode favorecer cereais de inverno na Região Sul

O outono começou em 20 de março e deverá se estender até o dia 21 de junho. A estação, em geral, é marcada por menor umidade e oscilações acentuadas de temperaturas no sul do Brasil. A previsão é de neutralidade no outono, período que assinala o início da semeadura dos cereais de inverno. De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo Gilberto Cunha, o outono é a estação com a menor quantidade de chuvas ao longo do ano no sul do Brasil. O período também registra intensa oscilação das temperaturas resultante da chegada das primeiras massas de ar polar. A previsão para o outono 2021, segundo Cunha, indica a transição do evento La Niña para a fase neutra do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENSO), que efetivamente deverá se concretizar no segundo semestre de 2021. “Ainda estaremos sofrendo a influência do La Niña, que vai perdendo força até o final da estação, levando à neutralidade na temperatura das águas do Oceano Pacífico. Assim, temos a previsão de chuvas dentro das médias históricas ou até abaixo do padrão normal para a Região Sul, que historicamente se mantém entre 100 e 150 mm/mês”. O clima neutro deverá favorecer a implantação das culturas de inverno, com boa umidade no solo para as operações de semeadura e baixa incidência de doenças fúngicas no desenvolvimento inicial das plantas. Porém, os pesquisadores da Embrapa Trigo alertam para os cuidados em doenças típicas do ambiente mais seco, como o oídio e as viroses: Oídio O oídio de trigo, causado por Blumeria graminis f. sp. tritici, é uma das primeiras doenças foliares a aparecer durante a safra, sendo de fácil identificação, pois desenvolve uma espécie de pó branco sobre folhas e colmos. De acordo com a pesquisadora Leila Costamilan, o inóculo de oídio mantém-se na entressafra, sobre plantas voluntárias e restos culturais de trigo, sendo disseminado facilmente pelo ar, durante períodos sem chuva. Quando ocorre no desenvolvimento inicial da cultura, a doença pode reduzir o número de espigas por área. O controle consiste no uso de cultivares resistentes ou na aplicação de fungicidas, em tratamento de sementes e nas folhas. Viroses A oferta de folhas verdes no desenvolvimento inicial da cultura do trigo costuma atrair insetos sugadores, como os pulgões que, além dos impactos diretos decorrentes do ato alimentar, também podem transmitir vírus, causando danos que serão percebidos ao longo da safra de trigo. De acordo com o pesquisador Douglas Lau, o clima seco pode acelerar a reprodução dos pulgões, causando o Nanismo Amarelo dos Cereais, doença que pode reduzir o rendimento de grãos em até 50%. Na safra 2020, a Rede de Monitoramento de Pragas em Cereais de Inverno registrou o maior pico da população de pulgões na Região Sul no outono, no período entre 26 de março e 02 de abril, quando ainda não existiam lavouras de trigo implantadas. Porém, um segundo pico foi registrado entre 30 de abril e 21 de maio, favorecido pelo clima quente e seco dos primeiros meses do ano. “Para evitar danos por Nanismo Amarelo é preciso optar por cultivares tolerantes e monitorar as populações de pulgões. Caso os pulgões atinjam o nível de controle, em média de 10% das plantas infectadas, devem ser realizadas pulverizações com inseticidas de ação específica, que não atuem contra inimigos naturais das pragas agrícolas”, orienta o pesquisador. Saiba mais sobre o outono na Região Sul no vídeo com o agrometorologista Gilberto Cunha.

Foto: Eduardo Meneghetti

Eduardo Meneghetti - Outono marca o inicio da semeadura dos cereais de inverno

Outono marca o inicio da semeadura dos cereais de inverno

O outono começou em 20 de março e deverá se estender até o dia 21 de junho. A estação, em geral, é marcada por menor umidade e oscilações acentuadas de temperaturas no sul do Brasil. A previsão é de neutralidade no outono, período que assinala o início da semeadura dos cereais de inverno.

De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo Gilberto Cunha, o outono é a estação com a menor quantidade de chuvas ao longo do ano no sul do Brasil. O período também registra intensa oscilação das temperaturas resultante da chegada das primeiras massas de ar polar. A previsão para o outono 2021, segundo Cunha, indica a transição do evento La Niña para a fase neutra do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENSO), que efetivamente deverá se concretizar no segundo semestre de 2021. “Ainda estaremos sofrendo a influência do La Niña, que vai perdendo força até o final da estação, levando à neutralidade na temperatura das águas do Oceano Pacífico. Assim, temos a previsão de chuvas dentro das médias históricas ou até abaixo do padrão normal para a Região Sul, que historicamente se mantém entre 100 e 150 mm/mês”.

O clima neutro deverá favorecer a implantação das culturas de inverno, com boa umidade no solo para as operações de semeadura e baixa incidência de doenças fúngicas no desenvolvimento inicial das plantas. Porém, os pesquisadores da Embrapa Trigo alertam para os cuidados em doenças típicas do ambiente mais seco, como o oídio e as viroses:

Oídio 

O oídio de trigo, causado por Blumeria graminis f. sp. tritici, é uma das primeiras doenças foliares a aparecer durante a safra, sendo de fácil identificação, pois desenvolve uma espécie de pó branco sobre folhas e colmos. De acordo com a pesquisadora Leila Costamilan, o inóculo de oídio mantém-se na entressafra, sobre plantas voluntárias e restos culturais de trigo, sendo disseminado facilmente pelo ar, durante períodos sem chuva. Quando   ocorre no desenvolvimento inicial da cultura, a doença pode reduzir o número de espigas por área. O controle consiste no uso de cultivares resistentes ou na aplicação de fungicidas, em tratamento de sementes e nas folhas.

Viroses

A oferta de folhas verdes no desenvolvimento inicial da cultura do trigo costuma atrair insetos sugadores, como os pulgões que, além dos impactos diretos decorrentes do ato alimentar, também podem transmitir vírus, causando danos que serão percebidos ao longo da safra de trigo. De acordo com o pesquisador Douglas Lau, o clima seco pode acelerar a reprodução dos pulgões, causando o Nanismo Amarelo dos Cereais, doença que pode reduzir o rendimento de grãos em até 50%. Na safra 2020, a Rede de Monitoramento de Pragas em Cereais de Inverno registrou o maior pico da população de pulgões na Região Sul no outono, no período entre 26 de março e 02 de abril, quando ainda não existiam lavouras de trigo implantadas. Porém, um segundo pico foi registrado entre 30 de abril e 21 de maio, favorecido pelo clima quente e seco dos primeiros meses do ano. “Para evitar danos por Nanismo Amarelo é preciso optar por cultivares tolerantes e monitorar as populações de pulgões. Caso os pulgões atinjam o nível de controle, em média de 10% das plantas infectadas, devem ser realizadas pulverizações com inseticidas de ação específica, que não atuem contra inimigos naturais das pragas agrícolas”, orienta o pesquisador.

Saiba mais sobre o outono na Região Sul no vídeo com o agrometorologista Gilberto Cunha.

 

Joseani Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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