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Biologia, física e química do solo têm que trabalhar em conjunto

A série Diálogos para Conservação do Solo e da Água chegou à terceira edição unindo três centros de pesquisa da Empresa: Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) e Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP). A live aconteceu no dia 22 de outubro. O tema foi ‘O solo adoece? Como diagnosticar?’ Essa série de diálogos tem o objetivo de sensibilizar o público em geral sobre a necessidade de ampliar as ações que potencializem o uso adequado dos recursos solo e água. Na live do dia 22 foram abordados os métodos que avaliam a qualidade e a saúde do solo juntando, pela primeira vez, três unidades da Embrapa. Os convidados foram Ieda de Carvalho Mendes (pesquisadora da Embrapa Cerrados), José Ronaldo de Macedo (pesquisador da Embrapa Solos) e Marcelo Saldanha (analista da Embrapa Meio Ambiente), com moderação do chefe de pesquisa & desenvolvimento da Embrapa Solos, Daniel Vidal Pérez. Saldanha iniciou o encontro com um alerta: os solos do Brasil já estão doentes. “Por várias razões: más práticas agrícolas, que acarretam a erosão; a salinização, causada por irrigação feita de maneira descuidada, aplicação excessiva de insumos e a desertificação, causada por queimadas e desmatamento”. Mesmo com esse cenário, o analista ressaltou que uma maneira de evitar o adoecimento da terra é fazer a análise de solo. “Com a análise em mão é fundamental entrar em contato com um extensionista ou técnico agrícola para que ele possa fazer a recomendação de adubação e de manejo do solo”. Vale lembrar que Marcelo Saldanha é o coordenador do Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade de Solo (PAQLF), que tem como objetivo proporcionar um meio de avaliação e de correção da qualidade analítica dos laboratórios participantes, que são quase 150 em todo Brasil. Com a adoção do Selo de Qualidade a partir de 1998, o PAQLF, também passou a funcionar como um meio de atestar o desempenho satisfatório dos participantes perante seus clientes externos. Uma das boas novidades que o papo trouxe foi a apresentação do BioAS – Tecnologia de Bioanálise de Solo, demonstrado pela cientista da Embrapa Cerrados. A criação do BioAS veio justamente em cima da pergunta “minha terra está saudável ou doente?” Precisamos acessar a memória do solo, e só a análise química não é bastante. Por vezes temos áreas quimicamente semelhantes, porém, biologicamente distintas. Daí surgiu a bionálise. Além das análises químicas e físicas, produtores rurais também podem ter acesso às análises biológicas de seus solos. Uma das principais vantagens da tecnologia é antecipar mudanças, positivas ou negativas, que estejam ocorrendo na matéria orgânica do solo em função do manejo adotado na propriedade. “A tecnologia BioAS é como se fosse um ‘exame de sangue’ do solo, que nos permite antecipar problemas de saúde que até então eram assintomáticos”, afirma a pesquisadora Ieda Mendes. A BioAS consiste na análise de duas enzimas (beta-glicosidase e arilsulfatase) que estão relacionadas ao potencial produtivo e à sustentabilidade do uso do solo. Essas enzimas estão associadas, respectivamente, aos ciclos do carbono e do enxofre e funcionam como bioindicadores da saúde do solo. Quantidades elevadas desses bioindicadores indicam sistemas de produção ou práticas de manejo do solo adequadas e sustentáveis. Por outro lado, valores baixos servem de alerta para o agricultor reavaliar o sistema de produção e adotar boas práticas de manejo. Outra tecnologia mencionada durante o encontro foi o Fertmovel, um laboratório completo, voltado a análises de fertilidade do solo, desenvolvido pela Embrapa Solos, para operar dentro de um furgão de 14 metros cúbicos. Equipado para emitir laudos técnicos de correção de solos como recomendações de adubação e calagem, ele opera há dois anos na Região Serrana Fluminense, basicamente com o solo usado para o cultivo de hortaliças. “Infelizmente, pouquíssimos produtores fazem a análise da terra, são solos quimicamente muito alterados, com desequilíbrio nutricional”, pontuou José Ronaldo Macedo. A conclusão da live foi de que, além de fazer a análise do solo e manejá-lo adequadamente, a biologia, física e química da terra têm que trabalhar em conjunto a fim de manter o solo saudável. A íntegra da live está disponível aqui.

A série Diálogos para Conservação do Solo e da Água chegou à terceira edição unindo três centros de pesquisa da Empresa: Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) e Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP). A live aconteceu no dia 22 de outubro. O tema foi ‘O solo adoece? Como diagnosticar?’ 

Essa série de diálogos tem o objetivo de sensibilizar o público em geral sobre a necessidade de ampliar as ações que potencializem o uso adequado dos recursos solo e água. Na live do dia 22 foram abordados os métodos que avaliam a qualidade e a saúde do solo juntando, pela primeira vez, três unidades da Embrapa.

Os convidados foram Ieda de Carvalho Mendes (pesquisadora da Embrapa Cerrados), José Ronaldo de Macedo (pesquisador da Embrapa Solos) e Marcelo Saldanha (analista da Embrapa Meio Ambiente), com moderação do chefe de pesquisa & desenvolvimento da Embrapa Solos, Daniel Vidal Pérez. 

Saldanha iniciou o encontro com um alerta: os solos do Brasil já estão doentes. “Por várias razões: más práticas agrícolas, que acarretam a erosão; a salinização, causada por irrigação feita de maneira descuidada, aplicação excessiva de insumos e a desertificação, causada por queimadas e desmatamento”. Mesmo com esse cenário, o analista ressaltou que uma maneira de evitar o adoecimento da terra é fazer a análise de solo. “Com a análise em mão é fundamental entrar em contato com um extensionista ou técnico agrícola para que ele possa fazer a recomendação de adubação e de manejo do solo”.

Vale lembrar que Marcelo Saldanha é o coordenador do Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade de Solo (PAQLF), que tem como objetivo proporcionar um meio de avaliação e de correção da qualidade analítica dos laboratórios participantes, que são quase 150 em todo Brasil. Com a adoção do Selo de Qualidade a partir de 1998, o PAQLF, também passou a funcionar como um meio de atestar o desempenho satisfatório dos participantes perante seus clientes externos.

Uma das boas novidades que o papo trouxe foi a apresentação do BioAS – Tecnologia de Bioanálise de Solo, demonstrado pela cientista da Embrapa Cerrados. A criação do BioAS veio justamente em cima da pergunta “minha terra está saudável ou doente?” Precisamos acessar a memória do solo, e só a análise química não é bastante. Por vezes temos áreas quimicamente semelhantes, porém, biologicamente distintas. Daí surgiu a bionálise. Além das análises químicas e físicas, produtores rurais também podem ter acesso às análises biológicas de seus solos. Uma das principais vantagens da tecnologia é antecipar mudanças, positivas ou negativas, que estejam ocorrendo na matéria orgânica do solo em função do manejo adotado na propriedade. “A tecnologia BioAS é como se fosse um ‘exame de sangue’ do solo, que nos permite antecipar problemas de saúde que até então eram assintomáticos”, afirma a pesquisadora Ieda Mendes. 

A BioAS consiste na análise de duas enzimas (beta-glicosidase e arilsulfatase) que estão relacionadas ao potencial produtivo e à sustentabilidade do uso do solo. Essas enzimas estão associadas, respectivamente, aos ciclos do carbono e do enxofre e funcionam como bioindicadores da saúde do solo. Quantidades elevadas desses bioindicadores indicam sistemas de produção ou práticas de manejo do solo adequadas e sustentáveis. Por outro lado, valores baixos servem de alerta para o agricultor reavaliar o sistema de produção e adotar boas práticas de manejo.

Outra tecnologia mencionada durante o encontro foi o Fertmovel, um laboratório completo, voltado a análises de fertilidade do solo, desenvolvido pela Embrapa Solos, para operar dentro de um furgão de 14 metros cúbicos. Equipado para emitir laudos técnicos de correção de solos como recomendações de adubação e calagem, ele opera há dois anos na Região Serrana Fluminense, basicamente com o solo usado para o cultivo de hortaliças. “Infelizmente, pouquíssimos produtores fazem a análise da terra, são solos quimicamente muito alterados, com desequilíbrio nutricional”, pontuou José Ronaldo Macedo.

A conclusão da live foi de que, além de fazer a análise do solo e manejá-lo adequadamente, a biologia, física e química da terra têm que trabalhar em conjunto a fim de manter o solo saudável.

A íntegra da live está disponível aqui

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