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Reaproximação com países africanos é tema em evento com fundação moçambicana

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, defendeu nesta quarta-feira (14) a importância da aproximação com o continente africano, com o objetivo de compartilhar o conhecimento da pesquisa brasileira e a busca de soluções tecnológicas voltadas à agricultura tropical. Durante a participação na segunda edição do Mozgrow, evento virtual promovido pela Fundação Soico, de Moçambique, ele reafirmou a capacidade do Brasil de contribuir com o desenvolvimento dos países, em especial os de língua portuguesa. O presidente da Embrapa participou do programa ao lado da diretora-geral da Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), Olga Faftine. Moretti destacou projetos científicos em parceria já existentes com Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Cabo Verde. “O potencial da agricultura tropical que pode ser adaptada às realidades locais tem garantido aos produtores ganhos em produtividade e competitividade no cenário nacional”, explicou. Ele deu como exemplo a variedade de trigo desenvolvida pela Embrapa com 15% a mais de proteína e grande aceitação no mercado. Ele reforçou ainda a necessidade de retomada das parcerias e do trabalho conjunto, ao revelar a intenção de, tão seja possível, visitar Moçambique e demais países da região. Para reverter a situação da agropecuária brasileira de 50 anos atrás, o presidente destacou a compreensão do Estado à época, que percebeu a necessidade de investir em ciência para que o País deixasse a posição de dependência internacional no que diz respeito à importação de produtos, agravada pelo quadro de pobreza rural em praticamente todo território. “Foram enviados mais de mil pesquisadores para a Europa e Estados Unidos para buscar o que havia de mais inovador que pudesse contribuir com o desenvolvimento da agricultura tropical”, disse. “Além da Embrapa e instituições de pesquisa, graças à parceria com a extensão e o setor privado, foi possível o acesso de produtores ao conhecimento”. O presidente falou sobre orçamento da pesquisa, que vem a maior parte do Governo Federal, mas defendeu a busca por alternativas, entre elas recursos de instituições internacionais como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento. “A cada ano é um novo desafio garantir recursos para projetos científicos”, comentou. O trabalho da Embrapa Hortaliças e da Embrapa Caprinos e Ovinos, que mantêm quase 100% da sua programação de pesquisa com foco no pequeno produtor, foi um dos destaques apresentados por Celso Moretti. “Temos desenvolvido tecnologias para esse segmento, que representa a maior parte dos produtores rurais no Brasil”, afirmou, citando as pesquisas para produção de sementes, irrigação, controle de pragas e doenças e pós-colheita, levadas ao exterior em projetos em parceria com o IIAM nas zonas verdes de Maputo, para o desenvolvimento da cadeia produtiva de hortaliças. Pesquisas em parceria A diretora-geral do IIAM, Olga Faftine, ressaltou a importância e o interesse na pesquisa da Embrapa e falou sobre a intenção de firmar parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, como forma de fortalecer projetos que serão desenvolvidos pelo Centro Regional de Liderança em Pesquisa de Arroz, em Namacurra, vila da província da Zambézia em Moçambique. “Estamos ainda na fase inicial de contatos, mas acreditamos que trazer especialistas da Embrapa para o centro pode impulsionar o desempenho de nossos jovens cientistas”, disse ela. O Centro Regional de Liderança em Pesquisa em Arroz, segundo a diretora, está em fase de estruturação e a expectativa é a de que seja inaugurado nos próximos meses deste ano ou no início do ano que vem. “Ele terá uma dimensão muito importante na geração de tecnologia para ajudar os produtores”, afirmou. Olga Faftine disse ainda que há contatos com a Embrapa Algodão, que tem apoiado o centro de pesquisas do algodão de Moçambique e estudantes estrangeiros que vêm ao Brasil para aperfeiçoar a formação profissional. A diretor do IIAM fez estágio na Embrapa Gado de Corte. Segundo ela, trata-se de uma aproximação com muitas vantagens, entre elas a disponibilidade do material bibliográfico, muito utilizada pelos pesquisadores estrangeiros. A entrevista do programa Mozgrow, que contou com a participação dos dois representantes de instituições de pesquisa do Brasil e Moçambique, teve como tema principal Investigação e pesquisa como catalisadores da transformação no agronegócio. A moderação foi do jornalista Francisco Mandlate.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, defendeu nesta quarta-feira (14) a importância da aproximação com o continente africano, com o objetivo de compartilhar o conhecimento da pesquisa brasileira e a busca de soluções tecnológicas voltadas à agricultura tropical.
Durante a participação na segunda edição do Mozgrow, evento virtual promovido pela Fundação Soico, de Moçambique, ele reafirmou a capacidade do Brasil de contribuir com o desenvolvimento dos países, em especial os de língua portuguesa. O presidente da Embrapa participou do programa ao lado da diretora-geral da Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), Olga Faftine.  

Moretti destacou projetos científicos em parceria já existentes com Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Cabo Verde. “O potencial da agricultura tropical que pode ser adaptada às realidades locais tem garantido aos produtores ganhos em produtividade e competitividade no cenário nacional”, explicou. Ele deu como exemplo a variedade de trigo desenvolvida pela Embrapa com 15% a mais de proteína e grande aceitação no mercado. Ele reforçou ainda a necessidade de retomada das parcerias e do trabalho conjunto, ao revelar a intenção de, tão seja possível, visitar Moçambique e demais países da região.

Para reverter a situação da agropecuária brasileira de 50 anos atrás, o presidente destacou a compreensão do Estado à época, que percebeu a necessidade de investir em ciência para que o País deixasse a posição de dependência internacional no que diz respeito à importação de produtos, agravada pelo quadro de pobreza rural em praticamente todo território. “Foram enviados mais de mil pesquisadores para a Europa e Estados Unidos para buscar o que havia de mais inovador que pudesse contribuir com o desenvolvimento da agricultura tropical”, disse. “Além da Embrapa e instituições de pesquisa, graças à parceria com a extensão e o setor privado, foi possível o acesso de produtores ao conhecimento”.

O presidente falou sobre orçamento da pesquisa, que vem a maior parte do Governo Federal, mas defendeu a busca por alternativas, entre elas recursos de instituições internacionais como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento. “A cada ano é um novo desafio garantir recursos para projetos científicos”, comentou.

O trabalho da Embrapa Hortaliças e da Embrapa Caprinos e Ovinos, que mantêm quase 100% da sua programação de pesquisa com foco no pequeno produtor, foi um dos destaques apresentados por Celso Moretti. “Temos desenvolvido tecnologias para esse segmento, que representa a maior parte dos produtores rurais no Brasil”, afirmou, citando as pesquisas para produção de sementes, irrigação, controle de pragas e doenças e pós-colheita, levadas ao exterior em projetos em parceria com o IIAM nas zonas verdes de Maputo, para o desenvolvimento da cadeia produtiva de hortaliças.

Pesquisas em parceria

A diretora-geral do IIAM, Olga Faftine, ressaltou a importância e o interesse na pesquisa da Embrapa e falou sobre a intenção de firmar parceria com a  Embrapa Arroz e Feijão, como forma de fortalecer projetos que serão desenvolvidos pelo Centro Regional de Liderança em Pesquisa de Arroz, em Namacurra, vila da província da Zambézia em Moçambique.

“Estamos ainda na fase inicial de contatos, mas acreditamos que trazer especialistas da Embrapa para o centro pode impulsionar o desempenho de nossos jovens cientistas”, disse ela. O Centro Regional de Liderança em Pesquisa em Arroz, segundo a diretora, está em fase de estruturação e a expectativa é a de que seja inaugurado nos próximos meses deste ano ou no início do ano que vem. “Ele terá uma dimensão muito importante na geração de tecnologia para ajudar os produtores”, afirmou.

Olga Faftine disse ainda que há contatos com a Embrapa Algodão, que tem apoiado o centro de pesquisas do algodão de Moçambique e estudantes estrangeiros que vêm ao Brasil para aperfeiçoar a formação profissional. A diretor do IIAM fez estágio na Embrapa Gado de Corte. Segundo ela, trata-se de uma aproximação com muitas vantagens, entre elas a disponibilidade do material bibliográfico, muito utilizada pelos pesquisadores estrangeiros.

A entrevista do programa Mozgrow, que contou com a participação dos dois representantes de instituições de pesquisa do Brasil e Moçambique, teve como tema principal Investigação e pesquisa como catalisadores da transformação no agronegócio.  A moderação foi do jornalista Francisco Mandlate.

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