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Ciclo de Encontros debate articulação entre segurança alimentar e enfrentamento à Covid-19

Com debate sobre impactos da pandemia da Covid-19 sobre a segurança alimentar e produção de agricultores, Embrapa e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram, nesta quinta-feira (15), o primeiro evento do Ciclo de Encontros “Inovação Social em Territórios Saudáveis e Sustentáveis no Contexto Pandêmico e Pós Pandêmico”. O Ciclo reúne, em formato de interação virtual, 114 participantes, entre técnicos extensionistas, agentes comunitários de Saúde, agricultores e organizações da sociedade civil dos diferentes territórios do Programa de Apoio à Inovação Social e ao Desenvolvimento Territorial Sustentável – InovaSocial (Embrapa/BNDES), com objetivo de construir estratégias ao enfrentamento ao COVID-19 abordando questões de segurança alimentar e nutricional nos territórios. O Ciclo de Encontros servirá para capacitar técnicos extensionistas do Programa, para exercer as atividades de forma segura em campo, durante e após a pandemia da Covid-19, e fortalecer as relações entre agentes de Saúde, agricultores e organizações nos territórios de atuação do InovaSocial. Também estarão em pauta os desafios para as políticas públicas de aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar, neste atual contexto e no futuro. A ideia do Ciclo surgiu a partir de um outro ciclo de eventos conduzido, em agosto e setembro, pela Fiocruz e Articulação do Semiárido (ASA), e que contou com participação dos integrantes do projeto Agrobiodiversidade do Semiárido (um dos projetos componentes do InovaSocial), que tem a ASA como entidade parceira. A proposta original foi adaptada para incluir novos territórios e fortalecer a interação entre agentes de Saúde e atores das comunidades rurais. “Temos necessidade de compreender as estratégias, peculiaridades, as formas de enfrentamento da pandemia desenroladas nos territórios onde o InovaSocial atua, para atuarmos de forma propositiva. A pandemia é um desafio que o mundo atual está vivendo, agricultores atendidos pelos projetos tem suas atividades afetadas. Como se trata de um programa de desenvolvimento social precisamos também pensar em um contexto após a pandemia, com fatores como fragilidades na economia, alta de desemprego, fome, que também podem influenciar nossa atuação”, explica a pesquisadora Cristhiane Amâncio, da Embrapa Agrobiologia (Seropédica-RJ), líder do projeto de Governança e Gestão do InovaSocial. Para Cristhiane, a interlocução entre agentes de Saúde, extensionistas e agricultores também é importante para que uma informação de qualidade sobre a Covid-19 e outras questões de Saúde Pública chegue ao campo. “Se esses agentes têm maior conhecimento das ações dos projetos, podem também dar uma orientação mais próxima e diferenciada, atuando preventivamente no suporte a esta situação de pandemia”, ressaltou a pesquisadora. No primeiro dia de encontros do Ciclo, agricultores dos diferentes territórios trouxeram reflexões sobre os efeitos da pandemia na produção agropecuária, alimentação e no cotidiano. “Foi um ano que começou bom para nós na Caatinga, choveu bem. Mas a pandemia trouxe atraso na produção, com o aumento dos insumos diminuiu a produção e o escoamento, ficamos restritos para a comercialização”, afirmou Renato Brito, de São João de Macambira (PB) Para a agricultora Rosieli Ludtke, de Paraíso do Sul (RS), a pandemia acelerou alguns processos, como a articulação com grupos de consumidores que passaram a procurar alimentos com certificação e produção agroecológica. A situação sanitária, porém, trouxe restrições para algumas famílias que, com integrantes de grupos de risco para a Covid-19, não podem participar mais de feiras e passaram somente a enviar seus produtos por meio de outras pessoas na comunidade. “A pandemia também resultou em muito mais trabalho, existem gargalos na mão de obra para produção agroecológica, com poucas pessoas nas casas”, frisou ela. Promoção em Saúde O encontro desta quinta-feira teve a participação de Jorge Machado, médico sanitarista da Fiocruz em Brasília (DF), que apresentou palestra com reflexões sobre a promoção em saúde em tempos de pandemia. “Neste período, quando se discute quais atividades são essenciais, saúde e alimentação são identificadas como as duas principais. São necessidades humanas e a alimentação é central, do ponto de vista da produção e consumo”, destacou ele. De acordo com Jorge, é importante pensar em alternativas como encurtar ciclos de produção e consumo, aliando a segurança alimentar à vigilância em Saúde. Ele defendeu que, no espaço rural dos territórios, a vigilância deve se exercer com base popular, envolvendo diversos atores na sua promoção e execução. “Ela deve mobilizar vários tipos de atores sociais, de forma intersetorial, com ações com foco na educação, no desenvolvimento regional”, afirmou o sanitarista. Segundo ele, essa iniciativa de aproximação entre extensionistas, agentes de saúde e agricultores é válida, pois permite a formulação de iniciativas territorializadas, que partam das demandas e saberes destes públicos. Para a pesquisadora Paola Cortez, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), líder do projeto Agrobiodiversidade do Semiárido, a aproximação entre diferentes autores proposta pelo Ciclo, pode ampliar uma rede que articule a produção de alimentos e a vigilância em Saúde, algo importante para as realidades locais. “Podemos fortalecer a circulação de informações de qualidade e também fortalecer o apoio mútuo, em rede, dos atores locais, em mais uma temática impactante na vida dos agricultores e cooperativas”, afirmou ela. O Ciclo de Encontros continuará nos dias 22 e 29 de outubro e 5 de novembro, sempre com a interação em formato virtual, com debates sobre a produção de alimentos saudáveis, ações de enfrentamento à pandemia no retorno às atividades produtivas e a elaboração de um protocolo comum de prevenção e combate à pandemia para os projetos do InovaSocial. A abertura do Ciclo contou com a presença da vice-diretora da Fiocruz em Brasília (DF), Denise Oliveira e Silva; do gerente do Departamento de Educação e Investimentos Sociais Área de Gestão Pública e Ambiental do BNDES, Marcos Matias Cavalcante; da chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Elizabeth Correia; do pesquisador da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Evandro Holanda Júnior. Programa InovaSocial O Programa InovaSocial é voltado para promover a inserção social de agricultores familiares, mediante o fortalecimento de Sistemas Agroalimentares Localizados (SIAL), por meio de intervenções orientadas pelos princípios da inovação social. O programa possui dois objetivos componentes: fortalecer e apoiar redes associadas à agricultura familiar de produção, processamento e comercialização de produtos derivados de caprinos e ovinos, com identidade territorial; fortalecer e apoiar estratégias coletivas de conservação e uso da agrobiodiversidade, como diferenciais para valorização dos territórios e acesso a mercados de sementes agroecológicas. A atuação da Embrapa se dá por meio de sete projetos componentes, com alcance em oito estados brasileiros, distribuídos entre as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul. O programa, que tem 5.530 famílias de agricultores familiares como beneficiárias, é executado pela Embrapa, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e gerência dos recursos pela Fundação Eliseu Alves (FEA).

 - Primeiro encontro do Ciclo reuniu, em interação virtual, agricultores, extensionistas e agentes de saúde

Primeiro encontro do Ciclo reuniu, em interação virtual, agricultores, extensionistas e agentes de saúde

Com debate sobre impactos da pandemia da Covid-19 sobre a segurança alimentar e produção de agricultores, Embrapa e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram, nesta quinta-feira (15), o primeiro evento do Ciclo de Encontros “Inovação Social em Territórios Saudáveis e Sustentáveis no Contexto Pandêmico e Pós Pandêmico”. O Ciclo reúne, em formato de interação virtual, 114 participantes, entre técnicos extensionistas, agentes comunitários de Saúde, agricultores e organizações da sociedade civil dos diferentes territórios do Programa de Apoio à Inovação Social e ao Desenvolvimento Territorial Sustentável – InovaSocial (Embrapa/BNDES), com objetivo de construir estratégias ao enfrentamento ao COVID-19 abordando questões de segurança alimentar e nutricional nos territórios.

O Ciclo de Encontros servirá para capacitar técnicos extensionistas do Programa, para exercer as atividades de forma segura em campo, durante e após a pandemia da Covid-19, e fortalecer as relações entre agentes de Saúde, agricultores e organizações nos territórios de atuação do InovaSocial. Também estarão em pauta os desafios para as políticas públicas de aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar, neste atual contexto e no futuro.

A ideia do Ciclo surgiu a partir de um outro ciclo de eventos conduzido, em agosto e setembro, pela Fiocruz e Articulação do Semiárido (ASA), e que contou com participação dos integrantes do projeto Agrobiodiversidade do Semiárido (um dos projetos componentes do InovaSocial), que tem a ASA como entidade parceira. A proposta original foi adaptada para incluir novos territórios e fortalecer a interação entre agentes de Saúde e atores das comunidades rurais.

“Temos necessidade de compreender as estratégias, peculiaridades, as formas de enfrentamento da pandemia desenroladas nos territórios onde o InovaSocial atua, para atuarmos de forma propositiva. A pandemia é um desafio que o mundo atual está vivendo, agricultores atendidos pelos projetos tem suas atividades afetadas. Como se trata de um programa de desenvolvimento social precisamos também pensar em um contexto após a pandemia, com fatores como fragilidades na economia, alta de desemprego, fome, que também podem influenciar nossa atuação”, explica a pesquisadora Cristhiane Amâncio, da Embrapa Agrobiologia (Seropédica-RJ), líder do projeto de Governança e Gestão do InovaSocial.

Para Cristhiane, a interlocução entre agentes de Saúde, extensionistas e agricultores também é importante para que uma informação de qualidade sobre a Covid-19 e outras questões de Saúde Pública chegue ao campo. “Se esses agentes têm maior conhecimento das ações dos projetos, podem também dar uma orientação mais próxima e diferenciada, atuando preventivamente no suporte a esta situação de pandemia”, ressaltou a pesquisadora.

No primeiro dia de encontros do Ciclo, agricultores dos diferentes territórios trouxeram reflexões sobre os efeitos da pandemia na produção agropecuária, alimentação e no cotidiano. “Foi um ano que começou bom para nós na Caatinga, choveu bem. Mas a pandemia trouxe atraso na produção, com o aumento dos insumos diminuiu a produção e o escoamento, ficamos restritos para a comercialização”, afirmou Renato Brito, de São João de Macambira (PB)

Para a agricultora Rosieli Ludtke, de Paraíso do Sul (RS), a pandemia acelerou alguns processos, como a articulação com grupos de consumidores que passaram a procurar alimentos com certificação e produção agroecológica. A situação sanitária, porém, trouxe restrições para algumas famílias que, com integrantes de grupos de risco para a Covid-19, não podem participar mais de feiras e passaram somente a enviar seus produtos por meio de outras pessoas na comunidade. “A pandemia também resultou em muito mais trabalho, existem gargalos na mão de obra para produção agroecológica, com poucas pessoas nas casas”, frisou ela.

Promoção em Saúde

O encontro desta quinta-feira teve a participação de Jorge Machado, médico sanitarista da Fiocruz em Brasília (DF), que apresentou palestra com reflexões sobre a promoção em saúde em tempos de pandemia. “Neste período, quando se discute quais atividades são essenciais, saúde e alimentação são identificadas como as duas principais. São necessidades humanas e a alimentação é central, do ponto de vista da produção e consumo”, destacou ele.

De acordo com Jorge, é importante pensar em alternativas como encurtar ciclos de produção e consumo, aliando a segurança alimentar à vigilância em Saúde. Ele defendeu que, no espaço rural dos territórios, a vigilância deve se exercer com base popular, envolvendo diversos atores na sua promoção e execução. “Ela deve mobilizar vários tipos de atores sociais, de forma intersetorial, com ações com foco na educação, no desenvolvimento regional”, afirmou o sanitarista. Segundo ele, essa iniciativa de aproximação entre extensionistas, agentes de saúde e agricultores é válida, pois permite a formulação de iniciativas territorializadas, que partam das demandas e saberes destes públicos.

Para a pesquisadora Paola Cortez, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), líder do projeto Agrobiodiversidade do Semiárido, a aproximação entre diferentes autores proposta pelo Ciclo, pode ampliar uma rede que articule a produção de alimentos e a vigilância em Saúde, algo importante para as realidades locais. “Podemos fortalecer a circulação de informações de qualidade e também fortalecer o apoio mútuo, em rede, dos atores locais, em mais uma temática impactante na vida dos agricultores e cooperativas”, afirmou ela.

O Ciclo de Encontros continuará nos dias 22 e 29 de outubro e 5 de novembro, sempre com a interação em formato virtual, com debates sobre a produção de alimentos saudáveis, ações de enfrentamento à pandemia no retorno às atividades produtivas e a elaboração de um protocolo comum de prevenção e combate à pandemia para os projetos do InovaSocial.

A abertura do Ciclo contou com a presença da vice-diretora da Fiocruz em Brasília (DF), Denise Oliveira e Silva; do gerente do Departamento de Educação e Investimentos Sociais Área de Gestão Pública e Ambiental do BNDES, Marcos Matias Cavalcante; da chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Elizabeth Correia; do pesquisador da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Evandro Holanda Júnior.

Programa InovaSocial

O Programa InovaSocial é voltado para  promover a inserção social de agricultores familiares, mediante o fortalecimento de Sistemas Agroalimentares Localizados (SIAL), por meio de intervenções orientadas pelos princípios da inovação social. O programa possui dois objetivos componentes: fortalecer e apoiar redes associadas à agricultura familiar de produção, processamento e comercialização de produtos derivados de caprinos e ovinos, com identidade territorial; fortalecer e apoiar estratégias coletivas de conservação e uso da agrobiodiversidade, como diferenciais para valorização dos territórios e acesso a mercados de sementes agroecológicas.

A atuação da Embrapa se dá por meio de sete projetos componentes, com alcance em oito estados brasileiros, distribuídos entre as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul. O programa, que tem 5.530 famílias de agricultores familiares como beneficiárias, é executado pela Embrapa, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e gerência dos recursos pela Fundação Eliseu Alves (FEA).

Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos

Contatos para a imprensa

Telefone: (88) 3112.7413

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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