Ministros, cientistas e ONU defendem maior conexão entre os 17 ODS para o cumprimento da Agenda 2030

Durante live que debateu o tema, especialistas também destacaram o importante papel das tecnologias no campo Conectar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) entre si e ampliar o uso de tecnologias no campo são essenciais para garantir segurança alimentar com sustentabilidade a todos os brasileiros. Esta foi uma das principais mensagens transmitidas pelos participantes da webinar “Agricultura e a Agenda 2030”, organizada pela Embrapa, no dia 25, com a presença de ministros, cientistas e representantes do agronegócio brasileiro. “Somos um dos únicos países do mundo capazes de responder simultaneamente a dois dos grandes desafios expressos nos ODS: garantir a segurança alimentar global e conservar o Meio Ambiente”, afirmou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, que participou da abertura do evento. “Nossa produção contribui para o suprimento de alimentos a milhões de pessoas ao redor do mundo, com sanidade e sustentabilidade, além disso somos guardiões de biomas importantes ricos em biodiversidade e água doce. Por isso, temos a responsabilidade de buscar o cumprimento da agenda 2030 para garantir um mundo melhor hoje e para as futuras gerações”, complementou, lembrando que esta é a década de ação para acelerar a implementação dos 17 ODS. “Temos uma década para cumprir as promessas feitas em 2015, não temos a perder”, finalizou a ministra. Por sua vez, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, que também fez a abertura do evento, explicou que a Rede ODS da instituição tem como finalidade organizar toda a inteligência distribuída nas 43 Unidades Descentralizadas relacionada à Agenda 2030. São 870 analistas e pesquisadores atuando no sentido de promover ações de internalização dos ODS. Esta foi a segunda rodada de debates do ciclo de eventos virtuais “A Embrapa e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. Participaram o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, o assessor sênior do Programa das Nações Unidas no Brasil (PNUD), Haroldo Machado Filho, a coordenadora da Rede ODS Embrapa, pesquisadora da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), Valéria Hammes e o jornalista especializado em agronegócio, José Luiz Tejon, que fez a moderação do painel. A webinar contou com mais de 600 participantes durante sua transmissão e já tem até o momento mais de 3 mil visualizações. Próxima webinar do ciclo de debates No dia 8 de outubro, quinta-feira, de 10h às 11h30, será realizada a terceira webinar do ciclo com o tema “Ações de Comunicação para a Internalização dos ODS: não deixar ninguém para trás”. O evento é destinado aos empregados da Embrapa. Participam o diretor-executivo de Gestão Institucional, Tiago Toledo Ferreira; as pesquisadoras Vânia Beatriz Vasconcelos (Embrapa Rondônia) e Loiva Maria Ribeiro de Mello (Embrapa Uva e Vinho) e os supervisores da Secretaria Geral, Tiago Coelho Nunes e Maíra Gabriela Santos. A moderação será do pesquisador Wilson Tadeu (Embrapa instrumentação). Ciência, tecnologia e inovação na agricultura Para o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, não vai haver paz no mundo enquanto houver fome. Por isso, é preciso investir em tecnologias para aumentar a produção de alimentos, com sustentabilidade. “O grande desafio é compatibilizar a oferta de alimentos de qualidade com a preservação ambiental. E isso se concretizará com o uso cada vez maior de tecnologias”, ressaltou. Ele destacou que a pandemia da Covid-19 tornou ainda mais urgente a questão da sustentabilidade. “E essa preocupação tem sido crescente pela juventude mundial. O meio ambiente será o tema central das gerações futuras”, explicou. Rodrigues mostrou gráficos indicadores da necessidade de crescimento na oferta de alimentos para que o mundo tenha segurança alimentar nos próximos dez anos. “De acordo com a USDA, para que o mundo cresça 20% na oferta de alimentos nos próximos anos, o Brasil deverá crescer 41%”. Tecnologia tropical sustentável, terra disponível e mão de obra capacitada são os três fatores que permitirão que o país se torne um dos maiores provedores de alimentos nos próximos dez anos. “O país foi capaz de evitar o desmatamento em 100 milhões de hectares desde a década de 90 até hoje e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade, graças à tecnologia”, exemplificou. Conectando todos os ODS em torno da agricultura Haroldo Machado Filho defendeu maior conexão entre todos os ODS para o alcance da segurança alimentar com sustentabilidade. Ele destacou que todos os 17 ODS passam pela agricultura. “Acabar com a pobreza rural é fundamental para acabar com a fome, porém toda a alimentação deve ser segura, suficiente e acessível. Por outro lado, o bem estar afeta a saúde de toda a população e passa também pelo bom aprendizado educacional, pois não podemos dissociar alimentação e aprendizado, assim, alimentação e nutrição têm tudo a ver”, ressaltou o representante do PNUD, conectando os ODS 1, 2, 3, e 4 com a agricultura. Conheça os ODS e a Agenda 2030 acessando aqui Em seguida, detalhou a relação da igualdade de gênero e a capacidade de as mulheres proveram um aumento na produção em 20%, citando o ODS 5 relacionado à igualdade de gênero. Outro exemplo de conexão entre os ODS foi o uso de resíduos da agricultura na geração de energia, fazendo relação da agricultura com a produção de energia. “Os resíduos agrícolas devem ser usados na geração de energia, tanto o bagaço da cana como a palha da cana podem gerar até mesmo 10% de energia que o Brasil precisa” , exemplificou, citando dados de uma pesquisa realizada pelo PNUD em parceria com o Ministério de Minas e Energia. De acordo com Haroldo, é preciso pensar que a integração entre os 17 ODS juntos quase como uma rede neuronal. “Essa forma de pensamento complexo faz parte do século XXI e ajuda a formular políticas públicas eficientes e com menor custo”, revelou. Para Valéria Hammes, a Agenda 2030 é uma a linguagem universal construída por 193 países que concilia esforços e parcerias em prol do desenvolvimento sustentável. É também uma forma das instituições prestarem contas à sociedade. “Os ODS ampliam a percepção do potencial de parcerias com outros setores da economia”, afirmou, lembrando que a Rede ODS Embrapa mapeou 600 soluções tecnológicas que contribuem para a concretização da Agenda 2030. • Conheça o primeiro mapeamento da Embrapa sobre sua contribuição aos ODS acessando a coleção de e-books • A gravação da live completa pode ser conferida aqui Serviço: • 08/10 – Webinar: Ações de comunicação para a internalização dos ODS: não deixar ninguém para trás • Hora: 10h às 11h30 • Programação: Abertura: Tiago Toledo Ferreira – Diretor de Gestão Institucional Moderador: Wilson Tadeu – pesquisador, Embrapa Instrumentação Apresentações: • Ações de Comunicação nas Redes ODS Locais: o que vai pelas Unidades – Vânia Beatriz Vasconcelos – pesquisadora, Embrapa Rondônia • Selo ODS Embrapa – Loiva Maria Ribeiro de Mello – pesquisadora, Embrapa Uva e Vinho • Ações Internas e Externas de Comunicação dos ODS: resultados esperados na Agenda INTEGRO 2019/20 – Tiago Coelho Nunes – supervisor de Comunicações Coorporativas – Gerência de Comunicação e Informação, Secretaria Geral • Ações de capacitação para internalização dos ODS – Maíra Gabriela Santos de Souza, supervisora de Educação Corporativa. – Gerência de Gestão de Pessoas, Secretaria Geral