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Pesquisa busca definir quantidade de água e época para irrigação do cafeeiro

Iniciado em 2019, o projeto “Manejo de irrigação por gotejamento para cultivo de clones de café canéfora nos estados do Acre e Rondônia”, executado pela Embrapa, busca definir em que período do ano os cultivos devem ser irrigados e a quantidade adequada de água para a cultura. O objetivo é evitar o estresse hídrico nos plantios, aumentar a produtividade e garantir qualidade aos frutos, com economia de água, energia e mão de obra para o produtor rural. As pesquisas, com duração de quatro anos, são desenvolvidas no Acre e Rondônia, com base em três enfoques. O trabalho envolve estudos sobre a tensão da água no solo para determinar o volume a ser utilizado na irrigação dos cultivos no período seco e sobre os efeitos da irrigação, em diferentes épocas, para estabelecer os impactos do estresse hídrico no desenvolvimento vegetativo das plantas, na uniformidade da floração, produtividade e qualidade da bebida. Os estudos utilizam clones de cultivares de café canéfora ou café conilon, como é popularmente conhecido, lançadas pela Embrapa Rondônia, no ano passado. De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Celso Bergo, líder do projeto, o café canéfora suporta bem temperaturas mais altas e altitudes mais baixas, características da região, mas a irrigação representa uma prática necessária para alcançar rendimento máximo na cultura. “Embora o bioma Amazônia seja reconhecido pelo intenso regime de chuvas, elas ocorrem de maneira desuniforme ao longo do ano, especialmente entre os meses de maio a setembro, época da floração do cafeeiro. O uso de irrigação permite superar o déficit hídrico e ajuda a garantir bons resultados na produção. Por isso, queremos saber quanto e quando irrigar”, enfatiza Bergo. Fertirrigação As primeiras ações no Acre, entre maio e dezembro de 2019, focaram a produção de mudas e o preparo da área para os cultivos. Em janeiro deste ano foram implantados experimentos em campo, com duas mil mudas clonais. A partir da instalação do sistema de irrigação por gotejamento e fertirrigação, prevista para acontecer até final de março, terá início a fase de avaliação da eficiência da pressão e distribuição de água nos plantios. Segundo o coordenador destes estudos, Leonardo Souza, professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), instituição parceira no projeto, o ideal é que a pressão da água fornecida seja superior a noventa por cento. Por ser uma técnica que possibilita aplicar fertilizantes via água de irrigação, a fertirrigação acelera o ciclo dos nutrientes utilizados, potencializando seus efeitos nas plantas, mas é necessário que o sistema funcione de forma adequada. “Para garantir esse funcionamento, faremos avaliações no início de cada período de irrigação, observando aspectos como limpeza dos filtros e benfeitorias na área. A distribuição irregular de água nos cultivos reflete no desenvolvimento e produtividade da lavoura. O recomendado é que todas as plantas, do início e do final da linha de irrigação, recebam a mesma quantidade de água. Ajustando previamente esse fornecimento, no final da safra o produtor poderá contar com boa produtividade”, explica. Clones mais resistentes à seca Um terceiro foco das pesquisas contempla a avaliação de cafeeiros irrigados e não irrigados, com o objetivo de selecionar clones de café canéfora mais resistentes à seca, materiais que poderão ser utilizados inclusive por cafeicultores que não utilizam irrigação na condução da cultura. Marcelo Curitiba, pesquisador da Embrapa Rondônia (Porto Velho), responsável pelos estudos já em execução, explica que o objetivo é comparar o crescimento das plantas nos dois sistemas para conhecer o impacto da irrigação na cultura do café durante a estiagem. “Já temos as avaliações do período da seca e estamos avaliando a cultura na época das chuvas. Observamos diferença no crescimento dos frutos entre os dois sistemas. As plantas irrigadas tendem a desenvolver mais rápidas e, com isso, esperamos que adiantem também o ciclo de maturação”, afirma. Licença para uso da água O uso de água na agricultura exige a outorga de direito de uso de recursos hídricos, autorização que pode ser emitida pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) ou pela Agencia Nacional de Águas (ANA), dependendo do tipo de corpo hídrico utilizado para captação, conforme a Lei das Águas. Já os usos considerados de pouca expressão frente à disponibilidade deste recurso ficam desobrigados da outorga, entretanto, os volumes existentes e seu consumo devem ser informados com regularidade ao poder público, procedimento que contribui para a gestão e fiscalização das águas disponíveis no país. Desde novembro de 2018 a Embrapa Acre conta com a Declaração de Dispensa de Outorga de Recursos Hídricos, expedida pelo Instituto de Meio ambiente do Acre (Imac). O documento licencia a Unidade para o acesso contínuo de água para fins de manutenção predial e execução de pesquisas na área animal e com culturas que necessitam de irrigação no período da seca, como café e açaí, com base em recomendações legais de consumo e conservação desse recurso. A autorização deve ser renovada a cada três anos.

Iniciado em 2019, o projeto “Manejo de irrigação por gotejamento para cultivo de clones de café canéfora nos estados do Acre e Rondônia”, executado pela Embrapa, busca definir em que período do ano os cultivos devem ser irrigados e a quantidade adequada de água para a cultura. O objetivo é evitar o estresse hídrico nos plantios, aumentar a produtividade e garantir qualidade aos frutos, com economia de água, energia e mão de obra para o produtor rural.

As pesquisas, com duração de quatro anos, são desenvolvidas no Acre e Rondônia, com base em três enfoques. O trabalho envolve estudos sobre a tensão da água no solo para determinar o volume a ser utilizado na irrigação dos cultivos no período seco e sobre os efeitos da irrigação, em diferentes épocas, para estabelecer os impactos do estresse hídrico no desenvolvimento vegetativo das plantas, na uniformidade da floração, produtividade e qualidade da bebida.

Os estudos utilizam clones de cultivares de café canéfora ou café conilon, como é popularmente conhecido, lançadas pela Embrapa Rondônia, no ano passado. De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Celso Bergo, líder do projeto, o café canéfora suporta bem temperaturas mais altas e altitudes mais baixas, características da região, mas a irrigação representa uma prática necessária para alcançar rendimento máximo na cultura.

                             

“Embora o bioma Amazônia seja reconhecido pelo intenso regime de chuvas, elas ocorrem de maneira desuniforme ao longo do ano, especialmente entre os meses de maio a setembro, época da floração do cafeeiro. O uso de irrigação permite superar o déficit hídrico e ajuda a garantir bons resultados na produção. Por isso, queremos saber quanto e quando irrigar”, enfatiza Bergo.

Fertirrigação

As primeiras ações no Acre, entre maio e dezembro de 2019, focaram a produção de mudas e o preparo da área para os cultivos. Em janeiro deste ano foram implantados experimentos em campo, com duas mil mudas clonais. A partir da instalação do sistema de irrigação por gotejamento e fertirrigação, prevista para acontecer até final de março, terá início a fase de avaliação da eficiência da pressão e distribuição de água nos plantios.

Segundo o coordenador destes estudos, Leonardo Souza, professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), instituição parceira no projeto, o ideal é que a pressão da água fornecida seja superior a noventa por cento. Por ser uma técnica que possibilita aplicar fertilizantes via água de irrigação, a fertirrigação acelera o ciclo dos nutrientes utilizados, potencializando seus efeitos nas plantas, mas é necessário que o sistema funcione de forma adequada.

“Para garantir esse funcionamento, faremos avaliações no início de cada período de irrigação, observando aspectos como limpeza dos filtros e benfeitorias na área. A distribuição irregular de água nos cultivos reflete no desenvolvimento e produtividade da lavoura. O recomendado é que todas as plantas, do início e do final da linha de irrigação, recebam a mesma quantidade de água. Ajustando previamente esse fornecimento, no final da safra o produtor poderá contar com boa produtividade”, explica.

Clones mais resistentes à seca                    

Um terceiro foco das pesquisas contempla a avaliação de cafeeiros irrigados e não irrigados, com o objetivo de selecionar clones de café canéfora mais resistentes à seca, materiais que poderão ser utilizados inclusive por cafeicultores que não utilizam irrigação na condução da cultura. Marcelo Curitiba, pesquisador da Embrapa Rondônia (Porto Velho), responsável pelos estudos já em execução, explica que o objetivo é comparar o crescimento das plantas nos dois sistemas para conhecer o impacto da irrigação na cultura do café durante a estiagem.

“Já temos as avaliações do período da seca e estamos avaliando a cultura na época das chuvas. Observamos diferença no crescimento dos frutos entre os dois sistemas. As plantas irrigadas tendem a desenvolver mais rápidas e, com isso, esperamos que adiantem também o ciclo de maturação”, afirma.

Licença para uso da água

O uso de água na agricultura exige a outorga de direito de uso de recursos hídricos, autorização que pode ser emitida pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) ou pela Agencia Nacional de Águas (ANA), dependendo do tipo de corpo hídrico utilizado para captação, conforme a Lei das Águas. Já os usos considerados de pouca expressão frente à disponibilidade deste recurso ficam desobrigados da outorga, entretanto, os volumes existentes e seu consumo devem ser informados com regularidade ao poder público, procedimento que contribui para a gestão e fiscalização das águas disponíveis no país.

Desde novembro de 2018 a Embrapa Acre conta com a Declaração de Dispensa de Outorga de Recursos Hídricos, expedida pelo Instituto de Meio ambiente do Acre (Imac). O documento licencia a Unidade para o acesso contínuo de água para fins de manutenção predial e execução de pesquisas na área animal e com culturas que necessitam de irrigação no período da seca, como café e açaí, com base em recomendações legais de consumo e conservação desse recurso.  A autorização deve ser renovada a cada três anos.

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