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Evento para discutir o manejo do solo na sustentabilidade da soja

Workshop para Jornalistas será promovido pela Embrapa durante a Expodireto Cotrijal 2020 A estiagem que afetou a safra de verão neste ano pode comprometer 20% do rendimento da soja no Rio Grande do Sul, segundo levantamentos iniciais do setor produtivo. Além do clima adverso, a compactação do solo é responsável por perdas em três a cada dez safras na Região Sul. A Embrapa alerta para o manejo adequado do solo como alternativa para reduzir os impactos do clima nas lavouras. Em teoria, uma planta de soja, consome entre 5 a 7 mm de água por dia, volume que precisa estar disponível no solo a partir do armazenamento ao longo dos dias de chuva. Contudo, têm sido recorrente a quebra de safras em anos com chuva abaixo da normal climatológica. Com poucos dias sem chuva, uma semana por exemplo, o cenário das lavouras gaúchas é de estiagem. O problema, segundo os pesquisadores da Embrapa, é a compactação do solo que, além de não permitir a retenção de água no solo, limita o aprofundamento das raízes das plantas em busca de água. Para o pesquisador da Embrapa Trigo José Eloir Denardin, a compactação é resultado de uma série de fatores, como dimensão cada vez maior das máquinas agrícolas, uso em excesso de fertilizantes e corretivos, e, principalmente, modelos de produção inadequados. “Na matriz produtiva do RS predomina o monocultivo da soja com 75% da área em pousio no inverno ou com plantas espontâneas, como aveia e azevém, que não produzem palha e nem raízes para atender a demanda biológica do solo. O deficiente desenvolvimento do sistema radicular das plantas, associado à ausência do manejo de enxurradas, comprometem a produtividade das lavouras ”, explica Denardin. Um trabalho de pesquisa avaliou práticas de manejo do solo e da água em Passo Fundo, RS, durante quatro anos, de 2012 a 2015. Na área de cultivo que contou com sistema plantio direto, restos culturais acima de 10 toneladas por hectare (t/ha), semeadura em contorno e terraços, a taxa de infiltração de água no solo foi de 92 mm/h, enquanto que no plantio direto com soja/pousio, a taxa de infiltração foi de apenas 13 mm/h. Pesquisas da Embrapa mostram que o manejo do solo pode trazer resultados positivos mesmo em anos sem déficit hídrico. Um estudo, conduzido em Coxilha, RS, no período de 2010 a 2018, aponta que a descompactação do solo, associada à diversificação de culturas com cultivo de gramíneas de verão e adição ao solo de palha e raiz em quantidade superior a 10 t/ha/ano, elevou a produtividade de soja em 10 sacos/ha, mantendo este ganho ao longo dos nove anos. Outro resultado, obtido em uma unidade demonstrativa, instalada em 2017, na estação de solos da Embrapa, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, RS, mostrou que a produtividade da soja em área compactada foi de 29,9 sacos/ha, enquanto que na área sem compactação a produtividade chegou a 67,2 sacos/ha. A descompactação do solo é um trabalho de manejo do sistema agrícola produtivo que pode ser simplesmente vegetativo, com o cultivo de gramíneas de verão, detentoras de sistema radicular abundante e agressivo, ou mecânico/vegetativo, nos casos mais severos, com o emprego de haste sulcadora de ação profunda na semeadora e até mesmo escarificador e o próprio arado de discos seguidos, pelo cultivo imediato de uma gramínea de verão. A recuperação de solos degradados depende, ainda, da recuperação dos indicadores químicos da fertilidade do solo, da diversificação de culturas, com produção de restos culturais acima de 10 t/ha/ano, e de obras hidráulicas para o controle da erosão. Workshop para Jornalistas Manejo do Solo para a Sustentabilidade da Soja Dia: 5 de março de 2020, quinta-feira Horário: 16h, no estande da Embrapa na Expodireto Cotrijal Jornalista Joseani Antunes. Telefone 54-99142-7859 O evento tem sido realizado em diferentes feiras agropecuárias no Brasil como ação do projeto Sustensoja, liderado pela Embrapa Soja

Workshop para Jornalistas será promovido pela Embrapa durante a 
Expodireto Cotrijal 2020

A estiagem que afetou a safra de verão neste ano pode comprometer 20% do rendimento da soja no Rio Grande do Sul, segundo levantamentos iniciais do setor produtivo. Além do clima adverso, a compactação do solo é responsável por perdas em três a cada dez safras na Região Sul. A Embrapa alerta para o manejo adequado do solo como alternativa para reduzir os impactos do clima nas lavouras.

Em teoria, uma planta de soja, consome entre 5 a 7 mm de água por dia, volume que precisa estar disponível no solo a partir do armazenamento ao longo dos dias de chuva. Contudo, têm sido recorrente a quebra de safras em anos com chuva abaixo da normal climatológica. Com poucos dias sem chuva, uma semana por exemplo, o cenário das lavouras gaúchas é de estiagem. O problema, segundo os pesquisadores da Embrapa, é a compactação do solo que, além de não permitir a retenção de água no solo, limita o aprofundamento das raízes das plantas em busca de água.

Para o pesquisador da Embrapa Trigo José Eloir Denardin, a compactação é resultado de uma série de fatores, como dimensão cada vez maior das máquinas agrícolas, uso em excesso de fertilizantes e corretivos, e, principalmente, modelos de produção inadequados. “Na matriz produtiva do RS predomina o monocultivo da soja com 75% da área em pousio no inverno ou com plantas espontâneas, como aveia e azevém, que não produzem palha e nem raízes para atender a demanda biológica do solo.  O deficiente desenvolvimento do sistema radicular das plantas, associado à ausência do manejo de enxurradas, comprometem a produtividade das lavouras ”, explica Denardin.

Um trabalho de pesquisa avaliou práticas de manejo do solo e da água em  Passo Fundo, RS, durante quatro anos, de 2012 a 2015. Na área de cultivo que contou com sistema plantio direto, restos culturais acima de 10 toneladas por hectare (t/ha), semeadura em contorno e terraços, a taxa de infiltração de água no solo foi de 92 mm/h, enquanto que no plantio direto com soja/pousio, a taxa de infiltração foi de apenas 13 mm/h. 

Pesquisas da Embrapa mostram que o manejo do solo pode trazer resultados positivos mesmo em anos sem déficit hídrico. Um estudo, conduzido em Coxilha, RS, no período de 2010 a 2018, aponta que a descompactação do solo, associada à diversificação de culturas com cultivo de gramíneas de verão e adição ao solo de palha e raiz em quantidade superior a 10 t/ha/ano, elevou a produtividade de soja em 10 sacos/ha, mantendo este ganho ao longo dos nove anos. Outro resultado, obtido em uma unidade demonstrativa, instalada em 2017, na estação de solos da Embrapa, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, RS, mostrou que a produtividade da soja em área compactada foi de 29,9 sacos/ha, enquanto que na área sem compactação a produtividade chegou a 67,2 sacos/ha. 

A descompactação do solo é um trabalho de manejo do sistema agrícola produtivo que pode ser simplesmente vegetativo, com o cultivo de gramíneas de verão, detentoras de sistema radicular abundante e agressivo, ou mecânico/vegetativo, nos casos mais severos, com o emprego de haste sulcadora de ação profunda na semeadora e até mesmo escarificador e o próprio arado de discos seguidos, pelo cultivo imediato de uma gramínea de verão. A recuperação de solos degradados depende, ainda, da recuperação dos indicadores químicos da fertilidade do solo, da diversificação de culturas, com produção de restos culturais acima de 10 t/ha/ano, e de obras hidráulicas para o controle da erosão.

Workshop para Jornalistas Manejo do Solo para a Sustentabilidade da Soja

Dia: 5 de março de 2020, quinta-feira

Horário: 16h, no estande da Embrapa na Expodireto Cotrijal 
Jornalista Joseani Antunes. Telefone 54-99142-7859

O evento tem sido realizado em diferentes feiras agropecuárias no Brasil como ação do projeto Sustensoja, liderado pela Embrapa Soja

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