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Pesquisador participa de simpósio no RJ e fala sobre enchente e escassez de água

Foi realizado, nos dias 8 e 9 deste mês, na Universidade Veiga de Almeida – Campus Maracanã, o III Simpósio de Ciências do Meio Ambiente (Sicima). O pesquisador da Embrapa Agrobiologia Alexander Resende esteve no evento discutindo o cenário de áreas degradadas no Rio de Janeiro em decorrência da escassez de água e das enchentes que assolam a região. “Somos uma cidade com muitas áreas impermeabilizadas, muito asfalto, muito cimento, muito prédio. Não há muitos cursos para a água seguir, então a enchente nos acompanha há muito tempo”, explica Alexander. Ele ressaltou que analisar a condição histórica e geográfica da cidade é essencial para compreender o fenômeno. “O problema da escassez é histórico. Se você pensar em grandes cidades, quase todas nasceram na beira de um rio, como Londres, por exemplo. O Rio de Janeiro não”, declara. Ele explica que cidades urbanizadas com grandes populações e distantes de rios e afluentes costumam sofrer com problemas de escassez e enchentes. Isso porque o fluxo de água enfrenta barreiras para escoar, como lixo e pavimentação do solo. Além disso, é necessário também que haja uma grande estrutura de captação, capaz de chegar até as fontes de água mais distantes para alimentar a cidade. A ideia do debate foi pensar em soluções simples que possam ser implementadas na rotina dos cidadãos, bem como políticas de planejamento de curto prazo capazes de reduzir os problemas relacionados à água na cidade. “A gente fala muito, hoje, do problema do carbono, das mudanças climáticas, mas isso é uma coisa muito macro, na qual se consegue interferir muito pouco em termos de indivíduo. Mas água é um assunto que mexe com todo mundo, e todos conseguem fazer alguma coisinha”, diz. Alexander comenta que enxergar as enchentes como um problema complexo que necessita de soluções muito elaboradas não é o mais eficaz. A resposta está em coisas fáceis que qualquer um pode fazer, como a coleta seletiva, por exemplo, principalmente nos ambientes urbanos. “Uma pergunta clássica que eu faço ao público quando falo dessa temática é: quantos de vocês separam o lixo em casa? São coisas muito básicas que a gente pode fazer e mudar essa realidade. A questão central da palestra foi isso: falar sobre o que está ao nosso alcance para mudar nossa relação com o meio ambiente”, revela. O pesquisador falou também sobre soluções tecnológicas que podem ser aplicadas em áreas degradadas por enchentes, que provocam erosões e voçorocas, fenômenos caracterizados pelo desgaste do solo e pelo transporte dos sedimentos por correntes de água, que acabam por acarretar deslizamentos e até mesmo a morte da fauna e da flora local. Um exemplo é o trabalho realizado por ele na região sul fluminense, especialmente na bacia do Rio Barra Mansa, que mostrou uma eficiência superior a 90% só no primeiro ano. O método consiste no controle da erosão na cabeceira da encosta, na retenção de sedimentos na parte interna – com práticas simples e materiais de baixo custo – e na revegetação das áreas internas e da cabeceira com espécies vegetais que consigam se desenvolver adequadamente nesses locais. “É uma estratégia para que não aconteça esse fenômeno e também para recuperar o solo que já sofreu com ele”, explica. Para finalizar sua palestra, Alexander falou da importância da conscientização ambiental desde a infância. “A gente tem que trabalhar essa questão sempre, para assim mudar esse cenário”, conclui. Esfera socioambiental em pauta O Sicima é realizado anualmente pela equipe de mestrado em Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida. A terceira edição do evento tratou da conservação de recursos naturais, desenvolvimento e seus desafios, tendo como mote a relação humana com as questões ambientais. A discussão de abertura foi sobre a segurança de barragens de rejeitos de mineração e os impactos no Brasil, que contou com a participação da jornalista Cristina Serra, autora do livro Tragédia em Mariana, a História do Maior Desastre Ambiental do Brasil. Também participaram da mesa de abertura o professor de Engenharia e Arquitetura Júlio César da Silva e o geólogo Claudio Ramalho. Além disso, uma das mesas de maior destaque foi a intitulada Avalanche de problemas, aspectos psicossociais em situações pós-desastres, que foi conduzida pela doutora em Psicologia Maria de Lurdes Costa Domingos, que falou sobre a situação das pessoas envolvidas em desastres ambientais no País. Houve também a apresentação e premiação de trabalhos e pesquisas sobre meio ambiente.

Foi realizado, nos dias 8 e 9 deste mês, na Universidade Veiga de Almeida – Campus Maracanã, o III Simpósio de Ciências do Meio Ambiente (Sicima). O pesquisador da Embrapa Agrobiologia Alexander Resende esteve no evento discutindo o cenário de áreas degradadas no Rio de Janeiro em decorrência da escassez de água e das enchentes que assolam a região. “Somos uma cidade com muitas áreas impermeabilizadas, muito asfalto, muito cimento, muito prédio. Não há muitos cursos para a água seguir, então a enchente nos acompanha há muito tempo”, explica Alexander. 

Ele ressaltou que analisar a condição histórica e geográfica da cidade é essencial para compreender o fenômeno. “O problema da escassez é histórico. Se você pensar em grandes cidades, quase todas nasceram na beira de um rio, como Londres, por exemplo. O Rio de Janeiro não”, declara. Ele explica que cidades urbanizadas com grandes populações e distantes de rios e afluentes costumam sofrer com problemas de escassez e enchentes. Isso porque o fluxo de água enfrenta barreiras para escoar, como lixo e pavimentação do solo. Além disso, é necessário também que haja uma grande estrutura de captação, capaz de chegar até as fontes de água mais distantes para alimentar a cidade.

A ideia do debate foi pensar em soluções simples que possam ser implementadas na rotina dos cidadãos, bem como políticas de planejamento de curto prazo capazes de reduzir os problemas relacionados à água na cidade. “A gente fala muito, hoje, do problema do carbono, das mudanças climáticas, mas isso é uma coisa muito macro, na qual se consegue interferir muito pouco em termos de indivíduo. Mas água é um assunto que mexe com todo mundo, e todos conseguem fazer alguma coisinha”, diz. 

Alexander comenta que enxergar as enchentes como um problema complexo que necessita de soluções muito elaboradas não é o mais eficaz. A resposta está em coisas fáceis que qualquer um pode fazer, como a coleta seletiva, por exemplo, principalmente nos ambientes urbanos. “Uma pergunta clássica que eu faço ao público quando falo dessa temática é: quantos de vocês separam o lixo em casa? São coisas muito básicas que a gente pode fazer e mudar essa realidade. A questão central da palestra foi isso: falar sobre o que está ao nosso alcance para mudar nossa relação com o meio ambiente”, revela. 

O pesquisador falou também sobre soluções tecnológicas que podem ser aplicadas em áreas degradadas por enchentes, que provocam erosões e voçorocas, fenômenos caracterizados pelo desgaste do solo e pelo transporte dos sedimentos por correntes de água, que acabam por acarretar deslizamentos e até mesmo a morte da fauna e da flora local. Um exemplo é o trabalho realizado por ele na região sul fluminense, especialmente na bacia do Rio Barra Mansa, que mostrou uma eficiência superior a 90% só no primeiro ano. O método consiste no controle da erosão na cabeceira da encosta, na retenção de sedimentos na parte interna – com práticas simples e materiais de baixo custo – e na revegetação das áreas internas e da cabeceira com espécies vegetais que consigam se desenvolver adequadamente nesses locais. “É uma estratégia para que não aconteça esse fenômeno e também para recuperar o solo que já sofreu com ele”, explica. 

Para finalizar sua palestra, Alexander falou da importância da conscientização ambiental desde a infância. “A gente tem que trabalhar essa questão sempre, para assim mudar esse cenário”, conclui. 

Esfera socioambiental em pauta

O Sicima é realizado anualmente pela equipe de mestrado em Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida. A terceira edição do evento tratou da conservação de recursos naturais, desenvolvimento e seus desafios, tendo como mote a relação humana com as questões ambientais.

A discussão de abertura foi sobre a segurança de barragens de rejeitos de mineração e os impactos no Brasil, que contou com a participação da jornalista Cristina Serra, autora do livro Tragédia em Mariana, a História do Maior Desastre Ambiental do Brasil. Também participaram da mesa de abertura o professor de Engenharia e Arquitetura Júlio César da Silva e o geólogo Claudio Ramalho. 

Além disso, uma das mesas de maior destaque foi a intitulada Avalanche de problemas, aspectos psicossociais em situações pós-desastres, que foi conduzida pela doutora em Psicologia Maria de Lurdes Costa Domingos, que falou sobre a situação das pessoas envolvidas em desastres ambientais no País. Houve também a apresentação e premiação de trabalhos e pesquisas sobre meio ambiente.

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