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Livro sobre Tecnologias de Convivência com o Semiárido foi lançado em feira na Região

Foi lançado no dia 20 de novembro, na oitava edição da Semiárido Show, que acontece em Petrolina (PE), o livro Tecnologias de Convivência com o Semiárido. A publicação é uma realização do Banco do Nordeste do Brasil, Embrapa Solos, Embrapa Semiárido e parceiros. Reúne resultados de pesquisas bem sucedidas de mais de cinquenta pesquisadores, professores, técnicos de instituições públicas, privadas e de ONGs, além de agricultores. “Esta obra apresenta à sociedade o retorno de anos de estudos de instituições de pesquisas e desenvolvimento e seus parceiros com alternativas tecnológicas sociais de baixo custo para a melhoria da convivência de mais de 27 milhões de pessoas, em uma área de 1,13 milhão de km2, o Semiárido brasileiro”, afirma Luciano Feijão Ximenes, editor-chefe do livro e Gerente Executivo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste, Banco do Nordeste do Brasil. O livro “A publicação traz uma reflexão sobre o desenvolvimento agrícola e rural da Região, abrangendo seis grandes temas: aspectos naturais e agrossocioeconômicos do Nordeste Semiárido, aspectos tecnológicos relacionados à captação e armazenamento de água de chuva, alternativas forrageiras, espécies vegetais alimentares, alternativas complementares de renda e extrativismo sustentável”, explica Romildo Carneiro Rolim, presidente do Banco do Nordeste. O livro apresenta uma caracterização dos diferentes ambientes do Semiárido, ressaltando suas potencialidades, limitações e aspectos socioeconômicos. Quanto aos recursos naturais, evidencia-se o clima como fator de maior influência na formação dos solos da região, destacando que os mais favoráveis para uso agrícola são, principalmente, as coberturas pedimentares sobre rochas cristalinas. Sobre as mudanças climáticas e desertificação os autores apresentam o fluxo dos processos que concorrem para alterações no clima local em alinhamento com as previsões dos Painéis de Mudanças Climáticas. A obra faz uma reflexão sobre o desafio das pequenas propriedades do Semiárido em prover renda e garantia da sustentabilidade e qualidade de vida para sua população. Embora exista um conjunto de tecnologias capazes de propiciar a convivência do homem com as condições de semiaridez, o seu uso, em geral, esbarra na limitação de políticas de desenvolvimento e inovação. Nas últimas décadas, tem sido utilizado um modelo “participativo”, de construção do conhecimento e de inovação no qual o agricultor critica sua realidade e toma as decisões em conjunto com as instituições. Nesse modelo, o conhecimento sobre a realidade local, as experiências de agricultores e o entendimento do que é “Rural” no mundo moderno, na concepção de especialistas, induzem à elaboração de uma agenda de desenvolvimento sustentável para o Semiárido brasileiro. A convivência do homem com as condições de semiaridez é um relevante tema de pesquisa desde a década de 1970, quando a Embrapa protagonizou um programa de captação, armazenamento e o manejo de água de chuva. A partir daí foram desenvolvidas ou adaptadas tecnologias hídricas utilizadas em países com características climáticas similares. Entre as alternativas estudadas destaca-se as cisternas de consumo humano, animal e de produção; barragem subterrânea; irrigação de salvação; captação in situ; tanque de pedra; barreiro trincheira; barraginhas. A maioria dessas tecnologias, compõe o “Programa Cisterna” do governo federal, desde 2003. “A produção pecuária e alternativas de alimentação para o rebanho também são abordados no livro”, lembra Pedro Carlos Gama da Silva, Chefe-Geral da Embrapa Semiárido. São apresentados, também, resultados promissores de identificação de genótipos, advindos do melhoramento genético da palma forrageira, com registros de clones com resistência à cochonilha-do-carmim, plantio adensado e irrigado, com a obtenção de elevadas produtividades. Além disso, recomenda o uso de plantas xerófilas da Caatinga, de alto potencial forrageiro e excelente valor nutritivo para a alimentação de ruminantes, sempre atento à sustentabilidade. Opções de cultivo do sorgo são relatadas, com destaque para o Zoneamento de Risco Climático como ferramenta na definição de áreas, período de plantio e cultivares, visando a redução dos riscos de frustração de safra. Somado a isso, programas de melhoramento têm apresentado cultivares adaptadas às adversidades climáticas da região. Entre as espécies alimentares, o cultivo de frutíferas nativas ou introduzidas são uma realidade e contam com empreendimentos instalados no Semiárido, como alternativas econômicas de grande potencial para a agricultura familiar. Feijão-caupi, milho e mandioca se sobressaem devido à sua importância na alimentação humana e animal. Quanto ao feijão-caupi, merecem destaque as ações de melhoramento voltadas para o desenvolvimento de cultivares com alto potencial de rendimento, resistência a doenças, potencial simbiótico com bactérias fixadoras de nitrogênio e tolerância ao déficit hídrico e solos salinos. Na perspectiva de geração de oportunidade de renda e da melhoria de qualidade de vida das famílias no Semiárido, o livro também apresenta alternativas tecnológicas para a suinocultura regional, ressaltando-se as limitações da logística para a produção de rações, escoamento da produção e comercialização. Para a avicultura, são apresentadas alternativas de manejo e de alimentação. Para apicultura, destaca-se o mel proveniente de sistema de produção de base ecológica. Outra alternativa apontada é o plantio de oleaginosas para a produção de biodiesel, com perspectivas de inserção dessa cadeia produtiva na economia local, podendo impulsionar o desenvolvimento econômico e a inclusão social de uma parcela da população com a criação de empregos rurais. De modo semelhante, a exploração do sisal é apresentada como uma importante fonte de divisas, em 82 municípios baianos. O capítulo referente ao sisal traz informações técnicas dos últimos 20 anos. Encerrando o livro, o extrativismo da carnaúba é destacado enfocando a necessidade de estimular parcerias com a indústria para o desenvolvimento de ativos da cera de carnaúba (cosméticos, fármacos, emulsão, parafina e plástico para a indústria alimentícia). Estratégias de Convivência para o desenvolvimento do Semiárido O Brasil abriga a maior região semiárida contínua do mundo, com área superior a um milhão de quilômetros quadrados – dos quais 50% está dentro do território do Nordeste e parte do Norte de Minas, e uma das mais densamente habitadas. Porém, seu maior problema, não é a aridez do clima, nem a escassez de água, mas a ausência de uma representação política sintonizada com os legítimos anseios da população. “A perspectiva da Convivência com o Semiárido pressupõe ações organizadas e políticas públicas que valorizem o conhecimento e as experiências dos agricultores desse espaço geográfico, considerando que, assim como a natureza se adapta às condições ambientais, as famílias agricultoras criaram estratégias diversas para viver bem nessa região. Entre estas estratégias, incluem-se a estocagem de água e sementes, a produção agroecológica de alimentos e o cuidado com os animais, afirma Petula Ponciano Nascimento, chefe geral da Embrapa Solos. A cada período de estiagem nessa região, milhares de pessoas não conseguem satisfazer suas necessidades de acesso à água e, consequentemente, aos alimentos básicos. Como agravante, ainda deve-se mencionar as mudanças climáticas que vêm acarretando a diminuição da oferta de água nas áreas dependentes de chuva. Para Maria Sonia Lopes da Silva, segunda editora da obra e pesquisadora da Embrapa Solos UEP Recife, como resultado da atuação dos Governos Federais e Estaduais e da Sociedade Civil, atualmente existe um conjunto de tecnologias que vem sendo utilizado em todo Semiárido, por meio de programas de políticas públicas e que tem proporcionado a resiliência das familias à adversidade do clima da região. A maioria destas tecnologias são apresentadas no livro, mostrando que as instituições de pesquisa, ensino e extensão rural possuem práticas que possibilitam o acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente para nutrir e manter a saúde das famílias e de seus rebanhos na região. “A convivência com a região semiárida promove o exercício da cidadania e induz a melhoria de indicadores socioeconômicos, a partir do aumento da capacidade e diversificação produtiva das famílias agricultoras”, pontua Luiza Teixeira de Lima Brito, terceira editora do livro e pesquisadora da Embrapa Semiárido. Relação do livro com o Programas AgroNordeste O livro constitui excelente material que auxiliará na implantação do Programa AgroNordeste (plano de ação para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável do meio rural da região – que reunirá 230 municípios dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais, divididos em 12 territórios, com uma população rural de 1,7 milhão de pessoas), por contribuir com a ampliação ao acesso e diversificação de mercados, promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado. A publicação reúne elementos importantes que fortalecem o exercício da cidadania e que podem ser indutores da melhoria de indicadores socioeconômicos, a partir do aumento da capacidade e diversificação produtiva das famílias agricultoras nas diferentes cadeias produtivas da região. A versão em PDF de Tecnologias de Convivência com o Semiárido está disponível aqui.

Foi lançado no dia 20 de novembro, na oitava edição da Semiárido Show, que acontece em Petrolina (PE), o livro Tecnologias de Convivência com o Semiárido. A publicação é uma realização do Banco do Nordeste do Brasil, Embrapa Solos, Embrapa Semiárido e parceiros. Reúne resultados de pesquisas bem sucedidas de mais de cinquenta pesquisadores, professores, técnicos de instituições públicas, privadas e de ONGs, além de agricultores.

“Esta obra apresenta à sociedade o retorno de anos de estudos de instituições de pesquisas e desenvolvimento e seus parceiros com alternativas tecnológicas sociais de baixo custo para a melhoria da convivência de mais de 27 milhões de pessoas, em uma área de 1,13 milhão de km2, o Semiárido brasileiro”, afirma Luciano Feijão Ximenes, editor-chefe do livro e Gerente Executivo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste, Banco do Nordeste do Brasil.

O livro

“A publicação traz uma reflexão sobre o desenvolvimento agrícola e rural da Região, abrangendo seis grandes temas: aspectos naturais e agrossocioeconômicos do Nordeste Semiárido, aspectos tecnológicos relacionados à captação e armazenamento de água de chuva, alternativas forrageiras, espécies vegetais alimentares, alternativas complementares de renda e extrativismo sustentável”, explica Romildo Carneiro Rolim, presidente do Banco do Nordeste.

O livro apresenta uma caracterização dos diferentes ambientes do Semiárido, ressaltando suas potencialidades, limitações e aspectos socioeconômicos. Quanto aos recursos naturais, evidencia-se o clima como fator de maior influência na formação dos solos da região, destacando que os mais favoráveis para uso agrícola são, principalmente, as coberturas pedimentares sobre rochas cristalinas.

Sobre as mudanças climáticas e desertificação os autores apresentam o fluxo dos processos que concorrem para alterações no clima local em alinhamento com as previsões dos Painéis de Mudanças Climáticas.

A obra faz uma reflexão sobre o desafio das pequenas propriedades do Semiárido em prover renda e garantia da sustentabilidade e qualidade de vida para sua população. Embora exista um conjunto de tecnologias capazes de propiciar a convivência do homem com as condições de semiaridez, o seu uso, em geral, esbarra na limitação de políticas de desenvolvimento e inovação.

Nas últimas décadas, tem sido utilizado um modelo “participativo”, de construção do conhecimento e de inovação no qual o agricultor critica sua realidade e toma as decisões em conjunto com as instituições. Nesse modelo, o conhecimento sobre a realidade local, as experiências de agricultores e o entendimento do que é “Rural” no mundo moderno, na concepção de especialistas, induzem à elaboração de uma agenda de desenvolvimento sustentável para o Semiárido brasileiro.
A convivência do homem com as condições de semiaridez é um relevante tema de pesquisa desde a década de 1970, quando a Embrapa protagonizou um programa de captação, armazenamento e o manejo de água de chuva. A partir daí foram desenvolvidas ou adaptadas tecnologias hídricas utilizadas em países com características climáticas similares. Entre as alternativas estudadas destaca-se as cisternas de consumo humano, animal e de produção; barragem subterrânea; irrigação de salvação; captação in situ; tanque de pedra; barreiro trincheira; barraginhas. A maioria dessas tecnologias, compõe o “Programa Cisterna” do governo federal, desde 2003. “A produção pecuária e alternativas de alimentação para o rebanho também são abordados no livro”, lembra Pedro Carlos Gama da Silva, Chefe-Geral da Embrapa Semiárido.

São apresentados, também, resultados promissores de identificação de genótipos, advindos do melhoramento genético da palma forrageira, com registros de clones com resistência à cochonilha-do-carmim, plantio adensado e irrigado, com a obtenção de elevadas produtividades. Além disso, recomenda o uso de plantas xerófilas da Caatinga, de alto potencial forrageiro e excelente valor nutritivo para a alimentação de ruminantes, sempre atento à sustentabilidade.

Opções de cultivo do sorgo são relatadas, com destaque para o Zoneamento de Risco Climático como ferramenta na definição de áreas, período de plantio e cultivares, visando a redução dos riscos de frustração de safra. Somado a isso, programas de melhoramento têm apresentado cultivares adaptadas às adversidades climáticas da região. Entre as espécies alimentares, o cultivo de frutíferas nativas ou introduzidas são uma realidade e contam com empreendimentos instalados no Semiárido, como alternativas econômicas de grande potencial para a agricultura familiar. Feijão-caupi, milho e mandioca se sobressaem devido à sua importância na alimentação humana e animal. Quanto ao feijão-caupi, merecem destaque as ações de melhoramento voltadas para o desenvolvimento de cultivares com alto potencial de rendimento, resistência a doenças, potencial simbiótico com bactérias fixadoras de nitrogênio e tolerância ao déficit hídrico e solos salinos.

Na perspectiva de geração de oportunidade de renda e da melhoria de qualidade de vida das famílias no Semiárido, o livro também apresenta alternativas tecnológicas para a suinocultura regional, ressaltando-se as limitações da logística para a produção de rações, escoamento da produção e comercialização. Para a avicultura, são apresentadas alternativas de manejo e de alimentação. Para apicultura, destaca-se o mel proveniente de sistema de produção de base ecológica.
Outra alternativa apontada é o plantio de oleaginosas para a produção de biodiesel, com perspectivas de inserção dessa cadeia produtiva na economia local, podendo impulsionar o desenvolvimento econômico e a inclusão social de uma parcela da população com a criação de empregos rurais. De modo semelhante, a exploração do sisal é apresentada como uma importante fonte de divisas, em 82 municípios baianos. O capítulo referente ao sisal traz informações técnicas dos últimos 20 anos.

Encerrando o livro, o extrativismo da carnaúba é destacado enfocando a necessidade de estimular parcerias com a indústria para o desenvolvimento de ativos da cera de carnaúba (cosméticos, fármacos, emulsão, parafina e plástico para a indústria alimentícia).

Estratégias de Convivência para o desenvolvimento do Semiárido

O Brasil abriga a maior região semiárida contínua do mundo, com área superior a um milhão de quilômetros quadrados – dos quais 50% está dentro do território do Nordeste e parte do Norte de Minas, e uma das mais densamente habitadas. Porém, seu maior problema, não é a aridez do clima, nem a escassez de água, mas a ausência de uma representação política sintonizada com os legítimos anseios da população.

“A perspectiva da Convivência com o Semiárido pressupõe ações organizadas e políticas públicas que valorizem o conhecimento e as experiências dos agricultores desse espaço geográfico, considerando que, assim como a natureza se adapta às condições ambientais, as famílias agricultoras criaram estratégias diversas para viver bem nessa região. Entre estas estratégias, incluem-se a estocagem de água e sementes, a produção agroecológica de alimentos e o cuidado com os animais, afirma Petula Ponciano Nascimento, chefe geral da Embrapa Solos.

A cada período de estiagem nessa região, milhares de pessoas não conseguem satisfazer suas necessidades de acesso à água e, consequentemente, aos alimentos básicos. Como agravante, ainda deve-se mencionar as mudanças climáticas que vêm acarretando a diminuição da oferta de água nas áreas dependentes de chuva.

Para Maria Sonia Lopes da Silva, segunda editora da obra e pesquisadora da Embrapa Solos UEP Recife, como resultado da atuação dos Governos Federais e Estaduais e da Sociedade Civil, atualmente existe um conjunto de tecnologias que vem sendo utilizado em todo Semiárido, por meio de programas de políticas públicas e que tem proporcionado a resiliência das familias à adversidade do clima da região. A maioria destas tecnologias são apresentadas no livro, mostrando que as instituições de pesquisa, ensino e extensão rural possuem práticas que possibilitam o acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente para nutrir e manter a saúde das famílias e de seus rebanhos na região.

“A convivência com a região semiárida promove o exercício da cidadania e induz a melhoria de indicadores socioeconômicos, a partir do aumento da capacidade e diversificação produtiva das famílias agricultoras”, pontua Luiza Teixeira de Lima Brito, terceira editora do livro e pesquisadora da Embrapa Semiárido.

Relação do livro com o Programas AgroNordeste  

O livro constitui excelente material que auxiliará na implantação do Programa AgroNordeste (plano de ação para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável do meio rural da região – que reunirá 230 municípios dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais, divididos em 12 territórios, com uma população rural de 1,7 milhão de pessoas), por contribuir com a  ampliação ao acesso e diversificação de mercados, promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado.  A publicação reúne elementos importantes que fortalecem o exercício da cidadania e que podem ser indutores da melhoria de indicadores socioeconômicos, a partir do aumento da capacidade e diversificação produtiva das famílias agricultoras nas diferentes cadeias produtivas da região.

A versão em PDF de Tecnologias de Convivência com o Semiárido está disponível aqui.

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