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Projeto investe no fortalecimento da Indicação Geográfica da farinha de Cruzeiro do Sul

O trabalho de agricultores familiares do Juruá para manter a qualidade da farinha de mandioca produzida na região e fortalecer a presença do produto no mercado ganhou novo reforço com o projeto “Consolidação da Indicação Geográfica (IG) “Cruzeiro do Sul” como estratégia para o desenvolvimento rural da Regional Juruá, no Acre”, executado pela Embrapa. Iniciado no mês de janeiro, a iniciativa tem duração de três anos e realiza ações para fortalecimento da gestão do selo de Indicação de Procedência, conquistado em 2017, e para melhoria da produção.  No período de 2 a 6 de abril, a equipe do projeto estará em Cruzeiro do Sul, para realizar novas atividades.

A farinha de Cruzeiro do Sul é o primeiro derivado da mandioca com Indicação Geográfica (IG) no Brasil. O selo, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), contempla produtores dos municípios de Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Valter, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul, cidade que emprestou nome ao produto, por ser o principal centro distribuidor. Juntos com os agricultores, a Central de Cooperativas do Juruá (Central Juruá) buscou o apoio de diferentes instituições, para composição do dossiê documental. Por mais de uma década, pesquisas conjuntas geraram informações sobre aspectos da produção artesanal de farinha e contextos históricos do território, para subsidiar o processo.

Segundo a pesquisadora Virgínia Álvares, líder do projeto, as Indicações Geográficas funcionam como uma espécie de certificação que agrega valor à produção e proporciona ganhos econômicos e sociais para os agricultores e para a região. Entretanto, administrar esse diferencial impõe desafios que envolvem questões como a manutenção do modo de produção e o acesso a novos mercados. “Em parceria com outras instituições que integram o Conselho Regulador da IG vamos orientar as cooperativas e os produtores rurais na gestão participativa do selo e o posicionamento da produção no mercado e atuar na transferência de tecnologias para garantir o padrão de qualidade do produto e expandir o uso do selo pelos agricultores. Além disso, investiremos em ações de comunicação e marketing para divulgação da IG”, diz.

Agenda de trabalho

Dentre as principais atividades para fortalecer a Indicação Geográfica da farinha de Cruzeiro do Sul está a criação de um Grupo de Trabalho (GT) formado por profissionais da Embrapa, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac). A equipe interinstitucional prestará assessoramento técnico e industrial no planejamento e controle interno da produção, adoção de estratégias de autocontrole da qualidade da farinha produzida, atualização das normas previstas no regulamento de Uso do selo e outras ações voltadas para a melhoria dos processos gerenciais e produtivo envolvendo a IG. As articulações para formação do GT iniciam na segunda quinzena de março.

Outra prioridade do projeto é a implementação de mecanismos de controle da qualidade da produção. As atividades contarão com a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que vai capacitar profissionais para o processo de amostragem. A Embrapa atuará na realização de análises físico-químicas e na classificação da farinha de mandioca entregue pelos agricultores à Central Juruá para comercialização. Durante a viagem ao Juruá, pesquisadores da Embrapa vão orientar a primeira coleta de amostras de farinha com foco na classificação do produto.

“As amostras serão coletadas quinzenalmente e analisadas em relação a diversos parâmetros de qualidade com base na legislação brasileira vigente para a farinha de mandioca. Em caso de incoerências com os padrões estabelecidos, serão realizadas ações de orientação e sensibilização nas comunidades produtoras de farinha da Regional Juruá, em relação à importância de conservar o modo tradicional de produção e outros fatores que influenciam a qualidade do produto”, explica Virgínia Álvares.

Para a pesquisadora Joana Souza, responsável pelas análises laboratoriais das amostras de farinha na Embrapa, além atestar o cumprimento de critérios de elaboração da farinha previstos no regulamento de uso da IG, a adoção de metodologias de rastreamento da produção e controle de qualidade ajuda a proteger o conhecimento tradicional e garante autenticidade ao produto. “O processo beneficia tanto agricultores, que podem ofertar um produto diferenciado e obter preços mais justos no mercado, quanto consumidores, que contam com a segurança de levar para casa um produto de origem comprovada”, destaca.

Estudos de mercado

A produção de farinha de mandioca é a principal atividade econômica de agricultores familiares da região do Juruá. Conforme dados da Secretaria de Extensão Agroflorestal e produção Familiar (Seaprof), existem mais de três mil casas de farinha na região e a produção mensal por unidade produtiva chega a 100 sacas de 50 quilos. Como parte do esforço para ampliar a presença do produto no mercado e consolidar a Indicação Geográfica, desde 2016 as parcerias institucionais passaram a focar a melhoria da gestão das associações e cooperativas locais e estratégias mercadológicas para fidelização da marca “farinha de Cruzeiro do Sul”.

Com o intuito de fortalecer esse trabalho, o projeto vai realizar um diagnóstico do mercado da farinha e da cadeia produtiva da mandioca, com o objetivo de levantar informações para atualização do plano de negócios da farinha com IG. Como parte dessas ações, no dia 6 de abril acontece o primeiro painel técnico de avaliação de demandas e oportunidades desse mercado.

De acordo com a técnica do Sebrae, Murielly Nóbrega, uma das responsáveis pelos estudos, o diagnóstico visa identificar desafios tecnológicos da produção de farinha e limitações mercadológicas, avaliar riscos e orientar a adoção de estratégias para expansão do mercado da farinha. “Os resultados também permitirão dimensionar e planejar volumes de produção e subsidiarão a definição de ações para melhoria da gestão empresarial e comercialização do produto”, afirma.

Paralelo às ações de apoio à gestão da IG, para preservar a qualidade da farinha de Cruzeiro do Sul, o projeto vai investir na formação de agentes multiplicadores de conhecimentos em gestão, com foco na qualidade, proteção e promoção da farinha de Cruzeiro do Sul. As capacitações serão dirigidas a membros da Central Juruá e outros parceiros institucionais. Para este ano está prevista a realização de Workshop para troca de experiências em gestão de IG e de oficinas sobre desafios mercadológicos, atividades contam com a parceria da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves/RS) e Embrapa Rondônia (Porto Velho).

O trabalho de agricultores familiares do Juruá para manter a qualidade da farinha de mandioca produzida na região e fortalecer a presença do produto no mercado ganhou novo reforço com o projeto “Consolidação da Indicação Geográfica (IG) “Cruzeiro do Sul” como estratégia para o desenvolvimento rural da Regional Juruá, no Acre”, executado pela Embrapa. Iniciado no mês de janeiro, a iniciativa tem duração de três anos e realiza ações para fortalecimento da gestão do selo de Indicação de Procedência, conquistado em 2017, e para melhoria da produção.  No período de 2 a 6 de abril, a equipe do projeto estará em Cruzeiro do Sul, para realizar novas atividades.

A farinha de Cruzeiro do Sul é o primeiro derivado da mandioca com Indicação Geográfica (IG) no Brasil. O selo, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), contempla produtores dos municípios de Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Valter, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul, cidade que emprestou nome ao produto, por ser o principal centro distribuidor. Juntos com os agricultores, a Central de Cooperativas do Juruá (Central Juruá) buscou o apoio de diferentes instituições, para composição do dossiê documental. Por mais de uma década, pesquisas conjuntas geraram informações sobre aspectos da produção artesanal de farinha e contextos históricos do território, para subsidiar o processo.

Segundo a pesquisadora Virgínia Álvares, líder do projeto, as Indicações Geográficas funcionam como uma espécie de certificação que agrega valor à produção e proporciona ganhos econômicos e sociais para os agricultores e para a região. Entretanto, administrar esse diferencial impõe desafios que envolvem questões como a manutenção do modo de produção e o acesso a novos mercados. “Em parceria com outras instituições que integram o Conselho Regulador da IG vamos orientar as cooperativas e os produtores rurais na gestão participativa do selo e o posicionamento da produção no mercado e atuar na transferência de tecnologias para garantir o padrão de qualidade do produto e expandir o uso do selo pelos agricultores. Além disso, investiremos em ações de comunicação e marketing para divulgação da IG”, diz.

Agenda de trabalho

Dentre as principais atividades para fortalecer a Indicação Geográfica da farinha de Cruzeiro do Sul está a criação de um Grupo de Trabalho (GT) formado por profissionais da Embrapa, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac). A equipe interinstitucional prestará assessoramento técnico e industrial no planejamento e controle interno da produção, adoção de estratégias de autocontrole da qualidade da farinha produzida, atualização das normas previstas no regulamento de Uso do selo e outras ações voltadas para a melhoria dos processos gerenciais e produtivo envolvendo a IG. As articulações para formação do GT iniciam na segunda quinzena de março.

Outra prioridade do projeto é a implementação de mecanismos de controle da qualidade da produção. As atividades contarão com a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que vai capacitar profissionais para o processo de amostragem. A Embrapa atuará na realização de análises físico-químicas e na classificação da farinha de mandioca entregue pelos agricultores à Central Juruá para comercialização. Durante a viagem ao Juruá, pesquisadores da Embrapa vão orientar a primeira coleta de amostras de farinha com foco na classificação do produto.

“As amostras serão coletadas quinzenalmente e analisadas em relação a diversos parâmetros de qualidade com base na legislação brasileira vigente para a farinha de mandioca. Em caso de incoerências com os padrões estabelecidos, serão realizadas ações de orientação e sensibilização nas comunidades produtoras de farinha da Regional Juruá, em relação à importância de conservar o modo tradicional de produção e outros fatores que influenciam a qualidade do produto”, explica Virgínia Álvares.

Para a pesquisadora Joana Souza, responsável pelas análises laboratoriais das amostras de farinha na Embrapa, além atestar o cumprimento de critérios de elaboração da farinha previstos no regulamento de uso da IG, a adoção de metodologias de rastreamento da produção e controle de qualidade ajuda a proteger o conhecimento tradicional e garante autenticidade ao produto. “O processo beneficia tanto agricultores, que podem ofertar um produto diferenciado e obter preços mais justos no mercado, quanto consumidores, que contam com a segurança de levar para casa um produto de origem comprovada”, destaca.

Estudos de mercado

A produção de farinha de mandioca é a principal atividade econômica de agricultores familiares da região do Juruá. Conforme dados da Secretaria de Extensão Agroflorestal e produção Familiar (Seaprof), existem mais de três mil casas de farinha na região e a produção mensal por unidade produtiva chega a 100 sacas de 50 quilos. Como parte do esforço para ampliar a presença do produto no mercado e consolidar a Indicação Geográfica, desde 2016 as parcerias institucionais passaram a focar a melhoria da gestão das associações e cooperativas locais e estratégias mercadológicas para fidelização da marca “farinha de Cruzeiro do Sul”.

Com o intuito de fortalecer esse trabalho, o projeto vai realizar um diagnóstico do mercado da farinha e da cadeia produtiva da mandioca, com o objetivo de levantar informações para atualização do plano de negócios da farinha com IG. Como parte dessas ações, no dia 6 de abril acontece o primeiro painel técnico de avaliação de demandas e oportunidades desse mercado.

De acordo com a técnica do Sebrae, Murielly Nóbrega, uma das responsáveis pelos estudos, o diagnóstico visa identificar desafios tecnológicos da produção de farinha e limitações mercadológicas, avaliar riscos e orientar a adoção de estratégias para expansão do mercado da farinha. “Os resultados também permitirão dimensionar e planejar volumes de produção e subsidiarão a definição de ações para melhoria da gestão empresarial e comercialização do produto”, afirma.

Paralelo às ações de apoio à gestão da IG, para preservar a qualidade da farinha de Cruzeiro do Sul, o projeto vai investir na formação de agentes multiplicadores de conhecimentos em gestão, com foco na qualidade, proteção e promoção da farinha de Cruzeiro do Sul. As capacitações serão dirigidas a membros da Central Juruá e outros parceiros institucionais. Para este ano está prevista a realização de Workshop para troca de experiências em gestão de IG e de oficinas sobre desafios mercadológicos, atividades contam com a parceria da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves/RS) e Embrapa Rondônia (Porto Velho).

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