Produtores de diversos municípios paraenses participaram na sexta-feira, dia 07, da palestra e rodada de conversa sobre o cultivo sustentável da pimenteira-do-reino, que marcaram o encerramento das atividades da Embrapa e Tropoc na Feira Agropecuária de Castanhal – Expofac 2018. Em pleno feriado, mais de 100 agricultores e extensionistas conversaram e trocaram experiências com especialistas e industriais sobre boas práticas de produção, controle de doenças, mercado e exportação.
O estado é o maior produtor nacional de pimenta-do-reino com 30 mil toneladas em 2017, segundo o Censo Agropecuário do IBGE. Isso significa mais da metade da produção brasileira, que nesse ano foi de quase 53 mil toneladas. Mas essa produção ainda enfrenta alguns obstáculos, como é o caso do produtor Claudovaldo Nascimento Ferreira, do município de Acará, no Nordeste Paraense. Ele iniciou recentemente o plantio e a primeira dificuldade foi quanto à estaca de madeira, ou o tutor morto, que serve de apoio para o crescimento da pimenteira-do-reino.
“Não tem na minha área e no meu município gente que vende estacão de madeira ‘de lei’ legal, então precisei buscar mil estacões em outra região, e isso encareceu demais o plantio”, relata o agricultor. E continua: “o que mais me chamou atenção no dia de hoje foi o uso da estaca viva com gliricídia, isso facilita demais a implantação do pimental”.
O uso do tutor vivo de gliricídia (Gliricidia sepium L.) é uma tecnologia da Embrapa em expansão no estado do Pará. João Paulo Both, analista de transferência de tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) diz que as vantagens do uso dessa planta, que é uma árvore leguminosa nativa da América Central, são inúmeras, tanto econômicas, quanto sociais e ambientais. O uso do tutor vivo em comparação à estaca de madeira (ou tutor morto) traz uma economia de 27% no custo de implantação de 1 hectare.
“Além disso, a questão ambiental é um aspecto muito importante. Um exemplo: para implantar 1 hectare de pimenta com uma lotação de 2 mil plantas é preciso derrubar 20 árvores, isso inviabiliza o empreendimento. E não adianta reutilizar estacões, pois são vetores de doenças para o pimental”, destaca o especialista.
Mudas sadias
Outra questão abordada na rodada de conversa foi a produção de mudas livres de doenças. Fernando Albuquerque produz mudas de pimenteira-do-reino há cerca de 30 anos no município de Castanhal e vende para todas as regiões do Pará. Segundo ele, o principal obstáculo é produzir uma muda de qualidade, “a pesquisa da Embrapa já avançou muito nesse sentido, a fusariose é um problema que pode ser controlado, mas três vírus relativamente recentes estão prejudicando os pimentais do Estado”, afirmou o produtor.
A pesquisadora Alessandra Boari, especialista em virologia vegetal, conversou com os produtores sobre as doenças da pimenteira-do-reino e indicou o estágio atual da pesquisa sobre as viroses. Os especialistas estão trabalhando junto aos produtores de mudas para garantir um material livre de vírus, e também disseminando boas práticas de manejo que promovam a maior longevidade do pimental.
Experiência de mercado
A experiência da empresa Tropoc, sediada em Castanhal, uma das maiores exportadoras de pimenta-do-reino do Brasil, foi apresentada na palestra pelo diretor André Kich. Em 2017, a empresa exportou quase 7 mil toneladas do produto para a Europa e EUA dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade. Atualmente a empresa tem 516 produtores cadastrados de 17 municípios paraenses, que têm a produção 100% rastreada. Os agricultores conheceram as instalações da Tropoc, onde é realizada a primeira etapa do beneficiamento da pimenta antes de ser exportada.
Produtores de diversos municípios paraenses participaram na sexta-feira, dia 07, da palestra e rodada de conversa sobre o cultivo sustentável da pimenteira-do-reino, que marcaram o encerramento das atividades da Embrapa e Tropoc na Feira Agropecuária de Castanhal – Expofac 2018. Em pleno feriado, mais de 100 agricultores e extensionistas conversaram e trocaram experiências com especialistas e industriais sobre boas práticas de produção, controle de doenças, mercado e exportação.
O estado é o maior produtor nacional de pimenta-do-reino com 30 mil toneladas em 2017, segundo o Censo Agropecuário do IBGE. Isso significa mais da metade da produção brasileira, que nesse ano foi de quase 53 mil toneladas. Mas essa produção ainda enfrenta alguns obstáculos, como é o caso do produtor Claudovaldo Nascimento Ferreira, do município de Acará, no Nordeste Paraense. Ele iniciou recentemente o plantio e a primeira dificuldade foi quanto à estaca de madeira, ou o tutor morto, que serve de apoio para o crescimento da pimenteira-do-reino.
“Não tem na minha área e no meu município gente que vende estacão de madeira ‘de lei’ legal, então precisei buscar mil estacões em outra região, e isso encareceu demais o plantio”, relata o agricultor. E continua: “o que mais me chamou atenção no dia de hoje foi o uso da estaca viva com gliricídia, isso facilita demais a implantação do pimental”.
O uso do tutor vivo de gliricídia (Gliricidia sepium L.) é uma tecnologia da Embrapa em expansão no estado do Pará. João Paulo Both, analista de transferência de tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) diz que as vantagens do uso dessa planta, que é uma árvore leguminosa nativa da América Central, são inúmeras, tanto econômicas, quanto sociais e ambientais. O uso do tutor vivo em comparação à estaca de madeira (ou tutor morto) traz uma economia de 27% no custo de implantação de 1 hectare.
“Além disso, a questão ambiental é um aspecto muito importante. Um exemplo: para implantar 1 hectare de pimenta com uma lotação de 2 mil plantas é preciso derrubar 20 árvores, isso inviabiliza o empreendimento. E não adianta reutilizar estacões, pois são vetores de doenças para o pimental”, destaca o especialista.
Mudas sadias
Outra questão abordada na rodada de conversa foi a produção de mudas livres de doenças. Fernando Albuquerque produz mudas de pimenteira-do-reino há cerca de 30 anos no município de Castanhal e vende para todas as regiões do Pará. Segundo ele, o principal obstáculo é produzir uma muda de qualidade, “a pesquisa da Embrapa já avançou muito nesse sentido, a fusariose é um problema que pode ser controlado, mas três vírus relativamente recentes estão prejudicando os pimentais do Estado”, afirmou o produtor.
A pesquisadora Alessandra Boari, especialista em virologia vegetal, conversou com os produtores sobre as doenças da pimenteira-do-reino e indicou o estágio atual da pesquisa sobre as viroses. Os especialistas estão trabalhando junto aos produtores de mudas para garantir um material livre de vírus, e também disseminando boas práticas de manejo que promovam a maior longevidade do pimental.
Experiência de mercado
A experiência da empresa Tropoc, sediada em Castanhal, uma das maiores exportadoras de pimenta-do-reino do Brasil, foi apresentada na palestra pelo diretor André Kich. Em 2017, a empresa exportou quase 7 mil toneladas do produto para a Europa e EUA dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade. Atualmente a empresa tem 516 produtores cadastrados de 17 municípios paraenses, que têm a produção 100% rastreada. Os agricultores conheceram as instalações da Tropoc, onde é realizada a primeira etapa do beneficiamento da pimenta antes de ser exportada.