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Dia de campo mostra formas de reduzir custos na fruticultura

Indaiatuba recebeu, no último sábado, 25 de agosto, um Dia de Campo sobre Uso Racional de Insumos no Circuito das Frutas, promovido pela Embrapa Territorial. No evento, que aconteceu no Sítio Lageado, pesquisadores mostraram o resultado de análises de solo com geoestatística realizadas na região. Elas apontam o uso de fertilizantes além do necessário. Os engenheiros agrônomos calcularam junto com os produtores quanto economizariam reduzindo a aplicação de produtos químicos. Também mostraram alternativas para adubação que podem ser preparadas na propriedade.

O pesquisador Ivan Alvarez, da Embrapa Territorial, contou como a queda na área de fruticultura na região motivou a criação do projeto “Geotecnologias para incrementar a competitividade e sustentabilidade da Agricultura Familiar no Circuito das Frutas do Estado de São Paulo”, em execução há três anos. Entre os fatores que têm levado fruticultores a deixar a atividade, Alvarez aponta a especulação imobiliária, a fuga de mão de obra do campo, o desinteresse dos jovens pela agricultura e o elevado custo de produção. “O que nós mesmos podemos fazer para enfrentar esses problemas?”, provocou o pesquisador.

A economia de recursos com um manejo diferente na fertilização da cultura foi uma das respostas apontados pelo dia de campo. A pesquisadora Célia Regina Grego, da Embrapa Informática Agropecuária, mostrou em mapas os resultados da avaliação dos solos em propriedades de cada um dos dez municípios do Circuito da Frutas. As imagens revelam grandes diferenças de disponibilidade de nutrientes entre áreas do mesmo sítio e indicam desperdício de recursos se a fertilização for feita de maneira uniforme. “Podemos tratar cada talhão com mais detalhes”, explicou Grego.

“Com a geoestatística, a gente observa que a coisas não são uniformes como se pensa”, complementou a pesquisadora Teresinha Albuquerque, da Embrapa Roraima, que colaborou nas recomendações de fertilização. Ela chamou a atenção dos participantes para o excesso de alguns elementos no solo e as combinações de produtos que impedem a absorção de nutrientes pelas plantas. Falou ainda sobre a necessidade de manter microrganismos no solo que favoreçam a disponibilidade de compostos favoráveis ao desenvolvimento das plantações. “A qualidade da fruta que vamos colher está relacionada a tudo o que fizemos”, lembrou.

O proprietário do sítio em que foi realizado o dia de campo, Júlio Paiol, está adotando as recomendações da equipe da Embrapa a partir da análise de solo com geoestatística. Ele calcula que a economia em insumos esteja entre 30% e 40%. Também produtor de uvas em Indaiatuba, Ariovaldo Facchini também já adota manejo diferenciado para redução de custos. “Ou a gente faz alguma coisa que custe menos ou a gente vai acabar pagando para trabalhar – e caro”, avalia. Ele buscava no evento formas de aproveitar nutrientes já disponíveis em grande quantidade nas suas terras.

Produtos para fertilização que podem ser gerados na propriedade rural foram apresentados no dia de campo pelo engenheiro agrônomo Oliver Blanco. Ao final, produtores e a equipe discutiram estratégias para redução de custos e valorização da produção.

O dia de campo contou com o apoio do Sindicato Rural de Indaiatuba.

Repercussão

Os resultados do projeto “Geotecnologias para incrementar a competitividade e sustentabilidade da Agricultura Familiar no Circuito das Frutas do Estado de São Paulo – GPAF” apresentados no Dia de Campo geraram reportagem no Jornal da EPTV – 2ª edição de segunda-feira, 27 de agosto. Clique aqui para assistir.

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