Alertas de cheias, previsões e outros informativos são alguns dos produtos gerados anualmente pelo sistema de monitoramento de cheias no Pantanal, o GeoHidro-Pantanal. Desde 2013, o pesquisador Carlos Padovani, da unidade pantaneira de pesquisa da Embrapa, reúne informações sobre o nível dos rios, áreas inundadas, chuva, imagens de satélite e outros dados de diversas instituições para analisar tendências e emitir comunicados sobre as inundações sazonais na região pantaneira do país. O sistema integra atualmente as atividades englobadas pelo projeto Pecuária do Futuro, da Embrapa, e foi apresentado em agosto durante a 5ª Semana Agronômica de Cáceres (Semac), na 52ª ExpoCáceres.
Como funciona
“O monitoramento é composto da busca, coleta e análise dos dados de toda a bacia do alto Paraguai”, explica Padovani. De acordo com o pesquisador, o sistema correlaciona informações produzidas por instituições como a Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pela universidade norte-americana George Mason. “O período de chuvas ocorre principalmente de outubro a março. Em janeiro, temos uma previsão do que vai acontecer em fevereiro, março e abril”.
Segundo Padovani, a Embrapa Pantanal filtra, de certa forma, os dados reunidos para análise, personalizando informações e focando naquelas que são relacionadas à realidade do bioma. O pesquisador realiza recortes de mapas, sobrepõe limites de bacias e dados das principais cidades nesses materiais, por exemplo. “A gente localiza, então, para as pessoas o que está acontecendo na bacia do Alto Paraguai”. Assim, o GeoHidro-Pantanal gera previsões de maneira qualitativa e quantitativa, informa.
Atualmente, os alertas e previsões têm foco em Mato Grosso do Sul, mas o pesquisador esteve em reuniões recentes com instituições como a Federação de Agricultura e Pecuária de MT (Famato), Associação dos Criadores de MT (Acrimat), Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) e Senar-MT para discutir, divulgar e viabilizar o monitoramento das cheias também em Mato Grosso.
Análises recentes
É dessa forma que foi possível realizar previsões bastante precisas, de acordo com o pesquisador, sobre a inundação deste ano – que, embora volumosa, esteve dentro da faixa mais comum de cheias do bioma pantaneiro, atingindo a máxima de 5,35m na régua de Ladário (MS). A inundação em 2018 foi influenciada significativamente não apenas pelo transbordamento do rio Paraguai, mas também pelas chuvas intensas locais. Algumas regiões que não sofrem a influência dos rios, como a do Paiaguás e Nhecolândia, foram bastante afetadas por essas precipitações, conta.
“Esse ano, a gente pôde produzir dois laudos: o primeiro, mais emergencial, para a Defesa Civil começar a se articular sobre ações relacionadas aos ribeirinhos, a comunidade mais afetada diretamente”, esclarece. “Já em março, a gente fez um segundo laudo – dessa vez, demandado pelo Sindicato Rural de Corumbá, mais atualizado sobre a situação”. Elaborado por uma comissão na Embrapa Pantanal, este último documento pôde atestar o número de animais que precisariam ser deslocados em função das cheias e o quanto isso custaria aos produtores locais.
“Para os pecuaristas, a vantagem do sistema de alerta é avisá-los com antecedência para que eles façam essa movimentação do gado com o mínimo possível de perda de rebanho e recursos”, reforça. “A cheia acontece na época de venda e descarte do gado. Então, ocorrem vários leilões na região para compra desses animais. Se a cheia é mais intensa, mais rigorosa (como foi esse ano em alguns locais), a oferta para venda aumenta muito e isso faz cair o preço do gado. Quanto mais a gente alertar com antecedência, menos esse fluxo se concentra em uma determinada época”.
Divulgação da pesquisa
Recentemente, o pesquisador ministrou uma palestra a produtores, técnicos, profissionais e universitários sobre o tema em Cáceres, MT, durante a 5ª Semana Agronômica da cidade. “A gente pôde passar, principalmente para estudantes do curso de agronomia e outras áreas das ciências agrárias, como é feito o monitoramento, como é o sistema de alerta, quais são as metodologias aplicadas”, complementa. Porém, Padovani também usa recursos como o Facebook para divulgar os dados reunidos nesse monitoramento. A equipe trabalha, ainda, para finalizar uma página dentro do portal online da Embrapa com dados sobre o tema.
“Além disso, a gente tem um trabalho ativo de divulgação da informação na mídia: televisão, jornal impresso, rádio, internet. Em todos os meios possíveis de divulgação da informação, a gente participa ativamente e procura dar entrevistas para informar a população sempre que possível”, diz Padovani. No projeto Pecuária do Futuro, essas atividades se caracterizam como a divulgação de dados do sistema de alerta e a busca por parcerias para aprimorar e ampliar a aplicação desse monitoramento. “Esse sistema é complexo. A gente deve e vai aperfeiçoá-lo sempre porque as tecnologias vão mudando e melhorando – principalmente as de coleta de informações. E a informação é fundamental”.
Acesse a página GeoHidro-Pantanal no Facebook no endereço https://www.facebook.com/geohidropantanal/ .
Alertas de cheias, previsões e outros informativos são alguns dos produtos gerados anualmente pelo sistema de monitoramento de cheias no Pantanal, o GeoHidro-Pantanal. Desde 2013, o pesquisador Carlos Padovani, da unidade pantaneira de pesquisa da Embrapa, reúne informações sobre o nível dos rios, áreas inundadas, chuva, imagens de satélite e outros dados de diversas instituições para analisar tendências e emitir comunicados sobre as inundações sazonais na região pantaneira do país. O sistema integra atualmente as atividades englobadas pelo projeto Pecuária do Futuro, da Embrapa, e foi apresentado em agosto durante a 5ª Semana Agronômica de Cáceres (Semac), na 52ª ExpoCáceres.
Como funciona
“O monitoramento é composto da busca, coleta e análise dos dados de toda a bacia do alto Paraguai”, explica Padovani. De acordo com o pesquisador, o sistema correlaciona informações produzidas por instituições como a Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pela universidade norte-americana George Mason. “O período de chuvas ocorre principalmente de outubro a março. Em janeiro, temos uma previsão do que vai acontecer em fevereiro, março e abril”.
Segundo Padovani, a Embrapa Pantanal filtra, de certa forma, os dados reunidos para análise, personalizando informações e focando naquelas que são relacionadas à realidade do bioma. O pesquisador realiza recortes de mapas, sobrepõe limites de bacias e dados das principais cidades nesses materiais, por exemplo. “A gente localiza, então, para as pessoas o que está acontecendo na bacia do Alto Paraguai”. Assim, o GeoHidro-Pantanal gera previsões de maneira qualitativa e quantitativa, informa.
Atualmente, os alertas e previsões têm foco em Mato Grosso do Sul, mas o pesquisador esteve em reuniões recentes com instituições como a Federação de Agricultura e Pecuária de MT (Famato), Associação dos Criadores de MT (Acrimat), Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) e Senar-MT para discutir, divulgar e viabilizar o monitoramento das cheias também em Mato Grosso.
Análises recentes
É dessa forma que foi possível realizar previsões bastante precisas, de acordo com o pesquisador, sobre a inundação deste ano – que, embora volumosa, esteve dentro da faixa mais comum de cheias do bioma pantaneiro, atingindo a máxima de 5,35m na régua de Ladário (MS). A inundação em 2018 foi influenciada significativamente não apenas pelo transbordamento do rio Paraguai, mas também pelas chuvas intensas locais. Algumas regiões que não sofrem a influência dos rios, como a do Paiaguás e Nhecolândia, foram bastante afetadas por essas precipitações, conta.
“Esse ano, a gente pôde produzir dois laudos: o primeiro, mais emergencial, para a Defesa Civil começar a se articular sobre ações relacionadas aos ribeirinhos, a comunidade mais afetada diretamente”, esclarece. “Já em março, a gente fez um segundo laudo – dessa vez, demandado pelo Sindicato Rural de Corumbá, mais atualizado sobre a situação”. Elaborado por uma comissão na Embrapa Pantanal, este último documento pôde atestar o número de animais que precisariam ser deslocados em função das cheias e o quanto isso custaria aos produtores locais.
“Para os pecuaristas, a vantagem do sistema de alerta é avisá-los com antecedência para que eles façam essa movimentação do gado com o mínimo possível de perda de rebanho e recursos”, reforça. “A cheia acontece na época de venda e descarte do gado. Então, ocorrem vários leilões na região para compra desses animais. Se a cheia é mais intensa, mais rigorosa (como foi esse ano em alguns locais), a oferta para venda aumenta muito e isso faz cair o preço do gado. Quanto mais a gente alertar com antecedência, menos esse fluxo se concentra em uma determinada época”.
Divulgação da pesquisa
Recentemente, o pesquisador ministrou uma palestra a produtores, técnicos, profissionais e universitários sobre o tema em Cáceres, MT, durante a 5ª Semana Agronômica da cidade. “A gente pôde passar, principalmente para estudantes do curso de agronomia e outras áreas das ciências agrárias, como é feito o monitoramento, como é o sistema de alerta, quais são as metodologias aplicadas”, complementa. Porém, Padovani também usa recursos como o Facebook para divulgar os dados reunidos nesse monitoramento. A equipe trabalha, ainda, para finalizar uma página dentro do portal online da Embrapa com dados sobre o tema.
“Além disso, a gente tem um trabalho ativo de divulgação da informação na mídia: televisão, jornal impresso, rádio, internet. Em todos os meios possíveis de divulgação da informação, a gente participa ativamente e procura dar entrevistas para informar a população sempre que possível”, diz Padovani. No projeto Pecuária do Futuro, essas atividades se caracterizam como a divulgação de dados do sistema de alerta e a busca por parcerias para aprimorar e ampliar a aplicação desse monitoramento. “Esse sistema é complexo. A gente deve e vai aperfeiçoá-lo sempre porque as tecnologias vão mudando e melhorando – principalmente as de coleta de informações. E a informação é fundamental”.
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