No Estuário Amazônico as ações têm foco na cadeia produtiva do açaí.
Pesquisadores, técnicos extensionistas, bolsistas, gestores e agroextrativistas envolvidos no Projeto Bem Diverso participam de um workshop dos resultados já alcançados e planejamento de ações futuras no âmbito do Território da Cidadania do Marajó, no período de 27 a 30 de agosto, com atividades nas cidades de Afuá (PA) e Macapá (AP). O Bem Diverso é uma parceria da Embrapa com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e recursos de doação do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O objetivo do projeto é contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira e auxiliar na melhoria da renda das comunidades tradicionais e agricultores familiares, por meio de capacitação técnica e promovendo a cadeia de valor dos produtos da sociobiodiversidade, acesso ao mercado e mapeando incentivos financeiros para operacionalizar a comercialização desses produtos.
O Bem Diverso atende seis Territórios da Cidadania em vários estados. No Estuário Amazônico (Amapá e Pará) o projeto é desenvolvido no Território da Cidadania do Marajó, com foco nas espécies açaí e andiroba. “O projeto trabalha com a visão macro de gestão do território, conservação da biodiversidade a partir de seu uso sustentável. Neste sentido, uma das prioridades é a cadeia produtiva do açaí, que é o motor da economia local (no Território do Marajó). Em parceria com a Emater, prefeituras, associações de produtores, cooperativa e sindicatos, o papel prioritário da Embrapa é capacitação em diversos elos da cadeia (manejo, boas práticas de processamento, agroindústria) e geração de informação relevante para as políticas públicas”, ressaltou a pesquisadora Ana Euler, gestora do Bem Diverso na Embrapa Amapá.
Reunião em Afuá – A programação do workshop inicia na segunda-feira, 27, na cidade de Afuá, localizada na foz do Rio Amazonas e que tem como características ser erguida totalmente sobre as águas. No local, a equipe técnica do projeto conversará com lideranças locais, incluindo o prefeito deste município, além de visitar os gestores e técnicos do escritório da Emater e Ideflor para identificar demandas dos dois órgãos para atuarem em assistência técnica e extensão rural na cadeira dos óleos nos municípios de Breves, Anajás e Gurupá. Na ocasião, será apresentado o resultado do Diagnóstico das Políticas Públicas, da tecnologia para beneficiamento de açaí para a merenda escolar e tecnologia para tratamento de água. A equipe técnica do Bem Diverso vai apresentar sugestão para integrar ações do projeto com iniciativas da prefeitura vinculadas ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, com foco na aquisição e oferta do açaí na merenda. Atualmente o município de Afuá reúne em torno de 4 mil e 433 famílias assentadas, todas de ribeirinhos agroextrativistas. A produção gerada por estas comunidades está em torno de 900 toneladas por dia de açaí do Afuá.
Na terça-feira, 28, ainda em Afuá, está programada uma reunião técnica com o presidente do Sindicado dos Trabalhadores Rurais, Irineu Pandilha, e representantes das associações ligadas aos assentamentos rurais, quando serão apresentados os objetivos, atividades e resultados do Bem Diverso no município de Afuá, além do Diagnóstico Socioeconômico, Ambiental e das Políticas Públicas e prioridades levantadas pelo diagnóstico. “Nosso objetivo é dialogar com estes representantes locais sobre a proposta de construir um programa de formação para jovens extrativistas com foco na gestão, comercialização, comunicação e principalmente integração e fortalecimento organizacional, com a possibilidade de realizarmos um mapeamento participativo da cadeia produtiva do açaí neste município”, acrescentou Ana Euler.
Programação em Macapá – Na quarta-feira, 29, e quinta-feira, 30, as atividades serão realizadas na Embrapa Amapá, em Macapá. Na quarta-feira pela manhã, das 8h às 12h, haverá apresentações e diálogos entre a equipe do projeto Bem Diverso, pontuando os objetivos, síntese das ações, resultados alcançados, lições aprendidas no processo de implementação e sugestões de melhorias em diversas frentes, incluindo temas como as Boas Práticas de Beneficiamento do Açaí (pesquisadora Valéria Bezerra); Manejo de Açaizais e Monitoramento da Biodiversidade (pesquisador Silas Mochiutti, técnico Izaque Pinheiro); Parcelas Permanentes e Calendário de Monitoramento da Produção (pesquisador Marcelino Guedes); Prospecção do potencial da cadeia dos óleos vegetais, intercâmbio de mulheres extrativistas (pesquisadora Ana Claudia Lira Guedes); Diagnóstico Socioeconômico, Ambiental e das Políticas Públicas (pesquisadora Ana Euler). No turno da tarde haverá uma apresentações da metodologia ImpresS para monitoramento de impacto de projetos de pesquisa, e do “Caminho do Impacto” do projeto Bem Diverso, seguida de dinâmica para complementação de informações, conduzida por Ana Euler e Nathalie Ciadella; e apresentação das ações planejadas para 2018-2019 pela equipe de pesquisadores da Embrapa Amapá vinculada ao Projeto Bem Diverso.
Na manhã do último dia do workshop, quinta-feira, 30, serão realizadas duas oficinas de trabalho. Na primeira será relatado o trabalho realizado nos demais Territórios de abrangência do Bem Diverso, relacionado à agroindústria de processamento de produtos da sociobiodiversidade, e discussão com equipe sobre demandas do Território Marajó. A segunda oficina de trabalho será apresentada por Roberto Porro, sobre o trabalho de mapeamento participativo / cartografia social da cadeia produtiva do babaçu, realizado no Território Médio Mearim. Em seguida serão definidas as linhas gerais de uma proposta de mapeamento participativo da cadeia produtiva do açaí no município de Afuá, com foco na rota de comercialização. No período da tarde a equipe vai compilar os resultados das duas oficinas e definir os encaminhamentos técnicos e administrativos.
Liderança reconhecida em Afuá, o agroextrativista Francisco Nazaré de Almeida também vai participar do workshop. Em oportunidade anterior, ele demonstrou satisfação em mobilizar seus vizinhos para dar início às capacitações em manejo de açaizais nativo, e fez referência ao fato do Afuá ter mais fluxo de relações econômicas com o Amapá. “Afuá é um município do Pará, mas quando vemos a distância é muito maior para chegar até Belém”, disse comparando com Macapá. E cita que o ribeirinho da Ilha do Meio, por exemplo, apanha o açaí até 10 horas e por volta das 15h já está comercializando em Macapá. “Se fosse para o Pará, gastaria em torno de 36 horas para chegar em Belém.
Conheça o Projeto Bem Diverso
O Projeto Bem Diverso foi iniciado em 2016 e tem duração prevista de cinco anos. Atua em dois eixos principais: 1) desenvolvimento e promoção do uso de técnicas de manejo para extração e uso sustentável de produtos florestais não madeireiros e promoção de sistemas agroflorestais e 2) identificação dos gargalos financeiros e de mercado que comprometem o aumento da produção e da renda de comunidades agroextrativistas e agricultores familiares. A execução das atividades envolve organizações dos governos estaduais e municipais e da sociedade civil.
O projeto atende seis Territórios da Cidadania em vários estados. O Território da Cidadania Marajó é formado por 16 municípios no Pará (incluindo alguns que são mais próximos de Macapá e por isso são cobertos pela Embrapa Amapá), 10 milhões de hectares e cerca de 37 mil famílias de pequenos agricultores. No Estuário Amazônico (Amapá e Pará) o projeto é desenvolvido no Território da Cidadania do Marajó, com foco nas espécies açaí e andiroba. Os coordenadores locais são os pesquisadores Silas Mochiutti (Embrapa Amapá) e Raimundo Nonato Teixeira (Embrapa Amazônia Oriental). As principais ameaças à conservação da floresta, no Território da Cidadania Marajó, são o desmatamento para a produção de madeira serrada; a exploração excessiva de açaí; o uso do fogo na agricultura de subsistência; o manejo inadequado das florestas; e a criação de búfalos que compacta solos em estações chuvosas e destrói a vegetação nativa. Trata-se de um dos IDHs-médio mais baixos do Brasil, de 0,519.
O pesquisador Silas Mochiutti, da Embrapa Amapá, observa que “ao mesmo tempo em que você enxerga muita riqueza natural nesta região, há um povo que não alcança bons índices de desenvolvimento humano”. É justamente por conta desse paradoxo que foi elaborado o projeto. O assessor técnico da coordenação do Projeto Bem Diverso, Fernando Moretti, explicou que o foco do projeto são regiões situadas em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e também onde já existem unidades da Embrapa com ações de pesquisa e desenvolvimento.
Números do Projeto Bem Diverso:
– 3 Biomas
– 6 Territórios da Cidadania
– 12 Espécies Nativas
– 13 Unidades da Embrapa
– 8 Instituições Parceiras
– Investimento de R$ 33 milhões
Saiba mais:
No Estuário Amazônico as ações têm foco na cadeia produtiva do açaí.
Pesquisadores, técnicos extensionistas, bolsistas, gestores e agroextrativistas envolvidos no Projeto Bem Diverso participam de um workshop dos resultados já alcançados e planejamento de ações futuras no âmbito do Território da Cidadania do Marajó, no período de 27 a 30 de agosto, com atividades nas cidades de Afuá (PA) e Macapá (AP). O Bem Diverso é uma parceria da Embrapa com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e recursos de doação do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O objetivo do projeto é contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira e auxiliar na melhoria da renda das comunidades tradicionais e agricultores familiares, por meio de capacitação técnica e promovendo a cadeia de valor dos produtos da sociobiodiversidade, acesso ao mercado e mapeando incentivos financeiros para operacionalizar a comercialização desses produtos.
O Bem Diverso atende seis Territórios da Cidadania em vários estados. No Estuário Amazônico (Amapá e Pará) o projeto é desenvolvido no Território da Cidadania do Marajó, com foco nas espécies açaí e andiroba. “O projeto trabalha com a visão macro de gestão do território, conservação da biodiversidade a partir de seu uso sustentável. Neste sentido, uma das prioridades é a cadeia produtiva do açaí, que é o motor da economia local (no Território do Marajó). Em parceria com a Emater, prefeituras, associações de produtores, cooperativa e sindicatos, o papel prioritário da Embrapa é capacitação em diversos elos da cadeia (manejo, boas práticas de processamento, agroindústria) e geração de informação relevante para as políticas públicas”, ressaltou a pesquisadora Ana Euler, gestora do Bem Diverso na Embrapa Amapá.
Reunião em Afuá – A programação do workshop inicia na segunda-feira, 27, na cidade de Afuá, localizada na foz do Rio Amazonas e que tem como características ser erguida totalmente sobre as águas. No local, a equipe técnica do projeto conversará com lideranças locais, incluindo o prefeito deste município, além de visitar os gestores e técnicos do escritório da Emater e Ideflor para identificar demandas dos dois órgãos para atuarem em assistência técnica e extensão rural na cadeira dos óleos nos municípios de Breves, Anajás e Gurupá. Na ocasião, será apresentado o resultado do Diagnóstico das Políticas Públicas, da tecnologia para beneficiamento de açaí para a merenda escolar e tecnologia para tratamento de água. A equipe técnica do Bem Diverso vai apresentar sugestão para integrar ações do projeto com iniciativas da prefeitura vinculadas ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, com foco na aquisição e oferta do açaí na merenda. Atualmente o município de Afuá reúne em torno de 4 mil e 433 famílias assentadas, todas de ribeirinhos agroextrativistas. A produção gerada por estas comunidades está em torno de 900 toneladas por dia de açaí do Afuá.
Na terça-feira, 28, ainda em Afuá, está programada uma reunião técnica com o presidente do Sindicado dos Trabalhadores Rurais, Irineu Pandilha, e representantes das associações ligadas aos assentamentos rurais, quando serão apresentados os objetivos, atividades e resultados do Bem Diverso no município de Afuá, além do Diagnóstico Socioeconômico, Ambiental e das Políticas Públicas e prioridades levantadas pelo diagnóstico. “Nosso objetivo é dialogar com estes representantes locais sobre a proposta de construir um programa de formação para jovens extrativistas com foco na gestão, comercialização, comunicação e principalmente integração e fortalecimento organizacional, com a possibilidade de realizarmos um mapeamento participativo da cadeia produtiva do açaí neste município”, acrescentou Ana Euler.
Programação em Macapá – Na quarta-feira, 29, e quinta-feira, 30, as atividades serão realizadas na Embrapa Amapá, em Macapá. Na quarta-feira pela manhã, das 8h às 12h, haverá apresentações e diálogos entre a equipe do projeto Bem Diverso, pontuando os objetivos, síntese das ações, resultados alcançados, lições aprendidas no processo de implementação e sugestões de melhorias em diversas frentes, incluindo temas como as Boas Práticas de Beneficiamento do Açaí (pesquisadora Valéria Bezerra); Manejo de Açaizais e Monitoramento da Biodiversidade (pesquisador Silas Mochiutti, técnico Izaque Pinheiro); Parcelas Permanentes e Calendário de Monitoramento da Produção (pesquisador Marcelino Guedes); Prospecção do potencial da cadeia dos óleos vegetais, intercâmbio de mulheres extrativistas (pesquisadora Ana Claudia Lira Guedes); Diagnóstico Socioeconômico, Ambiental e das Políticas Públicas (pesquisadora Ana Euler). No turno da tarde haverá uma apresentações da metodologia ImpresS para monitoramento de impacto de projetos de pesquisa, e do “Caminho do Impacto” do projeto Bem Diverso, seguida de dinâmica para complementação de informações, conduzida por Ana Euler e Nathalie Ciadella; e apresentação das ações planejadas para 2018-2019 pela equipe de pesquisadores da Embrapa Amapá vinculada ao Projeto Bem Diverso.
Na manhã do último dia do workshop, quinta-feira, 30, serão realizadas duas oficinas de trabalho. Na primeira será relatado o trabalho realizado nos demais Territórios de abrangência do Bem Diverso, relacionado à agroindústria de processamento de produtos da sociobiodiversidade, e discussão com equipe sobre demandas do Território Marajó. A segunda oficina de trabalho será apresentada por Roberto Porro, sobre o trabalho de mapeamento participativo / cartografia social da cadeia produtiva do babaçu, realizado no Território Médio Mearim. Em seguida serão definidas as linhas gerais de uma proposta de mapeamento participativo da cadeia produtiva do açaí no município de Afuá, com foco na rota de comercialização. No período da tarde a equipe vai compilar os resultados das duas oficinas e definir os encaminhamentos técnicos e administrativos.
Liderança reconhecida em Afuá, o agroextrativista Francisco Nazaré de Almeida também vai participar do workshop. Em oportunidade anterior, ele demonstrou satisfação em mobilizar seus vizinhos para dar início às capacitações em manejo de açaizais nativo, e fez referência ao fato do Afuá ter mais fluxo de relações econômicas com o Amapá. “Afuá é um município do Pará, mas quando vemos a distância é muito maior para chegar até Belém”, disse comparando com Macapá. E cita que o ribeirinho da Ilha do Meio, por exemplo, apanha o açaí até 10 horas e por volta das 15h já está comercializando em Macapá. “Se fosse para o Pará, gastaria em torno de 36 horas para chegar em Belém.
Conheça o Projeto Bem Diverso
O Projeto Bem Diverso foi iniciado em 2016 e tem duração prevista de cinco anos. Atua em dois eixos principais: 1) desenvolvimento e promoção do uso de técnicas de manejo para extração e uso sustentável de produtos florestais não madeireiros e promoção de sistemas agroflorestais e 2) identificação dos gargalos financeiros e de mercado que comprometem o aumento da produção e da renda de comunidades agroextrativistas e agricultores familiares. A execução das atividades envolve organizações dos governos estaduais e municipais e da sociedade civil.
O projeto atende seis Territórios da Cidadania em vários estados. O Território da Cidadania Marajó é formado por 16 municípios no Pará (incluindo alguns que são mais próximos de Macapá e por isso são cobertos pela Embrapa Amapá), 10 milhões de hectares e cerca de 37 mil famílias de pequenos agricultores. No Estuário Amazônico (Amapá e Pará) o projeto é desenvolvido no Território da Cidadania do Marajó, com foco nas espécies açaí e andiroba. Os coordenadores locais são os pesquisadores Silas Mochiutti (Embrapa Amapá) e Raimundo Nonato Teixeira (Embrapa Amazônia Oriental). As principais ameaças à conservação da floresta, no Território da Cidadania Marajó, são o desmatamento para a produção de madeira serrada; a exploração excessiva de açaí; o uso do fogo na agricultura de subsistência; o manejo inadequado das florestas; e a criação de búfalos que compacta solos em estações chuvosas e destrói a vegetação nativa. Trata-se de um dos IDHs-médio mais baixos do Brasil, de 0,519.
O pesquisador Silas Mochiutti, da Embrapa Amapá, observa que “ao mesmo tempo em que você enxerga muita riqueza natural nesta região, há um povo que não alcança bons índices de desenvolvimento humano”. É justamente por conta desse paradoxo que foi elaborado o projeto. O assessor técnico da coordenação do Projeto Bem Diverso, Fernando Moretti, explicou que o foco do projeto são regiões situadas em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e também onde já existem unidades da Embrapa com ações de pesquisa e desenvolvimento.
Números do Projeto Bem Diverso:
– 3 Biomas
– 6 Territórios da Cidadania
– 12 Espécies Nativas
– 13 Unidades da Embrapa
– 8 Instituições Parceiras
– Investimento de R$ 33 milhões
Saiba mais: