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II Encontro Internacional da Rota dos Butiazais afirma oportunidadades e desafios à cultura

    Com uma perspectiva de oportunidades e desafios, se encerrou II Encontro Internacional da Rota dos Butiazais, nesta quarta-feira, dia 22 de agosto, com a certeza de que a partir desta rede organizada de pessoas e instituições, a cultura do butiá expande sua valorização e novas interfaces de atuação entre o urbano e o rural. O evento assegurou ainda a realização de mais duas atividades até o término deste ano e uma lista de objetivos a perseguir pelos participantes vindos da Argentina e do Uruguai, e de representações de Santa Catarina e dos municípios gaúchos de Giruá, Imbituba, Quaraí, Santa Vitória do Palmar, Tapes e Torres. O evento totalizou cerca de 200 pessoas inscritas.

    Segundo a pesquisadora Rosa Lia Barbieri, a segunda edição do Encontro evidenciou como o butiá está imerso na cultura popular do homem do sul, começando pela presença de plantas nos quintais das casas até pela expressão “me caíram os butiás do bolso…”, além do uso dos frutos para iguarias utilizadas na região sul do país como a tradicional cachaça de butiá, entre tantos outros produtos possíveis, que estavam presentes na mostra de uso do butiá, feita no local do evento, a sede da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS).
 

Perspectivas e Oportunidades

    O painel de discussão Oportunidades e desafios para a conservação dos butiás teve como moderador  o pesquisador da Embrapa, Ênio Egon Sosinski Júnior com a participação de  Luiza Chomenko (SEMA, Porto Alegre), Sérgio Veloso Ferreira (Fazenda Santana) e Marlene Borges (Associação Comunitária Rural de Imbituba). A proposta foi discutir a problemática da conservação dos butiazais, sob a perspectiva  de distintas visões. A Rota dos Butiazais é uma região que envolve diferentes perspectivas como a dos grandes proprietários rurais (onde se iniciou todo o projeto) e outras regiões como, por exemplo, a região de Imbituba e ao Centro-sul do Estado de Santa Catarina, onde existe uma dinâmica com uma associação comunitária local para preservar os butiazais.

 
    Luiza Chomenko apontou os desafios e oportunidades de conservação da biodiversidade, destacou também a Rota dos Butiazais como importante para geração de empregos verdes, e renda, nas mais diversas áreas como no turismo, alimentação, artesanato e construções sustentáveis. E também a visão dos butiás como plantas do futuro com interesse nacional e internacional. Luiza defendeu  a Rota, vista como uma realidade que se constitui numa proposta inovadora capaz de articular o saber fazer, propondo o  desenvolvimento a partir  dos objetivos de desenvolvimento sustentável (objetivos do milênio).  

    Marlene Borges, da Associação Comunitária Rural de Imbituba, apontou sobre os 200 anos de resistência no litoral sul de Santa Catarina e sua relação com o entorno, a importância dos butiás para preservação da cultura e da qualidade de vida das comunidades que dependem dos butiazais.

    Mudança de paradigma conduziu a fala de Sérgio Veloso, que destacou que o ecossistema do butiazal é único, um conjunto de plantas que cria um ecossistema fantástico e que deve ser preservado, para isso estudos devem ser feitos com calma para encontrar a melhor forma de proteger esse ecossistema. Também falou sobre o potencial econômico do reaproveitamento da fruta.

    O moderador  Ênio Egon complementou ao dizer: “foi um painel interessante com todas as suas visões contrastantes, tendo uma provocação da  Luiza Chomenko (SEMA, Porto Alegre) no sentido de que a gente deve avançar  a conservação  para trabalhar com as comunidades sejam elas de pequenos, médios ou grandes proprietários”.
 

Programação

    Dentro da programação ainda foi debatida a questão O butiá e a interação com as políticas públicas para a sociobiodiversidade, tendo como moderadora Gabriela Coelho-de-Souza (UFRGS, Porto Alegre) e participação de Leonardo Marques Urruth (SEMA, Porto Alegre), Antonio Augusto dos Santos (Slow Food, Pescaria Brava) e Ricardo Jurenick (EcoButiá, Giruá). Os    desafios    são    criar    políticas públicas    eficientes, pois hoje    não    existem    políticas    direcionas a questão do butiás, ainda    não    há    clareza        sobre    políticas de aproveitamento, preservação e ampliação da Rota. Entretanto, o painel ressaltou a impotância da participação da comunidade no processo, as ações construídas através de diálogo e a comunicação contínua. “É preciso conscientizar a população sobre a importância dos butiás, mostrar a perspectiva do seu potencial econômico e social, torná-lo atrativo e ampliar as possibilidades de debate. Formar parcerias como as escolas, por exemplo, destacando o butiá como um alimento bom, limpo e justo”, apontou o representante da Slow Food/ Pescaria Brava, Antonio Augusto dos Santos.

    O último dia de evento, destacou ainda a grande possibilidade que há do uso dos frutos do butiá na gastronomia e sua possibilidade de estimular a promoção do empreendedorismo.

    No final do evento foram feitas a entrega de certidões florestais de extrativismo de flora nativa a quatro propriedades rurais extrativistas de Santa Vitória do Palmar.
 

Apresentação de trabalhos

    Foram apresentados cerca de 16 trabalhos, entre resumos expandidos e relato de experiências orais, atendendo as  temáticas: O butiá em contextos socioeconômicos: comercialização e economia solidária;Interfaces entre segurança alimentar e nutricional e a Rota dos Butiazais; e ainda, Sociobiodiversidade e ecossistemas nos butiazais.    Os trabalhos foram avaliados pela comissão científica formada pela professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, Gabriela Coelho de Souza; a pesquisadora da Embrapa, Rosa Lia Barbieri; a professora Mercedes Rivas, da Universidade da República do Uruguai; da professora da UERGS, Rafaela Biehl Printes, e a professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, Viviane Camejo.

    O evento proporcionou  também uma mostra de vídeos, o conhecimento da exposição fotográfica A Rota dos Butiazais e a comercialização de produtos dos artesãos da Rota dos Butiazais.

    O II Encontro Internacional da Rota dos Butiazais aconteceu numa realização da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) e o apoio das Universidades Federal do Rio Grande do Sul UFRGS) e Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), CNPq e Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente.

Eventos agendados até o final do ano

** Novembro: Encontro Binacional da Rota dos Butiazais – Santana do Livramento/Rivera;

** Dezembro: Seminário Técnico da Rota dos Butiazais – Tapes(RS)

    Com uma perspectiva de oportunidades e desafios, se encerrou II Encontro Internacional da Rota dos Butiazais, nesta quarta-feira, dia 22 de agosto, com a certeza de que a partir desta rede organizada de pessoas e instituições, a cultura do butiá expande sua valorização e novas interfaces de atuação entre o urbano e o rural. O evento assegurou ainda a realização de mais duas atividades até o término deste ano e uma lista de objetivos a perseguir pelos participantes vindos da Argentina e do Uruguai, e de representações de Santa Catarina e dos municípios gaúchos de Giruá, Imbituba, Quaraí, Santa Vitória do Palmar, Tapes e Torres. O evento totalizou cerca de 200 pessoas inscritas.

    Segundo a pesquisadora Rosa Lia Barbieri, a segunda edição do Encontro evidenciou como o butiá está imerso na cultura popular do homem do sul, começando pela presença de plantas nos quintais das casas até pela expressão “me caíram os butiás do bolso…”, além do uso dos frutos para iguarias utilizadas na região sul do país como a tradicional cachaça de butiá, entre tantos outros produtos possíveis, que estavam presentes na mostra de uso do butiá, feita no local do evento, a sede da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS).
 

Perspectivas e Oportunidades

    O painel de discussão Oportunidades e desafios para a conservação dos butiás teve como moderador  o pesquisador da Embrapa, Ênio Egon Sosinski Júnior com a participação de  Luiza Chomenko (SEMA, Porto Alegre), Sérgio Veloso Ferreira (Fazenda Santana) e Marlene Borges (Associação Comunitária Rural de Imbituba). A proposta foi discutir a problemática da conservação dos butiazais, sob a perspectiva  de distintas visões. A Rota dos Butiazais é uma região que envolve diferentes perspectivas como a dos grandes proprietários rurais (onde se iniciou todo o projeto) e outras regiões como, por exemplo, a região de Imbituba e ao Centro-sul do Estado de Santa Catarina, onde existe uma dinâmica com uma associação comunitária local para preservar os butiazais.

 
    Luiza Chomenko apontou os desafios e oportunidades de conservação da biodiversidade, destacou também a Rota dos Butiazais como importante para geração de empregos verdes, e renda, nas mais diversas áreas como no turismo, alimentação, artesanato e construções sustentáveis. E também a visão dos butiás como plantas do futuro com interesse nacional e internacional. Luiza defendeu  a Rota, vista como uma realidade que se constitui numa proposta inovadora capaz de articular o saber fazer, propondo o  desenvolvimento a partir  dos objetivos de desenvolvimento sustentável (objetivos do milênio).  

    Marlene Borges, da Associação Comunitária Rural de Imbituba, apontou sobre os 200 anos de resistência no litoral sul de Santa Catarina e sua relação com o entorno, a importância dos butiás para preservação da cultura e da qualidade de vida das comunidades que dependem dos butiazais.

    Mudança de paradigma conduziu a fala de Sérgio Veloso, que destacou que o ecossistema do butiazal é único, um conjunto de plantas que cria um ecossistema fantástico e que deve ser preservado, para isso estudos devem ser feitos com calma para encontrar a melhor forma de proteger esse ecossistema. Também falou sobre o potencial econômico do reaproveitamento da fruta.

    O moderador  Ênio Egon complementou ao dizer: “foi um painel interessante com todas as suas visões contrastantes, tendo uma provocação da  Luiza Chomenko (SEMA, Porto Alegre) no sentido de que a gente deve avançar  a conservação  para trabalhar com as comunidades sejam elas de pequenos, médios ou grandes proprietários”.
 

Programação

    Dentro da programação ainda foi debatida a questão O butiá e a interação com as políticas públicas para a sociobiodiversidade, tendo como moderadora Gabriela Coelho-de-Souza (UFRGS, Porto Alegre) e participação de Leonardo Marques Urruth (SEMA, Porto Alegre), Antonio Augusto dos Santos (Slow Food, Pescaria Brava) e Ricardo Jurenick (EcoButiá, Giruá). Os    desafios    são    criar    políticas públicas    eficientes, pois hoje    não    existem    políticas    direcionas a questão do butiás, ainda    não    há    clareza        sobre    políticas de aproveitamento, preservação e ampliação da Rota. Entretanto, o painel ressaltou a impotância da participação da comunidade no processo, as ações construídas através de diálogo e a comunicação contínua. “É preciso conscientizar a população sobre a importância dos butiás, mostrar a perspectiva do seu potencial econômico e social, torná-lo atrativo e ampliar as possibilidades de debate. Formar parcerias como as escolas, por exemplo, destacando o butiá como um alimento bom, limpo e justo”, apontou o representante da Slow Food/ Pescaria Brava, Antonio Augusto dos Santos.

    O último dia de evento, destacou ainda a grande possibilidade que há do uso dos frutos do butiá na gastronomia e sua possibilidade de estimular a promoção do empreendedorismo.

    No final do evento foram feitas a entrega de certidões florestais de extrativismo de flora nativa a quatro propriedades rurais extrativistas de Santa Vitória do Palmar.
 

Apresentação de trabalhos

    Foram apresentados cerca de 16 trabalhos, entre resumos expandidos e relato de experiências orais, atendendo as  temáticas: O butiá em contextos socioeconômicos: comercialização e economia solidária;Interfaces entre segurança alimentar e nutricional e a Rota dos Butiazais; e ainda, Sociobiodiversidade e ecossistemas nos butiazais.    Os trabalhos foram avaliados pela comissão científica formada pela professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, Gabriela Coelho de Souza; a pesquisadora da Embrapa, Rosa Lia Barbieri; a professora Mercedes Rivas, da Universidade da República do Uruguai; da professora da UERGS, Rafaela Biehl Printes, e a professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, Viviane Camejo.

    O evento proporcionou  também uma mostra de vídeos, o conhecimento da exposição fotográfica A Rota dos Butiazais e a comercialização de produtos dos artesãos da Rota dos Butiazais.

    O II Encontro Internacional da Rota dos Butiazais aconteceu numa realização da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) e o apoio das Universidades Federal do Rio Grande do Sul UFRGS) e Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), CNPq e Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente.

Eventos agendados até o final do ano

** Novembro: Encontro Binacional da Rota dos Butiazais – Santana do Livramento/Rivera;

** Dezembro: Seminário Técnico da Rota dos Butiazais – Tapes(RS)

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