Elíbio Rech foi agraciado pelo desenvolvimento de tecnologia para combate ao HIV
O pesquisador da Embrapa Elíbio Rech foi agraciado no mês de abril com o prêmio “Excelência em Transferência de Tecnologia” pelo Consórcio Federal de Laboratórios para Transferência de Tecnologia dos Estados Unidos (FLC – EUA). O prêmio foi concedido pelo desenvolvimento de uma plataforma para a produção em larga escala de um microbicina anti-HIV. A pesquisa, publicada em 2015, demonstrou que sementes de soja geneticamente modificadas (GM) são uma biofábrica viável para produção, em larga escala, da cianovirina – proteína extraída de cianobactérias (microrganismos também chamados de algas azuis) altamente eficiente contra o vírus HIV. Além do diploma de reconhecimento, o pesquisador recebeu os cumprimentos formais do Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex M. Azar II, do Governador do Estado de Maryland, Larry Hogan, e do Senador do Partido Democrata Chris Van Hollen.
O FLC congrega mais de 300 laboratórios de renomadas instituições de pesquisa e ensino norte-americanas, como o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e as Universidades de Cornell, Carolina do Norte e Maryland, entre outras. O consórcio é dividido por seis regiões: Extremo-Oeste, Atlântico-Médio, Médio-Continente, Nordeste e Sudeste. A pesquisa, conduzida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com a Universidade de Londres, o Instituto Nacional de Saúde (INH) dos Estados Unidos e o Conselho de Pesquisa Científica e Industrial da África do Sul, teve ampla repercussão mundial e já havia recebido em novembro do ano passado premiação do Consórcio Federal de Laboratórios do Médio-Atlântico (FLC MAR).
Elíbio Rech se diz honrado em receber o reconhecimento oficial dos EUA para um projeto voltado a segmentos da sociedade com pouco acesso a medicamentos antirretrovirais: “Trata-se de um projeto emblemático para a engenharia genética, direcionado a segmentos da sociedade que têm menos acesso a medicamentos. E são produtos de alta tecnologia, com grande valor agregado”, afirma.
O pesquisador da Embrapa fará estudos para que a mesma técnica seja replicada com várias outras moléculas, para emprego em vacinas contra a dengue e malária e em tratamentos contra o câncer de mama, por exemplo. Só na África, 20% das mortes são em decorrência da AIDS. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% da população adulta na Zâmbia e na África do Sul vive com a doença. No Brasil, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a taxa de pessoas vivendo com o vírus subiu 3% entre 2010 e 2016, na contramão do restante do mundo, que registrou queda de 11% no mesmo período.
Saiba mais sobre a pesquisa
Por definição, uma biofábrica ou fábrica biológica é quando um organismo – nesse caso, a soja GM – se torna uma usina para fabricação de compostos (como proteínas e enzimas) utilizados em remédios e na indústria têxtil e de detergentes, por exemplo. No caso da pesquisa da Embrapa, a escolha da semente de soja se deve ao fato delas acumularem em média40% de proteína, sendo por esse motivo indicadas para produção de cianovirina, a baixo custo, com facilidade de transporte e estoque.
“Há mais de uma década, iniciamos no Brasil e nos EUA a purificação dessa proteína, para obtermos uma matéria-prima 100% pura. Tecnicamente, o mais difícil em todo esse processo já foi feito. Os próximos passos, agora, são produzir as sementes e gerar proteína em larga escala e, então, realizar os estudos pré-clínicos e clínicos”, afirma Rech, que também é doutor em Ciências da Vida pela Universidade de Nottingham, na Inglaterra, membro da Academia Brasileira de Ciências e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Biologia Sintética (INCT ByoSin). O pesquisador explica ainda que, como a finalidade dessa soja é medicamentosa, a ideia é que ela não seja cultivada no campo, mas em estufas e casas de vegetação, sob condições controladas.
A pesquisa de Elíbio Rech poderá contribuir para a criação, no futuro, de um gel ou spray vaginal à base de cianovirina que poderá ser utilizado pelas mulheres antes das relações sexuais. “E os países que decidirem adotar a tecnologia não precisarão pagar royalties, pois trata-se de um trabalho humanitário com foco na África”, destaca o pesquisador.
Elíbio Rech foi agraciado pelo desenvolvimento de tecnologia para combate ao HIV
O pesquisador da Embrapa Elíbio Rech foi agraciado no mês de abril com o prêmio “Excelência em Transferência de Tecnologia” pelo Consórcio Federal de Laboratórios para Transferência de Tecnologia dos Estados Unidos (FLC – EUA). O prêmio foi concedido pelo desenvolvimento de uma plataforma para a produção em larga escala de um microbicina anti-HIV. A pesquisa, publicada em 2015, demonstrou que sementes de soja geneticamente modificadas (GM) são uma biofábrica viável para produção, em larga escala, da cianovirina – proteína extraída de cianobactérias (microrganismos também chamados de algas azuis) altamente eficiente contra o vírus HIV. Além do diploma de reconhecimento, o pesquisador recebeu os cumprimentos formais do Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex M. Azar II, do Governador do Estado de Maryland, Larry Hogan, e do Senador do Partido Democrata Chris Van Hollen.
O FLC congrega mais de 300 laboratórios de renomadas instituições de pesquisa e ensino norte-americanas, como o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e as Universidades de Cornell, Carolina do Norte e Maryland, entre outras. O consórcio é dividido por seis regiões: Extremo-Oeste, Atlântico-Médio, Médio-Continente, Nordeste e Sudeste. A pesquisa, conduzida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com a Universidade de Londres, o Instituto Nacional de Saúde (INH) dos Estados Unidos e o Conselho de Pesquisa Científica e Industrial da África do Sul, teve ampla repercussão mundial e já havia recebido em novembro do ano passado premiação do Consórcio Federal de Laboratórios do Médio-Atlântico (FLC MAR).
Elíbio Rech se diz honrado em receber o reconhecimento oficial dos EUA para um projeto voltado a segmentos da sociedade com pouco acesso a medicamentos antirretrovirais: “Trata-se de um projeto emblemático para a engenharia genética, direcionado a segmentos da sociedade que têm menos acesso a medicamentos. E são produtos de alta tecnologia, com grande valor agregado”, afirma.
O pesquisador da Embrapa fará estudos para que a mesma técnica seja replicada com várias outras moléculas, para emprego em vacinas contra a dengue e malária e em tratamentos contra o câncer de mama, por exemplo. Só na África, 20% das mortes são em decorrência da AIDS. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% da população adulta na Zâmbia e na África do Sul vive com a doença. No Brasil, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a taxa de pessoas vivendo com o vírus subiu 3% entre 2010 e 2016, na contramão do restante do mundo, que registrou queda de 11% no mesmo período.
Saiba mais sobre a pesquisa
Por definição, uma biofábrica ou fábrica biológica é quando um organismo – nesse caso, a soja GM – se torna uma usina para fabricação de compostos (como proteínas e enzimas) utilizados em remédios e na indústria têxtil e de detergentes, por exemplo. No caso da pesquisa da Embrapa, a escolha da semente de soja se deve ao fato delas acumularem em média40% de proteína, sendo por esse motivo indicadas para produção de cianovirina, a baixo custo, com facilidade de transporte e estoque.
“Há mais de uma década, iniciamos no Brasil e nos EUA a purificação dessa proteína, para obtermos uma matéria-prima 100% pura. Tecnicamente, o mais difícil em todo esse processo já foi feito. Os próximos passos, agora, são produzir as sementes e gerar proteína em larga escala e, então, realizar os estudos pré-clínicos e clínicos”, afirma Rech, que também é doutor em Ciências da Vida pela Universidade de Nottingham, na Inglaterra, membro da Academia Brasileira de Ciências e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Biologia Sintética (INCT ByoSin). O pesquisador explica ainda que, como a finalidade dessa soja é medicamentosa, a ideia é que ela não seja cultivada no campo, mas em estufas e casas de vegetação, sob condições controladas.
A pesquisa de Elíbio Rech poderá contribuir para a criação, no futuro, de um gel ou spray vaginal à base de cianovirina que poderá ser utilizado pelas mulheres antes das relações sexuais. “E os países que decidirem adotar a tecnologia não precisarão pagar royalties, pois trata-se de um trabalho humanitário com foco na África”, destaca o pesquisador.