Entre os dias 21 e 25 de maio de 2018, foi realizada em Sete Lagoas-MG a 11ª edição da Semana da Integração Tecnológica (SIT). Com o tema “Diversificação e inovações para uma agropecuária sustentável”, o evento foi promovido pela Embrapa Milho e Sorgo, Universidade Federal de São João del-Rei, Emater-MG e Epamig.
A SIT tem o objetivo de integrar instituições e os diversos setores que compõem o segmento agropecuário, e promover o diálogo e a troca de experiências entre produtores rurais, pesquisadores, técnicos da extensão rural, universidades e empresas privadas, com princípio norteador de atender às demandas agropecuárias e ambientais da região Central de Minas Gerais, uma das principais responsáveis pelo Produto Interno Bruto do estado.
Nesta edição da 11ª SIT, segundo os organizadores, estiveram presentes mais de 3000 pessoas entre produtores rurais, estudantes dos cursos de Ciências Agrárias de diversas regiões de Minas, técnicos da extensão pública e privada e profissionais autônomos. Ao longo da semana, foram oferecidos ao público cinco seminários técnicos, 49 cursos, seis palestras, além de oficinas e dias de campo.
A Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável, por intermédio do projeto “Física do solo e matéria orgânica em sistemas de produção agrícola de cerrado”, apresentou a viabilidade do sistema plantio direto (SPD) como prática conservacionista do solo em duas ocasiões no evento: durante o seminário “Sistemas integrados de produção agropecuária” e no curso “Sistema Plantio Direto”.
Os pesquisadores Emerson Borghi e Miguel Marques Gontijo Neto, da Embrapa Milho e Sorgo, demonstraram que, ao longo do tempo de adoção do SPD, as alterações nas propriedades química, física e biológica do solo proporcionam incrementos de produtividade de grãos e de cobertura do solo, utilizando espécies forrageiras para aporte de palha.
Além da apresentação dos resultados nas palestras técnicas, foram promovidas visitas ao campo experimental onde está sendo desenvolvido o projeto.
“Implantado desde o ano agrícola 2010/11, o experimento vem sendo conduzido por oito anos agrícolas consecutivos, e todos os participantes constataram os efeitos dos tratamentos sobre a produtividade das culturas de milho, soja e braquiária. Também constatamos como a cobertura vegetal na superfície do solo, proporcionada pelos sistemas de cultivo em avaliação, alteram a presença de plantas daninhas e a persistência de palhada”, salientou Borghi.
Segundo Borghi, “estamos em uma região onde a restrição hídrica no período chuvoso é severa, e as chuvas se encerram no mês de abril. A irregularidade climática não permite o cultivo de safrinha. Assim, sistemas consorciados entre culturas produtoras de grãos e forrageiras tropicais tornam-se opções técnica e economicamente viáveis”.
Para o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto, é importante ressaltar que a região Central de Minas Gerais está em uma condição hídrica diferente das regiões tradicionais de cultivo. “Mesmo assim, é possível observar que os tratamentos em que há rotação entre culturas do milho e da soja sobre palhada de braquiária apresentam incrementos de produtividade significativos ao longo dos anos de adoção. Na safra 2016/17, a produtividade de milho que foi semeado sobre palhada de soja obteve produtividade de oito sacos a mais por hectare quando comparado ao sistema de monocultivo de milho”, explicou.
“Além disso, nos tratamentos em que o milho foi consorciado simultaneamente com braquiária os resultados demonstram que, em todos os anos, a presença da forrageira, além de não competir com o milho, é capaz de fornecer palha suficiente para cobertura do solo até a semeadura da soja na safra seguinte”, disse Miguel Gontijo.
Borghi analisou ainda que, após seis anos agrícolas, é esperado que as alterações nos atributos físicos e na qualidade do SPD demonstrem a viabilidade da adoção destes sistemas. “O ensaio, conduzido com apoio da Agrisus, é um dos mais antigos de Minas Gerais, envolvendo sistemas em rotação, sucessão e consórcio, e os resultados vêm apresentando informações relevantes que nortearão o entendimento dos sistemas conservacionistas em regiões com estas características climáticas”, afirmou o pesquisador.
Colaboração: Emerson Borgui e Miguel Gontijo, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo
Entre os dias 21 e 25 de maio de 2018, foi realizada em Sete Lagoas-MG a 11ª edição da Semana da Integração Tecnológica (SIT). Com o tema “Diversificação e inovações para uma agropecuária sustentável”, o evento foi promovido pela Embrapa Milho e Sorgo, Universidade Federal de São João del-Rei, Emater-MG e Epamig.
A SIT tem o objetivo de integrar instituições e os diversos setores que compõem o segmento agropecuário, e promover o diálogo e a troca de experiências entre produtores rurais, pesquisadores, técnicos da extensão rural, universidades e empresas privadas, com princípio norteador de atender às demandas agropecuárias e ambientais da região Central de Minas Gerais, uma das principais responsáveis pelo Produto Interno Bruto do estado.
Nesta edição da 11ª SIT, segundo os organizadores, estiveram presentes mais de 3000 pessoas entre produtores rurais, estudantes dos cursos de Ciências Agrárias de diversas regiões de Minas, técnicos da extensão pública e privada e profissionais autônomos. Ao longo da semana, foram oferecidos ao público cinco seminários técnicos, 49 cursos, seis palestras, além de oficinas e dias de campo.
A Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável, por intermédio do projeto “Física do solo e matéria orgânica em sistemas de produção agrícola de cerrado”, apresentou a viabilidade do sistema plantio direto (SPD) como prática conservacionista do solo em duas ocasiões no evento: durante o seminário “Sistemas integrados de produção agropecuária” e no curso “Sistema Plantio Direto”.
Os pesquisadores Emerson Borghi e Miguel Marques Gontijo Neto, da Embrapa Milho e Sorgo, demonstraram que, ao longo do tempo de adoção do SPD, as alterações nas propriedades química, física e biológica do solo proporcionam incrementos de produtividade de grãos e de cobertura do solo, utilizando espécies forrageiras para aporte de palha.
Além da apresentação dos resultados nas palestras técnicas, foram promovidas visitas ao campo experimental onde está sendo desenvolvido o projeto.
“Implantado desde o ano agrícola 2010/11, o experimento vem sendo conduzido por oito anos agrícolas consecutivos, e todos os participantes constataram os efeitos dos tratamentos sobre a produtividade das culturas de milho, soja e braquiária. Também constatamos como a cobertura vegetal na superfície do solo, proporcionada pelos sistemas de cultivo em avaliação, alteram a presença de plantas daninhas e a persistência de palhada”, salientou Borghi.
Segundo Borghi, “estamos em uma região onde a restrição hídrica no período chuvoso é severa, e as chuvas se encerram no mês de abril. A irregularidade climática não permite o cultivo de safrinha. Assim, sistemas consorciados entre culturas produtoras de grãos e forrageiras tropicais tornam-se opções técnica e economicamente viáveis”.
Para o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto, é importante ressaltar que a região Central de Minas Gerais está em uma condição hídrica diferente das regiões tradicionais de cultivo. “Mesmo assim, é possível observar que os tratamentos em que há rotação entre culturas do milho e da soja sobre palhada de braquiária apresentam incrementos de produtividade significativos ao longo dos anos de adoção. Na safra 2016/17, a produtividade de milho que foi semeado sobre palhada de soja obteve produtividade de oito sacos a mais por hectare quando comparado ao sistema de monocultivo de milho”, explicou.
“Além disso, nos tratamentos em que o milho foi consorciado simultaneamente com braquiária os resultados demonstram que, em todos os anos, a presença da forrageira, além de não competir com o milho, é capaz de fornecer palha suficiente para cobertura do solo até a semeadura da soja na safra seguinte”, disse Miguel Gontijo.
Borghi analisou ainda que, após seis anos agrícolas, é esperado que as alterações nos atributos físicos e na qualidade do SPD demonstrem a viabilidade da adoção destes sistemas. “O ensaio, conduzido com apoio da Agrisus, é um dos mais antigos de Minas Gerais, envolvendo sistemas em rotação, sucessão e consórcio, e os resultados vêm apresentando informações relevantes que nortearão o entendimento dos sistemas conservacionistas em regiões com estas características climáticas”, afirmou o pesquisador.
Colaboração: Emerson Borgui e Miguel Gontijo, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo