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Embrapa e Tereos assinam convênio para produção de novas variedades de mandioca

Parceria de cooperação técnica visa aumentar a produtividade da planta, fundamental para a produção de amido, usado em diversos setores da indústria

As instituições de pesquisa e empresas do agronegócio têm reunido esforços para desenvolverem novas variedades de mandioca, com alta produtividade, elevado teor de amido e resistência a pragas.  As variedades visam atender à elevada demanda dos pro-dutores de mandioca do Centro-Sul — região que concentra a maior parte das indústrias de amido do País. Em mais um passo nesse sentido, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, e a Tereos Amido & Adoçantes Brasil, empresa do Grupo Tereos, assinam um convê-nio de cooperação técnica na próxima segunda-feira (4), no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

As duas instituições já são parceiras na validação agronômica de genótipos (de-nominação das plantas ainda não lançadas) provenientes do programa de melhoramento genético de mandioca da Embrapa. A proposta agora com a celebração do convênio é ampliar essa cooperação para as pesquisas voltadas ao desenvolvimento de sistemas de produção conservacionistas e ao manejo integrado de pragas da cultura da mandioca.

De acordo com o diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, que estará presente no ato de assinatura, a parceria vai viabilizar que novas vari-edades atendam às atuais necessidades da cadeia produtiva da região. “A mandioca é de extrema importância para o Brasil não só do ponto de vista nutricional, como cultural e econômico, com potencial de exportação, principalmente de amidos modificados. É genui-namente brasileira, faz parte do nosso cardápio e é uma alternativa às dietas livres de glúten, com possiblidade de incrementar esse nicho de mercado. Precisamos alavancar a mandiocultura, que, além de gerar renda para os produtores familiares e promover a segu-rança alimentar, produz um insumo, o amido, de grande versatilidade, podendo ser utiliza-do em vários segmentos agroindustriais, como o de alimentos, papel e celulose e embuti-dos, por exemplo”, afirma.

Segundo o diretor-presidente da Tereos Amido & Adoçantes Brasil, José Gutierrez, a parceria é um passo muito importante a favor do desenvolvimento da cultura da mandi-oca no país. “A expectativa é que as novas variedades contribuam com o aumento de 50% da produtividade por área, pois teremos um maior aproveitamento da área plantada e com espécies mais resistentes às pragas e doenças”, explica. O foco desse trabalho é conseguir encontrar novas variedades e que sejam adaptadas à nossa região”, resume Gutierrez.

Com as novas variedades, a Tereos também espera reduzir o ciclo da cultura, que hoje é de 18 meses, para 12 meses. Cinco tipos de genótipos já foram plantados nos campos experimentais da Tereos, sendo que três já se apresentaram muito promissores. “Os resultados obtidos têm sido bastante positivos e isso nos deu confiança para que assi-nássemos esse convênio”, conta Gutierrez.  
Para o diretor da Região Brasil do Grupo Tereos, Jacyr Costa Filho, a parceria com a Embrapa é fundamental para fomentar o agronegócio brasileiro. “Esse é mais um dos grandes projetos bem-sucedidos que trabalhamos em conjunto. Reunimos a nossa estrutura e conhecimento técnico junto com a inteligência e tecnologia da Embrapa para tornar a cultura da mandioca mais produtiva e competitiva, gerando mais resultados não só para a indústria, mas principalmente para o produtor rural”, afirma.

Sobre a parceria

Os trabalhos conjuntos com a planta estabelecida em Palmital remontam a 2007, com o estabelecimento do campo avançado da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) no Centro-Sul — sediado hoje na Embrapa Soja (PR). Na época a planta ainda não pertencia ao Grupo Tereos, que a adquiriu em 2011.

O pesquisador da Embrapa Rudiney Ringenberg, que atua no campo avançado juntamente com o pesquisador Marco Antonio Rangel (que iniciou o trabalho na região), confirma que estão sendo avaliados vários genótipos promissores, com características que interessam à cadeia produtiva da mandiocultura. “A principal vantagem desse traba-lho, em que há um estreitamento das relações entre a pesquisa e a indústria, é que antes de fazermos o lançamento da cultivar conseguimos validar o material dentro da indústria. Temos a oportunidade de rodar e verificar se o amido tem as qualidades exigidas. Sendo assim, quando o material for lançado, já terá sido validado”, pontua Ringenberg.

Nessa mesma direção, o chefe-geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Alberto Vilarinhos, destaca a importância da parceria. “No sistema de inovação, desenvolvemos a tecnologia em conjunto com os usuários, no caso, a indústria. É uma forma de facilitar a adoção da tecnologia Embrapa pelo sistema produtivo em nível nacional. Utilizamos esse caminho da parceria público-privada para facilitar a validação dos nossos materiais. Den-tro desse contexto, a Tereos, de reconhecida importância no agronegócio da mandiocultu-ra, é um parceiro estratégico para nós.”

O convênio

Serão instalados ensaios em áreas disponibilizadas pela Tereos, prioritariamente nos municípios da região do médio Paranapanema, no estado de São Paulo, representada pelos polos de Assis, Ourinhos, Marília, Bauru e Presidente Prudente. À Embrapa cabe avaliar os genótipos de mandioca em relação aos aspectos agronômicos, propriedades físicas, químicas e organolépticas (características que podem ser percebidas pelos senti-dos humanos, como cor, textura e sabor) e grau de resistência aos principais insetos-praga (mosca-branca, percevejo de renda e cochonilha) e doenças (bacteriose, antracno-se, podridão radicular e superalongamento) da cultura.

Além disso, a Embrapa também irá realizar pesquisas sobre o estabelecimento de sistemas conservacionistas de produção, como o plantio direto (mantêm-se palha e restos vegetais de outras culturas na superfície, garantindo cobertura e proteção do solo, e o plantio é realizado no solo não revolvido). A instituição também fará palestras, cursos e treinamentos para agricultores e técnicos do setor e ficará responsável pelo gerenciamen-to de unidades de referência tecnológica. O convênio prevê ainda que a Embrapa irá ori-entar os colaboradores na realização dos tratos culturais.

Já a Tereos irá disponibilizar a área para os experimentos, infraestrutura e mão de obra, aplicar os resultados das avaliações da Embrapa no campo, participar dos eventos de transferência de conhecimentos e tecnologia, além de viabilizar o financiamento das atividades de pesquisa e de tecnologia.

Serviço

Evento: Assinatura de convênio de cooperação técnica entre Embrapa e Tereos
Data: 4 de junho de 2018 (segunda-feira)
Horário: 9h
Local: Sala 1314, 13º andar – Fiesp
Endereço: Av. Paulista, 1313 – Centro – São Paulo/SP

Sobre a Tereos

Valorizar as matérias-primas agrícolas para o desenvolvimento de produtos alimentícios de qualidade é a nossa visão. Tereos é uma líder global nos mercados de açúcar, álcool, etanol e amidos. Os compromissos do grupo com a sociedade e com o meio ambiente têm contribuído com a performance da companhia no longo prazo, enquanto reforça nossa atuação responsável. O grupo Tereos reúne 12 mil produtores cooperados e possui com reconhecido know-how no processamento de beterraba, cana-de-açúcar e cereais. Operando 49 unidades industriais e contando com 23.000 colaboradores em 16 países, Tereos atende seus clientes em seus mercados locais, com uma oferta ampla de produtos. No período de 2016/17, o grupo obteve uma receita de 4,8 bilhões de euros.

Tereos no Brasil
A Tereos no Brasil é composta pela Tereos Açúcar & Energia Brasil, Tereos Amido & Adoçantes Brasil e Tereos Commodities Brasil. No Estado de São Paulo, a melhor área agrícola brasileira para o cultivo de cana-de-açúcar, a Tereos Açúcar e Energia Brasil – detentora da marca Guarani, voltada para o va-rejo, e produtora de etanol e energia elétrica, proveniente da cogeração do bagaço de cana-de-açúcar – concentra suas sete unidades de processamento (Andrade, Cruz Alta, São José, Severínia, Mandu, Tanabi e Vertente) e duas refinarias (Cruz Alta e Andrade). Tereos Amido & Adoçantes Brasil, com ope-ração em Palmital (SP), diversifica o portfólio da Tereos Brasil com a fabricação de produtos derivados de milho e mandioca. A Tereos Commodities opera como trade e, além de São Paulo, possui escritórios em Nova Deli (Índia), Nairóbi (Quênia) e Cingapura, além de Genebra (Suíça), onde se encontra a sede das operações.

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Embrapa
Alessandra Vale – (75) 3312-8076 – mandioca-e-fruticultura.imprensa@embrapa.br
Rose Lane César – (61) 3448-1519 – rose.cesar@embrapa.br

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