Manejo de nutrientes e de doenças para a cultura do milho foi o tema debatido no período da tarde de 8 de maio, durante o simpósio “O Cultivo do Milho no Alto Paranaíba”. O evento foi realizado em Patos de Minas-MG, durante a Semana Agronômica de Tecnologias (Sematec) do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam). Participaram como palestrantes pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo e professores do curso de Agronomia do Unipam.
O pesquisador Álvaro Vilela de Resende mostrou as exigências nutricionais do milho para altas produtividades. Já o agrônomo Carlos Henrique Eiterer de Souza, professor do Unipam, abordou a racionalização do uso e novas alternativas de fertilizantes no cultivo do milho.
Segundo Resende, o uso de fertilizantes interfere no retorno econômico dos demais insumos e práticas de manejo. “Para o milho safrinha, é necessário considerar a redução da umidade do solo ao longo do ciclo, que limita a absorção de nutrientes. Por isso, é importante garantir o fornecimento de todos os nutrientes necessários à cultura na sua fase bem inicial. Em alguns casos é mais recomendável colocar mais nitrogênio na semeadura do que deixar para fornecê-lo em cobertura”.
“Outro aspecto a ser considerado é observar o balanço de nutrientes para garantir que as adubações de manutenção possam repor as quantidades exportadas nas colheitas dos grãos de milho. Porque, caso não se dê atenção a esse ponto, o cultivo de milho safrinha, mal adubado, pode até prejudicar a cultura seguinte de soja”, disse Resende.
O professor Carlos Henrique Eiterer ressaltou que o aprimoramento ou a melhora de produtividade tem que ser embasado em conhecimentos e técnicas, ou seja, na utilização de práticas mais adequadas e sistemas mais eficientes. “O que motivou o aumento da capacidade produtiva do País, não em termos de área cultivada, mas em quantidade de alimentos, foi sem dúvida a utilização de fertilizantes. Porém, a questão a ser analisada é se o uso de fertilizantes está sendo feito de forma eficaz. Para isso é necessário utilizar as recomendações de manejo de acordo as expectativas de produtividade da cultura na região”.
“Tanto na safrinha como na safra verão de milho ou de soja, a planta já entra no sistema sabendo que será estressada. Como é um ambiente de estresse, o agricultor precisa se preparar para ele com as ferramentas adequadas. Nas estimativas que são feitas, grande parte do potencial das nossas lavouras é perdido por algum processo de estresse. Entre eles, plantas daninhas, pragas, doenças, compactação do solo, veranicos e deficiências nutricionais”, explicou o professor.
Segundo Eiterer, as alternativas para aumento da eficiência no uso de fertilizantes envolvem, principalmente, o conhecimento das características dos solos nos ambientes produtivos, histórico produtivo e demandas nutricionais das lavouras. “Sistemas de manejo assertivos empregam não só ferramentas tecnológicas de fertilizantes, mas também diagnósticos de fatores limitantes que por ventura possam ocorrer desequilibrando química, biológica e nutricionalmente os solos”, disse.
“Uma vez diagnosticados e equilibrados os solos, pode-se lançar mão do uso de fertilizantes estabilizados e/ou com controle de solubilização como ferramentas para manejo nutricional das lavouras. Tais ferramentas devem ser empregadas sob o prisma do manejo 4C de acordo com a expectativa de produtividade e posicionamento técnico”, explicou o professor.
Segundo Eiterer, a questão a ser feita é como o uso racional e o aprimoramento químico de fertilizantes tendem a aumentar a eficiência agronômica e respostas das plantas em qualidade e produtividade das lavouras.
“Trabalhos científicos têm mostrado que tecnologias empregadas em fertilizantes podem promover maior eficiência no uso, uma vez que atuam controlando os processos de perdas dos nutrientes no sistema solo-planta-atmosfera, mantendo-os disponíveis para as plantas por mais tempo em relação aos fertilizantes convencionais, por exemplo. Desta forma, permitem posicionamentos diferenciados como equilíbrio de doses, diminuição ou antecipação de aplicações. Fatores que geram logística e economicidade aos produtores rurais”, respondeu.
“Vale salientar que a eficiência agronômica de fertilizantes, além da melhora tecnológica de fertilizantes, tende a ocorrer em sistemas equilibrados com plantio direto, rotação de culturas, plantas de cobertura e acompanhamento técnico constante das lavouras”, afirmou Eiterer.
Estratégias de manejo de doenças e pragas
No painel “Estratégias de manejo”, o pesquisador Luciano Viana Cota apresentou métodos para lidar com as doenças no cultivo do milho. E o pesquisador Fernando Hercos Valicente, falou sobre a utilização de produtos biológicos para manejo de insetos em milho.
Valicente ressaltou que a área de fitossanidade é muito ampla e demanda estudos muitos sérios, por isso dará emprego para muita gente. “O Brasil é um País essencialmente tropical, com dimensões continentais e tem um cerrado altamente cultivado. A cada período de dois, três, quatro anos, temos uma nova fronteira agrícola, onde são gerados três plantios, e existe o processo que chamamos de ponte verde, em que os insetos passam de uma cultura para outra. E a adaptabilidade dos insetos é muito grande”.
Luciano Cota falou sobre as doenças que ocorrem no cultivo do milho na região do Alto Paranaíba. Entre elas, as principais são os enfezamentos e a mancha-branca.
“Os enfezamentos são causados por fitoplasma e espiroplasma e são transmitidos pelo inseto-vetor denominado cigarrinha (Dalbulus maydis). Para manejo desta doença são recomendados o uso de cultivares resistentes, a adequação da época de plantio e a eliminação das plantas voluntárias. Além disso, o plantio de mais de uma cultivar, o tratamento de sementes e o monitoramento da população de cigarrinhas contribuem para a prevenção da doença e para a diminuição da presença de sintomas na lavoura”, explicou.
“Para o manejo da mancha-branca, além de se usar cultivares resistentes e controle químico, é importante adequar a época do plantio. Para uso de fungicidas é necessário fazer monitoramento da doença no campo e escolher os produtos mais eficientes”, orientou Cota.
O curso “O cultivo do milho no Alto Paranaíba” foi promovido pela Embrapa, pelo Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) e pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas. As 100 vagas disponíveis foram preenchidas entre estudantes do curso de Agronomia, profissionais e produtores.
Manejo de nutrientes e de doenças para a cultura do milho foi o tema debatido no período da tarde de 8 de maio, durante o simpósio “O Cultivo do Milho no Alto Paranaíba”. O evento foi realizado em Patos de Minas-MG, durante a Semana Agronômica de Tecnologias (Sematec) do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam). Participaram como palestrantes pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo e professores do curso de Agronomia do Unipam.
O pesquisador Álvaro Vilela de Resende mostrou as exigências nutricionais do milho para altas produtividades. Já o agrônomo Carlos Henrique Eiterer de Souza, professor do Unipam, abordou a racionalização do uso e novas alternativas de fertilizantes no cultivo do milho.
Segundo Resende, o uso de fertilizantes interfere no retorno econômico dos demais insumos e práticas de manejo. “Para o milho safrinha, é necessário considerar a redução da umidade do solo ao longo do ciclo, que limita a absorção de nutrientes. Por isso, é importante garantir o fornecimento de todos os nutrientes necessários à cultura na sua fase bem inicial. Em alguns casos é mais recomendável colocar mais nitrogênio na semeadura do que deixar para fornecê-lo em cobertura”.
“Outro aspecto a ser considerado é observar o balanço de nutrientes para garantir que as adubações de manutenção possam repor as quantidades exportadas nas colheitas dos grãos de milho. Porque, caso não se dê atenção a esse ponto, o cultivo de milho safrinha, mal adubado, pode até prejudicar a cultura seguinte de soja”, disse Resende.
O professor Carlos Henrique Eiterer ressaltou que o aprimoramento ou a melhora de produtividade tem que ser embasado em conhecimentos e técnicas, ou seja, na utilização de práticas mais adequadas e sistemas mais eficientes. “O que motivou o aumento da capacidade produtiva do País, não em termos de área cultivada, mas em quantidade de alimentos, foi sem dúvida a utilização de fertilizantes. Porém, a questão a ser analisada é se o uso de fertilizantes está sendo feito de forma eficaz. Para isso é necessário utilizar as recomendações de manejo de acordo as expectativas de produtividade da cultura na região”.
“Tanto na safrinha como na safra verão de milho ou de soja, a planta já entra no sistema sabendo que será estressada. Como é um ambiente de estresse, o agricultor precisa se preparar para ele com as ferramentas adequadas. Nas estimativas que são feitas, grande parte do potencial das nossas lavouras é perdido por algum processo de estresse. Entre eles, plantas daninhas, pragas, doenças, compactação do solo, veranicos e deficiências nutricionais”, explicou o professor.
Segundo Eiterer, as alternativas para aumento da eficiência no uso de fertilizantes envolvem, principalmente, o conhecimento das características dos solos nos ambientes produtivos, histórico produtivo e demandas nutricionais das lavouras. “Sistemas de manejo assertivos empregam não só ferramentas tecnológicas de fertilizantes, mas também diagnósticos de fatores limitantes que por ventura possam ocorrer desequilibrando química, biológica e nutricionalmente os solos”, disse.
“Uma vez diagnosticados e equilibrados os solos, pode-se lançar mão do uso de fertilizantes estabilizados e/ou com controle de solubilização como ferramentas para manejo nutricional das lavouras. Tais ferramentas devem ser empregadas sob o prisma do manejo 4C de acordo com a expectativa de produtividade e posicionamento técnico”, explicou o professor.
Segundo Eiterer, a questão a ser feita é como o uso racional e o aprimoramento químico de fertilizantes tendem a aumentar a eficiência agronômica e respostas das plantas em qualidade e produtividade das lavouras.
“Trabalhos científicos têm mostrado que tecnologias empregadas em fertilizantes podem promover maior eficiência no uso, uma vez que atuam controlando os processos de perdas dos nutrientes no sistema solo-planta-atmosfera, mantendo-os disponíveis para as plantas por mais tempo em relação aos fertilizantes convencionais, por exemplo. Desta forma, permitem posicionamentos diferenciados como equilíbrio de doses, diminuição ou antecipação de aplicações. Fatores que geram logística e economicidade aos produtores rurais”, respondeu.
“Vale salientar que a eficiência agronômica de fertilizantes, além da melhora tecnológica de fertilizantes, tende a ocorrer em sistemas equilibrados com plantio direto, rotação de culturas, plantas de cobertura e acompanhamento técnico constante das lavouras”, afirmou Eiterer.
Estratégias de manejo de doenças e pragas
No painel “Estratégias de manejo”, o pesquisador Luciano Viana Cota apresentou métodos para lidar com as doenças no cultivo do milho. E o pesquisador Fernando Hercos Valicente, falou sobre a utilização de produtos biológicos para manejo de insetos em milho.
Valicente ressaltou que a área de fitossanidade é muito ampla e demanda estudos muitos sérios, por isso dará emprego para muita gente. “O Brasil é um País essencialmente tropical, com dimensões continentais e tem um cerrado altamente cultivado. A cada período de dois, três, quatro anos, temos uma nova fronteira agrícola, onde são gerados três plantios, e existe o processo que chamamos de ponte verde, em que os insetos passam de uma cultura para outra. E a adaptabilidade dos insetos é muito grande”.
Luciano Cota falou sobre as doenças que ocorrem no cultivo do milho na região do Alto Paranaíba. Entre elas, as principais são os enfezamentos e a mancha-branca.
“Os enfezamentos são causados por fitoplasma e espiroplasma e são transmitidos pelo inseto-vetor denominado cigarrinha (Dalbulus maydis). Para manejo desta doença são recomendados o uso de cultivares resistentes, a adequação da época de plantio e a eliminação das plantas voluntárias. Além disso, o plantio de mais de uma cultivar, o tratamento de sementes e o monitoramento da população de cigarrinhas contribuem para a prevenção da doença e para a diminuição da presença de sintomas na lavoura”, explicou.
“Para o manejo da mancha-branca, além de se usar cultivares resistentes e controle químico, é importante adequar a época do plantio. Para uso de fungicidas é necessário fazer monitoramento da doença no campo e escolher os produtos mais eficientes”, orientou Cota.
O curso “O cultivo do milho no Alto Paranaíba” foi promovido pela Embrapa, pelo Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) e pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas. As 100 vagas disponíveis foram preenchidas entre estudantes do curso de Agronomia, profissionais e produtores.