Notícias

Planejamento participativo resulta em ganhos na PIMo-SP

Produtores, pesquisadores e responsáveis técnicos que trabalham com produção integrada de morango (PIMo) realizaram a segunda reunião de planejamento participativo, em abril, no Parque do Morango Duílio Maziero, em Atibaia, SP.

Os produtores – são 10 (4 certificados e 4 pleitos em Atibaia e 2 pleitos em Piedade), cultivando um total de aproximadamente 130.000 pés de morango, em dois sistemas (solo e semi-hidropônico – iniciaram a reunião analisado alguns procedimentos que precisam ser aperfeiçoados para a certificação, como o manuseio pós-colheita do morango.

Fagoni Calegario, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), que participa do processo de implantação da PIMo desde o início, destaca que os cuidados na casa de embalagem são fundamentais no processo de produção. “O trato da casa de embalagem interfere na qualidade, na segurança e na durabilidade do morango para o consumidor”, explica.

Claudio Buschinelli, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, organizou junto aos produtores e responsáveis técnicos um cronograma para realizar a avaliação do empreendimento e elaborar o plano de gestão ambiental de cada propriedade, outro ponto considerado importante no processo. Conforme Buschinelli, “o plano de gestão ambiental é uma das maneiras de garantir a sustentabilidade da produção e a organização da propriedade. Permite aos envolvidos terem consciência do que conseguiram implementar e o que podem melhorar”. O plano é realizado com utilização do Ambitec Agro-PIMo. Esse sistema avalia os impactos econômicos, sociais e ambientais após a adoção da PIMo pelo produtor e permite verificar os avanços, ou seja, a eficiência na aplicação da tecnologia. A elaboração do plano em conjunto com produtores e engenheiros agrônomos permite transferir essa tecnologia para os responsáveis, que podem reavaliar as propriedades a cada ano, além de serem capacitados a treinar outras pessoas.

Sandro Pereira, analista da Embrapa Meio Ambiente, apresentou um histórico da PIMo-SP. A estratégia de implementação teve como principais destaques a união dos produtores e sua organização para, inicialmente, fazer os registros e as anotações de campo que o sistema de produção integrada demanda. Em seguida, os produtores de Atibaia conseguiram captar recursos externos através do Orçamento Participativo. Outro destaque foi o estreitamento de relacionamento e a troca de informações com instituições de pesquisa, ensino e extensão, associações, sindicatos, gestores públicos e outros componentes da cadeia produtiva. Finalmente, a certificação foi obtida em 2011 – a primeira certificação em Produção Integrada de Morango do Brasil, sendo que até hoje as Prefeituras garantem que o pequeno produtor tenha acesso à certificação por meio de uma série de incentivos. “Os diferenciais foram o início com planejamento estratégico participativo (macroeducação) e a continuidade desse planejamento no decorrer dos anos. A adoção de um calendário sistematizado permitiu a adequação do produtor às etapas de adoção da PIMo condizentes com a sua realidade. Sem contar que as normas oficiais da PIMo foram elaboradas com a participação do próprio setor produtivo, do Inmetro, do Mapa e das diversas instituições parceiras,” enfatiza Sandro.

Ainda para 2018, as expectativas são a revisão e a atualização das Normas Técnicas, a melhoria contínua de estruturas de produção, dos cadernos de campo e da qualidade do produto da produção à pós-colheita; o aumento da área certificada e a adesão de mais produtores.

Tecnologias
Rita de Fátima Alves Luengo, pesquisadora da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) desenvolveu um carrinho para colheita de frutas e hortaliças diretamente na embalagem final. O protótipo está em fase de teste e nesta safra será utilizado para a colheita do morango diretamente na cumbuca em que é comercializado. Os exemplos de colheita de pimenta, berinjela e abobrinha foram apresentados pela por Fagoni Calegario na reunião e alguns produtores da PIMo já se voluntariaram para fazer os testes do carrinho não apenas com morango, mas também para uva de mesa.

Fernanda Esteca, doutoranda da Esalq/USP, desenvolve seus estudos em Bom Repouso, MG, em parceria com a Coluci Frutas, com morangos semi-hidropônicos das variedades San Andreas e Albion. Ela estuda a aplicação de uma nova espécie de Metharizium, fungo entomopatogênico, que pode colonizar diversas espécies de plantas. Esse fungo é aplicado no morangueiro via sistema de gotejamento, através do sistema de irrigação da semihidroponia.

“Atualmente, o fungo é aplicado mensalmente, contudo, estamos verificando se é possível aumentar esse período. Após a aplicação, a produtividade (em kg por planta) aumentou em 10%, além de reduzir a população de tripes”.

Este fungo pode colonizar o entorno da região da planta (rizosfera), já que os exsudados da planta lhe servem de nutrientes. Outra parte que podem colonizar é a parte interna da planta (colonização endofítica). Com isso, ocorre a síntese de substâncias reguladoras de crescimento que promovem o aumento do tamanho da planta, tanto das suas raízes, quanto da sua parte aérea. Além disso, sendo parasita de insetos, quando mata um inseto consegue transferir o nitrogênio deste para a planta.

Fernanda alertou que uma nova praga, a Drosophila suzukii, vem causando severos danos na produção de morango do sul do Brasil. Assim, ela recomendou a instalação de 2 armadilhas a cada 1000m² para monitorar essa praga. Estas armadilhas podem ser construídas da seguinte forma: 1 garrafa pet de 2 litros, 500 mL de água, 2 colheres de sopa fermento biológico fresco (fermento de pão), 1 colher de sopa de açúcar, 1 colher de sopa de vinagre e duas gotinhas de detergente.

Finalmente, uma agenda de treinamentos obrigatórios está sendo organizada para garantir que todos os técnicos e produtores recebam as capacitações exigidas pelas normas da PIMo. Além disso, o grupo está apoiando a prefeitura e os produtores de Piedade, SP, na estruturação e na adoção do programa PIMo no município.

A próxima reunião do Comitê Gestor da PIMo-SP está agendada para o dia 27 de julho, às 8h30 no Parque do Morango Duílio Maziero, SP e todos os interessados estão convidados.

Produtores, pesquisadores e responsáveis técnicos que trabalham com produção integrada de morango (PIMo) realizaram a segunda reunião de planejamento participativo, em abril, no Parque do Morango Duílio Maziero, em Atibaia, SP.

Os produtores – são 10 (4 certificados e 4 pleitos em Atibaia e 2 pleitos em Piedade), cultivando um total de aproximadamente 130.000 pés de morango, em dois sistemas (solo e semi-hidropônico – iniciaram a reunião analisado alguns procedimentos que precisam ser aperfeiçoados para a certificação, como o manuseio pós-colheita do morango.

Fagoni Calegario, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), que participa do processo de implantação da PIMo desde o início, destaca que os cuidados na casa de embalagem são fundamentais no processo de produção. “O trato da casa de embalagem interfere na qualidade, na segurança e na durabilidade do morango para o consumidor”, explica.

Claudio Buschinelli, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, organizou junto aos produtores e responsáveis técnicos um cronograma para realizar a avaliação do empreendimento e elaborar o plano de gestão ambiental de cada propriedade, outro ponto considerado importante no processo. Conforme Buschinelli, “o plano de gestão ambiental é uma das maneiras de garantir a sustentabilidade da produção e a organização da propriedade. Permite aos envolvidos terem consciência do que conseguiram implementar e o que podem melhorar”. O plano é realizado com utilização do Ambitec Agro-PIMo. Esse sistema avalia os impactos econômicos, sociais e ambientais após a adoção da PIMo pelo produtor e permite verificar os avanços, ou seja, a eficiência na aplicação da tecnologia. A elaboração do plano em conjunto com produtores e engenheiros agrônomos permite transferir essa tecnologia para os responsáveis, que podem reavaliar as propriedades a cada ano, além de serem capacitados a treinar outras pessoas.

Sandro Pereira, analista da Embrapa Meio Ambiente, apresentou um histórico da PIMo-SP. A estratégia de implementação teve como principais destaques a união dos produtores e sua organização para, inicialmente, fazer os registros e as anotações de campo que o sistema de produção integrada demanda. Em seguida, os produtores de Atibaia conseguiram captar recursos externos através do Orçamento Participativo. Outro destaque foi o estreitamento de relacionamento e a troca de informações com instituições de pesquisa, ensino e extensão, associações, sindicatos, gestores públicos e outros componentes da cadeia produtiva. Finalmente, a certificação foi obtida em 2011 – a primeira certificação em Produção Integrada de Morango do Brasil, sendo que até hoje as Prefeituras garantem que o pequeno produtor tenha acesso à certificação por meio de uma série de incentivos. “Os diferenciais foram o início com planejamento estratégico participativo (macroeducação) e a continuidade desse planejamento no decorrer dos anos. A adoção de um calendário sistematizado permitiu a adequação do produtor às etapas de adoção da PIMo condizentes com a sua realidade. Sem contar que as normas oficiais da PIMo foram elaboradas com a participação do próprio setor produtivo, do Inmetro, do Mapa e das diversas instituições parceiras,” enfatiza Sandro.

Ainda para 2018, as expectativas são a revisão e a atualização das Normas Técnicas, a melhoria contínua de estruturas de produção, dos cadernos de campo e da qualidade do produto da produção à pós-colheita; o aumento da área certificada e a adesão de mais produtores.

Tecnologias
Rita de Fátima Alves Luengo, pesquisadora da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) desenvolveu um carrinho para colheita de frutas e hortaliças diretamente na embalagem final. O protótipo está em fase de teste e nesta safra será utilizado para a colheita do morango diretamente na cumbuca em que é comercializado. Os exemplos de colheita de pimenta, berinjela e abobrinha foram apresentados pela por Fagoni Calegario na reunião e alguns produtores da PIMo já se voluntariaram para fazer os testes do carrinho não apenas com morango, mas também para uva de mesa.

Fernanda Esteca, doutoranda da Esalq/USP, desenvolve seus estudos em Bom Repouso, MG, em parceria com a Coluci Frutas, com morangos semi-hidropônicos das variedades San Andreas e Albion. Ela estuda a aplicação de uma nova espécie de Metharizium, fungo entomopatogênico, que pode colonizar diversas espécies de plantas. Esse fungo é aplicado no morangueiro via sistema de gotejamento, através do sistema de irrigação da semihidroponia.

“Atualmente, o fungo é aplicado mensalmente, contudo, estamos verificando se é possível aumentar esse período. Após a aplicação, a produtividade (em kg por planta) aumentou em 10%, além de reduzir a população de tripes”.

Este fungo pode colonizar o entorno da região da planta (rizosfera), já que os exsudados da planta lhe servem de nutrientes. Outra parte que podem colonizar é a parte interna da planta (colonização endofítica). Com isso, ocorre a síntese de substâncias reguladoras de crescimento que promovem o aumento do tamanho da planta, tanto das suas raízes, quanto da sua parte aérea. Além disso, sendo parasita de insetos, quando mata um inseto consegue transferir o nitrogênio deste para a planta.

Fernanda alertou que uma nova praga, a Drosophila suzukii, vem causando severos danos na produção de morango do sul do Brasil. Assim, ela recomendou a instalação de 2 armadilhas a cada 1000m² para monitorar essa praga. Estas armadilhas podem ser construídas da seguinte forma: 1 garrafa pet de 2 litros, 500 mL de água, 2 colheres de sopa fermento biológico fresco (fermento de pão), 1 colher de sopa de açúcar, 1 colher de sopa de vinagre e duas gotinhas de detergente.

Finalmente, uma agenda de treinamentos obrigatórios está sendo organizada para garantir que todos os técnicos e produtores recebam as capacitações exigidas pelas normas da PIMo. Além disso, o grupo está apoiando a prefeitura e os produtores de Piedade, SP, na estruturação e na adoção do programa PIMo no município.

A próxima reunião do Comitê Gestor da PIMo-SP está agendada para o dia 27 de julho, às 8h30 no Parque do Morango Duílio Maziero, SP e todos os interessados estão convidados.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *