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Cooperação amplia ações de saneamento rural e permite reuso da água em áreas agrícolas

Com quase 526 mil habitantes em uma área de produção agrícola de mais de 2.5 milhões de hectares, o estado do Rio de Janeiro realiza de 22 a 24 de maio, mais uma ação para ampliar a instalação de tecnologias destinadas ao saneamento básico rural, conservação e uso sustentável dos recursos naturais, como o reuso da água, principalmente em períodos de estiagens prolongadas.

Uma cooperação entre a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (Seappa), no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável em Microbacias Hidrográficas (Rio Rural) vai permitir capacitações técnicas para agentes multiplicadores da Emater e prefeituras municipais,  implantação de unidades demonstrativas da Fossa Séptica Biodigestora, visitas de avaliação e validação das tecnologias já implantadas nos municípios fluminenses em 2016.

Esta semana, o produtor rural Silas Zarro de Freitas, da Microbacia de Cubatão, em Itaperuna, município da região noroeste fluminense com 120 mil habitantes, será contemplado com uma unidade da tecnologia.

Até o momento 24 municípios nas regiões norte, serrana e noroeste do Estado, áreas prioritárias de atuação do programa, já foram contemplados com unidades da fossa séptica biodigestora, beneficiando 3.584 famílias. Um contrato de cooperação assinado entre as duas instituições vai possibilitar até o final de 2018 a instalação de cinco mil sistemas, incluindo o Clorador Embrapa e Jardim Filtrante, tecnologias complementares à Fossa Séptica Biodigestora.

“Ministraremos um curso para extensionistas de várias regiões do Estado sobre tecnologias sociais de saneamento básico rural, assim como serão abordados os aspectos relativos ao reuso do efluente de esgoto da Fossa Séptica Biodigestora na agricultura, possibilitando que a Emater/RJ promova tais procedimentos nas regiões de atuação”, afirma o supervisor do Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação, Carlos Renato Marmo.

De acordo com a coordenadora técnica da Seappa, Helga Restum Hissa, a instalação da tecnologia Fossa Séptica Biodigestora está permitindo o reuso da água tornando a produção mais ambientalmente adequada, e possibilitando o acesso a sistemas de certificação ou garantia da conformidade da produção orgânica. “E devido à recente seca enfrentada nas regiões norte e noroeste, o reuso mostrou-se de grande importância para o uso consciente da água”, diz.

Tecnologia evita contaminação do solo e da água

Helga explica que as áreas priorizadas para a instalação da tecnologia são regiões de maior concentração da agricultura familiar, com maior participação agrícola na economia municipal, maiores índices de degradação ambiental e elevada pobreza rural.

“Por esse motivo têm maior necessidade de atenção e apoio de políticas públicas, particularmente de saneamento básico, onde a cobertura é pequena”, diz ela lembrando que as ações que estão sendo realizadas visam melhorar a qualidade de vida no campo, reduzir os riscos de doenças e de impactos ambientais provocados pelo despejo dos esgotos.

Embora ainda não se tenha diagnóstico de doenças ocasionadas por coliformes fecais, Helga diz que há casos relatados de amebíase, esquistossomose e disenteria nas regiões com presença das chamadas valas “negras”, fossas rudimentares, despejo direto em córregos e rios.

Para a coordenadora técnica, a parceria com a Embrapa Instrumentação é estratégica devido à necessidade de aplicação de tecnologias eficientes e de baixo custo para tratamento de esgoto produzido nas zonas rurais do estado do Rio de Janeiro.

“Além de a Embrapa Instrumentação ter desenvolvido a tecnologia Fossa Séptica Biodigestora, possui funcionários com profundo conhecimento, experiência no tema, em diferentes realidades do rural brasileiro, sendo instituição de referência para qualificar técnicos da Seappa, Emater e prefeituras parceiras do programa. Esse conhecimento é o principal legado, associado à melhoria ambiental das propriedades rurais, evitando a contaminação dos corpos hídricos e do solo”, avalia.

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Instrumentação, Wilson Tadeu Lopes da Silva acredita que o modelo da fossa séptica biodigestora é o ideal para substituir a tradicional fossa negra, muito comum na área rural e responsável pela contaminação das águas subterrâneas. “Estamos empenhados com o programa Rio Rural para reduzir o déficit de esgotamento sanitário e porque esse sistema biológico necessita de poucos insumos externos para que se obtenham resultados adequados, é simples, de baixo custo e de eficiência comprovada na biodigestão dos excrementos humanos, com eliminação dos agentes patogênicos”, afirma.

Em levantamento realizado pela Embrapa Instrumentação em 2016, observou-se que o Rio de Janeiro é o estado que mais adotou a fossa séptica biodigestora. Em 37 municípios, o total instalado foi de 4087, o que atende a um pouco mais de 3% da população rural fluminense. No município de Cambuci, 58% da população de 3.535 habitantes adotaram a tecnologia, sendo o que mais concentra unidades da tecnologia, 409, seguido por São Francisco do Itabapoana com 309 unidades instaladas.

Ação vai beneficiar quase 50 mil agricultores

O Programa Rio Rural tem como desafio a melhoria da qualidade de vida no campo, conciliando o aumento da renda do produtor rural com a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Para atingir este objetivo, desenvolve uma estratégia de ação com as comunidades que vivem nas microbacias hidrográficas, espaços geográficos delimitados pela rede hídrica (nascentes, córregos, rios, aquíferos etc.).

Até 2018, serão investidos US$ 153 milhões em ações de desenvolvimento, beneficiando 48 mil agricultores familiares residentes em 373 microbacias de 72 municípios. 

O Programa é executado pela Seappa, por meio da Superintendência de Desenvolvimento Sustentável, e suas empresas vinculadas co-executoras Emater-Rio e Pesagro-Rio, em parceria com a Embrapa, Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF). O Rio Rural possui financiamento do Banco Mundial e apoio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), além de uma ampla rede de parceiros, que inclui entidades do poder público, ONGs, empresas e centenas de organizações rurais.

Com quase 526 mil habitantes em uma área de produção agrícola de mais de 2.5 milhões de hectares, o estado do Rio de Janeiro realiza de 22 a 24 de maio, mais uma ação para ampliar a instalação de tecnologias destinadas ao saneamento básico rural, conservação e uso sustentável dos recursos naturais, como o reuso da água, principalmente em períodos de estiagens prolongadas.

Uma cooperação entre a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (Seappa), no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável em Microbacias Hidrográficas (Rio Rural) vai permitir capacitações técnicas para agentes multiplicadores da Emater e prefeituras municipais,  implantação de unidades demonstrativas da Fossa Séptica Biodigestora, visitas de avaliação e validação das tecnologias já implantadas nos municípios fluminenses em 2016.

Esta semana, o produtor rural Silas Zarro de Freitas, da Microbacia de Cubatão, em Itaperuna, município da região noroeste fluminense com 120 mil habitantes, será contemplado com uma unidade da tecnologia.

Até o momento 24 municípios nas regiões norte, serrana e noroeste do Estado, áreas prioritárias de atuação do programa, já foram contemplados com unidades da fossa séptica biodigestora, beneficiando 3.584 famílias. Um contrato de cooperação assinado entre as duas instituições vai possibilitar até o final de 2018 a instalação de cinco mil sistemas, incluindo o Clorador Embrapa e Jardim Filtrante, tecnologias complementares à Fossa Séptica Biodigestora.

“Ministraremos um curso para extensionistas de várias regiões do Estado sobre tecnologias sociais de saneamento básico rural, assim como serão abordados os aspectos relativos ao reuso do efluente de esgoto da Fossa Séptica Biodigestora na agricultura, possibilitando que a Emater/RJ promova tais procedimentos nas regiões de atuação”, afirma o supervisor do Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação, Carlos Renato Marmo.

De acordo com a coordenadora técnica da Seappa, Helga Restum Hissa, a instalação da tecnologia Fossa Séptica Biodigestora está permitindo o reuso da água tornando a produção mais ambientalmente adequada, e possibilitando o acesso a sistemas de certificação ou garantia da conformidade da produção orgânica. “E devido à recente seca enfrentada nas regiões norte e noroeste, o reuso mostrou-se de grande importância para o uso consciente da água”, diz.

Tecnologia evita contaminação do solo e da água

Helga explica que as áreas priorizadas para a instalação da tecnologia são regiões de maior concentração da agricultura familiar, com maior participação agrícola na economia municipal, maiores índices de degradação ambiental e elevada pobreza rural.

“Por esse motivo têm maior necessidade de atenção e apoio de políticas públicas, particularmente de saneamento básico, onde a cobertura é pequena”, diz ela lembrando que as ações que estão sendo realizadas visam melhorar a qualidade de vida no campo, reduzir os riscos de doenças e de impactos ambientais provocados pelo despejo dos esgotos.

Embora ainda não se tenha diagnóstico de doenças ocasionadas por coliformes fecais, Helga diz que há casos relatados de amebíase, esquistossomose e disenteria nas regiões com presença das chamadas valas “negras”, fossas rudimentares, despejo direto em córregos e rios.

Para a coordenadora técnica, a parceria com a Embrapa Instrumentação é estratégica devido à necessidade de aplicação de tecnologias eficientes e de baixo custo para tratamento de esgoto produzido nas zonas rurais do estado do Rio de Janeiro.

“Além de a Embrapa Instrumentação ter desenvolvido a tecnologia Fossa Séptica Biodigestora, possui funcionários com profundo conhecimento, experiência no tema, em diferentes realidades do rural brasileiro, sendo instituição de referência para qualificar técnicos da Seappa, Emater e prefeituras parceiras do programa. Esse conhecimento é o principal legado, associado à melhoria ambiental das propriedades rurais, evitando a contaminação dos corpos hídricos e do solo”, avalia.

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Instrumentação, Wilson Tadeu Lopes da Silva acredita que o modelo da fossa séptica biodigestora é o ideal para substituir a tradicional fossa negra, muito comum na área rural e responsável pela contaminação das águas subterrâneas. “Estamos empenhados com o programa Rio Rural para reduzir o déficit de esgotamento sanitário e porque esse sistema biológico necessita de poucos insumos externos para que se obtenham resultados adequados, é simples, de baixo custo e de eficiência comprovada na biodigestão dos excrementos humanos, com eliminação dos agentes patogênicos”, afirma.

Em levantamento realizado pela Embrapa Instrumentação em 2016, observou-se que o Rio de Janeiro é o estado que mais adotou a fossa séptica biodigestora. Em 37 municípios, o total instalado foi de 4087, o que atende a um pouco mais de 3% da população rural fluminense. No município de Cambuci, 58% da população de 3.535 habitantes adotaram a tecnologia, sendo o que mais concentra unidades da tecnologia, 409, seguido por São Francisco do Itabapoana com 309 unidades instaladas.

Ação vai beneficiar quase 50 mil agricultores

O Programa Rio Rural tem como desafio a melhoria da qualidade de vida no campo, conciliando o aumento da renda do produtor rural com a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Para atingir este objetivo, desenvolve uma estratégia de ação com as comunidades que vivem nas microbacias hidrográficas, espaços geográficos delimitados pela rede hídrica (nascentes, córregos, rios, aquíferos etc.).

Até 2018, serão investidos US$ 153 milhões em ações de desenvolvimento, beneficiando 48 mil agricultores familiares residentes em 373 microbacias de 72 municípios. 

O Programa é executado pela Seappa, por meio da Superintendência de Desenvolvimento Sustentável, e suas empresas vinculadas co-executoras Emater-Rio e Pesagro-Rio, em parceria com a Embrapa, Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF). O Rio Rural possui financiamento do Banco Mundial e apoio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), além de uma ampla rede de parceiros, que inclui entidades do poder público, ONGs, empresas e centenas de organizações rurais.

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