Nas próximas duas semanas, o projeto Bem Diverso promove treinamentos em manejo de açaizais nativos em três comunidades do arquipélago do Marajó. Trata-se de uma tecnologia que permite aumentar em até três vezes a produção de frutos por meio do estabelecimento de uma proporção adequada entre açaizeiros e outras espécies florestais numa mesma área.
A primeira parada é nas margens do rio Jupatituba, dentro do Projeto Agroextrativista Ilha dos Macacos, no município de Breves. De terça (16) a quinta-feira (18), a comunidade recebe pelo terceiro ano consecutivo a equipe da Embrapa Amazônia Oriental e técnicos da Emater/PA para avaliar as áreas de açaizais que foram manejadas e receber orientações para novas intervenções. A capacitação é dirigida técnicos em extensão rural e lideranças comunitárias, agentes que possam multiplicar a prática do manejo de açaizais na região.
Também no projeto Agroextrativista Santa Maria, município de Melgaço, ocorre uma terceira visita, de sexta (18) a segunda-feira (21). “A continuidade no treinamento é fundamental para a adoção da tecnologia, pois os resultados das intervenções nas parcelas de açaizais são percebidos a médio e longo prazo”, explica o engenheiro florestal José Leite, que coordena a capacitação.
Encerrando o roteiro, haverá o primeiro treinamento em manejo de mínimo impacto de açaizais nativos para a comunidade Santo Ezequiel Moreno, na Vila Santa Cruz, município de Portel, nos dias 22 a 25. Essa localidade foi incluída no projeto devido ao seu alto grau de organização e capacidade de multiplicar a tecnologia para os moradores das áreas vizinhas.
Tecnologia – Para o coordenador do curso, engenheiro florestal José Leite, além das exposições teóricas, parte fundamental do treinamento é a prática em campo. Na propriedade de um ribeirinho, é demarcada uma área de 2.500 m² para a intervenção de manejo e os participantes decidem quais espécies serão removidas e quais seguirão fazendo companhia aos açaizais.
“A tecnologia consiste em atingir uma combinação adequada de árvores, açaizeiros e outras palmeiras, de forma bem distribuídas em uma área”, afirma Leite. Segundo ele, onde o ribeirinho retirou as outras espécies e deixou somente o açaí, a produção é muito baixa. Uma das razões se deve ao fato de as raízes das palmeiras serem pouco profundas. “Os açaizeiros precisam que outras árvores com raízes mais profundas tragam os nutrientes das camadas que estão mais abaixo no solo. Por isso manter a biodiversidade é fundamental”, explica Leite.
A recomendação da Embrapa é que em cada hectare seja mantida uma proporção próxima a 400 touceiras de açaizeiros, 50 palmeiras de outras espécies e 200 árvores. “Dessa forma, é possível elevar a produtividade média para até seis toneladas por hectare. Em áreas manejadas de forma inadequada, a média fica em torno de duas toneladas por hectare”, afirma Leite. Além de aumentar a produção de frutos, o manejo de açaizais também proporciona a expansão do período de colheita.
Abelhas nativas – Ainda no rio Jupatituba, em Breves, concomitante ao treinamento em manejo de açaizais, os comunitários terão uma curso de criação de abelhas nativas sem ferrão. “Esses insetos são importantes polinizadores do açaí e podem ajudar no aumento da produtividade”, explica o engenheiro agrônomo Enilson Solano.
O açaí necessita de polinização cruzada, ou seja, os grãos de pólen de uma flor devem encontrar o estigma (órgão reprodutor feminino) de uma flor de outra planta da mesma espécie. Isso significa que o cruzamento acontece entre flores de touceiras diferentes e não da mesma touceira.
O projeto Bem Diverso é uma parceria entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), com recursos de doação do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A iniciativa abrange ações em outros biomas do país e é liderada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O principal objetivo é conservar a biodiversidade brasileira e gerar renda para comunidades tradicionais e agricultores familiares.
Nas próximas duas semanas, o projeto Bem Diverso promove treinamentos em manejo de açaizais nativos em três comunidades do arquipélago do Marajó. Trata-se de uma tecnologia que permite aumentar em até três vezes a produção de frutos por meio do estabelecimento de uma proporção adequada entre açaizeiros e outras espécies florestais numa mesma área.
A primeira parada é nas margens do rio Jupatituba, dentro do Projeto Agroextrativista Ilha dos Macacos, no município de Breves. De terça (16) a quinta-feira (18), a comunidade recebe pelo terceiro ano consecutivo a equipe da Embrapa Amazônia Oriental e técnicos da Emater/PA para avaliar as áreas de açaizais que foram manejadas e receber orientações para novas intervenções. A capacitação é dirigida técnicos em extensão rural e lideranças comunitárias, agentes que possam multiplicar a prática do manejo de açaizais na região.
Também no projeto Agroextrativista Santa Maria, município de Melgaço, ocorre uma terceira visita, de sexta (18) a segunda-feira (21). “A continuidade no treinamento é fundamental para a adoção da tecnologia, pois os resultados das intervenções nas parcelas de açaizais são percebidos a médio e longo prazo”, explica o engenheiro florestal José Leite, que coordena a capacitação.
Encerrando o roteiro, haverá o primeiro treinamento em manejo de mínimo impacto de açaizais nativos para a comunidade Santo Ezequiel Moreno, na Vila Santa Cruz, município de Portel, nos dias 22 a 25. Essa localidade foi incluída no projeto devido ao seu alto grau de organização e capacidade de multiplicar a tecnologia para os moradores das áreas vizinhas.
Tecnologia – Para o coordenador do curso, engenheiro florestal José Leite, além das exposições teóricas, parte fundamental do treinamento é a prática em campo. Na propriedade de um ribeirinho, é demarcada uma área de 2.500 m² para a intervenção de manejo e os participantes decidem quais espécies serão removidas e quais seguirão fazendo companhia aos açaizais.
“A tecnologia consiste em atingir uma combinação adequada de árvores, açaizeiros e outras palmeiras, de forma bem distribuídas em uma área”, afirma Leite. Segundo ele, onde o ribeirinho retirou as outras espécies e deixou somente o açaí, a produção é muito baixa. Uma das razões se deve ao fato de as raízes das palmeiras serem pouco profundas. “Os açaizeiros precisam que outras árvores com raízes mais profundas tragam os nutrientes das camadas que estão mais abaixo no solo. Por isso manter a biodiversidade é fundamental”, explica Leite.
A recomendação da Embrapa é que em cada hectare seja mantida uma proporção próxima a 400 touceiras de açaizeiros, 50 palmeiras de outras espécies e 200 árvores. “Dessa forma, é possível elevar a produtividade média para até seis toneladas por hectare. Em áreas manejadas de forma inadequada, a média fica em torno de duas toneladas por hectare”, afirma Leite. Além de aumentar a produção de frutos, o manejo de açaizais também proporciona a expansão do período de colheita.
Abelhas nativas – Ainda no rio Jupatituba, em Breves, concomitante ao treinamento em manejo de açaizais, os comunitários terão uma curso de criação de abelhas nativas sem ferrão. “Esses insetos são importantes polinizadores do açaí e podem ajudar no aumento da produtividade”, explica o engenheiro agrônomo Enilson Solano.
O açaí necessita de polinização cruzada, ou seja, os grãos de pólen de uma flor devem encontrar o estigma (órgão reprodutor feminino) de uma flor de outra planta da mesma espécie. Isso significa que o cruzamento acontece entre flores de touceiras diferentes e não da mesma touceira.
O projeto Bem Diverso é uma parceria entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), com recursos de doação do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A iniciativa abrange ações em outros biomas do país e é liderada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O principal objetivo é conservar a biodiversidade brasileira e gerar renda para comunidades tradicionais e agricultores familiares.