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Projeto investe em capacitação para melhorar qualidade do açaí

Os cuidados na coleta, acondicionamento, transporte e beneficiamento do açaí foram tema de oficina realizada no município de Feijó, nos dias 4 e 5 de maio, com a participação de extrativistas que praticam a extração comercial do açaí, catadores autônomos e manipuladores e gerentes de agroindústrias locais. Promovida pelo projeto “Qualidade da matéria prima, do processamento de açaí e café e gestão de agroindústrias familiares do Acre – Fortalece”, executado pela Embrapa Acre, a capacitação visou proporcionar conhecimentos para melhorar as Boas Práticas na colheita, pós-colheita e processamento da fruta e a qualidade da polpa.

As atividades, realizadas na comunidade rural Sinimbu, localizada no seringal Benfica, a oito quilômetros do município de Feijó (AC), e na sede da agroindústria República do Açaí, parceiras na execução do projeto, focaram procedimentos essenciais nas diferentes etapas da produção de açaí – da retirada da fruta da floresta até o processamento final. “Na colheita e pós-colheita do açaí, cuidados como manter o kit de coleta limpo e higienizado, evitar o contato dos frutos com o solo, não deixar a produção muito tempo na floresta nem exposta ao sol, realizar o transporte dos frutos ainda nos cachos, em ambiente apropriado (arejado e sem a presença de animais e pessoas), e selecionar os frutos coletados, eliminando palha, folhas, insetos, restos de terra e outros resíduos, ajudam a garantir qualidade à produção”, explica a pesquisadora Joana Souza, responsável pela capacitação.

Boas Práticas na Comunidade

As aulas práticas na floresta mostraram que os produtores rurais e catadores conhecem as Boas Práticas, mas precisam melhorar alguns procedimentos. Um dos aspectos identificados é a necessidade de transportar as espigas com os frutos acondicionadas em caixas plásticas laváveis, protegidas do sol. “Essa prática evita fissuras nos frutos, diminuindo os riscos de contaminação, e impede a oxidação e ressecamento da matéria prima, proporcionando melhor rendimento de polpa na agroindústria. Incorporadas como rotina de trabalho, as Boas Práticas proporcionam qualidade ao açaí e reduzem perdas na produção”, destaca Joana Souza.

O extrativista Jeovanis Nascimento, um dos participantes da capacitação e presidente da Associação de Produtores Rurais do Seringal Benfica (Aspesb), entidade que congrega 30 famílias que têm a cultura do açaí como principal fonte de renda, considera que a coleta e manejo do açaí exigem qualificação e compromisso e acredita que a parceria com instituições governamentais é um caminho eficiente para buscar o conhecimento necessário. Os 20 mil pés de açaí existentes na comunidade – todos georeferenciados por meio de um projeto executado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) – rendem uma produção média anual de 10 toneladas de frutos.

“Nossa preocupação é com a qualidade do açaí coletado e com a sustentabilidade da atividade extrativista. Trabalhamos para melhorar a produção, mas também para manter e ampliar nossos açaizais. Oferecer frutos em condições adequadas para consumo é uma questão de saúde pública e isso inclui consumidores em geral e nossas próprias famílias, que também consomem esse alimento”, ressalta o líder comunitário.

Boas Práticas na agroindústria

O açaí é um alimento rico em fibras, vitaminas e antioxidantes como as antocianinas, substância que favorecem o combate aos radicais livres, agentes responsáveis pelo envelhecimento das células humanas. Bastante consumido de forma processada, a manipulação exige cuidados adequados para assegurar qualidade sanitária e a manutenção do seu valor nutricional e compostos funcionais. Na República do Açaí, a oficina abordou procedimentos recomendados para o trabalho no ambiente agroindustrial, enfatizando aspectos relacionados à adequação de espaços físicos e os cuidados necessários na manipulação e congelamento da polpa da fruta, além de questões sanitárias pós-processamento e práticas comportamentais e higiênicas dos manipuladores.

Segundo norma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um dos órgãos que fiscalizam os padrões de identidade e qualidade da polpa de açaí, dentre outras exigências as agroindústrias precisam dispor de ambientes físicos adequados para recepção, seleção, lavagem dos frutos e manutenção dessa matéria prima em condições de higiene até o seu processamento. A legislação também preconiza que os frutos sejam selecionados e lavados em água clorada para eliminar impurezas e agentes contaminantes, que o processamento ocorra no menor espaço de tempo e com água potável e o congelamento da polpa em temperatura de menos 18 graus, entre outros procedimentos, abordados durante a capacitação.

Integração

De acordo com Joana Souza a integração entre diferentes atores da cadeia produtiva do açaí, pode ajudar a consolidar o uso das Boas Práticas na produção. É importante que os extrativistas e catadores em geral compreendam que o açaí deve chegar à agroindústria com a qualidade necessária para processamento. Do mesmo modo, os manipuladores precisar estar cientes que o uso de procedimentos inadequados na agroindústria compromete a polpa produzida, podendo inviabilizar o empreendimento comercial e afetar toda a cadeia produtiva. “Por isso, fizemos questão de reunir esse público, tanto no contexto da comunidade rural como no ambiente agroindustrial, para debater a importância das Boas Práticas nas distintas etapas da produção”, diz a pesquisadora.

Para o microempresário Mateus Oliveira, proprietário da agroindústria República do Açaí, o cumprimento desses critérios é possível com capacitação dos trabalhadores e apoio das instituições governamentais.  “A busca pela excelência no negócio é contínua, e o primeiro passo para obter matéria prima de qualidade é conhecer a origem dos frutos. Pagamos um preço diferenciado para os nossos fornecedores, mas exigimos a adoção de práticas adequados na colheita e pós-colheita. Os conhecimentos proporcionados pela oficina vão contribuir para melhorar cada vez mais o nosso produto”, afirma.

Presente no mercado há mais de duas décadas, a República do Açaí trabalha com 30 famílias rurais, que fornecem a fruta para processamento. O açaí processado é vendido para diversos municípios do Acre e somente na cidade de Feijó são comercializadas cerca de 10 toneladas de polpa por ano. Com apoio do projeto, a empresa vem buscando modernizar sua estrutura física, com foco na melhoria da qualidade do produto e obtenção do Selo de Inspeção Federal (SIF) junto ao Mapa, requisito necessário para comercializar o produto com outros estados.

Sobre o Fortalece

Iniciado em julho de 2017, o projeto Fortalece desenvolve ações para a melhoria da gestão do negócio e da qualidade da produção, com foco no fortalecimento das cadeias produtivas do café e açaí. O principal objetivo da iniciativa é elevar o nível técnico, gerencial do setor agroindustrial familiar do Acre. Entre os resultados previstos está uma cartilha de Boas Práticas na colheita e pós-colheita do açaí, que será produzida junto com comunidades parceiras, e a geração de subsídios para apoiar a elaboração e implementação de uma política pública estadual voltada para a normatização de critérios de qualidade para o processamento agroindustrial de açaí.

Uma das estratégias de atuação é a capacitação de diferentes atores dessas cadeias e a formação de multiplicadores de conhecimentos e tecnologias para melhoria da qualidade da produção. “Orientamos a adoção de processos e práticas em unidades agroindustriais e propriedades familiares que servirão como referência para outras famílias, e vamos atuar na disseminação de tecnologias para essas cadeias produtivas”, afirma a analista da Embrapa Acre Dorila Gonzaga, líder do projeto.

Os cuidados na coleta, acondicionamento, transporte e beneficiamento do açaí foram tema de oficina realizada no município de Feijó, nos dias 4 e 5 de maio, com a participação de extrativistas que praticam a extração comercial do açaí, catadores autônomos e manipuladores e gerentes de agroindústrias locais. Promovida pelo projeto “Qualidade da matéria prima, do processamento de açaí e café e gestão de agroindústrias familiares do Acre – Fortalece”, executado pela Embrapa Acre, a capacitação visou proporcionar conhecimentos para melhorar as Boas Práticas na colheita, pós-colheita e processamento da fruta e a qualidade da polpa.

As atividades, realizadas na comunidade rural Sinimbu, localizada no seringal Benfica, a oito quilômetros do município de Feijó (AC), e na sede da agroindústria República do Açaí, parceiras na execução do projeto, focaram procedimentos essenciais nas diferentes etapas da produção de açaí – da retirada da fruta da floresta até o processamento final. “Na colheita e pós-colheita do açaí, cuidados como manter o kit de coleta limpo e higienizado, evitar o contato dos frutos com o solo, não deixar a produção muito tempo na floresta nem exposta ao sol, realizar o transporte dos frutos ainda nos cachos, em ambiente apropriado (arejado e sem a presença de animais e pessoas), e selecionar os frutos coletados, eliminando palha, folhas, insetos, restos de terra e outros resíduos, ajudam a garantir qualidade à produção”, explica a pesquisadora Joana Souza, responsável pela capacitação.

Boas Práticas na Comunidade

As aulas práticas na floresta mostraram que os produtores rurais e catadores conhecem as Boas Práticas, mas precisam melhorar alguns procedimentos. Um dos aspectos identificados é a necessidade de transportar as espigas com os frutos acondicionadas em caixas plásticas laváveis, protegidas do sol. “Essa prática evita fissuras nos frutos, diminuindo os riscos de contaminação, e impede a oxidação e ressecamento da matéria prima, proporcionando melhor rendimento de polpa na agroindústria. Incorporadas como rotina de trabalho, as Boas Práticas proporcionam qualidade ao açaí e reduzem perdas na produção”, destaca Joana Souza.

O extrativista Jeovanis Nascimento, um dos participantes da capacitação e presidente da Associação de Produtores Rurais do Seringal Benfica (Aspesb), entidade que congrega 30 famílias que têm a cultura do açaí como principal fonte de renda, considera que a coleta e manejo do açaí exigem qualificação e compromisso e acredita que a parceria com instituições governamentais é um caminho eficiente para buscar o conhecimento necessário. Os 20 mil pés de açaí existentes na comunidade – todos georeferenciados por meio de um projeto executado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) – rendem uma produção média anual de 10 toneladas de frutos.

“Nossa preocupação é com a qualidade do açaí coletado e com a sustentabilidade da atividade extrativista. Trabalhamos para melhorar a produção, mas também para manter e ampliar nossos açaizais. Oferecer frutos em condições adequadas para consumo é uma questão de saúde pública e isso inclui consumidores em geral e nossas próprias famílias, que também consomem esse alimento”, ressalta o líder comunitário.

Boas Práticas na agroindústria

O açaí é um alimento rico em fibras, vitaminas e antioxidantes como as antocianinas, substância que favorecem o combate aos radicais livres, agentes responsáveis pelo envelhecimento das células humanas. Bastante consumido de forma processada, a manipulação exige cuidados adequados para assegurar qualidade sanitária e a manutenção do seu valor nutricional e compostos funcionais. Na República do Açaí, a oficina abordou procedimentos recomendados para o trabalho no ambiente agroindustrial, enfatizando aspectos relacionados à adequação de espaços físicos e os cuidados necessários na manipulação e congelamento da polpa da fruta, além de questões sanitárias pós-processamento e práticas comportamentais e higiênicas dos manipuladores.

Segundo norma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um dos órgãos que fiscalizam os padrões de identidade e qualidade da polpa de açaí, dentre outras exigências as agroindústrias precisam dispor de ambientes físicos adequados para recepção, seleção, lavagem dos frutos e manutenção dessa matéria prima em condições de higiene até o seu processamento. A legislação também preconiza que os frutos sejam selecionados e lavados em água clorada para eliminar impurezas e agentes contaminantes, que o processamento ocorra no menor espaço de tempo e com água potável e o congelamento da polpa em temperatura de menos 18 graus, entre outros procedimentos, abordados durante a capacitação.

Integração

De acordo com Joana Souza a integração entre diferentes atores da cadeia produtiva do açaí, pode ajudar a consolidar o uso das Boas Práticas na produção. É importante que os extrativistas e catadores em geral compreendam que o açaí deve chegar à agroindústria com a qualidade necessária para processamento. Do mesmo modo, os manipuladores precisar estar cientes que o uso de procedimentos inadequados na agroindústria compromete a polpa produzida, podendo inviabilizar o empreendimento comercial e afetar toda a cadeia produtiva. “Por isso, fizemos questão de reunir esse público, tanto no contexto da comunidade rural como no ambiente agroindustrial, para debater a importância das Boas Práticas nas distintas etapas da produção”, diz a pesquisadora.

Para o microempresário Mateus Oliveira, proprietário da agroindústria República do Açaí, o cumprimento desses critérios é possível com capacitação dos trabalhadores e apoio das instituições governamentais.  “A busca pela excelência no negócio é contínua, e o primeiro passo para obter matéria prima de qualidade é conhecer a origem dos frutos. Pagamos um preço diferenciado para os nossos fornecedores, mas exigimos a adoção de práticas adequados na colheita e pós-colheita. Os conhecimentos proporcionados pela oficina vão contribuir para melhorar cada vez mais o nosso produto”, afirma.

Presente no mercado há mais de duas décadas, a República do Açaí trabalha com 30 famílias rurais, que fornecem a fruta para processamento. O açaí processado é vendido para diversos municípios do Acre e somente na cidade de Feijó são comercializadas cerca de 10 toneladas de polpa por ano. Com apoio do projeto, a empresa vem buscando modernizar sua estrutura física, com foco na melhoria da qualidade do produto e obtenção do Selo de Inspeção Federal (SIF) junto ao Mapa, requisito necessário para comercializar o produto com outros estados.

Sobre o Fortalece

Iniciado em julho de 2017, o projeto Fortalece desenvolve ações para a melhoria da gestão do negócio e da qualidade da produção, com foco no fortalecimento das cadeias produtivas do café e açaí. O principal objetivo da iniciativa é elevar o nível técnico, gerencial do setor agroindustrial familiar do Acre. Entre os resultados previstos está uma cartilha de Boas Práticas na colheita e pós-colheita do açaí, que será produzida junto com comunidades parceiras, e a geração de subsídios para apoiar a elaboração e implementação de uma política pública estadual voltada para a normatização de critérios de qualidade para o processamento agroindustrial de açaí.

Uma das estratégias de atuação é a capacitação de diferentes atores dessas cadeias e a formação de multiplicadores de conhecimentos e tecnologias para melhoria da qualidade da produção. “Orientamos a adoção de processos e práticas em unidades agroindustriais e propriedades familiares que servirão como referência para outras famílias, e vamos atuar na disseminação de tecnologias para essas cadeias produtivas”, afirma a analista da Embrapa Acre Dorila Gonzaga, líder do projeto.

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