O potencial sobre uso do milheto na alimentação humana foi um dos assuntos apresentados pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, durante o VII Congresso Internacional de Nutrição Especializada e Expo Sem Glúten (Coine), nos dias 4 e 5 de maio, no Rio de Janeiro. Com o trabalho “Capacidade antihiperglicêmica e antioxidante de massas alimentícias integrais de milheto”, a bolsista de doutorado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Kênia Pessanha, orientada pelo pesquisador da Embrapa Carlos Piler, foi a primeira colocada na premiação dos resumos científicos em forma de pôster, apresentados no evento.
Segundo a pesquisadora Ilana Felberg, um dos pontos focais do Congresso na Embrapa Agroindústria de Alimentos, assim como a pesquisadora Melicia Galdeano, o Coine é uma oportunidade para adquirir conhecimento, trocar experiências, conhecer lançamentos de produtos na área de alimentos para fins especiais, além de permitir novas parcerias nas áreas científica e de negócios. “Nossa participação superou a expectativa, inclusive oferecendo no estande da Embrapa, informações sobre como acessar as bases de dados científicas no Portal da Empresa e divulgando a livraria virtual, onde existem publicações sobre os estudos realizados pela Embrapa, disponíveis de graça ou com preços bem acessíveis”, disse.
Como palestrante, o pesquisador Carlos Piler falou sobre o “Potencial de uso do milheto na alimentação do brasileiro”. Ele explicou que estudos preliminares já foram realizados quanto ao desenvolvimento de produtos – a partir da espécie Pennisetum glaucum – e que a questão da segurança desses alimentos também é uma preocupação. “A etapa seguinte do projeto é avaliar a aceitação sensorial dos produtos e a realização de testes biológicos e clínicos”, acrescentou.
Ele lembrou que no Brasil, o milheto é cultivado em cerca de 4,5 milhões de hectares em sistema de plantio direto na entressafra de milho e soja, assim como seu uso na forma de grão é essencialmente para a alimentação animal. “Com a abertura do mercado, poderiam ser reservados 5% a 10% dessa área, onde houvesse práticas observando-se que o esse milheto seria destinado à alimentação humana sem onerar o preço final do produto”.
Ainda sobre o potencial do uso do milheto na alimentação humana, a doutoranda da UFRRJ, Amanda Dias-Martins, também orientada pelo pesquisador Carlos Piler, acabou de publicar um artigo internacional – na Revista Food Reseach International – em conjunto com o pesquisador e outros autores. Durante o Coine, ela explicou que o milheto é o sexto cereal mais produzido no mundo e ainda não consumido no Brasil, apesar de ser cultivado há mais de 50 anos no País. “O objetivo do artigo é mostrar o potencial do grão para o agronegócio e a produção de alimentos sem glúten. A planta é adaptada para suportar seca e temperatura alta, e o grão apresenta teor de fibras alimentares superior ao arroz e milho”, informou.
Na palestra da pesquisadora Edna Oliveira sobre “Detecção de glúten em alimentos usando PCR”, ela falou sobre as particularidades do método, como ele foi pensado e desenvolvido. “Com a técnica, aproveitamos para testar cerca de 20 produtos oferecidos como isentos de glúten, no Coine de 2017 e, realmente, não apresentaram presença de glúten. É um publico do qual devemos estar mais próximos e a Embrapa pode contribuir com tecnologias, análises e também a questão da segurança com os produtos que estão no mercado”, afirmou.
Resumos
Entre os resumos de trabalhos científicos selecionados para apresentação no Congresso em forma de pôster, a pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Marília Stephan, levou os temas “Pão de mandioca isento de glúten e lactose adequado para celíacos e/ou praticantes de atividades esportivas” e “Biscoitos tipo ‘cookies’ isento de glúten, lactose e proteína do ovo, apropriados para pré-treino de atletas”, que fazem parte da Rede BioFORT – coordenada pela Embrapa e que engloba um conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil – liderada pelo pesquisador José Luiz Viana e, anteriormente, pela pesquisadora Marília Nutti, que está na Diretoria Regional do HarvestPlus na Colômbia.
O mestrando João Paulo de Menezes, orientado pelo pesquisador Amauri Rosenthal, também apresentou pôster. O tema foi “Arroz negro germinado como matéria prima na elaboração de farinhas com potencial substituição da farinha de trigo”.
Demandas
A nutricionista e presidente do Coine, Noadia Lobão, destacou a presença da Embrapa no evento. “A Empresa é referência no Brasil e precisamos de pesquisas sérias focadas na questão da alimentação. Celíacos e pessoas com desordens relacionadas ao glúten e alergias alimentares necessitam de produtos com qualidade para ter o consumo adequado nessa dieta especial”, disse. A presidente da Associação dos Celíacos do Rio de Janeiro (Acelbra), Miriam Silva, concorda e acrescenta que “ainda carecem estudos para desenvolver alimentos que possam ser consumidos por celíacos com base na biodiversidade brasileira”.
O expositor Daniel Franco, responsável pela área de marketing da empresa de chocolates veganos Quetzal, visitou o estande da Embrapa por considerar a Empresa como “referência de alimento de verdade e de cuidado com alimentos”. Outras empresas expositoras no Coine mostraram interesse em procurar a Embrapa Agroindústria de Alimentos para a realização de análises de composição em seus produtos.
O potencial sobre uso do milheto na alimentação humana foi um dos assuntos apresentados pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, durante o VII Congresso Internacional de Nutrição Especializada e Expo Sem Glúten (Coine), nos dias 4 e 5 de maio, no Rio de Janeiro. Com o trabalho “Capacidade antihiperglicêmica e antioxidante de massas alimentícias integrais de milheto”, a bolsista de doutorado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Kênia Pessanha, orientada pelo pesquisador da Embrapa Carlos Piler, foi a primeira colocada na premiação dos resumos científicos em forma de pôster, apresentados no evento.
Segundo a pesquisadora Ilana Felberg, um dos pontos focais do Congresso na Embrapa Agroindústria de Alimentos, assim como a pesquisadora Melicia Galdeano, o Coine é uma oportunidade para adquirir conhecimento, trocar experiências, conhecer lançamentos de produtos na área de alimentos para fins especiais, além de permitir novas parcerias nas áreas científica e de negócios. “Nossa participação superou a expectativa, inclusive oferecendo no estande da Embrapa, informações sobre como acessar as bases de dados científicas no Portal da Empresa e divulgando a livraria virtual, onde existem publicações sobre os estudos realizados pela Embrapa, disponíveis de graça ou com preços bem acessíveis”, disse.
Como palestrante, o pesquisador Carlos Piler falou sobre o “Potencial de uso do milheto na alimentação do brasileiro”. Ele explicou que estudos preliminares já foram realizados quanto ao desenvolvimento de produtos – a partir da espécie Pennisetum glaucum – e que a questão da segurança desses alimentos também é uma preocupação. “A etapa seguinte do projeto é avaliar a aceitação sensorial dos produtos e a realização de testes biológicos e clínicos”, acrescentou.
Ele lembrou que no Brasil, o milheto é cultivado em cerca de 4,5 milhões de hectares em sistema de plantio direto na entressafra de milho e soja, assim como seu uso na forma de grão é essencialmente para a alimentação animal. “Com a abertura do mercado, poderiam ser reservados 5% a 10% dessa área, onde houvesse práticas observando-se que o esse milheto seria destinado à alimentação humana sem onerar o preço final do produto”.
Ainda sobre o potencial do uso do milheto na alimentação humana, a doutoranda da UFRRJ, Amanda Dias-Martins, também orientada pelo pesquisador Carlos Piler, acabou de publicar um artigo internacional – na Revista Food Reseach International – em conjunto com o pesquisador e outros autores. Durante o Coine, ela explicou que o milheto é o sexto cereal mais produzido no mundo e ainda não consumido no Brasil, apesar de ser cultivado há mais de 50 anos no País. “O objetivo do artigo é mostrar o potencial do grão para o agronegócio e a produção de alimentos sem glúten. A planta é adaptada para suportar seca e temperatura alta, e o grão apresenta teor de fibras alimentares superior ao arroz e milho”, informou.
Na palestra da pesquisadora Edna Oliveira sobre “Detecção de glúten em alimentos usando PCR”, ela falou sobre as particularidades do método, como ele foi pensado e desenvolvido. “Com a técnica, aproveitamos para testar cerca de 20 produtos oferecidos como isentos de glúten, no Coine de 2017 e, realmente, não apresentaram presença de glúten. É um publico do qual devemos estar mais próximos e a Embrapa pode contribuir com tecnologias, análises e também a questão da segurança com os produtos que estão no mercado”, afirmou.
Resumos
Entre os resumos de trabalhos científicos selecionados para apresentação no Congresso em forma de pôster, a pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Marília Stephan, levou os temas “Pão de mandioca isento de glúten e lactose adequado para celíacos e/ou praticantes de atividades esportivas” e “Biscoitos tipo ‘cookies’ isento de glúten, lactose e proteína do ovo, apropriados para pré-treino de atletas”, que fazem parte da Rede BioFORT – coordenada pela Embrapa e que engloba um conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil – liderada pelo pesquisador José Luiz Viana e, anteriormente, pela pesquisadora Marília Nutti, que está na Diretoria Regional do HarvestPlus na Colômbia.
O mestrando João Paulo de Menezes, orientado pelo pesquisador Amauri Rosenthal, também apresentou pôster. O tema foi “Arroz negro germinado como matéria prima na elaboração de farinhas com potencial substituição da farinha de trigo”.
Demandas
A nutricionista e presidente do Coine, Noadia Lobão, destacou a presença da Embrapa no evento. “A Empresa é referência no Brasil e precisamos de pesquisas sérias focadas na questão da alimentação. Celíacos e pessoas com desordens relacionadas ao glúten e alergias alimentares necessitam de produtos com qualidade para ter o consumo adequado nessa dieta especial”, disse. A presidente da Associação dos Celíacos do Rio de Janeiro (Acelbra), Miriam Silva, concorda e acrescenta que “ainda carecem estudos para desenvolver alimentos que possam ser consumidos por celíacos com base na biodiversidade brasileira”.
O expositor Daniel Franco, responsável pela área de marketing da empresa de chocolates veganos Quetzal, visitou o estande da Embrapa por considerar a Empresa como “referência de alimento de verdade e de cuidado com alimentos”. Outras empresas expositoras no Coine mostraram interesse em procurar a Embrapa Agroindústria de Alimentos para a realização de análises de composição em seus produtos.